Vem lá de Votuporanga uma estória bem interessante. E contada por um votuporanguense. Mas, não se sabendo sua origem, e apenas lendo o relato que ele faz sobre as coisas da política-administrativa de lá, parece que, nitidamente, ele fala de Olímpia. Em artigo publicado na edição desta sexta-feira, 6, no semanário Planeta News, Roberto Martins, vulgo “Lamparina”, faz um paralelo entre as duas cidades, contando como tudo se fez lá, em tudo idêntico à aqui. Leia abaixo:

“DÉJÀ VU”

Sendo eu um nativo da terra dos ventos (Votuporanga), matriz e espelho refletor das políticas também vigentes nos demais feudos demotucanos, posso tranquilamente exercer o papel de guru espiritual da sociedade olimpiense, haja vista que a disseminação das políticas da confraria seguem sempre os mesmos rumos, passando pelos caminhos da empreitada asfáltica, seguindo pela coleta do lixo, merenda escolar, incapacitação de prédios públicos para que aluguéis possam ser contratados (quase sempre dos aliados políticos), desaguando no emissário central do tratamento de esgoto, que levará tudo para o tratamento adequado e o selo do ambientalmente correto.

Em Votuporanga a tal ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) consumiu muitos esforços da administração municipal, tendo passado uns 5 anos nos tramites legais para a licitação, com o prefeito a época, Carlão Pignatari, “escolhendo” a melhor empresa para prestar o serviço, sempre inabilitando a desescolhida (diriam os moradores de Saramandaia).

A escolha foi tão perfeita, que apesar de todos os estudos e sondagens de solo – obrigatório e essencial nesse tipo de obra, pois não poderá haver nenhum tipo de risco de contaminação ao nosso Aqüífero Guarani -, no decorrer da obra se deu o aparecimento de camadas de pedras não detectadas nas sondagens (como pode isso, se sondagens foram exaustivamente feitas???), que tiveram que ser retiradas por explosão, o que justificaria assim os aditivos contratuais ao nível máximo permitido pela lei.

Sendo assim, o que estava previsto para ser gasto 14 milhões, virou 19 e nos finalmentes deve ter passado dos 20 milhões, com aqueles projetos de aprovação de recursos suplementares que a Câmara Municipal, completamente domesticada, assina sem sequer questionar.

Como a mesma equipe que encabeçou o projeto em Votuporanga está agora confortavelmente instalada numa república de luxo em Olímpia e tocando a obra por aí, os cidadãos olimpienses podem dormir tranqüilos, pois os caras sabem bem como tratar merda, digo, esgoto. E se der alguma merda no decorrer do transcurso, sempre se pode contar com a eficiência de uma boa e milionária banca jurídica contratada pela administração para socorrer o vazamento no emissário central.

Não querendo abusar da minha condição privilegiada de guru, o passo seguinte será o projeto de recuperação da área degradada, ficando o poder público encarregado de financiar a manutenção e custeio das margens do poluído córrego, que agora merecerá atenção pública. Talvez um ou outro cidadão mais perspicaz possa notar que todos os proprietários agraciados com os recursos da medida ambientalmente correta, também serão todos aliados políticos da administração. Pura coincidência…

NÃO SEI, TALVEZ….
O prefeito Geninho (DEM) parece inclinado a não ser candidato a deputado estadual nas eleições do ano que vem. Diz ele que não pretende, pelo menos. Mas, que sairá, se o partido e as forças políticas às quais é ligado insistirem. Nos bastidores políticos locais, no entanto, tudo está sendo formatado para 2014 considerando sua candidatura.

Mas, a palavra dada em entrevista que irá ao ar na semana que vem pela Radio Menina-AM, parece conter um misto de desalento em relação a esta pretensão, com a incerteza de seu próprio futuro enquanto alcaide.

Se nos permitirmos opinar, diria que Geninho deve ter recebido sinal vermelho da cúpula regional, a partir do momento em que se viu arrastado pelo turbilhão “Fratelli”.

Se for mesmo isso, então não será “convocado” a ser o representante da região na campanha. E se for mesmo isso, nem o próprio teria ânimo para se lançar.

Seja ou não seja, Geninho fora da disputa a uma cadeira na Assembléia Legislativa ano que vem, com certeza ensejará um motivo muito, mas muito forte mesmo.

Até.