Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: março 2017 (Página 1 de 2)

CUNHA SE FAZ DE ‘ÚLTIMO A SABER’ NO CASO DA BENEFICÊNCIA?

Impressionante: às críticas avolumadas que tem recebido dos cidadãos no atendimento em Saúde na cidade, o prefeito Cunha responde com factóides. E, pior, factóides burlescos, descabidos, infantilóides.

Porque o recente “ataque” feito por ele com a “artilharia” Beneficência Portuguesa não pode ter outro nome. E outras classificações. Ou pode, mas vai que tal seja feito por pessoas impiedosas, né?

O prefeito Cunha empunhar um celular e ser flagrado filmando destroços no prédio da antiga associação portuguesa é uma cena impressionantemente ridícula. E seus ataques, conforme poderão conferir abaixo, duplamente ridículos. Cheira a desculpa por eventual inapetência para solução do problema.

E, de novo, aquela sanha de envenenamento do senso comum cultivada pela mente importada em favor do obscurantismo se fez presente, regurgitando texto e contexto dignos de um labor farsesco travestido de assessoramento, porque este, em meios sérios, tem que servir à luz, não à escuridão. A verdade, ainda que tardia (“Num tempo de engano universal, dizer a verdade é um ato revolucionário”, conforme José Saramago).

Bom, como todos sabem, na manhã de ontem, quinta-feira, 30, o prefeito Cunha esteve no prédio da Beneficência Portuguesa “para realizar uma inspeção e verificar as atuais condições do local”. Vamos ao cerne da questão, então.

(Detalhe: quando o então presidente da Associação, Mário Montini, tomou as providências judiciais para o resgate do patrimônio, uma das medidas judiciais, a vistoria judicial como antecipação de provas, teve o acompanhamento de representante do município, ou seja, Cunha estava representado ali, e com certeza recebeu um relatório)

Porém, está afirmando agora que “não sabia de nada” do que estava acontecendo. Por que não denunciou antes? Simples: porque não tinha entendido ser aquilo tão grave a esse ponto, ou não ter interesse em fazê-lo naquele momento ou talvez momento algum, exceto pelo fato de que lhe caiu na cabeça uma bomba de mil megatons representada pela avalanche de críticas à sua “menina dos olhos”, a Saúde.

Depois, diz o prefeito ainda que “a visita foi uma medida necessária porque a Prefeitura da Estância Turística de Olímpia foi notificada pela justiça, nesta semana, para limpar o espaço em um prazo de 30 dias”.

(Detalhe: Há informações de que o vice-prefeito, Fábio Martinez, e a secretária da saúde, Lucineia dos Santos, estiveram visitando e verificando a situação do prédio há mais de um mês atrás, observando inclusive os danos nas obras de arte, e nenhuma medida foi tomada então, sequer publicado na imprensa foi o que lá avistaram)

E agora vem o prefeito dizer que fez visita “surpresa” e ficou sabendo de tudo, fez tremendo alarde e chora o que vai ter que gastar para resolver o prolema, e tomar medidas judiciais? E, pior, adota o discurso escapista de que a culpa por esta situação é da gestão anterior.

E a responsabilidade jurídica de quem ocupou aquele imóvel por mais de 20 anos, no caso o Município? Aqui, esqueça-se o governo de turno, e considere-se o ente público como um corpo.

Vejam isso: “O local estava sob a responsabilidade da secretaria de Saúde da antiga gestão, que o desocupou em 16 de dezembro de 2016.” Não. Estava sob a responsabilidade do município, que o desocupou em 16 de dezembro.

Por este prisma, pode-se dizer então que esteve sob a responsabilidade de pelo menos dois outros governos municipais antes de Geninho e agora está sob a responsabilidade do atual governo. Então, menos choro e mais ações práticas, esperam os cidadãos.

E mais: “A situação de extremo abandono e insalubridade denunciada foi confirmada durante a visita desta manhã.” Ou seja, definitivamente Cunha não confia em seus prepostos. Precisou ver com os próprios olhos. Porque é difícil imaginar que os “visitantes” anteriores tenham prevaricado e não lhe entregue relatórios que por certo fizeram.

“Constatamos no local aquilo que foi denunciado pela diretoria da Beneficência. Infelizmente, existem atos de irresponsabilidade da administração pública, deixando remédios vencidos, documentos antigos e recentes que devem estar preservados por obrigação legal. O que mais nos chocou foi certa destruição de coisas que a gente não vê razão de existir: como arrancar pias que estavam na parede. Onde que foi parar?”, inquietou-se o prefeito.

E prosseguiu: “Encontramos coisas quebradas e um vandalismo que nos deixou a pior impressão possível e nós vamos assumir a responsabilidade como poder público, como prefeitura, de promover a limpeza do prédio. Vamos de imediato tomar as providências dentro das condições que cada material exigir. Nós vamos promover essa limpeza e iniciar as negociações com a diretoria da beneficência para ver o que mais a prefeitura poderá fazer junto com a diretoria para tornar esse prédio histórico útil para a nossa cidade.”

Mas não é exatamente isso que Cunha teria a fazer? Ele coloca ao público como um anátema tal situação, mas ela é de responsabilidade total da municipalidade. Para que esse “carnaval” todo? Se no final terá que fazer do mesmo jeito?

COM A PALAVRA, A EX-SECRETÁRIA
A ex-secretária de Saúde do município, Silvia Forti Storti, disse à reportagem do semanário Planeta News na tarde de ontem, ser a mais interessada em que o governo municipal instaure sindicância para apurar a situação em que se encontra o prédio do Hospital da Beneficência Portuguesa. “O prédio não estava assim quando o deixamos”, frisou.

