Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Tag: Santa Casa de Misericordia de Olímpia (Página 3 de 3)

MONTINI RENUNCIA À BENEFICÊNCIA NA SEXTA

Vista parcial da Capela anexa ao prédio, vendo à frente corrimão de rampa acessória para setor “implantado” na arquitetura do imóvel

A renúncia do presidente da Sociedade de Beneficência Portuguesa de Olímpia já tem data marcada. Será na próxima sexta-feira, dia 24, no cair da tarde (17h30 em primeira convocação e presença de 1/5 dos associados), ou no chegar da noite (às 18 horas, com a presença de qualquer número de associados).

Uma assembléia geral ordinária e extraordinária foi convocada, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM, edição deste sábado, 18 de março. A convocação, no entanto, tem data do dia 15, quarta-feira.

Na ocasião, será feita a apresentação da situação econômica, fiscal e jurídica da instituição e apresentação de chapa para eleição de nova diretoria, votação e posse dos eleitos, na assembléia ordinária; e a assembléia geral extraordinária se destinará à renúncia de sócios, à frente seu presidente, advogado Mário Francisco Montini.

O encontro será na própria sede da SBP, na praça Altino Arantes, e terão direito a voto os associados efetivos constantes do livro próprio da instituição e que comparecerem à votação.

Montini renunciará à função movido pela forte polêmica causada nas redes sociais por publicação do semanário Planeta News, dando conta de que o vereador Hélio Lisse Júnior iria pleitear o tombamento daquele imóvel, para evitar possível venda e demolição posterior por empreendedores imobiliários.

É certo que houve uma interpretação apressada de alguns olimpienses que foram ao Facebook fazer críticas severas e obter comentários ainda mais desabonadores ao presidente da Associação. Deram como favas contadas a venda e a demolição. Quando na verdade a ação do vereador era apenas preventiva.

De qualquer forma, o presidente, que também é provedor da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, de cuja função também irá renunciar em breve, sai sob uma tempestade de críticas e fortíssima pressão do Executivo Municipal, que o quer fora da Santa Casa. As duas coisas se juntaram porque aquele prédio, por doação, é de propriedade da Santa Casa.

Ficará claro para a coletividade a sanha apropriadora do prefeito de turno, quando se anunciar a chapa que irá assumir os destinos daquele prédio, em situação de deterioração, depois de ser sede da Secretaria Municipal de Saúde, antigo hospital, antes ainda prefeitura e Câmara.

De qualquer forma, a polêmica toda em torno da Beneficência serviu para acordar o nosso até então silente e sonolento Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico–Comdephact, que em reunião convocada às pressas e de forma relâmpago aprovou por unanimidade, na noite de quinta-feira, 16, o tombamento deste e também, na mesma “fiada”, dos escombros da Estação Ferroviária.

De acordo com o Conselho, “o prédio da Beneficência Portuguesa expressa a expansão sócio-econômica do Município, com relevante potencial da indústria cafeeira da região, representada por um dos maiores cafeicultores do Estado de São Paulo, Geremias Lunardelli, que, em 1921, doou os prédios principais do Complexo Arquitetônico, com o objetivo de ser o Paço Municipal de Olímpia. Em 1926, os prédios foram adquiridos pela Sociedade Beneficência Portuguesa, instituição representativa da colonização que lhe confere o título”.

Embora o vereador Lisse Júnior tivesse se precipitado e lançado em sua página no Facebook logo após a reunião que o prédio já estava tombado, na verdade este é o primeiro passo, ainda. Os próximos passos serão a notificação para os responsáveis pelos prédios, aguardar prazo de 15 dias para possíveis manifestações e posterior encaminhamento ao prefeito para publicação do decreto de tombamento.

O “prédio do Comind”, no original, e depois de passar por uma “recauchutagem”

A título de informação, o Conselho foi criado por lei em 2010, e teve como seu primeiro presidente o então secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Humberto José Puttini. Até então, somente um prédio havia sido tombado por ele na cidade: o chamado “prédio do Comind”, nas esquinas da São João com David de Oliveira, atualmente em obras. Depois disso, o Conselho “hibernou”.

