A propósito da eleição para a Mesa da Câmara de Vereadores a ser realizada na próxima segunda-feira, 12 de dezembro, leio no blog pessoal de Felipe Zacharias, chamado “Alô, Olímpia”, sob o título “Duelo na Câmara Municipal de Olímpia decidirá quem é o novo Presidente na próxima semana”, a análise feita pelo titular da página sobre o tema, da qual destaco os seguintes parágrafos, mantendo a escrita original:

“O Vereador Márcio Iquegami eleito na base do Prefeito Fernando Cunha é o nome mais cogitado para assumir a cadeira de Presidente da Câmara municipal, o vereador Márcio além de se eleger na chapa do Fernando Cunha ele também foi um grande aliado do prefeito nas eleições em 2019 e pertencendo a base de vereadores é o candidato a presidência que provavelmente será eleito pela base de vereadores do atual prefeito.”

“Já o vereador Sargento Barrera foi eleito Pelo grupo de oposição ao Prefeito Fernando Cunha, Vereador Barrera se aproximou muito rápido da base e já resolveu tentar dar as cartas na Câmara municipal de Olímpia pode está tomando uma decisão precoce.”

Eu diria que, do ponto de vista deste blog, faltou ao analista um pouco mais de detalhamento sobre como as coisas têm se dado nos dias que correm naquela Casa de Leis. A análise, ao que me parece, está parada no tempo, ainda nos primórdios dos trabalhos legislativos, quando a nova composição de quadros era pura expectativa.

De lá para cá, passaram-se dois anos, muita coisa mudou, nomes não eleitos entraram e saíram, com a suplência, nomes eleitos saíram e voltaram, uma vereadora foi cassada, em seu lugar assumiu outro suplente, exatamente um que não goza da confiança do prefeito, e desafetos voltaram a se aninhar no colo do chefe de turno.

É diante desta nova realidade que se dará o pleito de segunda-feira próxima, quando um novo presidente, um vice e primeiro e segundo secretários, serão eleitos. Dando uma ciscadinha aqui e ali, o blog apurou uma situação totalmente inversa daquela apontada pelo “Alô, Olímpia”.

Uma novidade, ainda comentada a boca pequena, é a volta do vereador Hélio Lisse às boas com o prefeito, o que não é difícil concluir, uma vez que, até agora, nem ele saiu do partido, o PSD, nem Cunha o expulsou da sigla. Nem ambos têm se enfrentado no bate-boca.

Aliás, indo mais longe até, o blog arrisca dizer que Lisse deverá fazer parte da Mesa Diretora, se não como presidente, pelo menos em uma das outras três funções, com maior possibilidade para a vice-presidência.

Porque o presidente daquela Casa, como já afirmei anteriormente aqui, queira ou não o “Alô”, queira ou não Márcio Iquegami, será o vereador Renato Barrera, do Solidariedade, eleito sim, pela chapa de oposição, porém, firmemente integrado à base de Cunha, de quem goza da plena confiança.

No caso de Iquegami, que o “Alô” aposta firmemente ser o próximo presidente, há um empecilho, que nós já narramos aqui anteriormente (Fecha-se um ciclo, outro se abre na dinâmica da política), e nada mudou até então.

Pelo contrário, a situação se agravou, porque o ex-prefeito, e a partir de fevereiro ex-deputado federal Geninho Zuliani, irá mesmo buscar sua terceira recondução à principal cadeira da Praça Rui Barbosa (a leitura do conteúdo indicado no link será esclarecedora para quem ainda não está inteirado dos fatos).

Diante desta constatação, e ao contrário do que afirma o “Alô”, não há uma bancada ou grupo de oposição na Câmara, que pudesse dar sustentação ao “oposicionista” (só que não) Barrera, ou votos dissidentes suficientes para eleger Iquegami, na contramão do que quer o prefeito Cunha.

Para fechar, cravo aqui: se Iquegami insistir nesta empreitada, vai ficar sozinho, votando em si mesmo para presidente.

E a nova Mesa, ouso dizer, terá o restante dos votos, ou seja, nove. A menos que José Roberto Pimenta, o Zé Kokão, atual presidente, decida bancar e embarcar na aventura golpista do seu ainda 1º secretário. Poderia aqui até arriscar os demais nomes a comporem a futura Mesa, mas seria muita pretensão de nossa parte.

Então, fiquemos assim: Zé Kokão sai da Mesa; Iquegami não será o presidente; Tarcísio, Stellari e Marcelo da Branca também não subirão de escala. A Mesa, por sua vez, é composta por quatro vereadores. São necessários seis votos no mínimo para eleger cada uma das cadeiras. O Placar poderá, pois, ser de oito a dois ou nove a um. Ou, até mesmo, a nova Mesa poderá ser eleita por unanimidade.

Mudanças, aqui, só se um tsunami chacoalhar os alicerces políticos da Estância. Esperar para ver.