Amigos do blog, isso preocupa! A ‘Folha da Região’ publicou em sua primeira página da edição de sábado,23, uma nota de esclarecimento assinada pelo advogado Gilson Eduardo Delgado, dando conta de uma verdadeira “debandada” de médicos do chamado ‘plantão de disponibilidade’ da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. Foram 31 profissionais médicos das mais diferentes especialidades que a partir de 19 de fevereiro, conforme o texto da nota, “não estarão mais prestando qualquer atendimento médico nas dependêmcias da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia ou no Pronto Socorro, em escalas de plantão de disponibilidade”. O que isso significa, na prática? Que desde aquela data, quando o plantonista (que geralmente é médico-residente ou recém-formado, ou generalista) precisar de um especialista, não o encontrará disponível, aumentando as chances de complicações ou até morte da infeliz vítima (A menos que o paciente pague, aí o médico virá correndo). Estranho que todos os profissionais constantes da enorme lista necessitam de usar as dependências, equipamentos e até material do hospital muitas vezes em seus atendimentos particulares, como partos, cirurgias e internações temporárias, sem nada pagar. E o ‘plantão de disponibilidade’ seria uma espécie de contrapartida deles para com o hospital.

A RAZÃO ALEGADA
Alegam estes 31 profissionais médicos, que a decisão se deu em função da não-observância das garantias previstas na Resolução Cremesp nº 141, de 9 de junho de 2006, “e demais dispositivos legais que estão sendo ignorados”. Dizem ainda aqueles médicos que “todas as possibilidades possíveis de solução do impasse foram esgotadas por parte dos médicos em questão, através do procurador legalmente constituído, o advogado Gilson Eduardo Delgado”. Primeiro problema já antevisto pela diretoria da Santa Casa: a decisão dos médicos é um passo largo e decisivo rumo ao fechamento do terceiro hospital de Olímpia. Uma questão gravíssima, que precisa ser enfrentada não só pelo hospital, mas, também, pelo Poder Público. Os médicos tentaram uma “queda-de-braço” com a prefeitura, recentemente, mas a Justiça entendeu que o Município nada tem a ver com isso. E o eximiu da responsabilidade. Jogando esta toda para cima da Santa Casa. A combalida Santa Casa. “Se chegar alguém aqui no plantão esfaqueado, vai morrer, por falta de especialista”, alerta a provedora Helena de Souza Pereira. Mas, ela não tira a razão dos médicos.

O QUE É
O chamado ‘plantão de disponibilidade’ é uma modalidade em que o médico não precisa ficar no hospital, ele faz um “plantão” à distância. Se precisar, é acionado. Antes, este tipo de plantão era pago somente quando o médico era acionado. Depois, por meio da Resolução 142, ficou estabelecido que o médico em “disponibilidade” terá direito ao recebimento de pelo menos um terço do valor pago ao plantonista presente, seja ele chamado ou não no seu tempo de “plantão”. Para a Santa Casa, trata-se de uma despesa em torno de R$ 50 mil por mês, porque tem que pagar para todos eles, mas o caixa do hospital não suporta ainda mais esta despesa. Os médicos tomaram a decisão em bloco, mas há informações extra-oficiais que alguns deles nunca deram plantão à distância ao hospital.

O QUE FAZER?
Fica aí, de público, o impasse. De um lado, há os médicos não querendo jogar a responsabilidade para o hospital, porque sabem que o levarão à falência total com mais esta despesa financeira; de outro, a Justiça entendendo que o município nada tem a ver com isso, e jogando o peso todfo para cima da Santa Casa; e de outro, ainda, o Poder Público fazendo ouvidos moucos, se fazendo de desentendido. Calando-se diante desta nova ameaça a rondar o setor da saúde pública local. Que de resto ainda está muito ruim. Parece até de propósito.

ADENDUM
E olha que a diretoria do hospital achava que o pior iria passar, que a mais negra fase da existência da Santa Casa tinha sido aquela vivida no Governo passado… Hoje, é forçoso reconhecer, que aquele arrocho do passado era brincadeira de criança perto do que o hospital vive hoje, sob o manto do “governo democrático, transparente e do diálogo”. Pois é.