Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Tag: Fernando Cunha (Página 2 de 14)

Daemo: Cunha joga seu legado administrativo no lixo ou ao contrário?

Andei conjeturando dias desses, pelas ondas sonoras do rádio, que um fator determinante a tornar a travessia do Governo Municipal no caso Daemo Ambiental menos perigosa, seria o cabedal de votos obtido nas eleições de 2020. Conjeturei que sua decisão de fazer a concessão da água, esgoto e dos serviços de captação e abastecimento da cidade se tornaria mais fácil pois, em tese, teria respaldo dos seus eleitores.

Logo veio alguém em socorro da realidade, demonstrando que Fernando Augusto Cunha (PSD) não é uma unanimidade, e não estaria tão confortável assim neste aspecto.

“Só para dizer, foram 16.460 votos. Mas, isso não faz do prefeito um rei”, me disse um contrariado cidadão que, claro, é contra a concessão. Ele prosseguiu na sua matemática eleitoral observando que as eleições de 2020 na Estância tiveram um total de 30.466 votos depositados nas urnas.

Destes, contabilizou-se, em votos válidos, 27.741. Os brancos foram 1.245, os nulos 1.480. As abstenções, (áh, as abstenções!) foram 12.456. “Juntando nulos, abstenções e brancos, mais 9.461 do Flávio (Olmos, PSL, segundo colocado), 1.496 do (Gustavo) Pimenta (do PSDB, terceiro colocado) e 324 do Willian (Zanoli, do PT, quarto colocado), pronto, o prefeito fica longe da maioria”, enfatizou este cidadão.

Cabe razão ao discordante. E meu numérico argumento cai por terra. Tem muito mais gente que não avalizou a recandidatura e, por conseguinte, o governo Cunha, que o contrário. Mas (e lá vou eu…), também se poderia jogar com a percepção popular de seu governo.

Noves fora nada, como será que está a avaliação do governo Cunha perante a opinião pública? Perante aqueles que nele não votaram, principalmente. Terá o prefeito agregado mais que desagregado ao seu balaio de votos?

Nós não sabemos. Mas ele sabe. E político nenhum joga fora sua memória administrativa por um capricho. Só se for um tipo suicida, daqueles que, passada sua fase, “danem-se todos”.

Portanto, é crível aventar que Cunha estaria jogando todo seu prestígio político-administrativo nesta empreitada. É só um palpite.

Mas, voltando ao tema deste post, a Câmara de Vereadores da Estância Turística de Olímpia realizou na manhã de segunda-feira passada, dia 21, sessão extraordinária com duração de cerca de 15 minutos apenas, atendendo convocação do Executivo Municipal, e deliberou e votou em 1ª Discussão, em Regime de Urgência, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 42/2022, que dispõe sobre revogação de dispositivo da Lei Orgânica do Município de Olímpia.

Este dispositivo em questão é o Inciso VII, do Artigo 181, da LOM, que obriga o poder público a organizar e realizar um referendo com vistas a colher a opinião popular sobre propostas de terceirização, concessão ou privatização da Daemo Ambiental.

Para o Executivo Municipal, a ideia de referendo ou consulta ou plebiscito, não é indicada no caso e podem, inclusive, configurar uma inconstitucionalidade a subverter o processo de concessão.

O tema, como era de se esperar e como já foi antecipado por este blog no ano passado, aliás, tão logo à aprovação do Marco Regulatório do Saneamento Básico, teve enorme repercussão nas redes sociais e fez surgir o Movimento Suprapartidário “O Daemo é Nosso”, criado com a finalidade de lutar pela não concessão da Superintendência de Água e Esgoto de Olímpia.

Seu porta-voz é o geólogo, consultor e gestor de empresas Márcio José Ramos, que num primeiro momento informou que o grupo “irá envidar esforços para que a exigência de um Referendo contida na Lei Orgânica do Município não seja retirada pela Câmara de Vereadores”.

Coincidência ou não, Ramos foi diretor superintendente da Prodem, na gestão de Luiz Fernando Carneiro (2001-2004/2005-2008) e de suas mãos saiu a concessão do transporte coletivo da cidade, de início turbulento e problemático até hoje.

Ramos fez duas concorrências. A primeira, outorgando os serviços para a Utinga, empresa de Santo André, de triste memória, depois com a saída desta outorgou os serviços para a Bontur, de Barretos, que segurou a barra por cerca de 20 anos.

E, neste aspecto, dá para o cidadão dizer se o transporte público continuasse nas mãos do município teria sido melhor? A passagem seria mais barata? Mais cara? A mesma coisa? O sistema de serviços ao público seria melhor, pior, a mesma coisa? Não havia, à época, a figura do referendo para colher junto à opinião pública qual sua posição.

O adendo é só para lembrar que, em assunto de concessão pública, Márcio José Ramos foi o pioneiro na cidade.

A sessão, realizada no hall de entrada da Casa de Leis, devido a reformas no prédio, contou com a presença de cerca de 30 cidadãos olimpienses, alguns portando cartazes contra a votação e também contra a concessão da Superintendência à iniciativa privada.

Durante a votação somente três vereadores fizeram uso da palavra, rapidamente: o primeiro secretário da Mesa, Márcio Eiti Iquegami (DEM), e Eliton de Souza, o Lorão (PP), e Alessandra Bueno (PSDB), os dois únicos votos contrários.

Márcio Iquegami disse tratar-se a revogação do dispositivo do Referendo, “uma decisão visando contribuir para que os trabalhos possam ser feitos dentro da legalidade”. Já Eliton de Souza contestou a derrubada do Referendo, por entender que é “o povo que tem que decidir sobre o tema, se privatiza ou não”.

“Se é inconstitucional, porque não foram brigar na Justiça, porque mandaram para a Câmara?”, perguntou. “Por que não deixamos a população escolher?”, completou.

