Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: janeiro 2017 (Página 1 de 3)

EDITORIALIZANDO

O que mais surpreende neste novo Governo Municipal é não vê-lo debruçado sobre nenhum assunto específico. Pelo menos é o que se pode deduzir ao buscar na caixa de e-mail algum texto da assessoria que aponte neste sentido.

Até o momento, só generalidades, opiniões acerca disso ou daquilo, pretensões essas ou aquelas, mas nada específico, a não ser um certo quê revisionista desnecessário.

A comunicação do Governo, acreditamos, tem se visto em apuros para produzir material para a mídia diante de tamanha inércia. “Visitinhas” a isso ou àquilo sem necessidade específica não contribui para a boa imagem do administrador. Antes, soam como demagógicas, politiqueiras.

O governo que saiu ano passado pelo menos implantou o hábito de, toda terça-feira, reunir-se com determinado setor da administração e cobrar do secretário e seus auxiliares diretos, ações e resultados concretos destas. Funcionava. Cunha parece não acenar com esta possibilidade.

Completam-se, hoje, exatos 31 dias de Governo. Há quem diga que um gestor municipal só consegue dar “cara” e impor seu estilo de governar a partir do terceiro mês na cadeira, os chamados “primeiros 100 dias”. Um terço já se passou. E até então parece que Fernando Cunha (PR) ainda não desceu do palanque.

Seu governo vem mergulhado em um profundo silêncio, o que tem causado estranheza.

Mais uma vez, a comparação: há oito anos atrás, nesta época, o prefeito que saiu já havia balançado a estrutura da cidade e “bagunçado” a chamada opinião pública, dividindo-a entre aqueles que aplaudiam e os que criticavam suas primeiras medidas, seu “barulho”. Cunha nem isso. É uma quase unanimidade, nos tons de apatia.

As coisas permanecem como estavam antes. Porém com aparência de ter mudado para pior em alguns aspectos. Embora seja muito cedo para que tenhamos uma opinião formada. E talvez a propalada sanha centralizadora do alcaide venha impedindo que seu secretariado mostre a que veio, porque dali também não está saindo nada.

Dos nomes conhecidos a ocupar uma Pasta, não há muito o que se falar em termos positivos uma vez que assumem em uma situação totalmente diferente, com uma estrutura totalmente nova em relação aos tempos em que ocuparam tais funções, e há quem nunca ocupou função de tamanha responsabilidade, de cujas ações terão que derivar resultados concretos e imediatos, sem rupturas, por ser setor crucial para o desenvolvimento do município.

E dos “estrangeiros” menos ainda, eis que desconhecidos chegaram, desconhecidos do público permanecem ainda, “entocados” que se fazem.

Enfim, o compasso é de espera. Mas Cunha, para variar, poderia deixar o “varejinho” para seus secretários e assessores imediatos, e ir cuidar das coisas maiores. Fazer o seu caminho, abrir portas, criar uma base de sustentação política em nível regional, estadual e nacional.

As coisas estarão bem mais difíceis, agora, reconheçamos. Mas é nas adversidades que um administrador se impõe. Para navegar a favor do vento em águas plácidas, o remador da jangada se mostra o mais preparado dos homens.

Mas ao enfrentar tempestades e águas revoltas um timoneiro mostra a que veio: pode levar o barco a um porto seguro, ou não conseguir impedir que a embarcação naufrague.

DE VOLTA AO PASSADO: VEM AÍ O ‘PUXA-TETA’?

Está decidido. A gloriosa Estância Turística de Olímpia, sob o comando de luminares ungidos talvez pela “força divina” das idiossincrasias, volta no tempo e passará a reviver os saudosos bailes “puxa-tetas” de tão peculiares lembranças.

Não por se tratar de um local e um evento onde provavelmente a maioria dos seres presentes seja a parcela menos abastada da economia local, mas por suas características passadistas, fazer o carnaval no recinto do Folclore é, sem dúvida, decisão de quem não sabe a que veio.

De quem não conhece a Olímpia que nos últimos dez anos, pelo menos, viveu uma transformação radical em tudo o que se possa pensar em termos de infra-estrutura, independentemente se boa ou má em certos aspectos, e não conhece, sobretudo, de suas carências passadas, de suas necessidades presentes, e basicamente, da estruturação necessária com a visão no futuro.

A impressão que dá é a de que a cidade para agora, para voltar depois. Quando? Não se sabe. O Governo que se auto-intitula “da mudança”, tem mostrado ao povo que o elegeu, que tal epíteto não passa de um substantivo feminino agregado às pretensões governistas e basta.

Porque de mudanças, até agora, só tivemos o que é risível a olho nu. Mudou-se, primeiro, a organização administrativa. Depois, mudou-se a mudança. Mudou-se os jogos esportivos de um lugar para outro. Mudou-se a data do feriado de 114 anos do município de forma inédita e desrespeitosa, quando se podia mais simplesmente, cancelar o ponto facultativo da segunda-feira, se a preocupação é com a descontinuidade dos serviços.

Mudou-se o carnaval das praças para um local improvável, o Recinto, quando tanto se fala em economia de recursos como pedra de toque da atual administração (Vem aí o Festival do Folclore, vamos ver que surpresas nos reservam).

O Carnaval no Recinto se dará por qual razão? Econômica? Não. Maior segurança? Não. Maior conforto? Também não. Melhor estrutura? A resposta continua sendo não. Por consenso da população? Um não maior ainda. Por acordo entre as escolas? Um não retumbante neste caso, porque houve defecções. As partes diretamente interessadas e afetadas com tal mudança, não foram levadas em conta.