Segundo a ex-secretária, alguns equipamentos encontrados deteriorados nos fundos do prédio, ou pertencia a um antigo profissional médico ou à própria instituição. “Vários equipamentos eram deles mesmos (Sociedade) por isso não retiramos nem mandamos para o inservível”, observou Silvia Forti.

“Muitos documentos eram também da Beneficência ou de outras gestões. Talvez tenhamos errado por não termos retirado aqueles das outras gestões”, explicou.

Quanto ao vandalismo, ela atribuiu a pessoas que provavelmente tenham entrado no prédio à noite até para usar drogas. “Desde que entregamos a chave, nunca mais tivemos acesso”, observou. Para ela, “entrou gente” no prédio, “isto é fato”.

Quanto aos remédios encontrados com data de validade vencida, ela disse que o responsável pela farmácia da Secretaria é que deve se justificar. “Eu não estava sabendo disso”, observou.

Quanto à intenção do prefeito Cunha de instaurar sindicância para apurar responsabilidades, Silvia Forti disse que “ninguém mais que eu tem interesse em resolver esta situação”. Frisou que quanto ao que disse, “não está mentindo, nem inventando”. O que o atual governo não pode fazer, segundo a ex-secretária, é responsabilizar a gestão passada por isso. “Aí fica pesado”, frisa.

Quanto ao prédio, disse também que ele foi encontra assim, e não havia orçamento para uma reforma adequada. “E não continuamos lá porque a Santa Casa nos pediu de volta”, completou.

SÃO SÓ 538 CRIANCINHAS, QUEM LIGA?

“São só 538 crianças”. Assim o vereador e líder do prefeito Cunha na Câmara, João Magalhães (PMDB), tentou minimizar a decisão do alcaide em trocar a merenda tradicional de três escolas municipais da cidade, por lanches de pão de leite com salsicha, frango ou carne moída, acompanhado de um copo de suco.

Além de garantir que isso é saudável, Magalhães justificou a medida do governo municipal dizendo ser uma “readequação”, e negou que a medida tem a ver com economia de recursos públicos destinados à merenda. O governo alegou “desperdício” de alimentos para embasar medida tão drástica.

A fala de Magalhães veio em resposta a críticas feitas pelo seu colega Flávio Olmos (DEM), que pontuava sobre os quase 100 dias de Cunha à frente da administração municipal. O peemedebista inquiriu então Olmos, perguntando se ele tinha estado nas escolas, conversado com as nutricionistas a fim de saber se as crianças estavam sendo prejudicadas.

São crianças de 4 a 5 anos que já estão recebendo as primeiras lições sobre como trocar alimentação saudável por lanches. “Apenas 538” da rede com mais de 5 mil. Pouco mais de 10%, portanto. Flavio Olmos disse que a medida era econômica, Magalhães negou e disse que o prefeito garantiu que a outro tipo de alimentação é necessário de fato àqueles quase bebês, ele mudaria o sistema.

E disse mais, o prefeito, segundo Magalhães: que “é importante que as crianças tenham sua primeira refeição dentro de casa”. Se não tiver a primeira refeição em casa, ao que parece, então, não é problema do poder público.

No afã de defender a decisão esdrúxula de Cunha e sua secretária de educação, Magalhães lançou mão de uma acusação que tornará pública na semana que vem, próxima sessão da Câmara. Mas deu uma “palhinha” do que se trata.

“Não ia falar hoje (segunda-feira). Mas vou antecipar o assunto e mostrar (documentos?) na semana que vem”, disse ele no início de sua resposta a Olmos.

E contou que o primeiro contrato que o ex-prefeito Geninho (DEM) assinou com a Starbene, para o fornecimento da merenda escolar, “foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas”. Ele disse que o órgão solicitou que providências fossem tomadas, e garantiu que irá tomá-las.

“Na semana que vem vou mostrar que a merenda era cara e o contrato foi julgado irregular”, arrematou.

“A merenda era cara e o contrato foi julgado irregular”. Primeiro é preciso saber em que bases o TCE considerou cara a merenda da Starbene. Depois, em que bases foi julgado irregular. No todo ou em parte? E que tipos de irregularidades haviam? É caso grave? É crime? Ou Magalhães apenas joga no ar um fato apenas buscando ofuscar a inapetência do atual governo na gestão do setor?

A montanha vai parir um elefante, ou no final virá à luz apenas um um pequeno ratinho? Há quem diga que Magalhães dará um tiro em seu próprio pé. Até porque não há relação entre uma coisa e outra. Como já foi dito aqui, preço mais caro ou mais barato da merenda escolar, é mera questão de escolha de cardápio.

Cada um tem seu preço e suas variedades. Vai depender sempre do bom (ou da falta de)senso de quem tem a responsabilidade de prover alimentação de qualidade a seus alunos.

GENINHO QUER ‘DESBANCAR’ BENITO? (OU: A ANATOMIA DO PENSAMENTO RISÍVEL!)

Está tudo muito esquisito. Por que será que de uma hora para outra ficou tão nítida a impressão de que os pensamentos por esta urbe estão ficando um tanto quanto embotados? E por que, cada vez mais, certa parcela de olimpienses passaram a “demonizar” o upgrade turístico da cidade conquistado por volta dos últimos 10 anos?

Claro está que o olimpiense nunca foi um povo de dar-se as mãos e caminhar em uma direção, com foco no futuro comum, haja vista os momentos de apogeu e queda econômicos que a cidade viveu, pode-se dizer, em pouco tempo, já que falamos de uma localidade com apenas 114 anos.