Alessandra Bueno, por sua vez, disse ser contra, revelando que recebeu um telefonema do ex-vereador Dirceu Bertoco, autor da emenda à Lei Orgânica que inseriu nela o Referendo. “Ele me pediu para não votar favorável”, informou. “A Daemo pertence ao povo, devemos dar voz ao povo”, conclamou.

Um personagem deste imbróglio, ouvido na condição de anonimato, fez então uma observação que não pode ser desprezada. “Ela recebeu um pedido de um ex-vereador para votar contra e votou. E nós recebemos um pedido do prefeito para votar a favor e votamos”.

As conclusões deixo para os raros leitores.

PS: a votação em segundo turno da LELO é quinta-feira que vem, dia 3.

Que cara terá a Câmara da Estância em 2022?

O que esperar da Câmara de Vereadores em 2022? Será o último ano da atual Mesa Diretora. Quem virá na sucessão de José Roberto Pimenta, o Zé Kokão (Podemos)? Aliás, como ficará a Casa de Leis no tocante ao quadro de vereadores?

Sabe-se, a princípio, que o prefeito Fernando Cunha (PSD) irá mexer em uma das cadeiras. Vai sacar Hélio Lisse Júnior (PSD) para a secretaria de Segurança e Trânsito a ser criada tão logo a Câmara volte à ativa, entrando em seu lugar o suplente João Luiz Stelari, também do PSD.

Mas pode não ser esta a única cadeira a ter um novo titular. Há especulações de mudanças na pasta de Assistência Social, e na Casa de Leis há duas vereadoras com currículos que as credenciam a ocupar a vaga: Edna Marques, do DEM, e Cristina Reale, do PSD.

Esta última já foi titular do cargo na primeira gestão de Cunha e nas duas gestões de Luiz Fernando Carneiro (2001-2004/2005-2008), mas não goza de total simpatia e confiança junto ao alcaide.

No caso do prefeito sacar Edna Marques, outra mulher demista seria a titular da cadeira, não fosse pelo detalhe de ser a atual secretária de Turismo e Cultura da Estância, Priscila Foresti, a Guegué. Com sua renúncia à cadeira, subiria então Luiz Antonio Moreira Salata, o segundo suplente do partido.

Subindo Cristina Reale, passaria a ser titular da cadeira Rodrigo Ruiz, o terceiro suplente do PSD, hoje assessor em Olímpia do deputado Estadual Delegado Olim, do PPS.

Mas, não se pode descartar também, mudanças em secretarias como Saúde e Educação, embora o prefeito tenha ressaltado que admira o profissionalismo da atual ocupante da pasta da Educação. Nada disse, porém, sobre a da Saúde.

Mas, são duas áreas estratégicas e de altíssimo valor político, em mãos de pessoas técnicas. E políticos costumam torcer o nariz quando se deparam com situações tais. Estas, há de se aguardar que desfechos terão com o correr do tempo.

Na área da Educação, não há nomes do meio na Câmara, não há educadores lá. Portanto, a jogada seria com algum cacique político local, se for o caso.

Na área da Saúde, pode-se até considerar Márcio Iquegami, que é do ramo da medicina, como ortopedista. Opção distante que elevaria ao cargo o suplente Flávio Roberto Bachega.

Indo mais a fundo, existe a possibilidade da cassação do mandato de Alessandra Bueno, tucana irrequieta que vive tecendo armadilhas para si mesma.

Ela, que tem sido, até então, sua pior inimiga, entrou em atrito via redes sociais com certa figura da sociedade e advogada integrante da OAB/Olímpia, gerando um pedido de quebra de decoro já aceito pelo presidente Kokão.

Caso prospere o processo e ela de fato venha a ser cassada, sua cadeira será ocupada por Marcelo da Branca, primeiro suplente do PSDB.

Portanto, atentem para isso: em 2022 tudo pode mudar na Casa de Leis, ou tudo pode ficar como está. Embora seja certa a saída de Lisse e a entrada de Stellari, o resto é pura especulação (?).

E o prefeito também há de medir, cirurgicamente, as operações a serem feitas ali, uma vez que hoje navega em mar aberto, sobre águas tranquilas, nenhum solavanco, nenhuma onda mais ameaçadora.

E a Câmara ganhando este formato narrado acima, com os novos nomes, não restam dúvidas que ela se tornará mais ruidosa, pelo menos, fazendo sacudir o barco cunhista.

Lembrando que pode nem ser para agora. Este ano o alcaide tem grandes e polêmicos projetos a serem aprovados, como a desestatização da Daemo Ambiental, por exemplo.

Precisará da Câmara dócil da qual desfruta atualmente. Mas, em 2023 estaremos em vésperas eleitorais. Aí terá chegado o momento das “alquimias” político-eleitorais…

Daí que, exceto por Lisse, o resto não passaria de especulações políticas. Que caso se concretizem, tudo terá sido por manobra do prefeito Fernando Cunha, ou por pressão das bases políticas?

E a Região Metropolitana? Estância está dentro ou fora?

A “novela” Olímpia dentro ou fora da Região Metropolitana de São José do Rio Preto continua. Inicialmente cotada para constar do grupo de 35 municípios que a integram, acabou sendo alijada do processo quando da formatação do projeto.

Imediatamente o prefeito rio-pretense Edinho Araújo se manifestou dizendo que a participação de Olímpia era imprescindível e que iria solicitar por ofício sua inclusão. Porém, passados os dias, veio o projeto oficial para o governador João Dória assinar e encaminhar para a Assembleia Legislativa, e de novo Olímpia não estava na lista.

O prefeito Fernando Augusto Cunha foi ao encontro com o governador em Rio Preto e um dos assuntos tratados foi a inclusão da Estância na tal Região Metropolitana.

Cunha saiu do encontro com a promessa de que Olímpia será integrante da Região Metropolitana, por meio de uma emenda a ser apresentada pelo deputado estadual Itamar Borges, que até dia 31 de maio ainda é parlamentar.