QUEM GANHOU COM O EMBATE SANTA CASA-GOVERNO? PORQUE O CIDADÃO PERDEU

No final das contas, quem ganhou alguma coisa com o embate da semana passada entre prefeitura e Santa Casa de Misericórdia de Olímpia? Se vitoriosos há estes se mantêm sob o manto de suas mais mesquinhas intenções. Agora, é seguro dizer que perdedores houve. E estes são os que pagam a esta gente para que cuidem de seu bem estar, de sua saúde, enfim, de sua vida.

Ao contrário, estes foram bombardeados pela máquina do governo e seus falseamentos da realidade. Uma “queda-de-braço” desnecessária, a revelar o quanto de vaidade cabe num processo político-administrativo. E a vaidade, já dizia Machado de Assis, “é um princípio de corrupção” da alma.

E se considerarmos que vaidade é a qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória, teremos, ipsis literis, o que ocorreu em Olímpia nos últimos dias.

A novidade do sábado foi um comunicado emitido pela assessoria do prefeito Cunha (PR), dando por acabada a cizânia, uma vez que o provedor do hospital, Mário Francisco Montini, voltou atrás em sua decisão e resolveu aceitar os termos impostos pelo Executivo municipal. Diz a íntegra do texto:

“A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da secretaria de Saúde, informa que a provedoria da Santa Casa de Misericórdia do município encaminhou ofício, no início da tarde deste sábado (11), revogando os efeitos da contranotificação enviada à secretaria municipal de Saúde, na quinta-feira (9), bem como aceitando o valor proposto de R$ 105 mil, a título de subvenção.

Com isso, o atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) que, desde ontem está sendo realizado pela Santa Casa de Barretos, foi imediatamente normalizado e, portanto, os pacientes voltaram a ser encaminhados para o hospital local. O contrato para o repasse do SUS à instituição, por meio da Prefeitura, deve ser assinado na próxima segunda-feira.”

Tão curto o texto e mesmo assim encerra uma imprecisão, aparentemente de forma proposital. Ao que consta, o atendimento SUS estava sendo feito em Barretos por determinação do próprio governo municipal, com a finalidade pura e simples de por antecipação tirar o atendimento SUS do hospital, assim desobrigando o município a fazer o repasse daquele órgão federal à entidade local.

Haja vista que a Santa Casa só atende em casos de urgência e internação. O primeiro atendimento em urgência, ou nas emergências, quem faz é a UPA. Se estavam mandando os atendimentos SUS para Barretos, então eram os casos de internação.

As urgências, difícil imaginar, porque o governo é crítico deste tipo de atendimento até mesmo pela Unidade de Pronto Atendimento, razão pela qual quer um PS na Santa Casa.

Por que então mandaria estes pacientes para Barretos? Se risco há de morte no trânsito entre UPA e Santa Casa, muito mais entre Olímpia e Barretos. Seria trocar cinco a dez minutos, por 40 a 50. Total incongruência, pois.

Por outro lado, as consequências de se manter este embate pelas partes seriam sentidas fortemente pela população. A começar pelos próprios funcionários da Santa Casa, uns perdendo o emprego, outros ficando sem receber. Outra parte, as famílias, que teriam seus doentes longe de si. E para quê? Sustentar vaidades, como já se disse.

De outra parte, é sabido que Cunha exige a renúncia da atual diretoria da Santa Casa, ou ao menos de seu provedor, numa atitude eivada de interesses políticos. No lugar de Montini, aguardem, será colocado algum apaniguado de turno (o qual poderíamos até nominar aqui, mas vamos aguardar). Sempre foi assim, mas esperava-se que esta prática tivesse fim neste novo governo. Ledo engano.

Seria interessante que a secretária de Saúde informasse ao público agora se os valores a serem repassados são suficientes para manutenção do hospital. Se a Santa casa estava se negando também a interagir com  a UPA e com a própria secretaria buscando melhoras nos atendimentos. E qual é o projeto de futuro que o governo municipal tem para a Santa Casa. Estão devendo isso à população.

No momento, mais importante que tudo é que a paz volta a reinar na cidade, claro que no âmbito público, porque os bastidores vão continuar “fervendo”, mas o prefeito, a nosso ver, continua devendo um pedido de desculpas ao seus eleitores, pelo menos, que foram abalados emocionalmente com a “performance” redatorial-terrorista -inédita por estas plagas, diga-se- de alguma mente obscura incrustada no governo, se não a mando do próprio.