O arroz, o café, a laranja e até o gado, ditaram as normas econômico-financeiras de Olímpia ao longo destes anos todos e, em todas estas fases, o que prevaleceu foram os interesses de grupos, sejam políticos, sejam econômicos, em detrimento de uma maioria que vivia a reboque das nuances e dos humores daqueles “coronéis” e magnatas de então, a usufruírem de tudo o que esta terra dava, a seu bel-prazer, tratando os despossuídos como choldra, à qual se agraciava com benesses poucas.

Entre os “caíres e levantares”, caminhamos. E cá estamos. Mergulhados num momento jamais imaginado por aquelas épocas. Fim do ciclo da laranja, chega a cana, laranjais arrancados, terras arrendadas, fim do sonho dourado, éramos um da “Califórnia Brasileira”, à qual dávamos adeus, lembram?

Economicamente, a cidade ficou à deriva por mais de uma década, ao sabor do que podia render nossa usina de açúcar e outras tímidas iniciativas governamentais. Então chegamos ao Thermas dos Laranjais. Nascido tímido, pequeno, do tamanho que a cidade comportava e seus associados locais ansiavam. Passado um tempinho, clube maior, mais gente chegando, mas ainda apenas uma atração regional.

As “maria tur” a todo vapor trazendo gente para desfrutar de um clube já ampliado, com novas atrações e a proposta de abarcar um público mais distante e de melhor poder aquisitivo.

Com muito esforço, dedicação, imaginação, criatividade e execução de projetos à farta, o Thermas torna-se, então, o maior do Brasil, o mais visitado na América Latina, e o quinto no mundo, com seus cerca de 1,8 milhão de visitantes anuais. E o 11º melhor parque aquático do mundo, segundo recente pesquisa.

E assim muda todo o panorama econômico do município.

Então, por que o olimpiense, nos últimos tempos, foi tomado por um estado de mal humor e pessimismo com relação à própria cidade e suas conquistas no âmbito turístico?

Mais uma vez, quando é preciso que se deem as mãos, ao contrário começam a atirar pedras uns nos outros. Briga de irmão contra irmão. Olímpia dá a nítida impressão de não ser uma comunidade. Há muitos individualismos onde viceja o fogo das vaidades.

Por que, em um momento tão crucial de nossa cidade, os concidadãos se apegam a minúcias, premissas falsas, não-verdades, apenas com o fito de, eventualmente, preservar um feudo? Do que têm medo?

Exemplo recente foi a publicação de uma reportagem de página inteira na revista Exame, renomada, que cumpre a função de, antes informar, depois fazer propaganda indireta do que temos na cidade. A chamada mídia espontânea. E o que se tem em resposta? Críticas ao ex-prefeito por ter concedido entrevista ao órgão de imprensa.

É claro que, do ponto de vista político, Geninho (DEM) não poderia deixar nunca de “faturar”, afinal ele é aquele político que todos conhecemos. E do ponto de vista administrativo, o que ele disse demais se não a verdade?

Idiossincrasias à parte, quem pode negar que nos oito anos do prefeito Geninho, goste-se ou não deles, Olímpia viveu o seu “start” principal e passou a conviver mais claramente com o conceito de uma cidade turística?

Então o prefeito vai lá, expõe o universo de possibilidades que oferece a nossa urbe, e de imediato tem como respostas muxoxos, beicinhos, ciuminhos bobos e gente criticando este universo em expansão com olhos fixos nas pontas dos sapatos. É de doer!

Aí vem um certo tipo de imprensa local dizer que o prefeito quer “desbancar” o principal ideário em torno de tudo isso, Benito Benatti, como se isso fosse possível nos corações e mentes de todos. Ao invés de louvarem o conteúdo, criticam a forma.

A reportagem da revista foi perfeita. Racional, séria, bem escrita, com abordagem ampla da situação econômica da cidade pós-Thermas, não deixando de enfocar também os outros investimentos -detalhe importantíssimo do ponto de vista da divulgação da cidade.

E para corroborar tudo isso, ouviu aquele político que esteve à frente da condução do município por oito longos anos. E tudo o que têm a dizer é que o prefeito teria “a finalidade de assumir a paternidade do desenvolvimento do turismo na cidade”, conforme o semanário Folha da Região, crítica corroborada por vereadores na Câmara ontem à noite. Pequeno demais isso.

Enquanto a revista fala dos planos de Olímpia para se tornar a “Orlando Brasileira”, por aqui debate-se sobre o nada, destila-se mesquinhez e se elabora pensamentos imperfeitos.

Não é crível que tal posição do jornal tenha saído como orientação de dentro do próprio clube. Pois se existe algo incontestável dentro da história de Olímpia, é a certeza de que Benito Benatti está à frente do nosso tempo, e com olhos, sempre, no porvir. Sem tempo para políticas comezinhas.

E essa é a nossa sorte!

MONTINI RENUNCIA À SANTA CASA NA 5ª; QUEM SERÁ O ‘UNGIDO’ DE CUNHA?

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, advogado Mário Francisco Montini, sucumbiu às pressões oriundas do Poder Público. Vai renunciar ao cargo na próxima quinta-feira, dia 30. Colocará a proposta em votação na assembléia convocada para a tarde/noite daquele dia.

Inicialmente, a renúncia será dos membros da diretoria executiva (Provedoria), depois, eventualmente, do conselho fiscal e sócios. Na ocasião também será definida a nova diretoria.

Não se espante o caro leitor (ou melhor, espante-se sim, pasme, até!) porque este é mais um episódio da triste série “Santa Casa de Olímpia e as idiossincrasias” dos mandatários de turno.

