A sorte está lançada, como diria o bom latim. Na manhã de ontem a secretária de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, recebeu a imprensa na Casa de Cultura para falar sobre o Carnaval-2017 e a comemoração do “desaniversário” de 114 anos da Estância Turística de Olímpia.

Cordata e simpática no trato com a imprensa, começou por explanar as razões pelas quais decidiu-se pela realização das duas festas no Recinto do Folclore, que para ela é “lindo”, um espaço único em toda região para realização específica de festas e shows. O trinômio “custo, conforto e segurança”, não necessariamente nesta ordem, foi bastante evidenciado por ela.

Que se gabou de estar gastando em torno de R$ 300 mil com os dois eventos, enquanto ano passado se gastou em torno de R$ 500 mil. Embora o show do ano passado tenha sido do cantor Daniel e este ano, de Maria Cecília e Rodolfo, dupla já em fase estacionária.

É claro que trata-se de um orçamento prévio a ser anunciado à imprensa, ávida por números tal qual romanos por cristãos na arena dos leões. Por que, repetimos, ou se fará um carnaval de rua “chinfrim”, cheio de carências e desorganizado, ou se fará algo para ficar na memória do povo. Se for assim, haja estrutura.

A secretária está otimista, acha que será um Carnaval “lindo”, como nunca se viu antes. Diz que atenderá todas as expectativas das escolas e o apreço visual dos populares. Põe fé que os turistas virão às pencas, ao contrário deste blog, que acredita que nem tanto assim, ou nada.

Os bailes -e aí há nova mudança: o folião terá somente duas noites (sábado e segunda-feira), não mais as quatro tradicionais. E as crianças continuam com as duas matinês (ufa!).

Para o conforto, haverá arquibancada, embora não se saiba com que dimensão. Para a segurança, ainda se formatará o modelo. Mas o cercadinho estará lá, como sempre. Tina demonstrou temor nenhum de que a sua festa não alcançará os objetivos propostos. Ou é confiança naquilo que está fazendo ou mera constatação de que, “saia do jeito que sair, estará de bom tamanho”.

Tina garante que não é uma experiência. Que nos próximos quatro anos quer aperfeiçoar esta nova ideia, porque sente que os turistas vão gostar.

No que diz respeito ao “desaniversário” de 114 anos de Olímpia, o prefeito Fernando Cunha conseguiu engendrar um verdadeiro “samba-do-crioulo-doido”. Mudou o feriado para dia 1º, fará um ato cívico na praça logo cedo na quinta-feira, dia 2, data oficial mas que não será feriado, e realizará o show de comemoração na sexta-feira, dia 3.

Ou seja, aniquilou qualquer referência de tradição, enquanto preservou o ponto facultativo de segunda-feira e transformou o “meio-ponto” da quarta em “ponto inteiro”. Quando bastava elimina-los, que diferença pública nenhuma faria, e os serviços não sofreriam descontinuidade com expedientes na segunda, quarta e sexta. No formato cunhista os municipais vão trabalhar quinta e sexta-feira somente.

Pelo menos vai se economizar energia elétrica, água, copos plásticos e papeis de todos os tipos e modelos, e para todos os fins. Só não sabemos o que o cidadão, que paga por isso, pensa.

De qualquer forma, foi uma reviravolta estrondosa tudo isso, para quem está ainda “gatinhando” nas coisas da administração. Ou sabem o que estão fazendo -e isso nós sabemos que é coisa bem delicada-, ou são dados a aventuras-mil, pouco se importando com os resultados. Espera-se, de fato, que não seja mera experimentação.

Porque das mínimas coisas tradicionais de Olímpia ainda do gosto popular, o carnaval de rua é o mais concorrido. Em menor escala, mas não sem a importância devida, vem depois o Festival do Folclore. Mas este é outro assunto que, esperamos, não nos promova grandes surpresas, não nos leve a momentos de fortes emoções negativas, porque estas só são aceitáveis quando das apresentações em palanque.

LÁ VEM ELES!
Muito bem, depois de um “batismo de fogo” que foram as duas sessões extraordinárias no mês passado, a Câmara de Vereadores e seus 10 bravos guerreiros passarão a atuar de forma efetiva a partir da próxima segunda-feira, às 19 horas.

Aguardemos os desdobramentos. Este espaço estará sempre aberto às considerações. Este escriba estará sempre atento para narrar os acontecimentos -ou os “desacontecimentos”, porque a Estância, nos dias que correm, parece seguir em sentido reverso, pródiga em descontinuidades.