Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: julho 2011 (Página 1 de 2)

NATIONALSOZIALISTISCHE Olimpia ARBEITERPARTEI

A exemplo da figura mais controversa, má, criminosa e que ao mesmo tempo provoca sentimentos dualistas nas pessoas, o prefeito Geninho (DEM) parece estar procurando uma “solução final” para seus desafetos, críticos e fiscalizadores. Aquela que lhe garantirá todas as benesses e bênçãos pelo que julga ser a mais perfeita ordem administrativa que a cidade já teve em toda sua história.

Com a máxima “toda propaganda tem que ser popular e acomodar-se à compreensão dos menos inteligentes dentre aqueles que pretende atingir”, Hitler comandou insanamente uma nação poderosa e rica, juntou, ou forçou a juntar-se a ele outros governantes igualmente insanos ou não, e sua saga acabou por gerar o maior genocídio de que o mundo tem notícias. E se envergonha.

O que vem provar que ninguém é soberano a tal ponto que pode governar sem vigilância, sem as amarras da sociedade, sem os limites da ética, da probidade, transparência e honestidade. Sem estes parâmetros norteadores de todo governo que se propõe sacrossanto e acima de qualquer suspeita. A clareza de princípios, o não escamoteamento de ações e decisões, o não aparelhamento dos órgãos públicos por amigos, apadrinhados e “ungidos” por razões as mais diversas – e creiam, nenhuma delas por virtudes de público reconhecidas, infelizmente – é o que deveria constar nas primeiras páginas de toda “cartilha” de cabeceira de quem ocupa cargo eletivo. Mas, infelizmente, não é isso que temos visto, seja aqui, seja alhures.

Sem contar que para manter o “status quo” a que se propõe frente à opinião pública, é preciso criar todo um cenário onde verdades ilusórias, malabarismos verbais e aglutinamento da força de propaganda – mantida a peso de ouro, no mais das vezes – acabam sendo a tônica dessa espécie de “tour de force”. Portanto, novamente é preciso recorrer ao grande “mestre” idealizador do Holocausto: “Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela”. Idéia difundida ao longo do reinado insano do nazista mais notório do mundo, e que acabou sendo a pedra de toque de tudo em redor do seu projeto de poder.

Aqui mesmo em Olímpia é possível ver o quão eficaz se tornou este conceito de relação com o público. Muitos são levados pelo barulho ensurdecedor que atrapalha o pensamento, o raciocínio, engana, obstrui a razão, tripudia. A rapidez com que tudo é trazido à tona, ou na mesma proporção é abafado quando não interessa ao burgomestre e sua trupe, tem exatamente esta finalidade: não dar tempo ao cidadão comum, a média, de respirar e analisar com seus próprios meios intelectuais, se o que aí está é bom, mal, ruim, péssimo ou tanto faz. Quer se tornar todos, indistintamente, nos “menos inteligentes” tão ao gosto de Hitler naqueles tempos negros.

E percebemos que faz efeito. Só não mais devastador porque a centelha da razão ainda insiste em cintilar aqui e ali, para desespero dos poderosos de turno, que de muito bom grado admitiriam um cenário de “pensamento único”, à moda dos tucanos na era FHC. O melhor dos mundos: mídia, formadores de opinião, opinião pública e quejandos, numa só sintonia, todos “menos inteligentes” para gáudio do Grande Realizador, que assim poderia jogar suas mazelas nem para baixo do tapete, que ninguém está mesmo prestando atenção a elas, mas nos lixões espalhados por aí, a céu aberto mesmo.

Melhor ainda seria se fossem os olimpienses todos zumbis a habitar esta terra que um dia foi de Curupira, mas que hoje “pertence” a outros seres, pena que não imaginários, e por isso mesmo tão mais assustadores, sinistros e misteriosos como aqueles que vez ou outra povoam nossos piores pesadelos.

Até.

VELHOS FUNDAMENTOS E UM ‘NOVO’ FEFOL

Não se trata da invenção da roda, muito menos da decoberta da pólvora, como se diz. Prefiro acreditar que foi a volta necessária aos fundamentos da festa em si que está levando de novo ao recinto o público perdido pelo Festival do Folclore nos dois últimos anos – ou nos dois primeiros anos do atual Governo Municipal. E digo “volta aos fundamentos da festa em si” com certa dor no coração, porque significa que nós, os que vivem o Fefol com “alma”, temos que nos render às evidências: o evento não existe por si mesmo, muito menos pelo que representa ou por sua importância, ou ainda mesmo por ser um valioso patrimônio imaterial da cidade.

E foi esse o foco dos organizadores a partir deste ano. Sabedores que os dois anos anteriores impuseram retumbantes fracassos à festa, em termos de público, e temerosos de que o fenômeno se repetisse este ano, fizeram as mudanças que fizeram, ainda que sob argumentos e justificativas não de todo críveis. E assim, já de saída vem o secretário de Cultura, Esportes, Turismo e Lazer, Beto Puttini, dizer que o público da abertura “foi o maior da história das aberturas”. Seguramente não foi. E seguramente, também, esta 47ª edição não terá o mesmo público da última antes do atual Governo, em 2008 – 44ª edição.

Mas, com certeza o público, este ano, será no mínimo três vezes maior que em 2009 – estimadas 30 mil pessoas durante os nove dias. Digo três vezes maior que 2009 porque 2010 não dá parâmetro, já que a estimativa de público ficou aquém do ano anterior, embora ninguém o tivesse medido. Li não sei onde que a PM estimou o público do final de semana – sexta e sábado, em 25 mil pessoas. Contagem aleatória poderia acrescentar a estes números mais cerca de cinco mil pessoas da segunda e terça-feira. Pronto, 30 mil pessoas já teriam passado pelo recinto da festa. Assim, os públicos de 2009 e do ano passado, tranquilamente já estão batidos.