DE NOVO, A SANTA CASA NO ‘OLHO DO FURACÃO’ POLÍTICO?

Não temos procuração para falar em nome da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, nem queremos fazer as vezes de “advogado do diabo”. Mas é o inconformismo que nos leva a elaborar este texto assim, quase no final do dia.

A irritação com a desfaçatez do governo municipal de turno é o segundo motivo. Se não, vejamos o título que deram a texto distribuído pela assessoria do prefeito Cunha (PR) à imprensa na tarde de hoje: “Prefeitura tenta ajudar Santa Casa e provedor recusa repasse com ameaça de suspensão de atendimentos e demissões”.

É muita capciosidade, para dizer o mínimo. Repetimos, nada temos a ver com a diretoria do hospital, nem relações muito próximas, eis que problemas já tivemos de sobra com ela, jornalisticamente falando.

Agora vejam também a má-fé do enunciado do texto:

“Moradores de Olímpia e região poderão ser prejudicados com a suspensão de atendimentos e demissões na Santa Casa de Misericórdia da cidade, nos próximos dias. Isso porque a provedoria do hospital alega falta de recursos, mas tem se negado a receber o valor do repasse mensal da Prefeitura da Estância Turística de Olímpia proposto para renovação do contrato.”

O governo municipal faz terrorismo junto ao cidadão, para justificar sua picuinha política frente à atual diretoria do hospital, talvez mais exatamente contra seu provedor, advogado Mário Francisco Montini.

Se o prefeito e seus asseclas têm diferenças políticas com a diretoria do hospital, que as resolva politicamente, mas no diálogo, de preferência aberto, para que toda a população saiba o que está acontecendo, ou o que pode acontecer com o seu patrimônio. Sim, porque não há como negar que a Santa Casa é patrimônio do povo que dela depende em seus momentos mais difíceis.

Com esta atitude de tentar jogar a população contra a diretoria do hospital, pratica-se o jogo do cinismo, desrespeita-se aqueles que direta ou indiretamente contribuem para que tenhamos serviços médicos condizentes com nossas necessidades.

O que não dá mais é para aturar esta mania que os políticos olimpienses têm, de usar o hospital como ferramenta de campanhas eleitorais, prometerem mundos e fundos, se comprometerem com isso e aquilo, e depois o que se vê é o hospital na mesma situação de sempre, ou seja, de mendigar uma “emendinha” aqui, outra ali, e nada se resolve de uma vez por todas.

Este que vos escreve confessa que alimentou certa esperança de que a coisa, desta vez, fosse diferente. Que, de fato, uma nova realidade fosse palpável. Que revoluções hospitalares estavam por vir. Mas, parece que repuseram na máquina a mesma película. E estamos, sinceramente, cansados de ver esse filme.

É inadmissível, também, por certo, usarem o governo passado como espelho. Olham para o retrovisor o tempo todo, estes governantes. Não devem, em hipótese alguma. Esqueçam de vez o que foi bem ou mal feito na vossa visão. Vocês prometeram ser diferentes, prometeram ao eleitor um “novo mundo possível”.

Cumpram!

E comecem pela Santa Casa. Mas comecem jogando o jogo aberto, claro, transparente. O que está se sucedendo lá? Tragam a público. Por que esta diretoria, ao que parece e aos vossos olhos, não serve? Estão atrapalhando vossos planos, vossos projetos de melhorias e reestruturação do hospital? Contem para todos nós.

Mas, por favor, poupem o cidadão já desesperançado com tantas mazelas vistas e vividas por este país afora, de suas idiossincrasias políticas, está na hora da política olimpiense amadurecer.

Um texto como esse nesta altura dos acontecimentos, quando o alcaide já caminha para o final dos seus 90 primeiros dias -a partir de quarta-feira começa a contagem regressiva dos 15 dias finais – é decepcionante. Esperava-se que viesse com uma proposta de solução para a Santa Casa, um projeto novo, que não o retrocesso do pronto-socorro, para corroborar com o discurso de campanha.

A certa altura, diz o enviesado redator: “O retorno do hospital, que chegou à secretaria de Saúde na tarde de quinta-feira (9), contrapropõe a oferta municipal, pedindo que a subvenção mensal da prefeitura deva ser de R$ 466 mil reais (sic), o que corresponde a cerca de R$ 5,6 milhões ao ano – quase 500% a mais do que foi aprovado pela gestão passada para este ano como subvenção, adicional aos repasses do SUS.”

