Todos os períodos que precedem um pleito eleitoral municipal na cidade vem à tona a mesma discussão: deve ou não deve a oposição se juntar para, numa frente suprapartidária, com os nomes de maior evidência à frente, buscar a cadeira principal da 9 de Julho? Há aquela corrente purista, que entende ser antidemocrático buscar a convergência de interesses político-eleitorais. Há aquela corrente que vê nesta convergência, também o pleno exercício da democracia e o formato mais conveniente para aquele momento que se apresenta.

Se no momento demonstra força quase indestrutível aquele que se encontra no poder, somente uma força igual, em tese, pode tornar possível o combate. E isso não é entidemocracia. Pelo contrário, é o que se pode chamar de convergência democrática, quando todos buscam um mesmo fim. Não é mais ou menos o que acontece em todas as eleições por este país afora? E não é o que acontece neste exato momento por aqui, também? O prefeito buscando aglutinar em torno de si o maior número possível de partidos?

Isto para lhe garantir viabilidade eleitoral. Dar-lhe sustentação. Dentro dos parâmetros do pensamento purista, isto é antidemocrático, então? Ou seja, por este prisma, para consolidar a doutrina, cada partido teria que lançar seu candidato a prefeito? Como de uma vez anterior, entendemos que só o sentimento de vaidade pessoal pode provocar tais tergiversações dentro deste tema. Nem sempre divergir é democrático. Às vezes pode ser mera medição de forças. Inquietações do ego.

De qualquer forma, “democratizada” ou não, a oposição local ainda está em compasso de espera, numa delonga inexplicável para se fixar em nomes para a disputa majoritária. Já se sabendo que mais de um adversário para o embate com o alcaide é tornar livre, leve e solta sua reeleição, resta ao que restou de políticos não-atrelados escolher o melhor caminho. Se não o melhor, pelo menos o mais sensato, embora a contragosto de tantos outros.

Agora, não seria preciso nada disso se o candidato derrotado na eleição passada, Dr. Pituca (PMDB) simplesmente se colocasse como o nome da oposição, legitimado pelos seus 9.292 votos recebidos nas eleições passadas, ou 33.35% dos válidos. Acima dele o prefeito eleito, com 9.894, ou 35.51% dos votos válidos. Mas, hão de perguntar porque não incluo na briga Walter Gonzalis, ex-PV, hoje petista, com os 8.678 votos recebidos, 31.14% dos válidos, de um total de 27.864 votos validados.

Porque há uma diferença entre os votos de Gonzalis e os de Dr. Pituca, que se baseia na ilegitimidade de um e na legitimidade do outro. Explico: a votação de Dr. Pituca foi resultado do pensamento consciente, da decisão antecipada. Ou seja, aqueles mais de nove mil eleitores saíram de suas casas prontos a votar no peemedebista. Enquanto Gonzalis recebeu o voto “solto”, daqueles eleitores que em grande parte votariam em Geninho (DEM), elevando seu percentual para algo em torno de 40% a 42%, daqueles que anulariam ou votariam em branco, e daqueles que não votariam nem em Geninho, nem em Dr. Pituca, e decidiram à última hora despejar os votos em Gonzalis, até como forma de protesto pela condução que os candidatos deram às suas campanhas.

Lembrando que, além disso, Geninho estava na iminência de ganhar e não levar, por causa de problemas com a Justiça Eleitoral. Assim, perdeu muitos de seus potenciais eleitores, temerosos de “jogarem o voto fora”. E por serem potenciais eleitores de Geninho, não queriam assistir à vitória de Pituca. Assim, “derramaram” votos em Gonzalis. E é só isso. Esta estória, dificilmente vai se repetir.

É claro que muito provavelmente Dr. Pituca deve ter perdido boa quantidade de votos. Mas, quanto? Geninho, por sua vez, imagina-se ter ganhado boa quantidade de votos. Mas, quanto? Até porque, se não ganhou, ao invés disso perdeu, sua carreira política estaria por um triz. E Gonzalis, por sua vez, é quase certo que perdeu todos os seus votos osmóticos. Quanto lhe teria sobrado?

Como sabemos que Dr. Pituca não vai encarar essa, e a menos que Gonzalis apure ter efetivamente fixado em sua figura de candidato os quase nove mil votos recebidos, é melhor então que a oposição comece a entabular seriamente sua chapa de prefeito, vice e vereadores, livrando-se da aleivosia que parece querer tomar corpo entre seus próceres, ou serão, aqueles dissidentes democrata-fundamentalistas, apenas coadjuvantes nos festejos eleitorais pró-Geninho que poder vir a ser o pleito vindouro.

E Pituca não correria o risco de ser candidato de si mesmo, como o fora o próprio prefeito Geninho, como sempre o é Walter Gonzalis, e como também o fora, em 2000, o ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro (PMDB), embora naquele momento tivesse o respaldo de um grupo divergente em si, mas coeso quanto à necessidade de um nome, ainda que não forte, mas que acabou se elegendo por imponderável que sempre é uma eleição.

ANIVERSÁRIO COM RECORDE
Para tristeza e desalento de alguns, felicidade de muitos e a sensação do dever (bem cumprido) deste blogueiro, informo que nosso espaço democrático, no mês de novembro recebeu nada menos que 12.728 visitas, ou 1.303 a mais que em outubro, com 37.436 pageviews, média de 424 visitas e 1.247 pageviews por dia. Obrigado pela preferência e confiança! E aos “cotovelos doridos” da praça, informamos que estamos tremendamente satisfeitos com os “300 acessos” por dia, porque aqui impera a qualidade de leitores e não a quantidade deles, o que só provoca a dispersão do pensamento. Lembramos, ainda, que no dia 1º de novembro passado completamos três anos ininterruptos no ar.

‘EM CASA’
A mais recente nomeação para um cargo comissionado na prefeitura teria guindado à função de trabalhador municipal advogado que seria sócio em escritório de advocacia no centro da cidade, configurando, no mínimo, tráfico de influência. A conferir.

DEPOIS, NÓS É QUE
FALAMOS DEMAIS…
DEU NA ‘FOLHA DA REGIÃO’:
“O prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, declarou a Folha, na tarde da sexta-feira desta semana, dia 9, que a construção de uma fonte luminosa e uma concha acústica na revitalização da Praça Rui Barbosa, não constava no projeto executivo da obra, mas apenas da maquete apresentada à imprensa há exatamente um ano. Porém, diz que ainda não foram implantadas unicamente por falta de recursos financeiros.

Mas a previsão, segundo ele, é de começar a construção desses dois itens logo no início do próximo ano. ‘Vamos executar no ano que vem. Isso não estava no convênio e teria que ter recurso próprio. Vamos iniciar agora, no começo de 2012’, afirmou.

Também de acordo com o prefeito, para a execução dos dois itens anunciados oficialmente no dia 12 de dezembro de 2010, através do site oficial da Prefeitura Municipal, principalmente, terá de ser modificado o projeto executivo da obra. ‘Não constava do projeto executivo. É um aditivo que vamos fazer agora. Na maquete, quando idealizei, mandei colocar uma fonte’, explicou.

Geninho informou também que a construção dos dois itens fará parte da etapa número cinco do projeto de revitalização das praças centrais. ‘Mas ainda vou arrumar uma emenda (parlamentar) para pagar essa fonte’, comentou.” Acho que os negritos já explicam tudo né? Como assim, modificar o projeto executivo da obra? Como assim constar do “projeto de revitalização das praças centrais”, se elas mal acabaram de ser (mal) construídas? Quem explica?

Até.