O governador João Doria anunciou que a criação da Região Metropolitana de Rio Preto deverá ser oficializada dentro das próximas três semanas. O projeto de lei foi assinado no dia 18 passado, por Doria e pelo prefeito Edinho Araújo, e segue para aprovação da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Sem Olímpia, a proposta integra 35 cidades, tendo Rio Preto como polo, e beneficia uma população estimada em 855 mil habitantes, com PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 29 bilhões.

O prefeito Cunha insiste na inclusão de Olímpia, principalmente pela questão do uso do Aquífero Guarani, que mantém o turismo na cidade. “A expectativa é grande para a emenda ser aprovada”, comentou.

O Executivo Municipal já tinha feito um estudo onde demonstra a viabilidade da inclusão. O deputado estadual Itamar Borges, anunciado como futuro Secretário de Estado da Agricultura, será o autor da emenda à Assembleia Legislativa, com aval do próprio governador João Dória, que garantiu a Cunha a inclusão de Olímpia.

“Eu me proponho a apresentar a emenda parlamentar, com apoio do presidente da Assembleia Carlão Pignatari, do secretário Marcos Vinholi, do deputado federal Geninho, e do próprio Edinho”, disse Itamar Borges.

O deputado explicou que “tecnicamente, o estudo da Fundação Seade não permitiu, olhou só a Região Administrativa de Rio Preto, e como Olímpia pertence à Região de Governo de Barretos, não foi contemplada, mas o prefeito Fernando Cunha fez um estudo, comprovou que o apoio, suporte e estrutura de Rio Preto, e uma importante influência, que é o turismo de Olímpia, essa integração faz justiça à futura Região Metropolitana”.

Por sua vez, o prefeito Cunha agradeceu a intervenção de Itamar e deu um exemplo da importância de Olímpia figurar na Região Metropolitana de Rio Preto.

“A Região Metropolitana trata os problemas comuns aos municípios de uma só forma, Olímpia é dependente do Turismo, do Aquífero Guarani, que é regional, Rio Preto é o maior consumidor das águas do Guarani, por isso é um dos exemplos que precisam ser tratados em conjunto”.

PS: Algo que muitos se perguntam: o deputado Geninho Zuliani tem interesse no tema? Se tem, até agora não o demonstrou com a ênfase necessária, dizem outros.

Mas, por que o parlamentar olimpiense poderia vir a não ter interesse em tão relevante tema, caso não tenha, é a pergunta que deixamos.

O ‘rebuliço’ tucano pode sacudir estruturas locais?

Até onde o rebuliço a ser provocado no PSDB paulista por causa de eventual acordo para Rodrigo Garcia ser o candidato ao governo paulista pela sigla pode sacudir as bases tucanas em Olímpia?

E até que ponto seria possível o próprio DEM perder seu representante-mor na cidade, o deputado federal Geninho Zuliani? E o prefeito Fernando Augusto Cunha, hoje no PSD, embarcaria na “frota” tucana? Como ficaria Gustavo Pimenta, histórico tucano da Estância?

São perguntas que emergem da movimentação anunciada pelo jornal O Estado de S. Paulo esta semana. Articulação que já de cara, em nível estadual faria uma vítima: Geraldo Alckmin.

O vice-governador de São Paulo recebeu apoio do grupo ligado ao prefeito Bruno Covas, neto de um dos fundadores da sigla, Mário Covas, em uma articulação que isolou o ex-governador Geraldo Alckmin no partido.

Potencial candidato à Presidência da República no ano que vem, o governador João Dória também apoia o nome de seu vice. A filiação de Garcia ao PSDB está marcada para 25 de junho.

Isso mudaria totalmente a configuração partidária paulista. Mas o que poderia ter levado Garcia a pensar em mudar de partido, uma vez que o DEM faz parte de sua história política e agora poderia vir a ter um governador?

A única explicação estaria nas desavenças havidas lá atrás, quando da eleição para a Mesa da Câmara, e o próprio Rodrigo Maia, cacique demista, ameaçou deixar a sigla, alegando ter sido traído pelo presidente nacional do DEM, ACM Neto, e se filiar ao PSDB.

E como ficaria o deputado federal Geninho Zuliani numa situação dessa? Ele, cujo berço político foi o DEM, e pelo qual já foi prefeito duas vezes e pelo qual hoje ocupa uma cadeira na Câmara?

Se mudar, a quem entregaria a direção partidária demista na cidade? Cadê uma liderança para tal?

Assumindo o deputado sua parte tucana, como ficaria a situação em relação ao atual detentor do partido na cidade, o ex-vereador, ex-presidente da Câmara e, antes, seu vice-prefeito por duas gestões?

É sabido que desde a última eleição, para sermos mais breves, Gustavo Pimenta e Zuliani não tomam café na mesma mesa. Por conta do não-apoio à candidatura a prefeito do tucano, que não recebeu o apoio esperado do deputado.

Pode até ser que nessa virada da mexida ambos “costurem” a peça esgarçada de suas relações?

Difícil dizer, até porque o limite da confiança mútua dificilmente irá se recompor em simples “costuras” políticas. Embora os interesses eleitorais…

Daí como fica a história do PSDB em Olímpia? Pimenta detém a sigla, pode-se dizer, por herança paterna, haja vista que o pai, Mauro Pimenta, é tucano das primeiras horas do partido, desde os idos de 88, ano de sua fundação.

Assim como Zuliani seria o detentor do DEM na cidade há pelo menos uns vinte anos. Nele fez carreira política. Daí ser difícil imaginar vê-lo deixar a sigla e ainda por cima sacudir a “irmandade” tucana local.

Pelo sim, pelo não e por via das dúvidas, certas aragens vindas do ninho indicam que já há tucano armado até os dentes na trincheira. Talvez tenhamos uma batalha épica.

