O prefeito Fernando Cunha (PR) usou a rede social ontem, terça-feira, 10, para divulgar “as principais medidas adotadas por ele e sua equipe nos primeiros dez dias de governo”. Segundo o prefeito, “são 10 medidas que trazem avanços na maneira de administrar e geram economia aos cofres públicos”.

Entre as mudanças econômicas divulgadas estão a redução em 21% de cargos comissionados, fusão de três secretarias, extinção de 33 cargos de chefes de setor e 10 de diretores de divisão, reavaliação e renegociação dos contratos com redução em até 15% e readequação de espaços públicos para economia de aluguéis.

Vamos por partes.

No tocante aos cargos comissionados, houve redução de 12 vagas dentre as 72 disponíveis, mas nem todas preenchidas. Dentre as secretarias fundidas, a de maior repercussão foi a de Agricultura, que o atual prefeito reputa como de pouca importância no panorama econômico atual do município. O imóvel que a acomodava foi devolvido ao dono.

A extinção de 33 cargos de chefes de Setor e de 10 diretores de Divisão não demora muito “começa a fazer água”. É preciso estar atento para se saber se esta sanha reducionista de Cunha não está sendo imposta em detrimento dos serviços a serem prestados ao cidadão.

Esta tentativa de “demonizar” os ocupantes de tais cargos é uma falácia, já que especificamente aí são funcionários efetivos a ocupar tais funções. Não os designando, tais necessidades não serão atendidas, daí decorrendo eventual enfraquecimento de estruturas e sobrecarregamento de funcionários.

Uma constatação há que ser feita: a estrutura montada por Geninho (DEM) era grande? Sim. Era cara? Em termos. Mas, indubitavelmente, funcionava. Pode-se alegar que uns e outros não cumpriam condignamente com  a função para a qual era nomeado, no caso dos comissionados, mas estes se contavam nos dedos de uma das mãos.

Palpiteiros opinam que o alcaide bem podia tomar assento na principal cadeira da Praça Rui Barbosa, e com o correr dos dias, fazendo as adaptações que julgasse necessárias. Assim a máquina não parava, como dá a nítida impressão de estar nestes primeiros dias de novo Governo.

(Se não nos falha a memória, Geninho fez bem mais barulho nos primeiros dias de sua primeira gestão, incluindo um mutirão de limpeza e o corte dos matagais que haviam tomado conta de várias regiões da cidade, mormente a beira do rio central -como agora, aliás). O prefeito anuncia como uma das medidas a força-tarefa neste sentido. Mas ainda está invisível.

Outras duas medidas que também fizeram parte dos dez dias de governo são referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), como a criação da comissão para rever a planta genérica do município (já comentada aqui) e a redução do valor final cobrado no imposto com a redução da taxa de coleta de lixo (decisão que contou com o beneplácito do Executivo e Legislativo anteriores).

Atenção especial à UPA e a reativação da Ouvidoria na Saúde são outras duas medidas anunciadas pelo prefeito. Nestes casos, força a barra, porque são atividades menores e, digamos, corriqueiras, e da obrigação, no primeiro caso, pelo menos.

O prefeito ressaltou que “ainda há muito o que fazer, e que essas são as primeiras medidas”. “Muito” o que fazer é pouco, prefeito. “Tudo” por fazer, seria melhor. Não se esqueça que o senhor tem uma ingrata missão: a de ser, no mínimo, melhor que o seu antecessor que, já foi dito aqui, queiram ou não, é uma referência para o município.