Por fim: para tornar o evento mais atrativo para os turistas que estiverem de bobeira aqui pela Estância? Façam um exercício de raciocínio e calculem o nível de dificuldade para o turista ir ver o Carnaval naquela localidade. Começa por simplesmente ele ter que circular com seu carro, por caminhos não conhecidos. E se for grupo de excursão, então…

Foi nos idos dos 80, até começo dos 90 ou um pouco além, que o Recinto servia como ponto de referência para o chamado carnaval popular, que a criatividade do povo crivou de apelidos, tornado-se mais célebre o “puxa-teta”. Claro, uma referência maldosa, discriminatória e preconceituosa. Mas nascida da chamada voz do povo, extraída do imaginário popular. E contra estas forças, quem há de.

Espera-se que não sejam a referência se por ventura algum turista aventureiro perguntar por aí: “Onde tem baile de carnaval por aqui”? E algum nativo maldoso for o escolhido para a resposta: “Lá no puxa-teta”.

Brincadeiras à parte, o carnaval de rua de Olímpia, bem como seus bailes, nunca tiveram, ao longo dos últimos 20 anos, pelo menos, uma “casa” para chamar de sua, um local de tradição, imutável, intransferível. Aliás, teve sim. O próprio Recinto, no que diz respeito aos bailes, naqueles idos já citados e com as consequências já narradas. Mas, àquela época Olímpia era um mero torrão, sem qualquer carisma.

Era quando se desfilava na Avenida, depois de tirado da praça o corso, como se chamava, a partir dos anos 80 se não nos falha a memória. E ali ficou até o início dos anos 2000, quando voltou às praças. E, aí sim, por consenso entre as escolas.

Entra um novo governo e eis que, de novo, ele é “despejado”, de novo, “um sem teto”. E, pior, protagonista de uma experiência, uma tentativa de tratar como novo o que está caindo de velho.

Mas, vamos aguardar os acontecimentos. Saber quanto se vai gastar para dotar aquela localidade de uma estrutura carnavalesca digna de uma Estância Turística, a não fazer vergonha ao turista “aventureiro” e, basicamente, aos próprios nativos que, aliás, foi para quem sempre se fez carnaval de rua em Olímpia.

Talvez os luminares governistas tenham coelhos na cartola que desconheçamos. Talvez tenham um poder de convencimento que não possamos medir, haja vista que as primeiras informações eram as de que o prefeito Cunha (PR) não teria autorizado a mudança radical, devido aos custos. Talvez tenham encontrado a solução para poupar os cofres públicos. Talvez….

Mas, sobretudo, espera-se que, de fato, saibam o que estão fazendo. Para não terem que voltar à estaca zero ano que vem. E, muito mais ainda, espera-se que tal mudança radical não esteja escorada na intolerância social tão manifesta nos tempos que correm. Malgrada a critica de leitores menos afeitos aos “marxismos” plurais quanto a esta possibilidade.

EDIS NÃO QUEREM MAIS SESSÕES EXTRAS DURANTE O DIA: ‘PARECE COISA FAJUTA’

A Câmara fez ontem sua segunda sessão extraordinária do ano. Aliás, já bateu o recorde de extraordinária para um início de ano. Deve ser resultado das inconstâncias de um governo iniciante, cheio de novidades. Foi mais uma manhã de trabalho tranquila para os senhores edis.

Três projetos foram votados, dois deles em segundo turno e um deles chegado de última hora, pedindo autorização para repassar dotação em caixa para três entidades assistenciais. Aprovados todos, por unanimidade.

Falei aqui na quarta-feira sobre a emenda dos vereadores Helio Lisse e Fernandinho, ambos do PSD, e de Sargento Tarcísio (PRP). Coloquei em dúvida a aprovação mas, não houve surpresas. A de Lisse e Fernandinho foi aprovada unanimemente, e Tarcísio retirou a dele por motivo justificável.

Ainda não da para saber exatamente qual peso esta Câmara terá, com somente duas sessões “fáceis” realizadas. Mas já dá para saber quais figuras se destacarão dentre os dez edis. Algumas, espera-se, não pelo histrionismo, outras por adotar uma postura mais rígida em relação às matérias do executivo, sem no entanto se portar como emissário de algum “anjo vingador”.

De qualquer forma, a maioria não quer mais sessões extras no período da manhã. Conforme Helio Lisse, “a população não pode comparecer para acompanhar o trabalho”, das galerias. E isso é importante porque “o que aprovamos é do interesse direto dela”. Ele se disse “incomodado” com o horário.

Mas ele não devia se preocupar. O povo não vai à Câmara de livre e espontânea vontade. Aliás, não vai nem quando é necessário.

Niquinha também foi no mesmo caminho, dizendo que, ao fazer sessões pela manhã, dá a impressão de que estão ali para votar “coisas fajutas”, ou seja, fazendo “mutretagens” escondidos dos olhos do povão. Sargento Tarcísio, vice-líder do Governo, rebateu de pronto. “Mas esta sessão não é fajuta”. E todos concordaram, inclusive Niquinha.

O presidente Gustavo Pimenta (PSDB) disse que as sessões são convocadas por consenso, ou seja, com a concordância de todos. Mas que vai ficar atento doravante.

Niquinha, aliás, reivindicou ao presidente, vagas no estacionamento da Câmara com exclusividade para os senhores vereadores. “Está parecendo o estacionamento do Thermas, isso aqui”, disse ele, condenando o uso público daquela área. “A gente chega e não sabe se vai encontrar lugar para por o carro. Se chega em cima da hora da sessão então, é muito mais problemático”, argumentou.