É claro que não se pode descartar, caso o contexto seja mesmo esse, uma certa provocação da diretoria face ao Governo municipal com tamanhos valores. Mas é preciso ressaltar que não deveria causar espanto ao grupo no poder, sabedores que a situação do hospital, para ser solucionada de vez, necessita disso e muito mais.

Claro está que em sã consciência, nenhum cofre de cidade do porte de Olímpia tem a dispor tantos reais para atender um setor específico. Mas usar isso como arma de embate provoca engulhos. Provoca engulhos também o malabarismo redatorial visando “endeusar” a administração neste aspecto, e “demonizar” o hospital.

E mais: não importam os desdobramentos das próximas horas. O estado de indignação deste blog vai permanecer, até que, de fato, algo mude para o bem. Até que, de fato, se parta para a prática.

Porque, sinceramente, não dá mais para suportar outra atitude n em relação à Santa Casa, que não seja, digamos, um “mutirão” de transformações, modernizações, readequações, enfim, um projeto definitivo, para acabar com essa lenga-lenga, esse chororô de todos os dias e, acima de tudo, tirar o hospital da reta político-eleitoral.

É muito ruim vendo gente se eleger a cada pleito e a Santa Casa ali, sempre do mesmo jeito, sempre sendo a ferramenta certeira para atacar o inimigo, angariar votos com isso e, depois, fazer a mesma coisa. Isso cansa.

Tirante outras aberrações textuais, essa é de doer: “(…) Cabe lembrar que a Santa Casa é de direito privado e de caráter filantrópico, realizando também atendimentos particulares e de convênios de saúde, cuja arrecadação deve ser administrada pela direção do hospital, sendo que a prefeitura não tem conhecimento e nem qualquer gerência nos gastos e na administração da instituição.”

Não sabiam disso durante a campanha? Parece que não.

E essa vai doer mais ainda: “Salientamos que a sustentação do hospital não é de responsabilidade apenas da prefeitura de Olímpia, como é o caso da UPA – Unidade de Pronto Atendimento. A provedoria também tem a função de captar recursos por outras fontes sem causar prejuízos às demais áreas da cidade. Seria um crime de responsabilidade com a gestão do orçamento do município”, ressaltou a secretária de saúde, Lucineia dos Santos.

Crime de responsabilidade, senhores, é lançar mão deste argumento absurdo, uma vez que, sendo a Santa Casa o único hospital de que o povo dispõe, passa a ser, sim, de responsabilidade da municipalidade, sua sustentação. Não quer o modelo de gestão atual, modifica-o, municipalize-o. Porque agora é tarde para sacar do “coldre” a arma da indiferença.

Ao final, queremos lembrar, mais uma vez, que não se está aqui defendendo a diretoria ou suas propostas, ou sua não aceitação, ou que a dinheirama corra solta por lá. Defendemos, e com gáudio, nosso hospital. Por ele que nos batemos. Historicamente, até.

Assim, rogamos: basta!

 

A PRETENDIDA ‘GRIFFE’ CUNHISTA E O ADEUS À UEUO

A assessoria do prefeito Fernando Cunha (PR) está divulgando, por meio da Secretaria de Saúde e Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, o estabelecimento do que chamam de “parceria inédita”, nos termos propostos. Além do que, chamam de “conquista de um importante benefício para os munícipes na área da saúde”.

Dizem terem sido feitas várias reuniões e “articulações” e que, a partir de então, Olímpia passará a contar com o projeto “Alta Responsável” (Por favor, não pensem que altas dadas até agora foram irresponsáveis, certo?).

Acreditam seu idealizadores, que “a parceria traz benefícios tanto para a Santa Casa, promovendo um aumento dos indicadores de excelência, quanto para a saúde do município, que promoverá um melhor atendimento aos pacientes, aos quais o projeto é destinado, como hipertensos, diabéticos, gestantes, puérperas e recém-nascidos.”

Aí vem a explicação necessária: “A ‘Alta Responsável’ consiste no atendimento de pacientes que obtiveram alta, sendo garantido a eles a continuidade do tratamento após deixar os cuidados médicos da Santa Casa e um fluxo de assistência necessária (Por favor, não pensem que antes o indigitado(a) cidadão(ã) não tentavam continuar o tratamento fora do hospital, malgradas as dificuldades que ainda não foram sanadas).