Embora se tente fazer passar à opinião pública que o único hospital de Olímpia estaria à margem dos interesses políticos de momento, conforme aquele desprezível texto emanado da mente obscurantista importada de outras plagas para estas terras de São João Batista, na verdade ela sempre esteve a reboque do poder político.

Quando não, antes esteve a reboque do poder religioso, quando era comandada pelas irmãs católicas e a Paróquia -então regida por interesses paroquiais, a propósito?

Não está claro quando, exatamente, ela saiu das mãos dos paroquianos e foi se instalar na plataforma dos interesses políticos. Cremos ser de mais de 30 anos para cá, sobrevivendo, portanto, a pelo menos, talvez, sete prefeitos (conto de memória), sendo que três deles estiveram na cadeira por duas vezes cada (José Rizzatti [1989-1992 e 1997-2000], Carneiro [2001-2008] e Geninho [2009-2016]) e um quarto, foi mandatário da cidade por seis anos (Wison Zangirolami [1983-1988]).

Nos dois governos Rizzatti, que foram entremeados com a gestão de José Carlos Moreira (1993-1996), gente dele sempre ocupou a vaga de provedor e as demais constantes da diretoria como um todo. Ele próprio, Rizzatti, já foi provedor de lá*.

No governo Moreira, a mesma coisa. Porém, nestes períodos, tais situações seguiram aceitas como da maior normalidade pela opinião pública e os entes políticos de então. Não se dava à Santa Casa, ainda, a importância pública que passou a desfrutar depois, nas gestões de Carneiro e Geninho.

Aquele hospital era péssimo, então, mas havia uma enorme passividade da população em relação a ele. Talvez por ainda voltear por sobre o nosocômio, a “fumaça” do paroquianismo. Respeitava-se como dádiva santa, o hospital, que é Santa Casa, aliado às imagens das fluidas irmãs de caridade.

Porém, uma guerra nada santa parece ter se iniciado na gestão Carneiro. Aquele hospital teve até trancas automáticas colocadas na porta que separava o pronto socorro da ala interna do hospital. Brigas constantes, imprensa em cima, provedores despreparados. Na ponta final, cidadão mal amparado.

Foi na segunda gestão Carneiro que um grupo de abnegados olimpienses, tendo à frente a advogada Helena de Souza Pereira, decidiu montar chapa para assumir o hospital, uma vez que o grupo de então já dava mostras de exaustão e incapacidade administrativa, tanto que não criaram obstáculos para que o grupo novo e distanciado do poder público assumisse as rédeas.

E ninguém pode negar que foram tempos de bonança para o hospital, muitas vezes largamente elogiado por este blog, já que ali alcançara-se aquela situação ideal para que uma instituição possa sobreviver e contar com a adesão in incontinenti da população, do cidadão comum, conforme se verificou.

Grupos se formaram para dotar o hospital de roupas de cama e de banho trabalhadas, orgulhosamente e gratuitamente por senhoras; voluntários(as) se dispondo a todo mês levar alimentos e outros ítens necessários ao hospital; problemas de infra-estrutura sendo resolvidos, gerenciamento médico não deixando a desejar e até anexos como Hospital do Olho e novo PS construídos.

Tudo isso para pouco tempo depois, mudada a administração, ser derrubada aquela diretoria, por interesses políticos do prefeito de então, que queria gente dele na direção do hospital. Lembrando que houve a passagem triste em que Helena Pereira aproximou o hospital do então candidato Geninho, levando a Santa Casa para a campanha eleitoral.

O prefeito, logo depois que assumiu, declarou “guerra” à diretoria, da qual participaram médicos e Ministério Público. Houve comoção popular à época, mas de nada adiantou. Tomou a Santa Casa e passou a coordenar sua diretoria, partindo do vice-prefeito, Luiz Gustavo Pimenta, que foi o “interventor”, depois Marcelo Galette e finalmente, por duas gestões, Mário Montini, que ora renuncia.

A partir daí, é esperar para ver quem será o nome que o mandatário Cunha (PR) irá impor à diretoria que deve ser votada na próxima quinta-feira. Porque não se iludam, Montini renuncia por pressão política. E Cunha pressiona porque não o quer lá.

Um ato político meramente. Difícil imaginar que tenha finalidade técnico-administrativa, haja vista que há tempos aquele hospital deixou de figurar nas manchetes de jornais ou escaladas de emissoras de rádio ou até TVs regionais como uma instituição que presta maus serviços. Como ficará a partir de agora, é incógnita. A ver.

* Existe a possibilidade de que para a provedoria do Hospital seja escalado o ex-prefeito e ex-provedor José Fernando Rizzatti. O que poderá estar por trás disso, caso seja confirmado, será a tarefa deste blog descobrir.

MUNICÍPIO VAI TOMBAR PRÉDIO DESCARACTERIZADO

Capela anexa ao prédio, vendo-se à frente início de corrimão de rampa “inserida” na arquitetura para dar acesso a outro anexo ‘fake

Pois é. E este não é o único caso de descaracterização de prédios que contêm pedaços da história de nossa cidade. Mas, vamos tratar especificamente deste, no caso o prédio “histórico” da Beneficência Portuguesa, que é o que importa no momento.

Aquele imóvel, da Sociedade de Beneficência Portuguesa, na Praça Altino Arantes, que deve em breve passar por um processo de tombamento, já aprovado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico-Comdephact, já não guarda em seu interior toda a história que teria para mostrar.