O presidente Gustavo Pimenta não disse se vai tomar providências neste sentido. Afinal, a Casa de Leis é do povo, como o estacionamento é parcialmente dos vereadores.

Presidente que, aliás, pelo menos enquanto sessões “fáceis”, não tem decepcionado. A ver nas sessões futuras.

Mais um pouco e a pecha de neófitos não poderá mais ser usada. Mas ainda falta um pouco mais de traquejo.

A OUTRA SESSÃO DA CÂMARA E O ‘IMBRÓGLIO’ CARNAVALESCO

A Câmara de Vereadores fará sua segunda reunião extraordinária amanhã, quinta-feira, pela manhã, para votar em segundo turno e redação final um projeto de Lei e um projeto de Lei Complementar de autoria do Executivo, readequando as readequações da estrutura administrativa operadas pelo novo Governo no final do ano passado, e fazendo um “bem bolado” na questão dos cargos comissionados, respectivamente.

Tais proposituras já foram votadas em primeiro turno na manhã de sexta-feira da semana passada, dia 20. E como disse no post anterior sobre o assunto, repito: os vereadores neófitos até que se portaram bem.

Foram equilibrados, não falaram nenhuma besteira e o destaque para a postura firme do vereador Helio Lisse Júnior, que contestou um Inciso do projeto, o que trata da questão da Divisão de Atendimento do Procon, que está mudando para “Divisão de Atendimento ao Cidadão”. Está no Artigo 27 (Secretaria Municipal de Gestão e Planejamento).

Lisse entende que a mudança de nomenclatura implica em muito mais do que simples mudança. “Me parece que querem acabar com os serviços do Procon”, disse. Preocupado, deve apresentar Emenda Modificativa trazendo de volta a sigla Procon à Divisão.

Ficar de olho para sabermos aí que apito toca cada um dos senhores edis. Ou para ouvirmos as devidas explicações pela mudança. E, mais ainda, saber como o prefeito vai lidar com esta questão e o vereador, como vai reagir à reação do alcaide. Sessão interessante a de amanhã.

PS: O blog apurou que duas emendas foram apresentadas: uma de Lisse, outra de Sargento Tarcísio. Não foi possível apurar os conteúdos devido ao meio expediente da Casa de Leis.

E O CARNAVAL?
Estava agendada para às 16 horas de hoje uma entrevista coletiva com a secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Tina Riscali, para tratar da organização do Carnaval 2017. Antes, esta entrevista seria concedida na terça-feira, às 10 horas. Foi transferida para hoje, às 16 horas, e agora foi cancelada. Sem data para uma nova coletiva. O que estará acontecendo?

O que se sabe por enquanto é que o evento está no limite da tensão até mesmo entre as escolas. A decisão intempestiva de mudar o local da Festa de Momo para o Recinto já gerou atritos vários e há até quem esteja se sentindo ofendido com certas palavras ouvidas quando de uma certa reunião. O e-mail, lacônico, veio vazado nestes termos:

Aviso – Cancelamento Coletiva de Imprensa

Caros amigos da Imprensa,
Informamos que a coletiva de imprensa sobre o Carnaval 2017 foi CANCELADA na data de hoje (25 de janeiro). Em breve, uma nova coletiva será agendada para apresentação da estrutura do Carnaval 2017, bem como a programação oficial da festa. Pedimos desculpas pelo transtorno.

Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa

Que transtorno? O de organizar uma festa tão simples? E pensar que lidar com o Carnaval sempre foi tão fácil em Olímpia….

NAKAMURA DESCE DAS NUVENS E JOGA TERRA NO DEBATE

André Nakamura, tido pelo site “Diário de Olímpia” como “discípulo” de José Sant’anna no que diz respeito às coisas do Folclore, acaba de descer à terra das nuvens para, segundo o site citado, “jogar terra” no debate, dirimir as dúvidas quanto à vinda ou não do grupo Maria Bonita à 53ª edição da festa, em agosto, representando o Estado do Ceará.

Mas, o advogado, folclorista, editor do Anuário de Folclore, no qual publicou inúmeros artigos, desde a época do professor Sant’anna, e jornalista, mais confunde que explica a situação. Ele enviou ao site citado sua manifestação “sobre a discussão em redes sociais da decisão da Secretaria de Cultura de Olímpia em rever a escolha feita no ano passado de um grupo parafolclórico do Ceará ser homenageado, representando o seu Estado, na edição vindoura do Festival”.

“A questão é puramente financeira de ambos os lados, mas a rede social é celeiro fácil de opiniões nem sempre bem fundamentadas, daí o artigo enviado hoje (24) ao Diário”, relata seu editor, Leonardo Concon.

Mas, Nakamura nada explica, não deixa pedra sobre pedra, não coloca os pingos nos iis, prefere manifestar de forma tardia seus descontentamentos com os organizadores da festa, ao longo de muitos anos. Confirma o que este blog já afirmara ainda ontem, que a cada edição do evento, há uma disputa dissimulada de egos, sempre o maior algoz do Fefol.

Nakamura presta um grande serviço ao público ao liberar este texto, porque nele revela aquilo que muitos desconfiavam, mas não tinham certeza: nunca houve consenso entre aqueles que tinham a responsabilidade de cuidar de nossa festa maior, a ponto de o presidente de turno, no caso ele, chegar não entendendo muitas das decisões, não concordando com elas, porém não tendo o poder ou a disposição, que seja, de mudá-las. Leiam, abaixo, a íntegra do texto:

“Por André Nakamura – Leonardo, parabéns pela excelente reportagem. Até então estavam sendo feitas alegações firmemente fundamentadas, “em nuvens”. Você elucidou os fatos.