A Comissão Organizadora, em 2009 e 2010 não fez a contagem de público por meio de catracas, como nos últimos anos, nem fez uma estimativa oficial, como agora, a Polícia Militar. Em 2009, a expectativa era de receber entre 150 mil a 160 mil pessoas. Em 2008, haviam sido contabilizados 176.746 visitantes, na catraca. Também contou-se muito naquele ano, como agora, com os turistas – foi o ano e o mês da lacração dos poços do Termas, lembram? “120 ônibus de turistas foram cancelados”, relatou a coordenadora dos Festivais, Maria Aparecida de Araújo Manzoli, a Cidinha Manzoli.

Ao final do evento em 2010, Cidinha Manzoli admitiu que “houve erros no desenrolar desta edição da festa”, corroborando críticas na imprensa e entre populares, mas garantiu que eles seriam corrigidos para “a próxima edição”, ou seja, esta edição. Mas, a grandiloquência, como agora, marcou presença: ” Foi um dos melhores festivais”, sentenciou Manzoli. Estranhamente mais “humilde”, o que não é do seu feitio, o prefeito Geninho (DEM) disse na ocasião que o 46º Fefol foi “muito melhor que o do ano passado”. Sim, de fato, foi, porque ali já se notava o retorno aos fundamentos do evento, no seu aspecto festa.

O público não foi oficialmente contabilizado, mas no Recinto de Atividades Folclóricas “Professor José Sant´anna”, foi menor que o do ano anterior, que teve as estimadas 30 mil pessoas. Paulo Duarte Ferreira, presidente da Comissão Executiva da festa disse, por sua vez, esperar que neste ano a festa fosse melhor. E sim, está sendo. Se não melhor, pelo menos igual às de sempre, salvos 2009/2010, ou seja, materialista, feérica, alucinadamente comercial.

Mas, enquanto fato cultural perdeu a razão de existir. Sua essência tornou-se mero “penduricalho” na festa. E para quem ainda insiste em buscar o “profundo” insistentemente camuflado do Fefol, reomendamos ir ao recinto com a “alma”, pois é ela, somente ela, que te pode realizar.

Até.

SE QUEREM NOSSO SANGUE, SÓ NO FIM!

Então, o assunto “Gegué prefeita” está rendendo barbaridade. Acho que nem os próceres governistas nem seus apaniguados, lambe-botas e bate-paus esperavam por essa. É claro que, como em toda polêmica, há dois lados. Um apoiando, outro criticando. Mas, não há, até agora, o comentário neutro. Prova de que a cidade está mesmo dividida. Não há unanimidade política por aqui nestes tempos bicudos. E olhem que sobra até para este miserável blogueiro, que agora vem de ser ameaçado de processo por (pasmem, senhores!) um colega de profissão.

Não gostou de ver seu blog chamado de bate pau e ele, de lambe-botas. Como deve estar cheio da grana para contratar advogado, pode ficar à vontade. De minha parte, nem vou perder tempo de correr atrás de um. Fica sabendo, então, senhor cidadão, que sua será a vitória, por revelia. Manda ver. Acho absurdo perder meu tempo ou ocupar tempo da nossa já tão atribulada Justiça, com “tonterias” deste porte. O cidadão se julga ofendido, mas se fizermos uma compilação de suas ofensas publicadas em seu blog ou em blog alheio, ou mesmo o Face e sei lá mais em que ferramenta, dará para montar uma espécie de “dossiê do ódio”, tamanhos e diversos são os impropérios proferidos por ele contra os desafetos do prefeito dos seus sonhos.

Mas, reparem que basta colocar qualquer senão nas ações do burgomestre que ele tanto ama, para vir com pedras na mão, sangue nos olhos e faca nos dentes para cima do pobre infeliz que ousou tamanha façanha. Mas, eu o entendo. Sem bandeiras reais para defender, sem idéias originais para propagar se apega à única coisa que para ele é concreta, o vácuo do poder. Agride cidadãos de bem, para agradar os poderosos de turno, esquecido de que todos eles passam, e nós ficamos. E que todos eles, amanhã, também serão cidadãos comuns. Embora, muitas vezes, não tão comuns (por razões tão sobejamente conhecidas).

Mas, LCC é apenas um reflexo destes tempos translúcidos que a cidade tem vivido, onde impera a intolerância e o totalitarismo de direita. Uma direita que deita suas raízes no mais autêntico modelo protofascista, onde quem pensa diverso daquilo que vem lá de cima como verdade absoluta, corre riscos. Por isso temos por hora uma cidade tão calada, fechada em si mesma, onde as instituições representativas se prostraram em estrondoso silêncio. Essa é a tática deste tipo de regime político. Muita propaganda, muito barulho e uma só versão para todos os fatos, e ai de quem ousar dizer o contrário. E do lado do cidadão, o silêncio. Só o silêncio é aceitável.

Pois que alegria de político no poder é a bajulação dos apaniaguados, bate-paus e lambe-botas, estes que formam seu paraíso, seu melhor dos mundos. E nós que não fomos acostumados a isso ao longo da vida, vamos resistindo, com a força que nos resta. O rolo compressor do poder é forte e pesado. Mas a nossa casca é dura. Se querem nosso sangue, o terão só no fim. Nunca antes do fim.

Até.

QUEM CAIR NESSA VAI PUXAR CARROÇA!