Segundo publicação do jornal Planeta News, o Poder Público local minguou e acabou desmontando o hospital para servir de sede da Secretaria Municipal de Saúde. Diz o jornal:

“Andando por seus corredores e dependências, depara-se, por exemplo, com restos de um aparelho de Raio X, de partes do que foi um centro cirúrgico, abandonados pelo descaso de duas décadas de uso indevido do imóvel, conforme classificou recentemente pessoa ligada à Sociedade (…)”.

E prossegue: “Sabe-se, conforme já informado pelo Planeta News, que o Município obteve o imóvel em comodato, mais precisamente em 30 de outubro de 1990, tendo como finalidade específica a utilização das dependências exclusivamente para as atividades médico-hospitalares, não podendo ser desvirtuadas para outras finalidades, como de fato aconteceu.”

“O comodato foi feito pelo prazo de vinte anos, sendo entregues, na oportunidade, todos os equipamentos, bens móveis e imóveis pertencentes à Sociedade, sendo claro que hoje, todo danificado pelo uso indevido pelo Município, não tem nenhum destes equipamentos ou bens móveis, como de fato desmontaram e sumiram com o centro cirúrgico e outros importantes equipamentos que deveriam ter ficado como incorporados ao patrimônio da Sociedade”, denuncia o jornal.

Neste dia 24 de março, uma nova diretoria deverá ser eleita, com a renúncia da atual, tendo à frente o advogado Mário Francisco Montini, como presidente. E o que se cobra dos responsáveis vindouros, conforme a matéria do jornal, é “cuidar e recuperar os bens do hospital, pois é um patrimônio público, do povo olimpiense, que foi apropriado indevidamente pelo Município de Olímpia que, hoje, a ‘toque de caixa’, demonstra estar preocupado com a preservação do nosso Patrimônio Histórico”.

Porque ao contrário da realidade, diz um interlocutor da diretoria ao jornal, “já se supõe estar o prédio tombado, como se tombamento fosse mero ato ditatorial que se consolida por decreto”.

MONTINI RENUNCIARÁ À TARDE
A renúncia do presidente da Sociedade de Beneficência Portuguesa de Olímpia será nesta sexta-feira, dia 24, às 17h30 em primeira convocação e presença de 1/5 dos associados, ou às 18 horas, com a presença de qualquer número de associados.

Uma Assembleia geral ordinária e extraordinária foi convocada, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM, edição de sábado passado, 18 de março. A convocação, no entanto, tem data do dia 15, quarta-feira.

Na ocasião, será feita a apresentação da situação econômica, fiscal e jurídica da instituição e apresentação de chapa para eleição de nova diretoria, votação e posse dos eleitos, na Assembleia ordinária; e a Assembleia Geral Extraordinária se destinará à renúncia de sócios, à frente seu presidente, advogado Mário Francisco Montini.

O encontro será na própria sede da SBP, na Praça Altino Arantes, e terão direito a voto os associados efetivos constantes do livro próprio da instituição e que comparecerem à votação.

 

EX-PREFEITO TENTA SE CACIFAR PARA UMA CADEIRA NA CÂMARA?

Mudança de planos à vista? Ao que consta, o ex-prefeito Geninho (DEM) está reordenando seus projetos políticos futuros para buscar uma cadeira na Câmara Federal. A princípio, dizem que o ex-alcaide teria a Assembléia Legislativa paulista como “plano B”.

Porém, para poder viabilizar seu projeto, será necessário que seu grande mentor político, Rodrigo Garcia, confirme-se como vice numa eventual chapa com Dória candidato a governador de São Paulo (candidatura que muito provavelmente se dará) ou, em caso negativo, a uma vaga no Senado.

Em qualquer destas duas hipóteses em relação a Garcia, o caminho ficará aberto para o olimpiense, atual coordenador do Programa “Cidade Legal”, dentro da Secretaria Estadual da Habitação, cujo secretário é exatamente Garcia.

Não parece provável, pois, que Geninho volte a cogitar ser novamente prefeito de Olímpia a partir de 2021, em caso de malogro deste atual governo, resultado de um, digamos, mal-entendido político histórico para a cidade. Nos bastidores, os comentários sobre essas possibilidades (de malogro e candidatura) têm crescido.

(Observando que a expectativa de malogro ainda não se desfez, ao contrário, vai ganhando força à medida que o tempo passa. Lá se vão os primeiros 100 dias, e o governo Cunha, ao que parece, sairá deles como tragédia).

Mas, voltando ao assunto-tema, Geninho deve ter convicção de que tem bases políticas em várias regiões do Estado, o que lhe garantiria uma boa soma de votos, contando que Olímpia não se furtaria a dar-lhe uma soma considerável, talvez aí pela casa dos 20 mil.

E a busca por estes votos será árdua, sem dúvidas, considerando que o deputado federal menos votado em 2014, Sinval Malheiros, do PV, eleito, foi sufragado por pouco mais de 59,3 mil eleitores. Mas estes menos votados são geralmente de partidos nanicos, favorecidos pela força de suas coligações.

Geninho é do DEM, partido pelo qual o deputado federal menos votado, Alexandre Leite, teve 109.708 votos. O mais votado pela legenda foi exatamente Rodrigo Garcia, com seus 336.151 votos, dos quais quase 10 mil foram de Olímpia. Quantos, do total de Garcia, podem ser transferidos para Geninho, para somar-se aos que ele próprio já deteria?

E mais: em Olímpia, como as coisas se darão? O prefeito Cunha estará em condições plenas de emprestar apoio a Geninho? Ou, indo mais longe, Cunha estará em condições de emprestar apoio a qualquer outro candidato em se tratando de Olímpia?