Considero oportuno reafirmar que não há nenhum “compromisso” do Município da Estância Turística de Olímpia com qualquer grupo específico. Trata-se de homenagens a Estados brasileiros, a “unidades da federação”, e não a grupos, sejam folclóricos, sejam parafolclóricos.

Essas homenagens a Estados se iniciaram no 42º Festival do Folclore, ocasião em que lamentavelmente fui presidente da Comissão Executiva. Assumi quando o cartaz já estava pronto. Quando indagado acerca do porquê da homenagem ao “folclore paraense”, afirmava que desconhecia o critério, e até mesmo se havia algum. Nesse mesmo cartaz, não há um grupo específico do Pará.

Nas anteriores edições do Festival, grupos folclóricos, na maioria, eram motivo do cartaz. O Grupo Parafolclórico “Terra da Luz”, de Fortaleca/CE, inclusive, foi motivo do cartaz no 37º FEFOL.

Por que o Pará? Não sei.

O Estado da Bahia, por exemplo, poderia ter sido o primeiro (o Brasil começou lá). Ou, melhor ainda, o Estado de São Paulo, no qual se criou, em Olímpia, o Festival doFolclore (lembrando que em 2006, o Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas “Prof. José Sant’anna” completava 20 anos).

As “homenagens” continuaram, na seguinte ordem: Minas Gerais, em 2007 (não me pergunte o motivo); Paraíba, em 2008 (?). Em 2008, haveria eleições para Prefeito. A Comissão Executiva na ocasião não se pronunciou, ao final do evento, sobre homenagear algum Estado. Em 2009, nenhuma unidade da federação foi enaltecida; O Município de Olímpia foi então homenageado.

No 45º FEFOL, retomaram-se as “homenagens”: Paraná (2010); Rio Grande do Norte (2011); Rio Grande do Sul (2012); Mato Grosso (2013). No cinquentenário do Festival (20 14), finalmente, São Paulo; Em 2015, Pernambuco, e, em 2016, Espírito Santo.

Note-se que, quanto ao festival de 2012, havia integrantes de diferentes grupos gaúchos no cartaz, e que, no do cinquentenário, não havia imagem em destaque de grupo nenhum, folclórico ou parafolclórico.

No cartaz do 51º Fefol, também não há foto de nenhum grupo parafolclórico conhecido, apenas ilustrações de figuras de maracatu.

Após sua reportagem exclusiva, ouvi estranhos rumores, e li declarações em redes sociais da internet (fundamentadas “no ar”, constatamos depois) de que “isso não pode”, porque tudo está “acertado” com entidades estatais cearenses (conheço várias pessoas ligadas a folclore, de diversos grupos parafolclóricos, desse Estado). Procurei saber sobre a existência de “contrato”, “convênio” ou qualquer outro “compromisso” de entidades ou órgãos públicos de lá com Olímpia. Obtive a mesma informação. Houve até quem gracejasse dizendo que, mesmo se o próprio Lampião e a Maria Bonita ainda estivessem vivos, não tinha nada certo” sobre participação do governo do estado (e também da prefeitura de Umari), em festival de folclore, pois inúmeras outras eram as prioridades dos governantes no momento.”

SOBRE A ENTREVISTA DE CUNHA À TV

O prefeito Fernando Cunha (PR) esteve de novo na TV, na semana passada (agora a TVTem-Rio Preto), quando foi entrevistado para falar dos problemas existentes e das soluções pensadas. Não nos iludamos. Foi mais do mesmo. Destrinchou a “cartilha” eleitoral e não disse qualquer novidade. Seu rol de pretensões é deveras conhecido de todos. E ele ficou por aí.

O que de diferente disse, mas não é novidade, foi sobre as três pontes que pretende construir ao longo da Aurora Forti Neves, que logicamente teria que ser prolongada, visando desafogá-la em seu trecho central. Projeto de oito anos do ex-prefeito Geninho. Teremos mais oito?

Sobre a Saúde, aquela ladainha do Pronto Socorro na Santa Casa. Já tratamos aqui deste assunto, portanto o nobre leitor já sabe da posição deste blog quanto a esta “solução”. O que se pode destacar de bom na fala sobre a Saúde é que não houve “desmonte” no setor de Vigilância Epidemiológica, a exemplo de tantos outros setores do Governo.

“Vamos aperfeiçoar o que não está ruim e resolver e melhorar o que não está bom” na área da Saúde, observou Cunha. Oxalá falasse assim sobre todos os outros setores da administração, onde técnicos especialistas estão sendo trocados por acordos políticos.

Sobre a UPA, disse que está “sobre­car­regada”. E que pretende melhorar os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde, para melhor resolutivi­dade. Para tanto, só é necessária uma coisa: monitorar médicos, fazê-los cumprir suas horas cheias. Ainda está por vir um administrador que consiga tal feito. E há quem aposte que o gestor Fábio Martinez também não o conseguirá.

E médicos com pouca vontade de trabalhar para o Setor Público é o maior problema no setor público. Se vai haver mudanças radicais, que se comece por aí. Um PS na Santa Casa é só um paliativo, e talvez um mal paliativo, se não for erradicada de vez a insubordinação dos homens de branco.

“Na UPA estamos fazendo um diagnóstico administrativo para reordenar, pois entendemos que o problema é mais administrativo. Vamos fazer o que for necessário para que a população que precise ir lá seja melhor atendida, mais acolhida”, diz Cunha. Sim, o problema é administrativo. Mais especificamente, de administrar o tempo e as ações dos médicos.