A oportunidade me foi apresentada agora, em função de um texto matreiro, replicado em Olímpia pelo blog bate-pau do lambe-botas Leonardo Concon. Trata-se de um exemplo clássico, uma pérola do colunismo de encomenda. E como ele trata exatamente de campanha política, me veio então o momento para tratar deste assunto. Mas, antes, expliquemos a tal nota, e a razão pela qual a mesma foi replicada pelo blog bate-pau.

Existe aí uma clara intenção de jogar na vala comum da política eleitoral as matérias que o jornal Planeta News tem publicado nas suas últimas edições, dando conta de que empresas que prestam serviços à prefeitura têm endereços na Jucesp que não conferem com os reais. As implicações podem ser muitas e, por isso, o melhor a fazer é desqualificá-las, para que o (e)leitor se perca em pensamentos mil. Mas, aviso aos navegantes: isso às vezes funciona com quem tem credibilidade a toda prova junto à opinião pública.

Trata-se, sem sombre de dúvidas, de uma publicação orquestrada, que atende aos interesses do Executivo municipal, perpetrada, também seguramente, pelo vereador Salata (PP), lider do governo na Câmara, que tem estreitas ligações com a família Monteiro de Barros, de Barretos, detentora do diário em questão, e cujo patriarca, João Monteiro de Barros Filho já foi agraciado, em 2006, com um Título de Cidadão Olimpiense, por meio de projeto de lei de autoria do hoje vereador-suplente, na sua gestão anterior – 2001/2004.

E todos se lembram, também, que foi por meio desta família que Salata trouxe para Olímpia a Rede Vida, que é de propriedade dos Monteiro de Barros. Bem como o “Diário de Barretos”. A trama nem tão difícil de perceber assim consiste na triangulação fonte-coluna-blog bate-pau. A publicação fora é para dar “credibilidade” à “informação”. Mas quem deu esta informação ao xará do vereador Salata? Ele procurou a vereadora para perguntar se é verdade? Parece que não. A nota, então, saiu do nada? Não. Ela foi combinada, sem dúvidas.

E a caracteriazação de coisa encomendada fica explícita no blog bate-pau: “Campanha antecipada? Diário de Barretos anuncia pretensão de diretora de jornal e vereadora de ser prefeita de Olímpia em 2012”, gritou o tal blog, seguindo depois: “A vereadora de oposição e diretora do semanário ‘Planeta News’, Priscila Foresti (Guegué, PRB), está sendo anunciada como ‘pré-candidata’ a prefeita em 2012, na disputa eleitoral em Olímpia.”  E não é só isso, vem o complemento:

“E o anúncio foi feito fora da cidade: em Barretos, através de um dos diretores do jornal Diário de Barretos, Luís Antonio Monteiro de Barros. Para os observadores políticos, isso explica a ‘guerrilha jornalística’ de oposição iniciada pelo seu semanário e confirma, também, que, para Guegué, a campanha eleitoral foi antecipada e já começou.”

Não é um primor de informação? E o complemento, então? “Observadores políticos”? Quais? O que “explica” o quê? E o que “confirma” o quê? Notem que, num arroubo estrondoso de jornalismo-vidência, o blogueiro coloca não palavras, mas pensamento – ou, melhor ainda, tomada de decisão da vereadora em questão em relação a seu futuro político. A campanha eleitoral “foi antecipada” por quem? “Começou” onde, quando e por qual razão, motivo ou circunstância?

Primeiro que, caso o jornal tivesse publicado tal nota de livre e espontânea vontade, qual o problema? Notem, abaixo, que trataria-se apenas de uma (tão odiada pelo blogueiro) ilação do colunista, caso não fosse coisa “plantada”. Vejamos a tal nota, reproduzida, com direito a foto e selo da coluna, em PDF, no blog bate-pau: “A vereadora Priscila Seno Foresti, que integra a oposição ao atual prefeito Geninho Zuliani, deve ser candidata a prefeita de Olímpia nas eleições de 7 de outubro de 2012”. Hã, e daí?

Se o jornalista amigo do peito do vereador Salata quiser dar um brilho a mais à sua coluna, pode publicar que os vereadores Dirceu Bertoco (PR) e João Magalhães (PMDB) também devem ser candidatos a prefeito naquelas mesmas eleições. Também o ex-vereador e empresário Bira da Ki-Box pode ser candidato a prefeito em 2012. Tem ainda Walter Gonzalis (PV), que obteve cerca de oito mil votos nas eleições passadas.

E não se pode esquecer do ex-vice e candidato a prefeito derrotado nas eleições passadas, Dr. Pituca, que armazena um acervo superior a 8 mil votos. Do ponto de vista eleitoral, seria mais interessante enfocar Dr. Pituca, ou não? Mas, a intenção não é essa. A intenção é simplesmente desviar o foco da atenção do cidadão. Mas pode ser que até consigam junto aos médios. O cidadão consciente consegue enxergar estes engendramentos políticos. E os condena. Pela primariedade e insuspeita tentativa de menosprezar a inteligência de cada um de nós.

Até.

GALVÃO VAI PAGAR O PATO?

O todo poderoso superintendente da Daemo Ambiental, Walter José Trindade, acaba de adotar o conceito Pilatos no caso da M. Martins Obras ME. Fazendo valer a máxima de que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, vem de exonerar o funcionário comissionado no cargo de Assistente Setorial na autarquia, André Renato Galvão, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM de ontem, 23, da Portaria 737, de 14 de julho, à página 14. Tal exoneração vem ao encontro dos temores manifestados por pessoa próxima a Galvão, de que “tudo seria jogado em suas costas”. Tudo o quê? A pessoa não disse.

