É sempre assim. A festa é ampla, geral e irrestrita quando paga com o dinheiro público. A desfaçatez com que os senhores ocupantes de cargos públicos “brincam” com o dinheiro dos impostos é uma grandiosidade. Olímpia vem de dar um exemplo cabal neste aspecto, ao promover reajustes nos vencimentos dos 10 nobres edis, aos 13 secretários municipais e com a criação de seis cargos comissionados de assessor legislativo, sendo um para cada vareador não-ocupante da Mesa Diretora. Estes reajustes e novos cargos vão custar aos cofres públicos, por ano, a bagatela de R$ 489.586,45.

Notem que apenas estamos fazendo o cálculo das diferenças observadas nos vencimentos dos secretários – R$ 1.500,07 e dos vereadores – R$ 983, mais os vencimentos dos cargos em comissãos do novos assessores a serem contratados a partir de 2013 – R$ 1.514,29. Nos quatro anos do Governo Geninho (DEM) e de Beto Puttini (PTB) futuro presidente da Câmara de Vereadores, o município vai despender a bagatela de R$ 1.958.345,80, ou R$ 38.415,91 todo mês. Insisto: o cálculo é sobre apenas a diferença salarial dos secretários e vereadores para o ano que vem, e a soma dos novos seis cargos de assessoria.

Os seis novos assessores vão custar por mês R$ 9.085,74, ou R$ 118.114,62 por ano ou, ainda, R$ 472.458,48 nos quatro anos. A diferença dos vencimentos dos vereadores vai custar R$ 9.830 por mês, ou R$ 117.960 por ano ou, ainda, R$ 471.840 nos quatro anos. Já os secretários vão custar R$ 19.500 ao mês, R$ 253.511,83 ao ano, ou, ainda, R$ 1.014.047,30 nos quatro anos.

Sem sombra de dúvidas, um Governo eleito com mais de 70% dos votos faz (ou promove) a “diferença”.

SECRETÁRIOS
Prefeito Geninho informou que amanhã, a partir das 12 horas, já estará anunciando a lista dos secretários que trabalharão com ele a partir de 2013. Não se espera surpresas e as novidades serão Guto Zanette (PSB) em Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, em lugar de Puttini, que vai presidir a Câmara, e Dirceu Bertoco (PR), se nada mudou, na de Agricultura, em lugar de José Rizzatti (PSBD).

Na Saúde, deve permanecer Silvia Forti Storti – a menos que ela mesma deseje sair, como já se ventilou -; em Obras, deve permanecer Renê Galetti, mas aí está um setor em que pode haver surpresa. Na Educação, firme e forte fica a atual, Eliana Bertoncelo Monteiro que, como Silvia Forti, só sai se for por vontade própria. Na Assistência Social deve ser anunciado o vice Gustavo Pimenta, mas com fortes propensões a mudança num futuro próximo, quando o tucano poderá ser trocado pelo vereador Pastor Leonardo.

Consta que Pimenta não quer deixar seu pupilo Marcão do Gazeta de fora da Câmara e, para tanto, sacrificaria-se na Pasta. Porém, a rumores de que ele estaria de olho  na Prodem onde, consta, estaria o único setor a sofrer mudanças de imediato, são fortes. Interinamente, ou seja, nas Pastas de Administração, Governo, Finanças, Assuntos Jurídicos, Planejamento e Daemo (cargo equivalente ao de secretário), nada deve mudar, com ressalva para Administração, que pode ter nome trocado. É esperar para ver.

DE PONTA CABEÇA
Quanto à questão relativa à diplomação de Alcides Becerra Canhada Júnior e Jesus Ferezin, ontem à noite, 18, na Câmara de Vereadores, conforme sugeri no próprio post tratando do tema, basta que façam a leitura com sentido contrário e entenderão como pode ficar a situação agora.

Os dois eleitos foram diplomados porque seus advogados teriam convencido o Tribunal de Justiça que não tiveram seus direitos políticos cassados com a condenação por improbidade administrativa, embora haja entendimento de que a perda dos direitos políticos esteja implícita em condenação deste naipe.

E quanto ao escritório de advocacia da capital, Becerra disse ontem à noite que não custou R$ 100 mil, nem foi o prefeito que pagou. “O prefeito Geninho apenas nos indiciou o escritório”, disse ele. A contratação do famoso escritório foi feita em seis parcelas. Teria custado ao dois R$ 26 mil.

O TEMPO CURA
Não são só dores de amores que, diz o poeta, o tempo cura. O tempo cura, também, desavenças políticas. Manda ao léu provocações, acusações e quetais. Exemplos do vereador Luiz Antonio Moreira Salata (PP) e do hoje prefeito Geninho (DEM). Os dois, em 2004, ambos ocupando cadeira no Legislativo, andaram às turras. E a coisa foi feia, segundo recorte de jornal que chegou às nossas mãos hoje.

Trata-se da edição do dia 30 de abril de 2004 do semanário “Nova Edição”, que traz matéria à página 8 com o seguinte título: “Salata acusa Zuliani de superfaturar obra escolar”. Trataria-se de construção de salas na escola Zenaide Rugai Fonseca, na Cohab IV. Dizendo que Geninho, pelo pouco que estava na política, vinha realizando “muitas mágicas”, pediu explicações sobre o porquê da construção de uma sala e um galpão ter custado R$ 97 mil para a prefeitura.

“Poderia se fazer 20 salas de aulas com este dinheiro”, disse Salata à época. Depois, veio com a sacada que se tornou célebre: “Em pouco tempo de vida pública, sendo Geninho ele já conseguiu tantas mágicas, imagine quando chegar a Genião”.

Como prefeito já indo para seu segundo mandato ele pode ser considerado “Genião”, vereador Salata?

Até.