A pergunta do dia é: o que acontece com o prefeito Fernando Cunha que não consegue dar visibilidade ao seu trabalho enquanto gestor? Por que nas vilas ele é visto como algoz do povo mais humilde e pobre, da classe média-média e baixa?

Será que o alcaide, de fato, só tem os olhos voltados para o turismo, conforme estes segmentos sociais o acusam reiteradamente? E que sempre consideram “migalhas” uma ou outra obra que faz nas periferias da cidade?

Chegamos a pensar que Cunha já havia se reeducado politicamente, deixando de lado o personalismo, o centralismo, a arrogância “dos-que-sabem-tudo-e-os-outros-nada-sabem” mas, ledo engano, ao que parece.

Se o prefeito ainda não sabia disso, ou não havia medido isso com suas ferramentas próprias de consulta popular, há quem o faz presencialmente e apure tal quadro. Em regiões importantes da cidade. De altas densidades populacionais. E, consequentemente, eleitorais.

Acreditamos que por estes tempos eleitorais tanto se me dá o prefeito quanto a este detalhe, uma vez que os nomes a “turbinar” são de alhures e bastam por isso meras formalidades e encenações de partidarismos, para não ter as portas fechadas no amanhã seguinte.

Ainda mais com a cidade perdendo o deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil), que embora já tivesse se bandeado para a capital da Região Metropolitana, ainda mantinha laços políticos com a administração, ainda que num esforço de tolerâncias que ambos exerciam.

Piora ainda mais o quadro futuro quando se tem à frente uma muito provável dêbacle dos “meninos dos seus olhos” Rodrigo Garcia e o ainda deputado federal. Embora não nos surpreenderá em nada se ambos não se atrelarem ao governo de turno se, claro, o vencedor for Tarcísio de Freitas.

O cara está totalmente vendido em São Paulo, não conhece um palmo além do nariz deste vasto estado e suas nuances, e a “mão-de-obra” experiente de Garcia e Zuliani bem viria a calhar (conjectura pessoal, ok?, surgida no calor da escrita).

Assim, Cunha houve por bem “liberar geral” para que mais nomes sejam agregados ao seu universo político, uma vez que ainda tem mais dois anos, três meses e vinte dias de governo e muita água para passar por debaixo da ponte do desenvolvimento urbanístico da cidade. Digo urbanístico porque, conforme as narrativas daqui e de acolá, Cunha “só pensa no turismo”.

No tocante ao “liberou geral”, significa que o alcaide abriu as porteiras para seus secretários municipais, comissionados, principalmente os indicados por vereadores, e a própria bancada na Câmara, que apoia determinado candidato a federal, indicado por Zuliani, mas para estadual cada um foi para onde lhe era mais vantajoso, porque é assim que funciona.

Os senhores verão logo abaixo o quão poderosa financeiramente é a Estância Turística de Olímpia e seus parques aquáticos e demais atrativos turísticos, que acena para uma ainda maior diversificação. Para 2023 ele terá o acréscimo de quase R$ 50 milhões em relação aos valores em vigência.

Essa dinheirama toda tem origem no “trade” turístico da cidade, embora haja a participação do próprio cidadão local nas suas contribuições via IPTU, prestação de serviços de toda espécie e comércio, este setor que ainda não vem desfrutando da pujança turística como deveria estar.

Enfim, já disse há algumas postagens atrás que Cunha não tem qualquer dificuldade para tomar conta da cidade, ou não teria que ter (Administrar a Estância não parece um ‘Lego’ de montar?). Basta organização, projetos, bom senso e um pouco mais de preocupação com os demais pontos da cidade (de novo, as narrativas periféricas) e, se tiver atendendo estas regiões no que é possível, fazer estes moradores entenderem isso de uma vez por todas.

E aí entra em ação uma coisa chamada propaganda que, diga-se de passagem, malgrados todos os esforços, tem deixado a desejar. Sempre se comemora tantas e quantas visualizações disso e daquilo nas redes sociais. Se isso é o suficiente, então por que a impressão que fica é sempre a de que as ações de Cunha não têm visibilidade nenhuma?

Em função disso, reproduzo aqui comentário entreouvido outro dia por aí: “O prefeito não dá ouvidos àqueles que vivem na periferia: comunica-se apenas com aqueles que formam o núcleo mais chique da cidade”.

EXECUTIVO ENCAMINHA À CÂMARA
ORÇAMENTO 15,6% MAIOR PARA 2023

A Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia deliberou na segunda-feira passada, em sua primeira sessão ordinária do mês de setembro, o projeto de Lei nº 5887/2022, de autoria do Executivo, que estima a receita a fixa a despesa do Município de Olímpia para o Exercício de 2023.

Para a Câmara, o valor estimado de gastos é 37,78% maior que o deste ano. O Legislativo olimpiense tem tido crescimento substancial em seus gastos. Entre 2021 e 2023 o volume de recursos para os gastos da Casa de Leis passou de 104,89%, saltando de R$ R$ 4.705.000 em 2021, para os atuais R$ 9.640.330.

A estimativa orçamentária geral para o ano que vem está 15,6% maior que a deste ano. O Orçamento Geral do Município de ­­­­­­­­­­­­­Olímpia para o exercício de 2022 estimava a Receita e fixava a Despesa em R$ 310.066.273,74. Para o ano que vem, a LOA prevê receitas e despesas na casa dos R$ 358.486.117,84. Em valores nominais, a diferença é de R$ 48.419.844,10.

Do total do Orçamento Geral do Município de Olímpia para o exercício de 2023, R$ 261.207.827,21 são do Orçamento Fiscal e R$ 97.278.290,63 são do Orçamento da Seguridade Social. Lembrando que o Instituto de Previdência do Município prevê gastar 31,7% acima da estimativa de arrecadação, que é de R$ 20.844.400, para gastos de R$ 27.462.400, ou seja, R$ 6.618.000 acima do arrecadado no período.

Sendo assim, no projeto está delineado que a Prefeitura Municipal de Olímpia estima arrecadar R$ 303.898.167,84 e gastar R$ 287.639.837,84. Já a Câmara Municipal de Olímpia, que só tem gastos, estes poderão chegar a R$ 9.640.330, enquanto a Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Olímpia estima arrecadar R$ 33.743.550 e gastar os mesmos R$ 33.743.550,00.

Somados aos valores do OlimpiaPrev, de R$ 20.844.400, o Orçamento total para 2023 é de R$ 358.486.117,84, cujas despesas estimadas estão em valores idênticos. A prefeitura terá uma reserva de contingência de R$ 1.500.000.

O Orçamento da Superintendência de Água e Esgoto da Estância Turística do Município de Olímpia para o Exercício de 2023 estima a Receita em R$ 33.743.550 e a Despesa em R$ 33.743.550, com uma reserva de contingência de R$ 200.000.

O Orçamento do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Olímpia para o exercício de 2023 estima a Receita em R$ 20.844.400 e fixa a Despesa em R$ 27.462.400. Ou seja, o OlimpiaPrev vai gastar ano que vem acima da arrecadação, R$ 6.618.000.