Se a coisa não anda fácil para os lados oficialescos no que diz respeito às eleições 2016, não pensem que pelos lados dos não-alinhados a situação está melhor. O prefeito Geninho (DEM) está às voltas com um dilema sobre dois (?) nomes viáveis, sob determinadas circunstâncias. Os não-alinhados ainda não têm sequer um dilema para chamar de seu.

Por enquanto cada um corre em sua raia própria. Até onde se sabe, não houve iniciativa de parte alguma para uma eventual composição ou formação de grupo oposicionista. O que temos no momento são candidatos de si mesmos, já manifestos ou apenas esperando o momento para iniciar as articulações. Especula-se sobre muitos nomes, alguns viáveis pelo menos enquanto candidatos, outros para não se levar a sério. Outros, ainda, apenas para testar a aceitação. Do tipo “ver no que dá ao final”.

Na oposição atualmente, o nome mais visível e dado como certo na disputa pela cadeira da Praça Rui Barbosa é o do vereador petista Hilário Ruiz, que garante a todos que lhe inquirem, não será mais candidato a vereador. Aliás vem dando espaço nos últimos tempos a um seu pupilo, que pode sucede-lo na Casa de Leis. Tem corrido por aí buscando solidificar uma base de sustentação política mais ampla, uma vez que hoje conta somente com as hostes do PT local.

Mas, para se apresentar como oposição ao atual Governo Municipal, falta muita coisa para Ruiz. A primeira, é trabalhar de forma a se caracterizar como oposição. De forma a que o público eleitor o veja assim. Porque não é o que acontece hoje. No imaginário popular de um tanto de eleitores, o vereador petista não é lá aquela oposição. Para outro tanto, ele seria uma oposição “light”, e para outro tanto ainda, nem seria oposição.

Essa imagem difusa, desenhada diante do seu desempenho na Câmara, tem confundido o cidadão. E para se firmar na disputa, Hilário Ruiz tem que mostrar para o eleitor o que é, de fato. Não que o eleitor queira um candidato oposicionista xiita, digamos, mas um opositor “morno” ou “frio” também não seria o ideal. Cabe ao pré-candidato encontrar este meio-termo aí se quiser vingar na disputa e não fazer feio.

Na outra raia, e com algum peso político, vem correndo João Magalhães, ex-vereador do PMDB, candidato derrotado a prefeito nas eleições de 2012 e candidato não-eleito a deputado nas eleições de 2014. Na primeira disputa amealhou 5.929 votos – 21,35% -, e na segunda, 3.208 votos. Este candidato está, portanto, testado na majoritária municipal e na proporcional no Estado.

Mas, há que se atentar para o detalhe das votações recebidas. No final das contas, comparando ambas, houve uma queda vertiginosa de votos, da ordem de 84,8%, o que representou mesmo 2.721 votos na mudança de um cargo para outro. Nas eleições de 2008, quando voltou à Câmara, havia recebido 1.241 votos – 1.480 a menos. Não dá para dizer, portanto, que os votos de 2012 são dele, como é comum se ouvir nas rodas de “analistas”.

A oscilação foi tremenda nestas três oportunidades. E, ainda que seja assim, com cinco, seis mil votos, nas atuais circunstâncias – em que o alcaide detém mais de 70% deles -, convenhamos, Magalhães não chegará a lugar algum. E qual estratégia teria para mudar este quadro? Com a palavra o (talvez) pré-candidato a prefeito.

De movimentações passadas sobram três nomes: José Augusto Zambom Delamanha, o Dr. Pituca, candidato do PMDB derrotado por Geninho em 2008, com seus 9.292 votos; Walter Gonzalis, o “outsider” que assustou os dois candidatos maiores naqueles eleições, com seus 8.678 votos, e Helena Pereira, candidata temporona que não mostrou a que veio, nem justificou sua candidatura, com seus 1.555 votos em 2012.

Algumas vozes lembram o médico como opção, mas sem muita empolgação. O que também parece ser recíproco da parte dele.

Outros lembram Gonzalis e seu “caminhão” de votos, mas há sempre que ponderar, como se faz com Magalhães: são dele todos estes votos? Principalmente porque negligenciou no último pleito, quando muitos clamavam por seu nome, pode sequer arranhar estes números. Pode ter se enterrado politicamente. E talvez se prefira assim.

E Helena Pereira que, dizem nas rodas, é carta fora do baralho. Nas eleições em que disputou a cadeira então na 9 de Julho, apenas embaralhou o jogo no seu início, depois fez uma campanha errática e cheia de senões, com um candidato a vice ao que parece sem nunca ter sido, e total falta de base de apoio político ou grupo de sustentação.

Esse é o quadro do momento. Se surpresas surgirem nesse meio, não serão outra coisa se não surpresas. E será um nome totalmente fora do universo político local. Um empresário, talvez? De que setor? Rural? Urbano? Um administrador de condomínio? Um pássaro? Um avião? Quem? Quem?

Até.