Porque aí por fora ele deve até ter lá seus redutos, afinal passou uma vida inteira ocupando cargos e funções em estatais estaduais ou regionais, e claro, como é praxe no meio, deve ter lá seus, digamos, “devedores de obrigações”. Então, levando Geninho ou outro qualquer, pode arrebanhar alguns ou muitos votos.

E consta que a intenção primeira da candidatura Cunha a prefeito de Olímpia era exatamente essa, retribuir com o apoio e o empenho à candidatura do ex-prefeito.

Mas, com os percalços havidos, esse projeto ficou em suspenso, na dependência do que o futuro determinar -ou, quem sabe, do que o “mestre” Garcia ordenar (afinal, teria sido ele o “inventor” da candidatura Cunha).

No mais, seria interessante Cunha estar bem em 2018, no coração dos olimpienses e, claro, emprestar seu apoio a Geninho na cidade, fazendo talvez duplicar sua votação.

E assim também em nível regional e estadual. Mas, tudo vai depender dos ânimos entre ambos. Ou das infalíveis conveniências políticas de momento.

Porém, muito antes de tudo isso, vai depender da atuação administrativa de Cunha, o que fará dele um bom ou um indesejável “cabo eleitoral”. E pelo que temos visto, o prefeito de turno vai ter que “correr muito” para estar mais forte ou equiparado a Geninho eleitoralmente em 2018.

(PS: Voltaremos ao assunto)

CARREIRA
Só a título de curiosidade, leiam, abaixo,
o histórico político do ex-prefeito:

Aos 18 anos, em 1994, filiou-se ao PMDB, com o intuito de se candidatar a vereador nas eleições seguintes.

Nas eleições de 1996, com 20 anos, Geninho deu indícios a população de que seria um jovem e bom político trabalhando em prol do município. Conquistou 438 votos, sendo um dos vereadores mais votados de seu partido, ficando na 1° suplência da coligação.

Em 1998 elegeu-se presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia e ainda coordenou as campanhas dos então desconhecidos na cidade Rodrigo Garcia para deputado estadual e Gilberto Kassab para deputado federal, conquistando 1.191 e 1.442 votos, respectivamente.

Em 1999, aos 23 anos, assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Olímpia durante alguns dias, em substituição ao vereador Nego de Melo, que estava de licença para tratamento de saúde.

Em 2000, pelo PFL, atual DEM, foi eleito vereador de Olímpia, sendo o 7° vereador mais votado com 704 votos, elegendo mais 4 vereadores de sua coligação.

No ano de 2002, coordenou novamente a campanha de reeleição dos deputados Gilberto Kassab e Rodrigo Garcia, dobrando as votações obtidas em 1998, atingindo 2822 e 2554 votos respectivamente para deputado federal e estadual.

Como vereador, de 2001 a 2004, apresentou vários projetos de lei em favor dos jovens estudantes, como o que autoriza a concessão de descontos para o transporte de alunos do curso de 2º grau e também assegura a estudantes o direito ao pagamento de meia entrada.

Foi eleito 1° secretário da Câmara Municipal de Olímpia para o biênio de 2003 a 2004.

Em 2004, foi eleito vereador para assumir seu 2° mandato na Câmara, sendo o 2° vereador mais votado naquela eleição, conquistando a expressiva votação de 1014 votos.

Ao assumir seu mandato de vereador em 2005, foi eleito presidente da Câmara Municipal para o biênio de 2005 a 2006.

Em 2008, aos 32 anos, se tornou o prefeito mais jovem a assumir o comando da cidade, sendo eleito com 9894 votos. Em 2012, foi reeleito com a votação recorde de 20.281 votos válidos.

Em 2010, coordenou regionalmente a campanha do Deputado Federal Rodrigo Garcia, que obteve em Olimpia mais de 11 mil votos.

Em 2014, coordenou regionalmente a campanha do deputado federal Rodrigo Garcia, que obteve em Olímpia 9.395 votos.

PROCURA-SE A ÉTICA DO ASSESSOR DE IMPRENSA DE CUNHA

Dito e feito.

A assessoria de imprensa do prefeito Cunha (PR) confirmou nossas suspeitas. Ela tem, sim, seus veículos de informação preferenciais. Sonega, esconde informações para um veículo, com a finalidade de privilegiar outro. Resta saber até onde vai esta relação e que nível alcança.

Como já foi denunciado aqui, com base em matéria publicada na sexta-feira passada, 17, pelo semanário Planeta News, a reportagem do jornal procurou o representante da Comissão Permanente de Licitação da prefeitura, em busca do resultado da licitação da  merenda, que havia acabado de ser concluída, na quinta-feira, 16.

Foi remetida à secretária de Administração, Eliane Beraldo Abreu de Souza, que por sua vez a remeteu ao assessor-chefe da Imprensa do município, Bruno Guzzo (ela o citou nominalmente), alegando que cabia a ele a divulgação do resultado, uma vez que todos os dados lhe haviam sido passado, “conforme a determinação”.

Pediu que fosse encaminhado um e-mail com a solicitação, o que foi feito, segundo a reportagem por volta das 15h35. Aguardou-se até por volta das 18 horas, e nenhuma manifestação do senhor assessor.

Na matéria foi aventada a possibilidade do material solicitado em absoluta primeira mão pelo Planeta, ser encaminhado para o veículo preferencial do senhor assessor de imprensa, o que se confirmou.

Ressaltamos que o fato é inédito e absurdo, uma vez que, antes, sempre obtínhamos este tipo de informação junto aos responsáveis pelas Comissões de Licitação, sem intermediários, sem escamoteamento, sem temor. E que, também, sempre lidamos com secretários que tinham voz ativa sobre suas Pastas, davam informações, entrevistas, sem intermediários, sem escamoteamentos, sem temor.