O prefeito quer instalar um sistema de videomonitoramento nas principais áreas da cidade. Quais sejam, nas praças públicas, entradas e saídas, rodoviária e onde mais? E um sistema como esse previne o quê? Em certos casos apenas facilita a identificação do malfeitor. Mas sempre depois que o mal foi feito.

Se for um homicídio, como reparar? O próprio alcaide saca a ironia: “Vamos ter um Big Brother em Olím­pia”. Talvez sirva só pra isso mesmo. Bisbilhotar cidadãos de bem.

Curiosamente, Cunha começa a desenhar uma cantilena que espera-se não se avolume, que é a da falta de recursos para investimentos. Diz que o município só dispõe de R$ 10 milhões para tanto, e que precisa economizar para juntar outros R$ 10 milhões e assim, com R$ 20 milhões, fazer os investimentos necessários.

Quem passou oito anos de governo fazendo este discurso foi o ex-prefeito Carneiro (2001-2004/2005-2008). E assim foi fazendo uma pracinha aqui, outra ali, um  emissário aqui, outro ali, numa semi-paralisia irritante, que “travou” a cidade por quase uma década. Veremos este filme de novo, ou o prefeito fará despertar em si o arrojo necessário para conseguir os feitos prometidos em campanha?

A fixação de Cunha em relação às praças centrais não condiz com suas decisões, uma vez que, ao mesmo tempo que fala em revitalizá-las para trazer os turistas para “dentro da cidade”, decide que a festa popular do Carnaval saia delas. E pode ter o mesmo destino, seguindo esta lógica, também o Festival Internacional de Folclore?

“O turismo tem que ser incorporado para dentro da cidade e isso a gente vai fazer nos próximos quatro anos”, disse o prefeito, que pretende dotar as praças de centro de artesanato, centro de alimentação típica da região, a­presen­tações de grupos per­ma­nen­tes (folclóricos?), etc.

E quer calçadões no centro e u­ma concha acústica, com apresentações permanentes de grupos musicais e de danças. Será que a vizinhança vai autorizar?

E a novela “Vicinal Natal Breda”, claro, teve mais um de seus capítulos. E uma solução, segundo Cunha, seria os turistas em Matão pegar a Faria Lima até Bebedouro e depois vir para Olímpia pe­la Armando de Salles Oliveira, a SP-322. Impressão nossa, ou a culpa é do motorista?

“A Natal Breda foi feita co­mo uma vicinal há trinta anos e não suporta o trânsito atual, principalmente de caminhões pesados que a utilizam para fugir do pedágio da Washington Lu­iz”, lembrou. E quer estadualizá-la. Roteiro de oito anos de Carneiro, mesmo tempo de Geninho. Teremos agora um final feliz?

TOMARA QUE SÓ O CARTAZ SEJA TEMPORÁRIO…

O site de noticias “Diário de Olímpia”, de Leonardo Concon, publicou na semana passada, com o selo de “exclusivo”, noticia de que o atual governo de Olímpia (leia-se prefeito Fernando Cunha [PR]), “por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, está revendo alguns aspectos concernentes à organização do Festival do Folclore de Olímpia, inclusive no que tange ao Estado a ser homenageado neste 53º Festival do Folclore de Olímpia.”

Diz ainda que a secretária municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, está escolhendo, “de forma criteriosa”, qual será o estado homenageado este ano. Tirante a insinuação de que a Comissão anterior não teve critério nenhum ao escolher o Ceará como homenageado, o blog reputa como tremenda falta de respeito a unilateralidade da atitude da secretária, para começarmos a conversa.

Diz ainda o texto: “Segundo Tina Riscali, titular da pasta, uma das razões para tanto ‘é o atendimento ao princípio da economicidade, em decorrência das adversas condições econômicas que enfrentamos neste momento, pois, considerando-se os propósitos do evento, que é contribuir para a preservação do Folclore brasileiro, a prioridade da utilização dos recursos é para os grupos Folclóricos’”.

Devemos registrar que quando determinadas pessoas, em determinadas situações, enfatizam que o nosso Festival “é para os grupos folclóricos”, nos soa como mero eufemismo para “vamos fazer o que der”. Principalmente quando tais pessoas não são, digamos, do meio, seja folclórico, seja cultural ou assemelhado.

É que nosso Festival, passado Sant’anna, tem sido vítima, sistematicamente, da aleivosia (no sentido estrito do termo) dos burocratas de plantão.

Continuemos a ler o texto: “No que se refere aos parafolclóricos ou de projeção folclórica, estão sendo realizadas diligências para que os órgãos públicos dos Estados e municípios de que são oriundos se encarreguem, em parceria com Olímpia, de efetuar as despesas relativas ao transporte, pelo menos. ‘Já constatamos que não haverá recursos públicos das entidades governamentais do Estado para o grupo parafolclórico que o representaria, e que tinha sido anunciado pela Comissão Executiva do Festival anterior’, conclui Tina.”

Não sei. Nos parece um pouco demais esperar muito de terceiros, quando temos uma responsabilidade enorme sobre aquilo que criamos e vimos executando ao longo dos últimos 52 anos. Esta ajuda esperada é lenda, sempre foi lenda e sempre será lenda. Quando ocorria, nos lembramos bem, era motivo de “júbilo e contentamento”, para usar um classicismo ao gosto de poucos.

O que seria o cartaz do 53º Festival, divulgado na rede social do Fefol em outubro do ano passado, traz ‘Lampião’, do grupo cearense de xaxado Maria Bonita, grupo que havia sido selecionado para homenagear aquele estado agora em 2017.