Galvão está levando toda a culpa por denúncia publicada pelo jornal Planeta News, edição do dia 8 de julho, dando conta de que a empresa M. Martins Obras ME tinha contratos de mais de R$ 819 mil com prefeitura e Daemo, mas seu endereço de escritório era falso, bem como da residência do declarado proprietário, Marlo Martins. Ele constava morar em uma rua da Cohab I que a reportagem constatou, não era verdade. A empresa constava ter sede em uma rua do Jardim São José, mas também não era verdade. Por fim, confirmou-se que a tal empresa estava localizada, “pró-forma”, na casa do funcionário.

Mas, parece que bancar o Pilatos nesta estória não será tão fácil assim. As implicações do município e da autarquia com a estória são mais sérias do que se pode pensar. E vai gerar desdobramentos tão mais sérios ainda, com as novas informações que estão surgindo, e devem vir à tona nesta semana que se inicia. Não está descartada, no imbróglio, a tal da improbidade administrativa. Portanto, mesmo com Galvão exonerado, ninguém ainda pode dormir sossegado.

Enquanto isso, Galvão pode recorrer a um santo que poderia ser o de sua devoção, não só pela coincidência de sobrenomes. São Frei Galvão é o patrono, no Brasil, dos profissionais da construção civil. Com a canonização de Frei Galvão, o primeiro religioso brasileiro a alcançar tal condição perante o Vaticano, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) decidiu, por unanimidade em Plenário, instituir como Dia dos Profissionais da Construção Civil a mesma data em que se comemora o Dia da Construção Civil, 25 de outubro, em homenagem ao frei franciscano nascido em Guaratinguetá (SP), considerado desde o ano 2000 o Patrono da Construção Civil.

NÃO RIA. É SÉRIO!
Enquanto isso me deparo, no sábado pela manhã, com publicação de material claramente preparado pela assessoria do prefeito Geninho (DEM) – lembram-se do texto-premonitório publicado aqui na quinta-feira? -, dando conta de que o Departamento Jurídico da prefeitura e “os envolvidos no caso da empresa Lucimar Regina Damion Louzada” vão ingressar com ação civil e criminal contra o jornal Planeta News, contra seu editor, contra este miserável blogueiro, radialista e dublê de jornalista, e contra o repórter estagiário Cleber Luis. Eu até riria desbragadamente dessa notícia, se a troupe genista não a estivesse levando tão a sério.

Como se sabe, esta semana o delegado de polícia João Brocanello Neto, mandou para o arquivo o boletim de ocorrência acusando o editor do Planeta, Silvio Roberto Bibi Mathias Netto, de ter caluniado as duas Lucimar – a Sacarano, onde consta na Juscesp estar a firma de serralheria, e a Louzada, em nome de quem está a emrpresa que consta ser de seu marido. Claro que forçados pela turma do poder, porque são gente simples, com interesses estreitos junto ao Poder Público – o pai de Scarano é garçom na Câmara Municipal dominada pelo Executivo e a própria Lucimar é professora da rede municipal -, portanto facilmente manipuláveis.

O que não se explica é a insistência do prefeito Geninho em manter esta saga em relação ao caso. Tudo o que está publicado no jornal não foge uma linha à verdade. A interpretação inviesada para o fato quem está dando é o próprio Governo Municipal. As suspeitas alegadas, vêm do imaginário do próprio Governo Municipal. Da mesma forma as alegadas calúnia, difamação, crime contra sabe-se-lá-o-quê, tudo isso é produto da imaginação fértil do séquito de lambe-botas prefeiturais. A menos que estejamos vendo apenas o  cristalino das águas de um rio barrento a esconder as mais diferentes espécimes nas suas profundezas…

E COMEÇOU…
O 47º Festival do Folclore começou oficialmente ontem. Com um público igual ao de aberturas anteriores. Nada que surpreenda. E felizmente começou com o público de todas as aberturas. Daqui há pouco os bate-paus vão começar a inflar a presença de gente no Recinto do Folclore. Embora ontem o local tenha tido um afluxo de pessoas que ficou muito, mas muito acima daqueles observados nos dois primeiros festivais da “era Geninho”. Mas, não que no aspecto do evento, em si, as coisas tenham melhorado. A administração, ao que parece, deu muito mais valor ao aspecto visual do recinto que ao aspecto folclórico em si. Aos poucos, nosso Festival do Folclore, o maior legado da história desta cidade, vai se transformando numa festa qualquer.

É como bem disse o amigo-leitor deste blog em terras distantes, mas olimpiense a toda prova, José Bento Souza Vasconcellos dos Santos: “A impressão que me causa, é que: ao invés de ser um ‘Legado do Prof. José Sant’anna’, o Festival parece ter se transformado em um ‘fardo’ para os governantes”. Me parece a mais exata tradução do momento em que vivemos no tocante à festa.

PS: A abertura oficial no palanque e na arena ontem à noite só teve início depois de intensas vaias do público presente nas arquibancadas, e aos gritos de “começa, começa, começa!”. A ordem da cerimônia teve até que ser alterada. Porque um discurso político com aquele clima não ia mesmo acabar bem. Anunciada para às 20 horas, a  cerimônia só começou às 21 horas, e às pressas, para abafar a manifestação de descontentamento do público. Tinha gente que estava ali sentada desde às 19h30. Sem contar as crianças, que devem ter chegado ao recinto bem mais cedo. Que lhes sirva de lição. O público merece respeito.

Até.

E VEM CHEGANDO O FEFOL…

Postei aqui, em 16 de agosto do ano passado, texto analisando a 46ª edição da festa, sob o título “Ser Grande ou Ser Essência é o Dilema do Fefol”, onde numa espécie de digressão do pensamento não só analisava, como fazia a crítica e cobrava de quem de direito, respeito e reverência ao fato. Cheguei mesmo a até elogiar alguns detalhes e dizia que, em agosto deste ano faria a comparação para detectar se algo mudou, e o que teria mudado, claro, para melhor. Mas, desnecessário dizer que tudo, aparentemente mudou para pior. Ou tende a ser uma mudança para pior.

