Amigos do blog, que grande dilema! Mais profundo e enraizado que o dilema Tostines (‘vende mais porquê é fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais?’, se não estou enganado!), porém, um dilema. Até porque há dias, mais que isso, há meses que o assunto está nas “bocas malditas” das rodas políticas.
E, claro, quando se trata das rodas, as opiniões sempre convergem para o âmbito estritamente político, às vezes politiqueiro. Mas nunca estas opiniões têm embasamento numa eventual “verdade não-perceptível”. Ou seja, aquela verdade que seria, mas não se corporifica como tal.
E, em sendo assim, acaba prevalecendo a “verdade sub-reptícia”, aquela que pode não ser, mas se corporifica como tal. Até porque, em política, valem as versões, não os fatos, como já disse certo político das antigas, conceito hoje muito “respeitado”, sem a menor crise de consciência, nas ditas rodas de “bocas malditas”. Faz parte do show (?).
Mas, vamos deixar para trás as considerações de ordem moral. Vamos focar o post nas considerações de ordem prática. O primeiro fato a salientar, no âmbito deste dilema, é que houve um compromisso muito forte firmado entre o então pré-candidato a prefeito Geninho, e o idem a vereador Salata.
Este político de tempos corridos não só deu “xeque-mate” nas negociações visando interligar pontas que não se enredavam, como impediu que, quando candidado consolidado, Geninho tivesse sua candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral, no episódio da multa eleitoral, lembram?
Não fosse a interveniência de familiares advogados do agora vereador junto à banca de togados, o prefeito hoje não seria quem é. Diante disso, fica difícil o alcaide negar o que quer que seja a Salata. Muito menos um cargo ao qual ele não chegou por pouco mais de 150 votos – apoiando sua candidatura.
E ainda por cima, com uma grande oportunidade de “juntar a fome com a vontade de comer”, que era o fato de Beto Puttini querer ardentemente a Secretaria de Turismo (claro, com seus apêndices Cultura, Esporte e Lazer) – lembrando que é aí, neste “querer ardentemente” que as rodas inferem sua “verdade sub-reptícia”.
E voltam ao dilema: resumido, Beto saiu para Salata entrar, ou Salata entrou porque o Beto saiu? Ou, mais especificamente, havia de fato um desejo incontido de Puttini em ser secretário municipal, ou as coisas foram conduzidas de maneira a possibilitar contemplar Salata com a cadeira no Legislativo?
As rodas serão capazes de decifrar este dilema enigmático? Aguardemos.
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