“Imediatamente, o Diário de Olímpia ouviu reclamações de membros da então Coordenadoria do Festival de que a escolha não foi acertada e que haveria contrariedades, inclusive porque a escolha estava sendo feita de forma unilateral e deixando-a para o próximo governo”, relata Concon.

Bom, se houve reclamações “de membros da então Coordenadoria”, por que não se resolveu a questão antes de se fazer o anúncio? E por que a escolha não havia sido acertada? Quais contrariedades havia, e da parte de quem ou quais pessoas? A escolha foi feita “de forma unilateral”? Quem escolheu sem o consenso necessário? E por quê?

Lembremo-nos de que nos últimos anos era assim que se procedia. Anunciava-se o grupo ao final da festa, para o ano seguinte. Mas, de fato soa estranho este anúncio em final de Governo. Principalmente levando-se em conta que há mudanças de egos na condução da festa, antes de mudanças estruturais e de condução das coisas. O ego, este que sempre foi o pior algoz do Fefol olimpiense.

No primeiro Fefol de Geninho, em 2009, não houve homenageado, prática que se iniciara no Governo anterior, de Carneiro. Foi feita uma tentativa de remodelação da festa -da mesma forma que agora se pretende, trazendo-a para “suas origens”. E deu no que deu. Consta que o próprio ex-prefeito se arrepende até hoje.

O texto encerra de forma enfática: “A capa temporária do Fefol deste ano foi apenas temporária. E ponto final.”

Considerando que este, então, seja o problema maior, o blog pergunta: a partir deste começo de ação em torno do evento, e pelas pessoas envolvidas, além do que já se sabe superficialmente, baseado no texto tratado acima, e pelas declarações dele extraídas, será que só o cartaz “é temporário e ponto final”?

COMISSÃO COMEÇA ‘DEVASSA’ ( E ALGO SOBRE A CÂMARA)

A Assessoria de Imprensa do Governo Fernando Cunha (PR) disparou release à imprensa na tarde de ontem, dando conta de que a Comissão para rever os atos dos últimos 90 dias do Governo Geninho fez sua primeira reunião. Tirante o eufemismo, o blog a tratará como “comissão da devassa”.

Os integrantes da Comissão Municipal se reuniram na manhã de sexta-feira, 20, na sala de reuniões da Prefeitura. O primeiro encontro discutiu o planejamento dos trabalhos, conforme explana o texto oficial.

A “comissão da devassa” foi criada por meio do decreto 6.687, de 10 de janeiro de 2017, conforme já tratado aqui dias atrás. Diz o decreto que ela tem por finalidade avaliar os atos, contratos, decretos, portarias e medidas; a economicidade (relação custo-benefício na atividade pública [o que é isso, senão uma “devassa”?); e a adequação às necessidades do novo governo.

A equipe é grande, e presidida por um recente desafeto do ex-prefeito, Luiz Carlos Rodrigues Rosa Júnior, representando a Secretaria de Gestão e Planejamento.

Integram a Comissão, ainda, os servidores Luiz Junqueira, da secretaria de Obras, Engenharia e Infraestrutura; Quelle Fernanda Furlanetto e Patricia Bassi Bitencourt Gobbi, da secretaria de Finanças; Bruno Guzzo, da secretaria de Governo; Cristina Reale, da secretaria de Assistência Social; Charles Amaral, da secretaria de Cultura, Esportes e Lazer; Luciana Maria Morales Nunes, da secretaria de Educação; Gilson Siqueira, da secretaria de Saúde; Cristina Prado Rodrigues, da secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico; Otávio Lamana, da Daemo Ambiental e Luís Carlos Benites Biagi, da Prodem.

Diz o prefeito Fernando Cunha que “a Comissão é essencial para que, ao final dos trabalhos, sejam indicadas quais ações devem ser tomadas e que os atos fiquem de acordo com as necessidades e prioridades dos munícipes”.

O prazo para a conclusão dos trabalhos será de 60 dias, podendo ser prorrogável por igual período. Os serviços não causarão nenhum ônus aos cofres públicos. O próximo encontro da Comissão está previsto para o dia 27 de janeiro.

Foi tentado extrair da Assessoria do prefeito o real motivo da formação desta comissão, já que o decreto não é específico ou superficial de propósito, mas a resposta foi a de que “trata-se de uma formalidade”. Então ta.

COMEÇOU BEM
Na manhã de ontem, sexta-feira, 20, a Câmara de Vereadores de Olímpia se reuniu pela primeira neste ano de 2017, em sessão extraordinária, a fim de votar dois projetos do Executivo que visavam corrigir erros gritantes na estruturação administrativa do novo Governo e fazer um “bem bolado” na questão dos cargos comissionados, temas já tratados aqui ontem (O QUADRO PINTADO COMEÇA A BORRAR).

O ponto a ser ressaltado, tirante o atraso de sete minutos para o início da sessão e depois mais 20 minutos de paralisação (que foram 33 na verdade), os vereadores neófitos até que se portaram bem.

Foram equilibrados, não falaram nenhuma besteira e o destaque para a postura firme do vereador Helio Lisse Júnior, que contestou um Inciso do projeto, o que trata da questão da Divisão de Atendimento do Procon, que está mudando para “Divisão de Atendimento ao Cidadão”. Está no Artigo 27 (Secretaria Municipal de Gestão e Planejamento).

Lisse entende que a mudança de nomenclatura implica em muito mais do que simples mudança. “Me parece que querem acabar com os serviços do Procon”, disse. Preocupado, deve apresentar Emenda Modificativa trazendo de volta a sigla Procon à Divisão.