No ano passado eu disse que sempre após uma edição da festa, o que fica é a saudade, “ressoando na mente e na alma os sons, as canções, as danças, as cores, os ritmos”. Lembrava que algumas destas canções, em alguns momentos, soavam como lamento. Na noite final do 46º Fefol, ainda no palanque, o apresentador da ocasião, professor Washington Gomes, afirmara que a partir daquele momento já se começava a pensar na festa do ano que vem, ou seja, deste ano. Mas, “gato escaldado”, observei que “se tudo não estiver na alma, na mente e no coração”, nada em torno do Festival poderá ser feito além.

Neste mesmo fim de festa, inclusive, os discursos mudaram de rumo, passaram a ser no sentido de reafirmar o compromisso da cidade, de seu povo e, principalmente, de suas autoridades políticas com a realização desta que é a maior homenagem do país ao povo brasileiro e suas raízes. E qual foi a maior demonstração deste “compromisso jurado?” A antecipação para julho, tirando do seu mês tradicional, agosto, a festa, para atender interesses outros que, com certeza, não são os do povo. E ao que parece, o luxo deverá imperar no recinto – ainda que o luxo brega de mentes alienadas.

E isso, seguramente, não faz parte, não está na essência da manifestação folclórica. Muito pelo contrário. E quem gosta do Fefol pelo que ele representa sabe do que estou falando. Aqueles que veem nele fonte de cultura e conhecimento, aqueles que têm no Fefol os seus momentos de recordações, de feliz melancolia, aqueles que bebem a cada edição na fonte do saber, sabem do que estou falando. Até agora, em relação à festa, o que se sabe é que o público vem caindo vertiginosamente. Nos dois primeiros anos foi verdadeiro fracasso. Neste terceiro ano do atual governo espera-se que haja reação. E se fez a estúpida antecipação de mês buscando isso.

Assim, permanecem bastante atuais os dilemas postos aqui ano passado: o Fefol quer ser grande, ou quer ser essencial? E para ser grande implicaria, necessariamente, perder a assência? E, ao contrário, ser essencial implicaria em ser para poucos? Quem irá responder?  Por ora é preciso que os poderosos de plantão na cidade entendam que o Festival do Folclore tem uma função histórico-social, uma responsabilidade cultural que não se tem como medir em relação ao país e seu povo. Um valor imaterial inominável. Falta esta gente compreender isso. Afinal, repetindo a mim mesmo, só se pode amar e respeitar aquilo que se compreende. Se não, a alma não reage.

Até.

O QUE SE TERIA TRAMADO NOS PORÕES DO PODER?

Há algo pairando no ar que nos leva a crer estar o Governo Municipal, na escuridão de seus bastidores, perpetrando alguma espécie de “vingança” contra o que julgou extremamente depreciativo à sua Administração – a publicação de matéria relatando a relação do município com outra empresa cujo(s) endereço(s) físico(s) não condiz com aquele registrado na Jucesp. Todo são sabedores da correria que foi aquele dia, o qual batizei, apropriadamente, de “A Sexta-feira dos Desesperados”, pelas suas características. Os detalhes estão todos na edição desta sexta, 22, do Planeta.

Aqui quero exercitar minhas cismas quanto ao que poderá vir estampado amanhã nos jornais “da casa”, naquele blog inominável que todos também conhecem, e o que deverá gritar depois o “pitbull-assessor” que ocupa os microfones daquela emissora arrendada pela prefeitura – e cuja forma de pagamento até hoje ainda não foi explicitada. Aliás, disse “jornais”, mas, na verdade, deverá ser em apenas um (ou dois, se pagarem), já que em outro não teria havido tempo hábil para a publicação, ou publicações.

Enfurecido o Governo e seus apaniguados estão. Mais enfurecido ainda ficaram após tomarem conhecimento do arquivamento do BO acusando o editor do Planeta News, jornalista e advogado Silvio Roberto Bibi Mathias Netto, por “calúnia”. E também por terem sido negados ao prefeito dois pedidos de “direito de resposta” encaminhados esta semana à redação, via telegrama e ofício via Correios. Para ambos, o editor respondeu com um sonoro não. “Não há ofensa a responder, nem direito a reivindicar”, acentuou Mathias Netto em uma das respostas.

Mas, deixou espaço de comunicação com o prefeito Geninho, caso quisesse conceder entrevista ao jornal, desde que respeitando a plena liberdade de perguntas e respostas. O alcaide não respondeu se queria ou não. E por que a cisma nossa de algo virá amanhã – não se sabe o quê, nem sobre o quê, muito menos em que nível – aumentou neste início de noite? Por causa da releitura do comportamento do superintendente da Daemo Ambieltal, Walter José Trindade, ao telefone, no contato mantido com ele pelo repórter estagiário do jornal.

Foi ontem, quarta-feira, 20, o tal contato. Buscava-se informações sobre a sindicância que ele disse que seria instaurada para apurar possíveis irregularidades na contratação da M. Martins Obras ME e o envolvimento do funcionário comissionado e arquiteto, André Renato Galvão, com a empresa. O fato de ele ter se recusado a adiantar qualquer informação sobre se ela havia sido aberta ou não, até nem causaria surpresa. O que chamou a atenção é que ele disse, com veemência, que só atenderia o Planeta na segunda-feira, 25. A uma segunda pergunta feita – se saberia qual profissional era o responsável técnico pela M. Martins, também, ainda mais enfárico, disse que só falaria na segunda-feira.

