O vereador Marco Antonio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, do PPS, é a típica figura na qual se pode aplicar o bordão “aquele que foi sem nunca ter sido”. Vítima de “golpe” interno dos parceiros de grupo, foi preterido no passado para a presidência da Câmara de Vereadores. Na ocasião ele quase chegou lá. Mas, teve sua trajetória interrompida por tramas e tramoias.

E agora, de novo, os ventos estão soprando em sua direção, no tocante à Mesa a ser deixada por Beto Puttini (PTB), no final do ano. Coca seria o próximo presidente, aparentemente por escolha unânime da Casa, embora alguns ensaios e insinuações partindo de colegas como Alcides Becerra Canhada Júnior (PDT), Jesus Ferezin (PTN) e Salata (PP). Por isso que o assunto é “tabú” ainda para o próprio-pretenso-futuro-presidente.

Quem comenta sobre esta possibilidade são os outros. E estes comentários dão conta de que Ferezin já estaria fora do páreo por decisão própria e Becerra não estaria fazendo muito esforço para chegar onde ele já esteve: na cadeira central da Mesa Diretora (1999-2000). Restaria, no páreo, Salata, que tem a presidência da Câmara como seu maior sonho de consumo de sempre. Ele também já esteve lá, em 1993-1994, mas não custa nada tentar voltar.

Marcão Coca é o que se pode chamar, também, “gato escaldado”, mas daquele que tem medo de água fria ou quente, não importa. Afinal, foi traído por companheiros de grupo, lá em 2006, quando o atual prefeito Geninho (DEM) deixou a presidência, na gestão Carneiro. O hoje alcaide havia sido eleito por uma coalizão de seis vereadores, com a promessa de que dois anos depois, Coca seria a bola da vez.

Lembram da tal “chave que trancou a porta e foi jogada fora”? Pois é, em 2006, uma reviravolta sem precedentes botou naquela cadeira Francisco Roque Ruiz, então eleito pelo PSB, e que integrava a coalizão que elegeu Geninho para depois eleger Coca.

No meio desse caminho, no entanto, houve turbulência de tal monta, que de uma hora para outra Ruiz pulou do barco oposicionista para o barco Carneirista (por questões extra política, mais, digamos, comercial, seria). E lá se foi o sonho de Coca, pois que encontraram a chave que havia sido jogada fora e abriram a porta.

Passados dois anos (2007-2008), novas eleições e Coca ficou de fora da Câmara, não se reelegendo. Mas este período posterior (2009-2012) também foi marcado por outro “golpe” interno, quando nova coalização de vereadores foi destruída para a eleição de Toto Ferezin (PMDB), em substituição a Hilário Ruiz (PT), após presidir a Casa em 2009-2010, quando deveria ter sido eleito presidente João Magalhães (PMDB).

Portanto, resta esperar para ver se tal prognóstico irá se concretizar, já que os caminhos do Legislativo olimpiense, no tocante à Mesa, é sempre cheio de percalços. E muita adrenalina. Ele não foi o primeiro e com certeza não será o último vereador a ir dormir presidente e acordar…simples vereador.

Em tempo: Na história do Legislativo olimpiense, pelo menos nos últimos 20 anos, a eleição menos traumática e sem surpresas que a Casa já realizou foi a de 2011, guindando Beto Puttini presidente.

As coisas foram acertadas com 30 dias de antecedência e não houve surpresas. Espera-se o mesmo final para esta de agora. Mas, como bom senso e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, que Marcão Coca bote as barbas de molho.

Até.