E quanto ao prefeito Fernando Augusto Cunha? Hoje filiado ao PSD de Hilário Ruiz, já não vive mais em brancas nuvens com os próceres da sigla em nível local.

O partido hoje só detém um cargo de primeiro escalão no governo municipal, ocupado pelo vereador Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho que, digamos, nem reza mais tanto pela cartilha do seu mentor político, Hilário Ruiz.

Além disso, defenestrou o secretário da Saúde, Marcos Pagliuco, que foi a peça-chave do “acordão” partidário feito lá atrás, dispensa esta que até hoje permanece sem explicações satisfatórias e sob um manto de silêncio de Ruiz.

Entraria Cunha também no embate imaginário pela bandeira dos tucanos, vindo a ser a tentação política do partido, que “herdaria” uma prefeitura em um município pujante como Olímpia?

O PSDB tem caciques importantes. Conta com a simpatia inexplicável do povo paulista. Mas tais caciques são conservadores, o tucanato é uma espécie de confraria. Garcia passaria, antes, por um pente fino, neste caso.

Mas, o tucanato também contém um mar de interesses políticos imediatos, que ninguém é de ferro, e muita, muita vaidade.

Daí darem um pontapé no ex-governador Alckmin, que já não detém liderança nenhuma, para abrigar o amigão de última hora de Dória, que sonha com o Palácio do Planalto, é três palitos.

E Olímpia, entre dois flancos, se verá sacudida por este embate nos próximos meses? E até em que nível esse debate se dará?

Expectativa a ser abraçada agora pelas rodas políticas da cidade que, espera-se, estejam todos seus participantes, de máscaras contra a covid-19, quando debaterem o caloroso tema.

Pagliuco, rebaixado, agora vai organizar as peladas?

Algo que não se explica por si só: Marcos Pagliuco, o festejado secretário de Saúde, “zap” do acordão do PSD com o Executivo, volta à função pública no Governo Fernando Augusto Cunha (PSD), como mero Assessor de Gabinete II.

Pagliuco vem de ser nomeado pela Portaria 51.353, de 3 de março de 2021. Foi uma surpresa geral. A expectativa era a de que horas passadas de sua exoneração como secretário, viriam à tona os motivos para tanto, já que foi uma exoneração intempestiva, que também pegou a todos de surpresa.

Sua nomeação tem data a partir de 8 de março, embora a publicação da Portaria tenha sido feita na sexta-feira no Diário Oficial Eletrônico, exatamente uma semana após sua “decapitação” da Saúde, pelo chefe de turno.

E aí, a notícia carece de exatidão, como diz a canção do Chico. Os motivos da exoneração não foram trazidos a público, e os motivos da renomeação, idem.

Mas, enquanto as causas da exoneração permanecem obscuras e, ao que tudo indica, nunca virão à luz, as motivações para sua renomeação se explicam pela interferência do secretário Fernando Roberto da Silva, vereador do PSD guindado a responsável pelo Esporte, Lazer e Juventude da Estância.

Pode ter também aí uma pitada de influência de Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, “cabeça” do PSD local, partido ao qual o prefeito Cunha acabou se filiando nas últimas eleições.

E para ser sincero, é a primeira vez na história política de Olímpia que vejo um comissionado de alto escalão ser rebaixado ao nível daqueles que comandava e, aparentemente, se sentir confortável nesta situação.

Ou, se não estiver confortável, só a falta de amor próprio e respeito a si mesmo explicam.

Porque, salvo motivação por falta grave para sua exoneração, resta o imperativo da incompetência para a função.

Mas, Cunha teria demorado dois anos e 11 meses para descobrir que Pagliuco só servia quando muito para cuidar de bolas, peladas, jogos-da-amarelinha, pula-caixão, corridas-do-saco, jogos de bétia e eventuais cromogramas de atividades para a juventude?

Mas aí não teria sido um erro colossal de avaliação, sustentado por muito tempo? E numa pasta estratégica e “rica” como é a Saúde? Grave. Muito grave.

Ou tudo teria sido apenas uma estratégia política sustentada com a agonia dos usuários dos serviços, em busca de fins que jamais justificarão os meios?

Um secretariado à própria semelhança, com retoques

Só um nome surpresa nesse secretariado do prefeito reeleito Fernando Augusto Cunha, se surpresa boa, média ou ruim, só o tempo e as ações correspondentes à Pasta dirão.

É sabido por todos que o ex-vereador e terceiro suplente do MDB, advogado João Batista Dias Magalhães, é um notório defensor trabalhista, e nenhuma experiência tem na esfera assistencial enquanto política de governo.

Já se comentava que para esta Pasta, o alcaide estaria à procura de alguém próximo a ele, até comentamos aqui. Nem conseguimos vislumbrar quem no meio político pudesse ser próximo de Cunha. Mas, eis que surge o tal “nome na manga”, lembram que disse isso?

Nos quatro primeiros anos do prefeito reeleito, ambos não deram mostras, em momento algum, de serem próximos. Magalhães já foi seu líder na Câmara quando suplente ocupando a cadeira de Cristina Reale.

Fora isso, nenhuma demonstração pública de maior proximidade, embora lá atrás, nos tempos idos do velho MDB, houvesse uma militância em comum, entremeada por Décio Eduardo Pereira, saudoso e talvez o mais ilustrado político que esta terra já teve.

Mas, daí a ser hoje o nome de proa para uma Pasta tão sensível, estratégica e, por que não dizer, política, só o tempo e os resultados vão dizer.

Me ative um pouco mais em Magalhães exatamente por ser o nome surpresa do secretariado de Cunha, como já disse. Os demais já eram esperados e este blog chegou a antecipar, sob o formato de especulação.

O anúncio da equipe, que não se pode dizer nova, foi feito na quarta-feira, 23, sem a pompa e a circunstância do primeiro mandato. Até porque são todos já conhecidos dos olimpienses.