“Cada paciente terá um protocolo hospitalar, no qual a Santa Casa encaminhará as informações de histórico do paciente à divisão de Atenção Básica. Com as informações em mãos, a divisão irá agendar o médico responsável, o dia e o horário da consulta, e a Unidade Básica de Saúde a qual deve comparecer. Após este procedimento, o paciente recebe o protocolo junto à alta, tendo ciência de como proceder para dar continuidade ao tratamento.”

Parece difícil? E é. Burocratização como forma de facilitação. Pelo release não dá para atinar muito bem como será feito isso. Não se fala em prazos para consultas, atendimentos, se este público almejado terá prioridade na rede, se terá que seguir o trâmite burocrático normal, etc. Enfim, não se sabe ao certo se estão mudando para mudar, ou se estão mudando para ficar como está. Ou pior.

Segundo a diretora da divisão de Atenção Básica, Janaína Simões, “a parceria tende a diminuir o índice de internações de pacientes deste grupo, possibilitando a eles um atendimento estratégico em cada especialidade” (por favor, não pensem que estes pacientes se internavam a bel-prazer à primeira tontura, ou que a Santa Casa tivesse disponível vagas a torto e a direito).

“Esta inédita parceria visa a saúde da pessoa, trabalhando a questão preventiva e oferecendo serviços que promovam o aumento da qualidade de vida e evitem outra internação. A Rede Básica é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde, desta forma é possível detectar mais rapidamente os diagnósticos e proporcionar uma assistência de mais qualidade para aquelas pessoas que não têm a ideia que após a internação elas precisam de um acompanhamento mais direcionado”, explica a diretora (Por favor, não entendam isso como ignorância do paciente, ao achar, por certo, que após a internação pode mandar o médico às favas).

Bom, com tudo e por tudo, resta a nós mortais botocudos que não pensamos nisso antes, a questão: não é uma emulação “caipira” do processo implantado há décadas, chamado Programa Saúde da Família?

O PSF foi implantado no Brasil, pelo Ministério da Saúde, em 1994. É conhecido hoje como “Estratégia de Saúde da Família”, por não se tratar mais apenas de um “programa”. O Estratégia de Saúde da Família visa a reversão do modelo assistencial vigente, onde predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais.

A família passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. O programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.

Como consequência de um processo de des-hospitalização e humanização do Sistema Único de Saúde, o programa tem como ponto positivo a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do ambiente hospitalar.

Será que só estão querendo apor uma “assinatura” cunhista no PSF?

ADEUS, UEUO
A União dos Estudantes Universitários de Olímpia-UEUO, pode ser a próxima vítima da sanha revisionista do novo governo municipal.

O prefeito acaba de encaminhar à Câmara de Vereadores, com pedido de Urgência para discussão e votação em Redação Final (ou seja, para ser resolvido de uma tacada só, na noite de hoje), o Projeto de Lei nº 5182/2017, avulso nº 14/2017, de autoria do Executivo, que autoriza o Poder Executivo a custear transporte rodoviário para estudantes universitários e dá outras providências.

Ou seja, Cunha retira da União todo o seu “oxigênio”, que era o atendimento à essa categoria de estudantes, que no ano passado eram mais de 280 inscritos e mais de 210 atendidos com o Bolsa-Auxílio, e que neste ano os inscritos ultrapassaram a casa dos 300 estudantes, e os atendidos podem chegar a 250.

Ainda não se teve acesso à íntegra do projeto, que está em discussão agora de manhã na Casa de Leis, para um bom resultado logo mais à noite, na segunda sessão ordinária da Câmara olimpiense, nesta Legislatura.

Até então, a “voz da UEUO” na Câmara, era o vereador Hilário Ruiz (PT depois PSD), candidato derrotado a prefeito em outubro passado. Sua coligação elegeu o “pupilo” Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, que já militou na presidência da entidade e era um dos grandes entusiastas, junto a Ruiz, das ações realizadas ali.

A ver qual será sua postura diante de mais esta “novidade” cunhista. A ver, também, as razões pelas quais se tomou tal decisão: desconfiança das diretorias passadas e presentes? Falta de prestação de contas? Falta de acuro diante de tamanha responsabilidade? Questão técnico-administrativa?

