A trupe rodriguiana está em festa. O governador e candidato à reeleição deu uma longa caminhada em direção aos oponentes que estão à frente. Os números mostrados esta semana pelas recentes pesquisas dão ânimo e faz crescer entre eles a esperança de um segundo turno básico, até mesmo contra Tarcísio de Freitas, eis que a crença da turma do governador é a de que Haddad continuará caindo até sair da disputa.

Excesso de confiança à parte, continuo a dizer que, enquanto esperam pelo inesperado, a artilharia de Garcia tem que mirar o bolsonarista, por via das dúvidas. Mas, no horário eleitoral gratuito vê-se o candidato de Dória atacar Haddad, talvez por imaginar maior fragilidade no candidato petista, apostando forte no antipetismo dos paulistas.

E também vislumbrando as dificuldades havidas para abater o bolsonarista. E o mote de que ele é “carioca” parece não estar colando porque na mesma medida em que o paulista não gosta do PT, parece que gosta de quem vem da cidade maravilhosa. Ainda que seja para governá-lo. E de nada adianta enfatizar que estão entregando o destino da “locomotiva do Brasil” para quem não conhece os trilhos a serem percorridos.

Chega a ser surreal porque se pedirem para Tarcísio sair de São Paulo e ir, por exemplo, para um município pequeno ou médio qualquer do Estado sem uso de indicadores de direção, e apontar apenas a estrada a seguir, duvidamos que tenha noção de para onde está indo.

Mas é esse cidadão sem noção de Estado que faz sombra a Garcia, aquele que já foi deputado estadual por três mandatos e deputado federal por dois mandatos seguidos, por São Paulo. Incongruência paulista, a gente vê por aqui.

Mas, Garcia e sua trupe estão firmes no propósito de que a paulistada vai ter um breve surto de racionalidade e vai esquecer a aventura de querer ter um “carioca” no comando do governo. Até porque, se isso não acontecer, tudo vira esperança: a de que Haddad não estanque uma provável tendência de queda, abrindo-lhe a vaga para o segundo turno. Onde, acreditam piamente, baterão Tarcísio.

Mas, o que diz o último Datafolha sobre a contenda em São Paulo? Que Garcia tem 15% da preferência dos eleitores, subindo, portanto, quatro pontos em 30 dias; Tarcísio tem 21% do eleitorado, subida de cinco pontos, enquanto Haddad caiu de 38 para 35, três pontos.

Bom, para almejar o segundo turno Rodrigo depende de três coisas fundamentais: ser um fenômeno do crescimento na preferência do eleitorado, tipo formar uma “onda” rodriguiana na base da empolgação, e crescimento mínimo de 0,5% ao dia, para somar 15% até o pleito; ou crescer pelo menos 5% nos próximos 29 dias que faltam para o pleito; neste caso, Tarcísio tem que parar de crescer, estacionar nos 21%, o que parece ser impossível; e por fim, que o candidato petista caia como em um profundo abismo, abrindo a vaga para ele disputar com o “carioca”.

Porque ainda que Haddad perca mais cinco pontos até o dia da eleição, ficará com 30%. Ainda que Tarcísio não cresça mais que os 21%, ainda está no páreo do segundo turno. E se Garcia crescer cinco pontos neste mesmo período, baterá nos 20% às portas da votação. Empate técnico.

Já vi eleições virarem na boca de urna. E caso chegue em situação de empate com Tarcísio, não tenham dúvidas que Rodrigo e sua trupe ganham a vaga no segundo turno. Mas, para isso acontecer, avaliem bem as condições postas acima.

Um amigo comum próximo a Garcia me disse outro dia: “O pão com pão vai atropelar”, tendo como base pesquisa divulgada pelo SBT, que encomendou o serviço junto à Sinfor, uma agência de propaganda e pesquisa com fortes laços com a administração municipal olimpiense e agora também com o Legislativo da Estância Turística.

A área de abrangência foi só São José do Rio Preto, onde Rodrigo aparece com 29,8% da preferência do eleitorado, tendo crescido praticamente seis pontos de junho para cá, portanto, em 90 dias. Mas Haddad, o segundo colocado, partiu de 18% em junho, para 22,9% agora, crescimento de praticamente 5%. E Tarcísio, o “carioca”, partiu de 15,5% em junho para o patamar atual de 20,4%, também cravando cinco pontos de crescimento.

Rodrigo vencerá em Rio Preto, o maior colégio eleitoral da Região Metropolitana, não tenham dúvidas. Mas, e o entorno? E Olímpia? Aqui não se tem uma medição divulgada publicamente. Tudo leva a crer que haverá uma vitória de Tarcísio, se ficarmos na análise superficial levando em conta o comportamento do eleitorado desta terra nos muitos pleitos havidos.

Somado a isso, há a mágoa do olimpiense com a mudança de endereço e cidade feito por Geninho Zuliani, seu vice, migrando para Rio Preto, desprezando a urbe onde foi prefeito por duas vezes.

Essa é a incógnita a ser posta em relação aos demais municípios, onde Garcia e sua trupe garantem ter a supremacia e apoio de todos os prefeitos. Este mesmo amigo disse também: “No interior é nosso”.

A crer nisso, o neotucano já ganhou. Agora só falta ganhar.