Além de Magalhães, outro nome novo foi o de Priscila Seno Mathias Neto Foresti, a Guegué, ex- vereadora, primeira suplente do DEM, que poderia ter ido para a Câmara se vingasse a ideia inicial de “subir” Edna Marques para a Assistência Social.

Mas, isso não ocorrendo, e com a destinação de apenas uma Secretaria para o partido do deputado Geninho Zulani, Guegué assume Turismo e Cultura.

Não se pode dizer que ela seja uma estranha no ninho. Ela tem contato com todo ou quase todo o baronato do trade. Tem acesso a todos eles, com certeza.

Então, as ferramentas para encaminhar as coisas conforme as perspectivas do meio conjugadas com as diretrizes do governo municipal, ela as tem em mãos.

No âmbito da Cultura, tendo à frente nosso Festival do Folclore, e outros atrativos e projetos recentemente agregados, com certeza ela cuidará dando espaço a uma equipe preferencialmente técnica, como o setor exige.

Guegué é sensível a este nicho e respeitosa quanto ao Fefol. E isso já faz emanar uma certa sensação de segurança de que as coisas vão caminhar.

Sumaia Ganej Domingues, por sua vez, chega bastante elogiada pelo professorado e componentes do “staff” da Secretaria de Educação. Ela foi outro nome surpresa, mas não causou estranheza, por ser da área e muito bem avaliada como gestora educacional.

A nota oficial fala em “renovação”, mas não chega a tanto este secretariado, uma vez que repete nomes da gestão passada, alguns em remanejamento, outros agrupando secretarias. Observem que uma das novas secretarias criada, de Zeladoria e Meio Ambiente, nem titular específico tem.

A outra nova, de Esportes Lazer e Juventude, já era sabido que seria criada para o vereador Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, que foi nomeado.

Edilson César De Nadai (atual secretário de Gestão e Planejamento) assume a Secretaria de Governo. Ele, que já faz parte da equipe desta gestão, caminha para mais quatro anos no Governo, vindo de outros oito do governo anterior.

Longevidade, às vezes, é sinônimo de competência e conhecimento. Não me parece que De Nadai seja uma ferramenta de caráter político. Por ser muito técnico.

Além dessas mudanças, também foi anunciado o responsável pela Chefia de Gabinete do prefeito, jornalista Bruno dos Santos Guzzo.

Trata-se de um órgão que passou a ter atribuições de Secretaria com a reestruturação, contemplando a Divisão Administrativa de Gabinete, Divisão de Comunicação e Divisão de Ouvidoria.

Outra “definição”, embora consideremos indefinição, é a Secretaria de Zeladoria e Meio Ambiente, que será comandada provisoriamente pelo secretário de Obras, Engenharia e Infraestrutura, Leandro Pierin Gallina, que continuará na Pasta atual.

A próxima gestão Cunha não perde nada em eficiência interna com a permanência de Mary Brito Silveira na agora Secretaria de Planejamento e Finanças, técnica que já falamos aqui, dificilmente o prefeito encontraria nome à altura por estas plagas estancieiras.

O mesmo se pode dizer da Secretaria de Administração, onde se mantem Eliane Beraldo Abreu, que junto Mary Silveira conseguem dar o formato técnico-administrativo-financeiro deste governo municipal.

Não se pode dizer que Marcos Roberto Pagliuco fez mal papel na Saúde. Por bem ou por mal, ele conseguiu formatar o setor. Muitas coisas que não funcionavam passaram a funcionar. Muitas coisas quer funcionavam errado, ele fez funcionar certo. Ou bem próximo do certo.

Muitas coisas que o setor não tinha, necessárias e até desnecessárias, ele implantou. Vira a gestão com saldo positivo, a nosso ver. Foi preciso matar um leão por dia, mas ele até que sobreviveu sem muitos arranhões ou ferimentos graves.

Talvez Cunha tenha se cansado da figura dele. Talvez o mantenha para não causar abalos até conseguir outro nome. Aí é outra história.

Mas, será uma decisão, salvo melhor juízo, meramente política. Porque o que sobressaiu este tempo todo foi a figura técnica de Pagliuco. A ver.

Na Agricultura, Comércio e Indústria, permanece o engenheiro Fabrício Henrique Raimondo, que se não se evidenciou, também não comprometeu os setores, sempre tão sensíveis e estratégicos a qualquer governo.

Entendemos que esta Secretaria seja de um valor político muito grande. Daí a permanência de um técnico é sempre uma corda bamba.

A menos que Cunha tenha um outro olhar que não vislumbramos, para as ainda molas propulsoras da economia local, malgrado o Turismo.

No frigir de todos os ovos, Cunha optou pela segurança de ter em mãos o próprio Governo, centralista puro que é.

Pode se dizer que seus secretariado foi formado à sua semelhança, com uns retoques aqui e ali. Retoques calculados, por certo.

Um exercício de imaginação sobre a Mesa e secretarias

No dia 1º de janeiro, será a posse dos eleitos e a consequente eleição para a Mesa Diretora. Ainda não se sabe como isso se dará. Resta à Câmara decidir (A diplomação será virtual).

Sobre este tópico já comentamos no artigo anterior, mas há sempre novidades: tudo indica que Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, irá assumir a Secretaria de Esportes, que terá que ser desmembrada de Cultura, onde está hoje. Talvez fique Secretaria de Esporte e Lazer.

Assim, não é absurdo pensar-se em Zé Kokão, do Podemos, na presidência. Reza a lenda que ele é homem da confiança do prefeito reeleito Fernando Cunha, mais que qualquer outro que tenha sido eleito por sua coligação.

Márcio Iquegami e Edna Marques, ambos do DEM, são da confiança do deputado Geninho Zuliani, não inteiramente de Cunha.