E, por fim, sempre contamos (e até já atuamos por um certo período junto a ela) com uma assessoria de imprensa que jamais fazia distinção de veículos de informação, jamais “queimava” este ou aquele órgão, com base em seus melindres, chiliques ou descontentamentos. Era, comprovadamente, um setor imparcial e, acima de tudo, ético.

Mas, de qualquer forma, o que há a informar aos nobres leitores é que a mesma empresa que foi vencedora em 2015, venceu agora também. A DFA, aliás, é um braço da Starbene, para quem se lembra da primeira fornecedora de merenda para as escolas de Olímpia.

O governo municipal informa também que teria havido economia de 23% no valor final. Mas, diz que em 2015 o contrato foi de R$ 8,5 milhões, e que uma eventual renovação elevaria esta valor para pouco mais de R$ 8,9 milhões.

No entanto, quando da assinatura de contrato com a DFA (Della Fattoria Alimentare Refeições Ltda.), de São Paulo, o “braço da Starbene Refeições Industriais”, também com sede na capital paulista, o valor fechado foi de R$ 7.595.878, e a oferta, segundo o governo de então, teria ficado mais de 8,5% abaixo do valor estipulado para o certame, que era de R$ 8.245.732,51, “praticamente igual ao que foi gasto em 2014 – R$ 7,6 milhões”.

Aí o prefeito de turno anuncia que o contrato vigente, que expira no dia 6 do mês que vem, teve o valor de R$ 8.468,447, e que se gastou, até fevereiro, R$ 8.066.053,75. Ou seja, os números não batem entre um governo e outro.

Agora, Cunha diz que a proposta final alcançada foi de R$ 6,925 milhões, ou seja, pouco mais de R$ 2 milhões a menos (23%). Preferimos não especular a custa de que esta redução foi obtida. Pois isto também é inédito: a mesma fornecedora reduzir seus valores na proporção que teria reduzido, segundo o governo municipal.

Porque, ou o valor estava superfaturado antes ou foi subfaturado agora. Na última hipótese, é óbvio que valor reduzido implica em fornecimento reduzido na mesma proporção. É a lei do mercado. Talvez a troca de merenda por “doguinho” em algumas escolas tenha algo a ver com isso.

Um detalhe: observem que entre duas empresas, a própria DFA vencedora e a segunda colocada, a JNC Restaurante Ltda-EPP, a diferença de preços foi de apenas R$ 379,60. E que da terceira colocada, a Snack Fornecimento de Refeições Eireli-ME para a primeira, foi de R$ 1.005.985,40. Ou seja, típico para ficar fora. E as outras duas, típico para a vencedora, já fornecedora, vencer.

E assim todos viverão felizes para sempre.

MONTINI RENUNCIA À BENEFICÊNCIA NA SEXTA

Vista parcial da Capela anexa ao prédio, vendo à frente corrimão de rampa acessória para setor “implantado” na arquitetura do imóvel

A renúncia do presidente da Sociedade de Beneficência Portuguesa de Olímpia já tem data marcada. Será na próxima sexta-feira, dia 24, no cair da tarde (17h30 em primeira convocação e presença de 1/5 dos associados), ou no chegar da noite (às 18 horas, com a presença de qualquer número de associados).

Uma assembléia geral ordinária e extraordinária foi convocada, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM, edição deste sábado, 18 de março. A convocação, no entanto, tem data do dia 15, quarta-feira.

Na ocasião, será feita a apresentação da situação econômica, fiscal e jurídica da instituição e apresentação de chapa para eleição de nova diretoria, votação e posse dos eleitos, na assembléia ordinária; e a assembléia geral extraordinária se destinará à renúncia de sócios, à frente seu presidente, advogado Mário Francisco Montini.

O encontro será na própria sede da SBP, na praça Altino Arantes, e terão direito a voto os associados efetivos constantes do livro próprio da instituição e que comparecerem à votação.

Montini renunciará à função movido pela forte polêmica causada nas redes sociais por publicação do semanário Planeta News, dando conta de que o vereador Hélio Lisse Júnior iria pleitear o tombamento daquele imóvel, para evitar possível venda e demolição posterior por empreendedores imobiliários.

É certo que houve uma interpretação apressada de alguns olimpienses que foram ao Facebook fazer críticas severas e obter comentários ainda mais desabonadores ao presidente da Associação. Deram como favas contadas a venda e a demolição. Quando na verdade a ação do vereador era apenas preventiva.

De qualquer forma, o presidente, que também é provedor da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, de cuja função também irá renunciar em breve, sai sob uma tempestade de críticas e fortíssima pressão do Executivo Municipal, que o quer fora da Santa Casa. As duas coisas se juntaram porque aquele prédio, por doação, é de propriedade da Santa Casa.

Ficará claro para a coletividade a sanha apropriadora do prefeito de turno, quando se anunciar a chapa que irá assumir os destinos daquele prédio, em situação de deterioração, depois de ser sede da Secretaria Municipal de Saúde, antigo hospital, antes ainda prefeitura e Câmara.

De qualquer forma, a polêmica toda em torno da Beneficência serviu para acordar o nosso até então silente e sonolento Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico–Comdephact, que em reunião convocada às pressas e de forma relâmpago aprovou por unanimidade, na noite de quinta-feira, 16, o tombamento deste e também, na mesma “fiada”, dos escombros da Estação Ferroviária.