Ou apenas uma ação política visando esvaziar a instituição que, embora tivesse tido seus problemas, parecia caminhar sem maiores atropelos agora?

Com a palavra, a Câmara, durantes as discussões e debates (se houverem) na sessão de logo mais à noite.

MOMENTO DE DECISÃO: PS NA SANTA CASA, OU UPA MINI-HOSPITAL?

Diante de comentário postado na página social Facebook, a pergunta que surge é: como ficará a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, nesta nova gestão, e com a “nova” ideia de implantar lá um Pronto Socorro?

Já tratamos aqui do hospital, logo após entrevista à imprensa concedida por Fernando Cunha (PR), jurando aos quatro ventos que a Santa Casa “agora vai”.

Mas, partindo do pressuposto básico de que o alcaide, juntamente com seu vice, mais o pai deste, maturam a ideia de um PS nas suas imediações, há controvérsias sobre se o hospital “vai” mesmo. Ou, pode até ir, mas talvez não por um caminho almejado por todos os olimpienses.

Hoje a Santa Casa recebe elogios de tantos quantos ali são internados ou atendidos. Sua estrutura interna mudou, e bastante, para melhor. Seu corpo de enfermagem nem de longe lembra aqueles tempos sombrios que aquele hospital viveu.

Quem ali se interna, vai sempre com o espirito armado, esperando alguma surpresa desagradável. Mas, as surpresas sempre acabam sendo boas, mesmo para aqueles que não têm a sorte de ficar em um quarto privado ou dividido em dois a, no máximo, três pessoas. Surpreendem-se, no entanto, aqueles que ficam na enfermaria, que deixou de ser a antessala do “inferno”.

Questões outras, como a viabilidade econômica do hospital, que todos sabemos, é precária, não estão sendo discutidas aqui. Falemos da estrutura de atendimento-internação que evoluiu bastante.

Haja vista que não se ouve mais tantas reclamações como se via tempos atrás, aquele clima de guerra, de enfrentamento não mais existem por lá. Que milagres seus diretores operaram? Nenhum.

Essa nova imagem hospitalar que a Santa Casa desfruta foi forjada após a saída dali dos atendimentos de urgência e emergência. Do corre-corre com acidentados, dos desfalques médicos e instrumentais, da falta de pessoal qualificado e “humanizado” ao ponto certo. Temos que a tranquilidade na tomada de decisões foi primordial para que mudanças estruturais profundas pudessem ser feitas.

E o que possibilitou isso? Não restam dúvidas, o anteparo fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento-UPA, construída de impulso pelo então prefeito Geninho (DEM), louvada à época de sua inauguração exatamente por quem hoje a acha inadequada, embora não no todo, o médico Nilton Roberto Martinez.

É ele o principal idealizador de um projeto que instalaria na Santa Casa um Pronto Socorro, para receber os casos de urgência e emergência, que Martinez-pai entende ser mais seguro para quem está nesta situação.

Ele deve ter lá suas razões, como profissional renomado e respeitado que é, e o que é este blog para contesta-lo.

Porém, sugerir cautela e um maior cuidado com a ideia nos faculta a condição de cidadão-usuário e também observador do cotidiano urbano. Quem viveu o filme de terror que foram aqueles tempos, parecido um longa-metragem saído das entranhas mentais de um Stephen King, vai entender o que estamos tentando dizer.

A menos que seja um projeto inquestionavelmente inovador, que não abale as estruturas alcançadas a duras penas por aquele hospital, será válido.

Do contrário, que se promova na UPA muito mais ações do que simplesmente eliminar suas teias de aranha do teto e musgos nas paredes, para que ela seja um anteparo ainda melhor e mais eficiente para o hospital.

Por que, por exemplo, ao invés de levar um provável desassossego àquele nosocômio, não se trabalhar a ideia de fazer da UPA um mini-hospital? E olha que ela já está bem perto disso.

E, ao mesmo tempo, gastar as energias (e os $$) que dispuserem, para dotar a Santa Casa dos equipamentos que faltam, como UTI e Hemodiálise?

Contudo, porém, não nos acanharemos a vir aqui, daqui um tempo, reconhecer que nossas projeções estavam erradas, que o PS na Santa Casa foi o grande achado, etc e tal. Mas nos deem, de momento, o direito à mais profunda desconfiança quanto a isso.

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