O prefeito Geninho (DEM) mandou seu assessor de Gabinete, Pita Polisello, distribuir para a imprensa local, informação que julga da maior importância: que a cidade foi contemplada no Programa de Aceleração do Crescimento-PAC, do Governo Federal -aquele que é ‘mau pagador’, lembram?- com uma verba de R$ 13,33 milhões, dinheiro que servirá para a mpliação do “SAA” de Olímpia (deve ser “Sistema de Abastecimento de Água”), para a captação, para a conclusão da Estação de Tratamento de Água-ETA, construção de adutora, rede de distribuição, estação elevatória e reservatórios.
Traduzindo, esta liberação de verba seria a concretização do projeto de captação de água do Rio Cachoeirinha, no trecho acima da SP-322, com a consequente construção de aproximadamente seis quilômetros de adutoras e o término da construção da nova ETA. Esta “nova ETA” é aquela que até pouco tempo atrás tinha em seu redor o mais caro viveiro de mudas do mundo, já que ali estão “enterrados” milhares de reais. A proposta é retirar da calha do Rio Cachoerinha, pelo menos 400 mil litros de água por hora.
A liberação do montante em recursos para implantação deste projeto está publicada no site www.in.gov.br, com data de hoje, 23 de dezembro, com o seguinte teor: “Nº 245, quinta-feira, 23 de dezembro de 2010 ISSN 1677-7042 127. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 00012010122300127 – Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil – ANEXO I”.
Lá estará o resultado da seleção pública de cartas-consulta para acesso a recursos de programas/ações sob a gestão do Ministério das Cidades, inseridos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC, beneficiando Olímpia, integrante do Grupo 2. Diz ainda o e-mail que o prefeito “pediu para salientar que o projeto deve-se, em primeiro lugar, à competência da equipe do Daemo, e para registrar seu agradecimento ao apoio dos deputados Devanir Ribeiro e Paulo Teixeira, ambos do PT, que são seus amigos pessoais”.
A ETA, cuja obra de construção foi paralisada no final da década de 90, teria custado aos cofres públicos mais de R$ 400 mil, dinheiro recebido a fundo perdido do Governo Federal em 1994. Ela, da maneira como foi deixada, representa apenas 5% do projeto anunciado à época, praticamente o mesmo de agora, ou seja, a possibilidade de abastecer o outro lado da cidade, fechando, assim, quase 100% de água servida à população por meio dos nossos mananciais.
A título de informação, no início de fevereiro de 1997, a construção da ETA (que já era objeto de inquérito policial, que se transformou depois em ação civil pública face a denúncias de que teriam ocorrido irregularidades na sua construção), era considerada um ‘elefante branco’ pelo engenheiro Carlos Eduardo de Almeida Meyer, especialista em hidráulica, que defendia estudos para aumentar a captação de águas através da perfuração de poços.
Agora, ao que tudo indica, outros especialistas entenderam que não é bem assim, e aquele velho projeto do (des)governo Moreira (1993/1996), volta a ser tocado. Claro que, com algumas novas nuances, afinal, passaram-se mais de 15 anos desde os primeiros traços. A cidade cresceu geograficamente e demograficamente. As necessidades são maiores agora. Espera-se que os atuais especialistas de fato saibam o que estão fazendo, para não termos mais uma obra que começa e não sai do lugar. Ou, até, começa e depois é desmanchada por falta de gerenciamento.
E espera-se, também, que o prefeito tome os devidos cuidados por tratar-se de verba federal que, ele mesmo disse, é liberada conforme a obra se desenvolve. Principalmente para não ter que gritar por aí novamente que o “Lula é caloteiro” -até porque a presidente será a Dilma, e não fica nada bem a um prefeito ofender uma mulher, ainda que presidente da República-, o prefeito precisa cercar-se de todos os cuidados. Uma UPA basta como exemplo de treslouquice.
Comentários fechados.