Política cá, política lá, e a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia nada de encontrar o seu caminho de solidez. Ela é sempre a “bola da vez”, mas acaba sempre sendo a “bola reserva”.

Com este novo Governo municipal, parece que não será diferente. O prefeito Fernando Cunha (PR) vive a manifestar preocupações com seu estado precário de agora e sempre. E promete acabar com isso.

Sua medida drástica para enfrentar o problema? Instalar ali nos seus arredores, um Pronto Socorro. Acha necessário. Entende que a UPA está muito longe do hospital e isso compromete o socorro a vítimas urgentes. Não criminaliza a UPA, no entanto. Acha fácil, aliás, equacioná-la.

“O que falta lá é um trabalho de gestão, com isso vai melhorar a qualidade do atendimento, tem  que atender melhor as pessoas”, disse. Bom, então está fácil (e a gente aqui, quebrando a cabeça, hein?).

Acusou o ex-prefeito Geninho de agir politicamente em relação ao hospital (no que não está inteiramente errado, mas corre o risco de cair na mesma tentação), ao construir a UPA do outro lado da cidade.

“O governo anterior investiu mais na UPA para ficar menos dependente politicamente da Santa Casa”, analisou. Mas o governo anterior também agiu politicamente para colocar lá gente de sua confiança.

Talvez este “agir politicamente” de Cunha refira-se à administração Helena de Sousa Pereira, que havia sido sua parceira (de Geninho) de campanha eleitoral. E hoje os que lá estão? Nas rodas dizem que estão prestes a cair. Seria o “agir politicamente” de Cunha?

Para quem a Santa Casa não foi incorporada como um elemento da política de Saúde do município? “Pode ter sido um acerto de ordem política”, insiste Cunha, em seu descontentamento. “Do ponto de vista da oferta de Saúde foi muito ruim”, complementa.

Em síntese: Cunha disse que vai “enfrentar”, que vai “ajudar” o hospital. Não deixou claro se vai aumentar o repasse (de onde viria o dinheiro?). Arrisca dizer que a economia que pretende fazer iria parte para o único hospital de Olímpia.

Um PS ao lado facilitaria resolver estas questões ou apenas tumultuaria um ambiente que hoje, para o bem e para o mal, vive situação de total calmaria? Quem se lembra do que era aquilo antes da UPA sabe muito bem do que estou falando.

Cunha garante resolver outras questões, como a falta da UTI, do centro de hemodiálise e, mais importante que tudo, então, a falta de dinheiro crônica da qual a Santa Casa padece.

Só faltou ele dizer – e isso ninguém lhe perguntou – se sua ideia é municipalizar a Santa Casa de Misericórdia. Porque o nível de envolvimento a que se propõe, temos a impressão de que só será possível por meio de alguma espécie de municipalização. E aí, haja economia para sustentar aquele nosocômio.

Com a palavra, Lucineia Santos, “a gestora”, e Fábio Martinez, “o especialista em Saúde”, conforme definição de Cunha.