Baixa expectativa, zero surpresa. Mas, quem disser que os bastidores da eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da Estância foi de paz e plena aceitação, estará mentindo descaradamente.

Há suspeitas até de que o deputado federal Geninho Zuliani tenha tentado, ou pelo menos, no escuro, ajudado Márcio Eiti Iquegami, vereador de sua bancada, a seduzir colegas para a formação da sua Mesa. Ou, como antecipamos aqui, dar um golpe no prefeito Fernando Cunha. Mas, como também antecipamos aqui, não encontrou respaldo entre os colegas.

Entre reuniões e conversas, praticamente todos os colegas passaram pela “sala das oferendas”, movimento que chegou até à Praça Rui Barbosa, enfurecendo o titular da cadeira. Mas, suas determinações, se revelou depois, estavam fincadas em bases sólidas.

Porque foram tantas e tamanhas as artimanhas, chegando-se até a jogar com a questão da idade, aquela do “assume o mais velho em caso de empate”. Assim, aquele que é vice seria, na verdade, o presidente. E por aí afora. Mais não digo, porque não me foi perguntado.

Assim, em sessão ordinária realizada na segunda-feira, 13, a Casa elegeu, por unanimidade, nova Mesa Diretora, para o biênio 2023/2024, conforme antecipamos aqui na semana passada: Renato Barrera Sobrinho, do Solidariedade, presidente; Hélio Lisse Júnior, do PSD, vice-presidente; Rodrigo Flávio da Silva, o Rodrigo Ruiz, também do PSD, 1º secretário, e Héliton de Souza, o Lorão, do Progressistas, como 2º secretário.

Observaram que foi por unanimidade, né? Como também aventamos aqui em postagem anterior. Se Iquegami estava empenhado em se eleger presidente, uma vez fracassada sua intenção, não teve coragem de ser voto dissidente na Casa, “peitando” a regra geral estabelecida para aquela noite.

Esta situação se deu, todos também o sabem, porque o mandatário de turno colocou os vereadores genistas sob rédeas curtas, uma vez que o ainda deputado já deixou vazar que em dois anos deverá vir disputar a cadeira de prefeito da Estância Turística de Olímpia.

E Cunha já antecipou que não vai apoiá-lo. Por isso também não permitirá visibilidade além daquela a ser permitida por ele, prefeito, aos vereadores da bancada do pretendente. As benesses político-administrativas, serão dosadas em conformidade com seus próprios interesses.

Há rumores de que Cunha pretende lançar um nome novo para a campanha de 2024. E deverá buscar este nome no meio empresarial jovem da cidade. Até porque não poderá lançar mão de alguém do meio que não seja natural da Estância, pois geraria grande desconforto perante o eleitorado, além do que precisaria de um esforço hercúleo do chefe do Executivo, que não teria lá muito carisma eleitoral, ao que consta, embora o balaio de votos de sua reeleição.

E num embate com Zuliani, por mais que ele tenha magoado eleitores por aqui, não seria nada fácil sair-se vitorioso. Vão dizer “Ok, nós temos pesquisas e o deputado está muito mal por aqui”. Mal, quanto? Mal a que ponto? E, se ele está “muito mal”, presume-se que Cunha esteja muito bem, correto? Bem, quanto? Bem a que ponto?

Todos sabemos do que é capaz o deputado numa campanha eleitoral. Que aliás, em Olímpia, nunca perdeu. Esta não-eleição a vice-governador foi circunstancial e fruto de erros primários na campanha que não era dele, propriamente.

O que quero dizer é: se Cunha realmente vai alijar Zuliani do seu apoio, que venha “armado”, porque sabemos todos, o deputado é um verdadeiro “trator” quando se trata de eleição onde seu nome é o foco.

O assessor para assuntos políticos do alcaide, Paulo Marcondes, sabe muito bem do que estamos falando. E, claro, se lhe for dada a incumbência de tratar diretamente do embate, saberá o que fazer. Espera-se que tenha aptidão e ingerência suficientes para mudar pensamentos e atitudes do turrão do seu chefe.