Cristina Reale, também do PSD e Tarcísio Cândido de Aguiar, eleito pelo MDB, parecem não terem sido boas experiências para o prefeito, indisposição que teria crescido ao longo da campanha eleitoral.

Quanto a Hélio Lisse, outro peessebista que poderia ascender ao cargo, por enquanto são só fracas especulações, embora seus fortes desejos. Há resistências. E ainda que se rebele, nunca teria votos suficientes.

Dito isso, há outra questão que excita no momento os olimpienses mais chegados às conversas políticas: as secretarias.

Como se comportará o prefeito em relação aos já ocupantes dos cargos? Quem fica? Quem sai?

Dizem que Educação fica. Daemo também. Prodem muito provavelmente, Obras, Engenharia e Infraestrutura, idem. Administração e Finanças podem perder suas titulares para a prefeitura de Rio Preto.

Caso se confirme, serão duas pastas difíceis de serem preenchidas. Mas, ao mesmo tempo, mais duas vagas para contemplar parceiros.

Controladoria Geral sem sustos, é ocupada por funcionária de carreira. Gestão e Planejamento também não deverá sofrer mudanças, pois seu ocupante foi colaborador de primeira hora de Cunha quando este ensaiava sua primeira candidatura e, salvo rusgas aqui e ali, deverá permanecer.

No Turismo, o atual secretário deverá manter-se, até por força de acordo político e por reivindicação dos investidores no player turístico da cidade. Só que Beto Puttini é também, cumulativamente, secretário de Cultura, Esporte e Lazer. E aí começam as “mexidas”.

Falamos de Fernandinho lá em cima, que deve ir para a Secretaria de Esportes, a ser criada após desmembramento de Cultura e Lazer. Talvez fique também com Lazer.

Percebam que abrirá uma vaga para secretário, já que o alcaide não irá deixar de contemplar parceiros, tendo a faca e o queijo nas mãos. Resta saber quem será o nome da Cultura.

E a Secretaria de Governo? Seu ocupante alçou ao cargo por engenharia partidária, mas segundo alguns próximos, teria acumulado dissabores ao chefe, embora não se saiba se a ponto de cortar-lhe a cabeça.

Mas, há compromissos a serem saudados, e com o atual secretário, vantagem política nenhuma terá o prefeito. Portanto…

Aí chegamos a um nó górdio deste governo. A Saúde. Pagliuco fica, ou Pagliuco sai? Se sair, quem ocupará sua cadeira? No entorno político do prefeito há dois médicos: Márcio Iquegami e Dr. Antônio.

O primeiro, eleito vereador, o terceiro mais votado entre os dez, assimilaria as críticas que por certo virão de seus 1.156 eleitores? Aliado a elas, teria condições de garantir uma gestão livre da crítica popular e mais profícua que a de Pagliuco?

Dr. Antonio, por sua vez, passada a estranheza inicial de olimpienses, devido a episódios retroativos, poderia ganhar a simpatia da opinião pública a posteriori, caso se mostre competente e resolutivo na área.

Mas, pode ser que Cunha tenha um terceiro nome na manga ou decida por manter o atual ocupante da Pasta, o que parece improvável.

Assistência Social. Fala-se muito, ainda, no nome de Edna Marques, sexta vereadora mais votada, pelo DEM, por seu conhecimento do setor. Mas, o detalhe havido com Iquegami é também o seu detalhe. Como se justificar perante os seus 943 eleitores?

Ou isso é de somenos importância? Resolvida esta equação e dando asas aos indícios, ela até pode deixar a Câmara. E depois arcar com as consequências. O cargo, então, hoje ocupado por uma técnica, voltaria a ser de teor político (Mas, caso queira não abalar as estruturas, Cunha pode lançar mão de Priscila Seno Mathias Netto Foresti, a Guegué).

Por fim, Agricultura, Comércio e Indústria. Olha que, dependendo das circunstâncias, esta Secretaria pode até ser desmembrada? E dois nomes despontariam como fortes candidatos a ocuparem as Pastas: aqui também Priscila Seno Mathias Netto Foresti e Luiz Antonio Moreira Salata, ambos suplentes, nesta ordem, do DEM.

Salata já ocupou a Agricultura. Não deu certo. Brigou com o chefe e saiu falando mundos e fundos do Governo. Mas, depois se juntou, pediu votos e está aí, flertando com a sorte.

O lado bom de lançar mão desta solução, é que Cunha não precisará sacudir radicalmente as estruturas da Câmara, já que estaria tirando de lá apenas um vereador.

E todos envoltos em compromissos primeiros de campanha, estariam contemplados. Embora as rupturas…

Eleições concluídas, olhos voltados para 1º de janeiro

Passadas as euforias pós-eleitorais, embora uns e outros ainda remoam suas mágoas absorvidas aqui e acolá, é hora de voltarmos nossas atenções para as possibilidades dos acontecimentos no prédio da Aurora Forti Neves, onde a partir de 2021 sete novos edis tomarão posse, mesclado com três reeleitos.

Os partidos coligados com a candidatura à reeleição de Cunha fizeram sete cadeiras, sendo três do PSD, duas do DEM, uma do MDB, e uma do PODEMOS, enquanto a candidatura Pimenta, do PSDB, fez uma, e a candidatura Flavinho Olmos, outras duas, com o Progressistas e o Solidariedade.

Assim, a correlação de forças na Casa de Leis já está definida, sem problemas futuros para o alcaide. Surge, então, a questão da formação da Mesa.

E, não se iludam, por mais discursos que façam invocando a independência entre os poderes, que também são harmônicos entre si, a Mesa Diretora da Câmara será aquela que o prefeito quiser que seja.

E se nela estiver algum dos vereadores não eleitos por sua coligação, então alguém terá se rebelado entre os pares, para ter a sua Mesa. Mas quem, dentre os eleitos pela chapa vencedora, teria esta coragem política? À primeira vista, não dá para vislumbrar ninguém.