Por que na segunda-feira, e somente nela, sabedor que é de que o jornal fecha nas quintas para circular nas sextas-feiras? Estaria esperando exatamente o final de semana quando, acredito, será de pretensa “forra” contra a imprensa livre e democrática? Pode ser só paranóia. Mas, não é o que parece. Aguardemos.

Até.

ESPÍRITOS DO PIOR PESADELO

Está tudo muito louco. Os deuses estão loucos. Os homens, como seus assemelhados, ainda mais loucos. O mundo virou de ponta-cabeça. E ninguém mais entende ninguém, ao que parece, nem tudo o que está acontecendo. Turbilhões de informações, contra-informações e outros genêros de coisas circulam aqui e ali, em todos os lugares. Ferramentes sociais e blogs se tornaram depositários dos estrumes ideológicos e políticos. Cada um fala o que quer, via de regra bobagens, “tonterias”, como se fosse o fino do pensamento. Será esse o chamado câncer da modernidade: A “babelização” do entendimento?

(“Nenhum pensamento é imune à sua comunicação, e basta já expressá-lo num falso lugar e num falso acordo para minar a sua verdade – Theodore Adorno, in “Minima Moralia”).

Maniqueismos de toda espécie assumem o lugar de “atos de justiça”, os mais humildes sendo manipulados pelos poderosos, a sociedade calada e vencida pela troca dos interesses, o indefectível toma-lá-dá-cá. As instituições, antes tão ativas, pensantes, agentes da opinião pública, hoje silentes, agentes da quietude que prescinde do questionamento. Mentes divididas, opiniões – quando as há com certa razoabilidade – desencontradas. Consequência dos tempos viventes, dos não-seres, daqueles que habitam o mundo vazio de virtudes, de ética, da decência e do saber humano.

(“O que constitui o valor do homem não é a verdade, que qualquer pessoa pode possuir ou supõe possuir, mas o empenho sincero que o homem empregou para descobrir a verdade. Pois é por meio da busca pela verdade, e não com a posse desta, que as suas forças se ampliam, e somente nisto consiste a sua perfeição sempre crescente – Gotthold Lessing, in “Eine Duplik”)

Pessoas que mentem conforme suas necessidades, temores e, ou, conveniências. Voltam atrás na palavra dada, desdizendo, descaradamente, o dito. E assim seguem erigindo seus castelos de vento, plantados os alicerces no próprio caráter cediço, abstendo-se, ainda que seja legítimo, de qualquer ato ou palavra que levasse a algo próximo de uma sedição. Só a subserviência humana explica. Para os outros só a loucura sádica advinda dos interesses contrariados. Da abrupta descontinuidade daquilo que em tudo se assemelha à promiscuidade nem disfarçada.

(“A humildade fica perto da disciplina moral; a simplicidade de caráter fica perto da verdadeira natureza humana; e a lealdade fica perto da sinceridade de coração. Se um homem cultivar cuidadosamente essas coisas na sua conduta, não estará longe do padrão da verdadeira natureza humana. Com a humildade, ou uma atitude piedosa, um homem raramente comete erros; com a sinceridade de coração, um homem é geralmente digno de confiança; e com a simplicidade de caráter é comumente generoso. Cometerá poucos erros – Confúcio, in ‘A Sabedoria de Confúcio’.”)

Aonde a falsidade, a mentira, a dissimulação podem levar alguém? A lugar nenhum. Se levar, será certamente por caminhos tortos, escuros, assombrados, rumo a um lodaçal. De podres e fétidas criaturas. Monstros balofos sequiosos por almas perdidas. Que ali hão de se derramar, de se diluir. Hão de ser devoradas por estes espíritos do pior pesadelo.

(PS: perceberam que num acesso de petulância dividi meus pobres pensamentos com grandes pensadores da história? Não levem a mal.)

Até.

A SEXTA-FEIRA DOS DESESPERADOS

Em 1969, causou grande impacto no mudo cinematográfico o filme “A Noite dos Desesperados”, de Sydney Pollack, um drama existencialista estrelado por ninguém menos que Jane Fonda (como Glória) e Michael Sarrazin (como Robert). Basicamente, o filme trata do seguinte: Durante a grande depressão dos anos 30, muitas pessoas topavam tudo por dinheiro. Uma grande maratona de dança era a única saída para ganhar alguns trocados, e a exaustão era somente um obstáculo que eles teriam que superar. Enredo em tudo similar ao que se observou na manhã e tarde de ontem, sexta-feira, 15, em nossa urbe. A este movimento, a esta correria desenfreada, darei o nome de “A sexta-feira dos desesperados”.

Sim, porque aquilo tudo que se seguiu à publicação de que mais uma empresa com endereço falso havia recebido da prefeitura R$ 605 mil não pode ter outra classificação que não seja desespero de causa. Por que tanta correria? Por que acionar a “máquina mortífera” midiática que, ensandecida, espargia sangue por todos os poros? Até os “ungidos” da máquina e do alcaide, funcionários comissionados, foram chamados ao “front” internetês, todos eles falsamente indignados com o fato. Na verdade, fazendo barulho para surdo ouvir.

De pronto correram à casa da entrevistada em cujo endereço – Washington Luiz, 916 – estava o registro de uma empresa que consta prestar serviços à prefeitura, que na verdade estava situada no 516 daquela mesma rua e, suspeita-se, conforme publicação de hoje do semanário “Folha da Região”, em prédio que teria sido alugado pela prefeitura. O prefeito fez uso e abuso de seu perfil no Facebook, buscando “apoios populares” com a finalidade de “esfriar” o que no “Planeta” estava estampado. Era a deixa que eles buscavam para “virar o foco”. Disse o alcaide que o jornal prestava um “desserviço” à cidade.