A Câmara se reúne novamente em sessão extra, para votar os tais projetos em segunda votação e redação final no dia 26, quinta-feira, às 10 horas. Ficar de olho para sabermos aí que apito toca cada um dos senhores edis. Ou para ouvirmos as devidas explicações pela mudança.

A propósito, os secretários Guto Zanette, de Governo, e Cristina Reale, da Assistência Social, estiveram presentes à sessão. Para quê, não se sabe.

LíDER E VICE-LíDER
O vereador João Baptista Dias Magalhães (PMDB) foi oficializado líder do prefeito Cunha na Câmara, enquanto Tarcísio Aguiar, o Sargento Tarcísio, foi oficializado vice. E ontem foi ele quem saiu em defesa do projeto de Cunha. Magalhães nada disse.

CADÊ AS ATAS?
Tudo indica que pelo menos o último ano da gestão Salata (PP) à frente da Câmara, não teve Ata votada no início de cada sessão, conforme reza o Regimento Interno. Na aba “Atas” do site da Câmara Municipal, a última publicação é de 27 de novembro de 2014.

E o então presidente Salata, no apagar das luzes de seu mandato frente à Mesa, contratou uma profissional jornalista para degravar (transformar vídeo em textos) todas as sessões do ano passado. Ou seja, para fazer as atas de 2016.

Nenhuma implicação nisso? Nenhum vereador percebeu isso? Ou faziam de conta que não estava acontecendo nada? Ou atas de sessões anteriores votadas necessariamente por força do RI são meras formalidades? Se sim, então para que existe?

Voltaremos ao assunto.

O QUADRO PINTADO COMEÇA A BORRAR

O prefeito Fernando Cunha (PR) mandou à Câmara para votação em sessão extraordinária marcada para esta sexta-feira, 20, um projeto de Lei -5.172 e um projeto de Lei Complementar -228, ambos já mexendo na estrutura estabelecida por ele antes mesmo de assumir a cadeira principal do Palácio das Luzes, na Praça Rui Barbosa 54.

Ou seja, mexe naquilo que ele julgava à perfeição, em vinte dias de governo. Escandalosos os erros técnicos cometidos por sabe-se lá quem dentro de seu estafe de técnicos e “especialistas”, alguns até imbuídos de boa-fé, outros achando que sabem demais, desprezando a lógica e as mudanças.

Cunha contrariou muitos pensadores políticos locais, inclusive gente dele ao propor tais mudanças estruturais, que em comum acordo com o prefeito de então, foram encaminhadas à Câmara, que as aprovou “a toque de caixa”, no apagar das luzes de 2016.

Diziam estas vozes que o melhor era ter assumido, sentado em sua cadeira e aguardado os acontecimentos posteriores, e na medida em que seu secretariado fosse conhecendo a dinâmica administrativa implantada pelo prefeito que sucedera, ir fazendo as modificações necessárias, se necessárias fossem (viu-se que não eram).

O que se perguntavam era: como alguém pode mudar algo, de maneira tão profunda, se não conhece seu funcionamento? E o que agora se vê dá razão aos que questionaram. Mas há quem se negue a acreditar que fora tal decisão apenas uma tática de “desmonte” do que aí estava.

Preferem dar crédito à boa-fé do novo alcaide, que teria se deixado levar pelos luminares que sempre rodeiam os neófitos -o que Cunha não deixa de ser dadas as circunstâncias de sua chegada à instância de autoridade política maior do município.

Agora, cabe à Câmara “nova”, em grande parte neófita ela também, corrigir o erro grosseiro cometido pelo estafe de Cunha, pretensos conhecedores das entranhas administrativas.

‘DÁ UM POUQUINHO AÍ’
Já o projeto de Lei Complementar 228, trata de mudanças no quadro funcional comissionado e da criação de mais um novo cargo, de Assessor Jurídico, com duas vagas. Pode ser para acomodar parceiros, pode ser pela necessidade de mais operadores do Direito ao lado do alcaide e seu corpo técnico de primeiro escalão.

Pode ser. Mas o blog afirma, com toda certeza que se pode ter que, o que o Governo Municipal mais dispõe no momento é advogado. Até por herança da gestão anterior. Seguramente cerca de, ou mais de dez no momento. De herança, deve ter recebido uns sete. E agora deve contratar mais dois.

Estes dois novos causídicos ganharam as vagas, em tese, de dois assessores especiais, cujas vagas foram extintas neste mesmo PLC -eram seis, agora são quatro, enquanto com Geninho eram nove. Neste cargo, vejam só, já está nomeado um advogado, Luiz Carlos Rodrigues Rosa Júnior.

Depois, vem a decisão matemática. O prefeito Cunha “salvou” o vencimento de pelo menos um dos futuros nomeados advogados, sacando do que ganharia o Diretor de Área, nada menos que R$ 966,85 que, vezes quatro, totalizam R$ 3.864,70. O Assessor Jurídico tem referência 34, vencimentos de R$ 3.452,98. Ou seja….

Cunha tirou a referência 34 do Diretor de Área e colocou a 28 -R$ 2.486,13. São quatro vagas para o cargo, todas preenchidas por Heleno da Costa Mendes (Baguaçu), João Paulo Morelli (Ribeiro dos Santos), José Roberto Pimenta (o Zé Kokão) e José Nilo Neto Bizio, ambos em uma espécie de divisão distrital que o blog ainda vai procurar entender e voltar ao assunto.