Inútil, nesta situação, torcer o nariz, porque o Executivo sempre teve ingerência na formação das mesas diretoras da Câmara, perdendo raríssimas vezes. Porque, no mais das vezes, até quando tinha minoria na Casa, o alcaide de turno acabava virando o jogo.

E como todos conhecem o caráter centralizador do prefeito Fernando Cunha, que aprecia ter todos ao seu dispor, aquela Casa jamais terá uma Mesa que não seja aquela que contemple seus interesses administrativos.

Nesta gestão que termina, Cunha não teve muito sucesso em seus intentos na primeira Mesa formada, embora tenha dito algumas vezes que foi ele quem ajudou a formá-la -entenda-se arrebanhou votos para Gustavo Pimenta, a fim de impedir a ascensão ao cargo daquele que depois foi seu principal adversário no pleito eleitoral, Flávio Olmos.

Na segunda gestão Legislativa (a Mesa é formada de dois em dois anos) novamente a articulação para evitar Olmos e até Hélio Lisse, que andou fazendo suas tratativas, levou à Direção da Casa o vereador, hoje saudoso, Antônio Delomodarme, o Niquinha, o que provou-se depois, ter sido um enorme equívoco, um tremendo erro de perspectiva.

Mas não do ponto de vista dos interesses do alcaide, que teve todas as suas proposituras pautadas e aprovadas, quase sempre com nenhuma dificuldade. Para ter esta tranquilidade, no entanto, teve que voltar atrás quanto a não aceitar na formação da Mesa, “gente do deputado Geninho”.

Enfim, são histórias.

Uma outra começará a ser escrita na noite do dia 1º de janeiro de 2021. Após a posse dos vereadores, que darão posse ao prefeito e vice (todos devem ser diplomados no dia 17 de dezembro), será então a hora da formação da Mesa Diretora.

Não deverá haver surpresa quanto ao espectro político a formá-la. Todos os quatro membros sairão da coligação de Cunha. O detalhe será o movimento das peças do jogo com resultado já sabido. As peças a serem mexidas estão dentro do tabuleiro de Cunha, não haverá necessidade de nenhum gambito.

Se houver, este será Sargento Tarcisio, do MDB, eleito com 823 votos. Mas, fumaças emanadas dos bastidores da campanha eleitoral mostram que nem tudo foram flores entre o alcaide e o eleito.

E o leitor pode fazer sua aposta quanto a quem será o presidente: Zé Kokão, do PODEMOS, com seus 1.236 votos? Fernandinho, do PSD, com seus 1.200 votos?

Porque Cristina Reale, atual presidente, também do PSD, com seus 1.130 votos, e Hélio Lisse Júnior, também do PSD, eleito vice-presidente, com seus 993 votos, dificilmente tomarão posse do leme legislativo em 2021.

A menos que queiram se rebelar. Mas, não vemos coragem política suficiente.

O deputado Geninho pode articular para que um dos seus dois eleitos, Márcio Iquegami, do DEM, com 1.156 votos, ou Edna Marques, idem, com seus 943 votos, assumam a cadeira de presidente? Pode. Mas não é crível.

Especulações dão conta de que seu interesse mais imediato seria conduzir dois suplentes à cadeira de vereador: Guegué, com 803 votos, e Salata, com 489, nesta ordem de suplência.

Por isso fala-se tanto em assunção de secretarias por dois eleitos: Iquegami e Edna Marques. O primeiro para a Saúde, a segunda para Assistência Social. Porém, o clamor público contrário a esta solução está muito forte, e ambos os eleitos tiveram seus votos sob a premissa da representatividade legislativa.

Seria um tapa na cara da sociedade, como se diz. E a possibilidade de subir os outros dois primeiros colocados em sua coligação para secretarias, pode desassisti-lo no Legislativo.

No mais, é esperar para ver. Mas, não esperem nenhuma surpresa. Nada fugirá muito do que relatamos. A menos que haja, repito, uma rebelião. Mas, repetimos também, não se vislumbra coragem política suficiente entre os possíveis protagonistas.

PS: Alessandra Bueno, do PSDB, teve 824 votos, Lorão, do PP, recebeu 475 e Sargento Barrera. do SOLIDARIEDADE, 427 votos.

O menino sorveteiro e a oligarquia estancieira

Três resultados poderão advir amanhã após a votação dos olimpienses em seus candidatos preferidos, mas analisando aqui somente os dois com mais possibilidades de chegar lá: Cunha vencer por margem mínima de votos, vencer por esmagadora maioria, ou perder o pleito.

No sentido contrário, o que pode acontecer a Flávio Olmos é perder por poucos votos, perder por muitos votos ou ganhar o pleito. Se ganhar, Olmos não o fará por margem muito grande de votos. Isso é certo.

Mesmo porque o contrário seria acontecimento fenomenal. Seria, pois, uma vitória apertada, dadas as circunstâncias.

Cunha tem a possibilidade de ganhar por margem grande, embora o clima não aponte para isso, devido ao fato de gozar de uma estrutura eleitoral que só o dinheiro pode proporcionar.

Esta foi uma campanha barulhenta por conta das redes sociais e de alguns acólitos, até coleguinhas, mais estridentes. Foi também a campanha do desamor, da falta de empatia e do acolhimento.

Foi violenta numa certa medida, e desrespeitosa em certos nichos. E, não restam dúvidas, foi uma campanha de todos contra um. Aquele que negar essa máxima, não estará lidando com a verdade.

Convencionou-se chamar de “gabinete do ódio” um emaranhado de pessoas que, no afã de emprestar seu apoio incondicional ao candidato que apanhava de todos os lados, inundaram as redes sociais.

Mas pouparam desta classificação o lado que melhor estruturou seu “gabinete” para atacar os oponentes via WhatApp, estrutura essa formada com personagens que ao longo dos últimos quatro anos gozaram das benesses de belos cargos comissionados para si ou para familiares, e que a tudo se submeteram para não perderem a, digamos, “boquinha”.