Não vejo por aí. Se falhou o jornal em confiar cegamente na Jucesp, falharam a prefeitura e os responsáveis por contratar e pagar a empresa que sequer tinha registro correto na Junta estadual, até agora tida como a mais fiel entidade a ser consultada quando se quer detalhes sobre empresas. Caso da M. Martins Obras-ME, que até agora, salvo a supensão de um contrato pela Daemo Ambiental, e a anunciada abertura de sindicância contra funcionário, nada mais se fez, no âmbito administrativo, visando esclarecer a denúncia.

No caso da “Lucimar Regina Damion Louzada”, a correria e o desespero foram visíveis. A impressão que dá é a de que a prefeitura toda foi mobilizada em torno do assunto. Tudo parou. Era preciso não deixar passar o momento, reverter o leme, e à frente à toda força. Levaram o prestador de serviço e a moradora do 916 a fazerem boletim de ocorrência registrado como calúnia. A força do poder aí se faz presente, já que se tratam de pessoas humildes e como ficou claro, ligadas e dependentes do poder público – o pai de Lucimar Scaranaro é garçom na Câmara Municipal.

Esta mesma moça que ao conceder entrevista ao corajoso ‘foca planetário’, estava toda desinibida, descontraída, e falou o que quis, da forma que quis e como quis. O pai, Antonio, recebeu a reportagem com toda cordialidade possível, com direito a “tour” pela casa e até a apresentação do seu cachorro de estimação, um labrador “vigia” da residência. Portanto, foi um contato bastante amistoso, prazeroso entre cidadãos e repórteres. Nada dessa acintosidade que estão querendo impingir à opinião pública pois, inamistosa, com certeza, deve ter sido a investida do poder sobre tais pessoas, nas quais, de pernas bambas, se escorou em socorro.

O malsinado blog bate-pau, do inclassificável lambe-botas Leonardo Concon, foi o mais doentio formato encontrado para rebater a publicação. Como, aliás, é de praxe. Sempre que o burgomestre ou seus próximos se vêem em dificuldades, apelam para o intempestivo jornalismo de algibeira que ele professa. E por antecipação faz uso da ferramenta que mais sabe manejar: o sensacionalismo por encomenda. Bastou alguém, por algum motivo, confrontar seu patrão por osmose, que lá vem ele, sangue nos olhos, a destratar todos os maléficos seres que ousaram contestar o prefeito dos seus sonhos. Para ele, ao que parece, quem não está do lado do poder, não merece um lugar ao sol.

Enfim, a turma tratou logo de transformar um fato revelador de um possível estado de coisas que ora impera nesta cidade, como um ataque político às “imaculadas” hostes genistas. Logo se apegaram a argumentos falaciosos sobre interesses político-eleitoreiros, quando a gênese de tudo o que se fez tinha – e continuará tendo! – o objetivo claro e insuspeito de trazer à luz aquilo que eventualmente esteja sendo perpetrado na escuridão. Deste caminho o jornal não irá se desviar. Desta caminhada o jornal não irá recuar.

As pedras, aos poucos e ainda que com todas as dificuldades inerentes a situações como estas, serão removidas. A densa nuvem que cobre suspeitas transações, será varrida pelo vento veloz da busca pela probidade, transparência e honestidade no trato com a coisa pública. Não haverá trégua. As portas foram abertas. E sem que para isso tenha o jornal que apelar para armações excusas. Tanto que tudo que ali está, seja na primeira quanto na segunda denúncia, é incontestável. Ou alguém viu por aí eles se explicando a contento.

Não há explicações maiores porque são dados, estes constantes das denúncias, oficiais. Extraídos de documentos oficiais. De nada vai adiantar este artifício usado agora, de tomar para si o testemunho de pessoas humildes e temerosas de seus destinos caso não se submetam a eles. Aí mesmo, nesta questão “barulhenta” da Washington Luiz, falta luz. Por exemplo, por que se calaram sobre os valores pagos? Por que não comentam a coincidência de a empresa começar a funcionar exatamente no primeiro dia útil após a posse do prefeito Geninho? Por que não explicam como era a relação da prefeitura com esta empresa que por mais de um ano tinha endereço que não conferia com o real?

Quem e quando a empresa foi fiscalizada, já que para emitir alvará de funcionamento a primeira coisa a ser exigida é o registro na Jucesp? Quem emitiu o alvará? Se sabemos que pelo menos duas vezes por ano a fiscalização da prefeitura vai às empresas averiguar suas condições, onde os fiscais iam, então? No 916 ou no 516? Ou não iam? O prédio onde a empresa está é ou não de uso do município? Quantos e quais serviços foram feitos na cidade para se gastar cerca de R$ 20.190 por mês, e todo mês, com esta empresa? Todas as empresas que prestam serviço para a prefeitura recebem nesta mesma velocidade, ou seja, à base de 5.9 pagamentos por mês?

E, finalmente, por que intentar contra o editor do Planeta, jornalista Silvio Roberto Bibi Mathias Netto a acusação de calúnia, quando ela não se vislumbra no fato em questão? Ou estou chegando agora? “Outra empresa com endereço falso já recebeu R$ 605 mil”, foi o título da matéria contestada rumorosamente. Onde está a calúnia? A empresa não estava registrada na Jucesp em endereço que não era o dela? Portanto, em endereço falso. Ela já não recebeu mais de R$ 605 mil dos cofres públicos? Então, onde está a calúnia?