‘DEMANDA DA POPULAÇÃO’?
A assessoria de imprensa do prefeito Cunha disparou ontem release com o seguinte teor:

Plantão Social volta a atender demandas da população”

A fim de atender e orientar a população quanto às questões sociais, a secretaria de Assistência Social resgatou o Plantão Social (grifo nosso). O objetivo é de procurar soluções para os problemas apresentados pelos moradores em condições de vulnerabilidade.

De acordo com a secretária de Assistência Social, Cristina Reale, o órgão é composto por uma assistente social que ouvirá as necessidades e, de forma ágil, irá procurar soluções para cada situação. Caso seja mais complexo, será encaminhado ao setor responsável dentro da secretaria.

O mesmo trabalho do órgão gestor é desenvolvido nas três unidades do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, para facilitar a locomoção e o atendimento dos moradores por região no município.

“As dúvidas mais frequentes que recebemos são sobre como retirar documentos, fotos 3×4 e orientações sobre o benefício de prestação continuada para idosos e deficiência. Temos em mente uma reposta rápida de acordo com as demandas. Não queremos que os moradores fiquem sem respostas nas questões sociais que surgem. A população tem que ser muito bem atendida”, ressalta Cristina (…)”.

Tirante as indiretas de que as coisas não estavam sendo feitas “como se precisava fazer”, as justificativas de secretária são piegas e não conseguem disfarçar a verdadeira motivação.

Por que gerar o incômodo de idosos e portadores de deficiência terem que sair de suas casas, de seu bairro e locomovendo-se sabe-se lá como, vir até o centro da cidade para “ter a sua demanda atendida”, quando ele, até então, podia se locomover por apenas alguns quarteirões e às vezes até metros, e ser atendido em um CRAS?

Por que a centralização no atendimento, quando até então, sendo feito de forma dispersa pelos bairros sempre funcionou e as “demandas da população” sempre foram atendidas?

Por que transformar um setor onde se tratavam de questões sérias, técnicas e sob o manto do respeito a legislações vigentes, numa espécie de comitê político-eleitoral?

O blog já fez aqui ressalvas quanto à possibilidade do uso de secretarias com fins eleitoreiros. Até para se evitar atritos com o Legislativo, que os senhores vereadores têm lá seus interesses inconfessos, mas perceptíveis nesta seara.

Por ora, e por tantas já vistas e conhecidas, o blog prefere classificar este “resgate” professado pela secretária, como demagogia assistencialista. Com a palavra seu superior imediato, o chefe do Executivo.

UMA QUASE ELUCUBRAÇÃO…

Embora tenha desconversado, a impressão que dá é a de que o vereador e presidente da Câmara olimpiense, Gustavo Pimenta (PSDB), pode vir a ser secretário municipal daqui dois anos. O blog não vai afirmar que tenha havido algum compromisso do prefeito Fernando Cunha (PR) com ele neste sentido, mas também não vai dizer que não.

Exemplo de sua tentativa de negação está publicado na edição de sexta-feira passada, 13, do semanário Planeta News, bem como em sua versão eletrônica (www.planetanews.com.br). A saber:

PN: Chegou a ser cogitado para compor alguma secretaria?
Pimenta: Sim, nós conversamos muito sobre isso, mas eu vejo que em vez de uma secretaria agora, nesse momento, numa administração nova, me sinto mais útil para a sociedade como vereador, até para adquirir mais experiência na vida pública. Então, essa opção eu fiz, de estar como vereador.”

Bom, fica claro no início da resposta que conversa houve, certo? Na entrevista ao jornal também foi perguntado se Pimenta ficou na Câmara, como presidente, para atender conveniência política de Cunha. Não vai aqui reproduzida a resposta, mas ele negou que assumir a Mesa Diretora fosse diretriz traçada pelo prefeito.

A reportagem do jornal perguntou então se daqui dois anos ele pode deixar a Casa de Leis e assumir uma secretaria. A saber:

PN: E a presidência são dois anos, 2017 e 2018. E para 2019/2020, existe a possibilidade de trocar a Câmara por uma secretaria, e se teria qual seria a preferência?”
Pimenta: Eu não posso negar que, inclusive, nesse meio tempo entre outubro e dezembro, eu tive duas reuniões com o Bruno Covas e também surgiu a possibilidade de ir para são Paulo. Surgiu o convite. Se esse convite voltar até lá, ele será bem analisado, com muito mais carinho.

E que outro convite se vier será bem analisado? Pimenta não disse. Mas em nível local esta possibilidade talvez seja até maior do que a de Covas. E isso vai depender muito do desempenho dos que hoje ocupam estas funções.

Mas é sabido que Pimenta não tem especialidades que o possibilitaria assumir determinadas Pastas, mas uma especificamente ele já dirigiu, e não foi dos piores dirigentes, pegou o setor numa fase de mudanças bruscas em níveis federal e estadual.

Montou uma equipe de técnicos que veio depois a dar suporte para que sua sucessora mantivesse e até ampliasse um pouco mais o nível de excelência que até agora a Assistência Social do município desfruta.

E com certeza é para lá que Pimenta tem seus olhos voltados. Mas aí entra a questão chamada conflito de interesses. Tirar um vereador, no caso uma vereadora, para por outro? Em que base esta decisão do alcaide poderá se apoiar? Talvez na do desempenho.

Algo no reino cunhista nos diz que Cristina Reale vai caminhar, pelo menos nestes próximos dois anos, sobre fina lâmina. Não vamos dizer “corda bamba” porque ainda não houve tempo para que ela sequer amarasse suas pontas. Depois que o fizer, saberemos o quão firme, ou frouxa esta corda se comportará.

 

Página 1 de 3

Blog do Orlando Costa: .