Inventaram um debate suspeito desde o princípio, onde a maior aposta era que o candidato Flávio Olmos não compareceria, para que daí pudessem atirar pedras com a ferocidade e a liberdade conivente de autoridades as quais todos vimos.

Felizmente as comunidades católicas vieram resgatar a dignidade de eventos como estes, em que o que mais interessa são as posturas, os feitos e os compromissos dos candidatos, não a oportunidade de produzir sensacionalismos.

No mais, as redes sociais ocuparam o centro das atenções e nela, prevaleceu a experiência neste tipo de meio de informações, e desinformações à larga.

Mas as redes não são suficientes para determinar quem ganha e quem perde uma eleição. Neste aspecto, as ruas são fundamentais. O contato, o aperto de mão, o abraço e o olho-no-olho.

E no fim o julgamento popular. Este possui várias e multifacetadas nuances. Tudo pesa, tudo conta, e um detalhe mínimo pode determinar quem vence e quem perde.

Dentro das hipóteses aventadas na abertura deste comentário, caso prevaleça a derrota do atual prefeito que busca a reeleição, ainda que seja por margem mínima de votos, Olmos terá vencido não só Cunha, mas toda uma oligarquia de poder arraigada nesta Estância Turística.

Será um feito e tanto para quem chegou “ontem” à política olimpiense. Mostraria arrocho e senso de oportunidade ainda maiores que do atual deputado federal, Geninho Zuliani, que em 2008 arregaçou as mangas e foi à luta, agregando aqui e ali, e chegando lá.

Neste domingo Olmos pode repetir a história, e não como farsa, o que é muito importante frisar.

Estão em disputa o arrojo e juventude, contra o establishment de quatro anos, representativo da política de caciques, tabas e tabaques. Será um feito e tanto, acreditem.

O que se espera, neste caso, é que no futuro próximo não sucumba às facilidades oferecidas pelo status quo político vigente e volte às velhas fórmulas, negando a si mesmo o direito à indignação pelo desrespeito público e os ataques à sua imagem, construída a duras penas, como fez o atual deputado federal.

Na outra seara, a da vitória de Cunha, se ela for por muitos votos de distância, nem assim estará consolidada sua marca de bom administrador, coisa que não foi, mas estará cravada a força da grana que destrói coisas belas.

Se ganhar por uma margem mínima, endossará o que dissemos acima do candidato opositor mais forte. Além do que, o tornará “a” opção para 2024.

Portanto, Cunha tem a dura missão de ganhar uma eleição e “matar no ninho” uma forte promessa para anos vindouros. Não poderá ser pífio desta vez.

Mesma obrigação do deputado Geninho, que com certeza, em seus mais recônditos pesadelos, deve se ver refletido no menino sorveteiro. E que por isso fez a escolha que fez.

Ademais, salvando-se da hipótese da chamada “grande lavada”, mesmo perdendo, silogismos à parte, Flávio Olmos terá vencido esta eleição.

Olmos, portanto, é a esperança, de si mesmo, diga-se, enquanto Cunha é o que aí está, e que funcionou até agora de forma aquém do que a cidade necessitava, e sem o arrojo e a disposição do seu antecessor, de quem passou quatro anos terminando obras.

Enfim, amanhã o povo tem nas mãos o mais forte dos poderes, aquele que pode mudar ou ser a repetição do já visto. Tanto no Executivo, quanto no Legislativo, pois os dois poderes se completam. Para o bem ou para o mal.

Geninho, um político comum

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários. Miséria política, é o nome disso.

Artimanha com vistas a um futuro que talvez só ele e sua cúpula vislumbrem para Olímpia, subserviência aos “caciques” do partido, ou mera covardia política?

Como o nobre leitor classificaria a decisão do deputado federal Geninho Zuliani de deixar seus parceiros locais a ver navios, esperançosos que estavam de seguir caminhos próprios, de mãos dadas com um candidato majoritário que fosse do agrado de todos?

A artimanha caberia aí porque com a sua virada de mesa, o deputado desarrumou toda a oposição ao atual prefeito, além de pavimentar seu caminho com as facilidades eleitorais que ele tanto necessitava.

A subserviência viria como segunda possibilidade, uma vez que Cunha prefeito da Estância é resultado de uma “arrumação” do mentor político do deputado, Rodrigo Garcia, que agora desejaria tê-lo por mais quatro anos à frente do Executivo local, a fim, então, de levar a cabo a “artimanha” do amanhã.

A mais triste das possibilidades também pode ser verdadeira. Geninho apenas teria se acovardado diante de seu grupo e de seu principal oponente, já que teria que demonstrar suprema força política e de arregimentação.

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários.

Miséria política, é o nome disso.

Triste tal situação, para quem acaba de galgar dois degraus acima da seara política da província. Chegou lá e para muitos, seria a sacramentação como “ducis ingenium“. Mas, enganou-se quem assim raciocinou.

Geninho agora demonstra ser, isso sim, um político comum. Daqueles de muita sorte. Com capacidade infinita de conquistar votos, mas em nível local, haja vista sua penosa escalada ao Congresso.

(O que agora pode se inverter: terá facilidades lá fora (?), mas dificuldades aqui dentro. Seu protegido de turno foi vítima desta mesma tragédia. Perdeu sua reeleição à Assembleia paulista aqui na província)

Todos os que se dignaram a sair candidatos à Câmara de Vereadores pelo Democratas estão profundamente constrangidos. Não têm um nome à principal cadeira da Praça Rui Barbosa para chamarem de seu.

No fim das contas sobram quatro candidatos a prefeito na cidade, 129 candidatos a vereadores, dos quais talvez nenhum saia eleito das hostes do deputado.

Vergonha democrática. Ou seria do Democratas e seu, até então, principal personagem em nível local?

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