Onde estão a imputação falsa, a ofensa à reputação, crédito ou honra de alguém? A difamação infundada? Ou, ainda, no “juridiquês”, “a acusação falsa que fere a honra ou a reputação”; a mentira, a invenção, o embuste? Onde estão? Pode se atribuir à moça do 916 qualquer uma destas definições de calúnia? Na verdade o jornal lhe prestou um serviço e a seus familiares. Amanhã poderiam ser responsabilizados por qualquer fato eventual que viesse a ocorrer com a tal empresa. E como provar que nada tinham a ver com isso?

E quanto à empresa, ela foi “despertada” para o erro crasso de um alegado escritório de contabilidade, que registra a firma em endereço não-verdadeiro – e o que não é verdadeiro é falso – e por mais de um ano ninguém percebe. Agora o erro crasso será corrigido. Tudo voltará ao normal em relação a ela, que não pode ser vista como quem sofreu calúnia, ou qualquer dos outros adjetivos que definem o substantivo feminino.

Na verdade, o caso todo encerra apenas uma moral: a de que necessita-se organização na Administração Pública local. E oxalá fosse só isso que falta a esta trupe que ora nos (des)governa. Mas, que eles cuidem do que lhes compete, o jornal cuidará do que lhe compete. E o que lhe compete é vigiar, fiscalizar, apurar, denunciar ao menor sintoma de qualquer eventual ilícito. Sem medo, temor, assombro. E a quem interessar possa, o aviso: a saga vai continuar. Há no ar um cheiro de que estamos cada vez mais próximos do esgoto.

Fecho este post com um poema de Carla Valente, publicado no site “Carla e os Pigmeus”, que julgo bastante apropriado para o momento: “Escondido por entre as ervas / vi um coelho / a piscar o olho / De orelhinha à banda e rabito alçado / Pisou uma folha / fugiu assustado.” 

Até.

ENDEREÇO DA EMPRESA SERÁ MUDADO

Depois de publicada a reportagem sobre mais uma empresa com endereço registrado na Jucesp que não confere com a realidade, chegou à redação informação de que o endereço, na verdade, estava errado na Junta Comercial do Estado de São Paulo-Jucesp. Não sem antes a trupe genista incitar os proprietários a elaborarem boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia, com vistas a embasar possível ação judicial pela revelação do erro feita pelo “Planeta”, em sua edição de hoje.

Em contato mantido com a redação do jornal, na tarde de hoje, foi dito que a matéria estava errada, que o endereço físico da empresa, na verdade, é Rua Washington Luiz, 516, e não 916, conforme estampado na matéria, e que por isso, “medidas seriam tomadas contra o jornal”. Confrotado com o endereço registrado na Jucesp, porém, o proprietário da empresa constatou que, realmente, o número do prédio estava errado, por falha do escritório de contabilidade que o assiste ou mesmo da Jucesp. Imediatamente, foi feito o pedido de revisão, o que deve ser registrado em algumas horas na ficha que foi consultada pelo “Planeta”.

A Jucesp é a fonte mais confiável para se obter este tipo de informação, por isso é sempre dado como oficial os dados que nela constam. O proprietário não tinha conhecimento do erro, o escritório de contabilidade também não tomou ciência do erro, e muito menos os responsáveis por selecionar, contratar, assinar documentos e fazer os pagamentos para a Lucimar Regina Damion Louzada, nome da empresa.

A empresa foi registrada inicialmente com endereço na Avenida do Folclore, 450, Jardim Santa Ifigênia, com objeto social “comércio varejista de ferragens e ferramentas, manutenção e reparação de portões e instalação e manutenção elétrica”. Como sócio-titular e diretor, a própria Lucimar Louzada, que tem endereço residencial à Rua Joaquim A. Pereira, nº 8, Jardim Santa Ifigênia.

No ano passado houve alteração da atividade econômica e do objeto social da sede, para “comércio varejista de ferragens e ferramentas e instalação e manutenção elétrica”. Foi em 1º de janeiro do ano passado que a empresa “mudou-se” para a Washington Luiz, 916, casa onde, coincidentemente, mora a jovem também chamada Lucimar. Na verdade, esta mudança foi para a mesma rua, só que no número 516.

Para a editoria do jornal, não está caracterizada nenhuma denúncia vazia ou erro grotesco de jornalismo. Se falha houve, esta é de informação com base no que está registrado no órgão mais confiável e oficial quando o assunto é regularidade jurídica de uma empresa. No mais, diz a editoria do “Planeta”, as demais informações estão mantidas e ratificadas, uma vez que representam a mais pura verdade. O que está publicado são dados oficiais, e resta ao MP, se for o caso, e se assim entender, apenas investigar se os gastos são ou não exorbitantes – mais de R$ 605 mil, para confecção de esquadrias metálicas.

Segundo dados obtidos no Portal da prefeitura, por meio do aplicativo “Gestão Transparente”, o pagamento total feito à empresa a partir de 1º de abril de 2009 supera a casa dos R$ 605.706 (foram desprezados os centavos para arredondar a conta), divididos em 177 empenhos e emissão de cheques. Foram somados valor por valor constantes em doze páginas. A primeira soma resultou em R$ 19.661, a segunda em R$ 14.223, a terceira em R$ 23.311,50 e a quarta, em R$ 24.776. A partir da quinta página os valores começam a subir vertiginosamente – R$ 46.500, R$ 89.869, R$ 82.099, R$ 113.645, 92.756, R$ 64.204, respectivamente -, para cair depois para R$ 34.373, e R$ 289 em 15 de junho.

E dois anos e seis meses de atividade, a empresa faturou junto ao município mais de 20 vezes o valor do seu próprio patrimônio. Os 177 pagamentos feitos neste período, representam média de 5.9, e média em dinheiro de R$ 20.190 por mês. Veja, abaixo, a ficha cadstral da empresa na Jucesp, não alterada até o momento da postagem deste texto.

ficha1

Até.

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