De acordo com o Conselho, “o prédio da Beneficência Portuguesa expressa a expansão sócio-econômica do Município, com relevante potencial da indústria cafeeira da região, representada por um dos maiores cafeicultores do Estado de São Paulo, Geremias Lunardelli, que, em 1921, doou os prédios principais do Complexo Arquitetônico, com o objetivo de ser o Paço Municipal de Olímpia. Em 1926, os prédios foram adquiridos pela Sociedade Beneficência Portuguesa, instituição representativa da colonização que lhe confere o título”.

Embora o vereador Lisse Júnior tivesse se precipitado e lançado em sua página no Facebook logo após a reunião que o prédio já estava tombado, na verdade este é o primeiro passo, ainda. Os próximos passos serão a notificação para os responsáveis pelos prédios, aguardar prazo de 15 dias para possíveis manifestações e posterior encaminhamento ao prefeito para publicação do decreto de tombamento.

O “prédio do Comind”, no original, e depois de passar por uma “recauchutagem”

A título de informação, o Conselho foi criado por lei em 2010, e teve como seu primeiro presidente o então secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Humberto José Puttini. Até então, somente um prédio havia sido tombado por ele na cidade: o chamado “prédio do Comind”, nas esquinas da São João com David de Oliveira, atualmente em obras. Depois disso, o Conselho “hibernou”.

O QUE TEM CUNHA A ESCONDER NO TOCANTE À MERENDA ESCOLAR?

O que tem o prefeito Fernando Cunha (PR) a esconder nos trâmites relacionados à licitação da merenda escolar? Por que sonegar informação à imprensa? Pelo menos àquela que demonstra interesse imediato em assunto tão relevante?

Sonegar informação a um veículo que se antecipa aos demais com a justificativa de querer ser igualitário é inaceitável. E só pode ser esta a justificativa, pelo menos a mais aceitável, embora cretina, haja vista que quem busca a informação primeiro deve ser servido primeiro, por estar, a princípio, dando maior relevância àquele assunto que os demais.

Somente uma visão jornalisticamente tacanha pode acometer uma assessoria de imprensa que sequer dá satisfação a um veículo de comunicação que busca, na fonte primeira, informações que, em hipótese, seria positiva para o governo de turno. Ou não?

O histórico que vem abaixo está publicado na edição de hoje do semanário Planeta News, e reproduzo como manifestação de preocupação com o rumo que as coisas poderão tomar doravante, com o cerceamento de informações a veículo de informação que não comunga com as ações deste governo, até que estas se mostrem dignas de registro. Vamos ao texto:

Prefeitura esconde informação sobre licitação da merenda
Reportagem do Planeta News procurou o setor de Licitação, conversou com a secretária de Administração, que encaminhou o caso para a assessoria de imprensa, que não se manifestou

Não se sabe motivada por quais razões, a prefeitura de Olímpia sonegou informação sobre o resultado da licitação da merenda escolar à reportagem do Planeta News, na tarde de ontem. Esse procedimento é inédito em Olímpia, pelo menos nos últimos 20 anos.

A reportagem procurou informações junto à Comissão Permanente de Licitação-CPL, que encaminhou o assunto para a secretária de Administração, Eliane Beraldo Abreu de Souza, que por sua vez, disse que havia encaminhado os dados para a Assessoria de Imprensa, para serem divulgados. “Agora é esse o procedimento”, disse ela.

A secretária disse ainda que enviaria à Assessoria, um WhatsApp antecipando o assunto, para agilizar a resposta. Ao mesmo tempo, pediu que encaminhássemos o pedido via e-mail, o que foi feito exatamente às 15h46. A redação aguardou resposta até às 18 horas, tempo máximo possível antes do fechamento da edição.

Nenhuma satisfação foi dada, sequer uma explicação quanto a uma possível dificuldade em elaborar um texto, ou para encaminhar somente o resultado. A editoria do jornal ressalta que jamais, na gestão passada, encontrou dificuldades para obter informações sobre resultados de licitações, independentemente do porte que tivessem.

E mais: estas informações eram sempre fornecidas pelo próprio presidente da CPL, sem necessidade de cumprir qualquer trâmite burocrático, ou passar pelo crivo de superiores. E nunca houve problemas. Afinal, trata-se de uma informação pública, do interesse da coletividade, e a lei da Transparência obriga este tipo de divulgação.

A solicitação à Assessoria de Imprensa da prefeitura foi redigida nos seguintes termos: “Caros assessores, venho por meio desta, solicitar a vossas senhorias informações a respeito do resultado da licitação da merenda escolar, realizada hoje (ontem). Adianto que já mantive contato com a secretária de Finanças, e que esta não mostrou qualquer inconveniente em termos os dados em mãos, como também informo que em momento algum, na gestão passada, tivemos dificuldade em obter tais informações, que nos eram passadas pelo próprio responsável pela CPL. Fechamos o jornal ainda hoje, e aguardamos os dados em tempo hábil (…)”.

A secretária Elaine Beraldo negou que houvesse qualquer tentativa de criar dificuldades, mas a editoria do Planeta News de pronto repudia o que parece ser cerceamento de informação puro e simples ao jornal, que tem feito críticas pontuais ao Governo Municipal.

E deixa registrado seu repúdio a uma forma de governo que se julgava já superada há tempos, principalmente após oito anos da gestão passada em que, apesar de todos os pesares, não havia, nem houve nunca, sonegação de informação de interesse público a quem interessasse. E, pior ainda será constatar que a Assessoria de Imprensa da prefeitura tem seus veículos preferenciais para passar informações de interesse relevante.

E A MERENDA VIROU ‘DOGUINHO’?
E esta negativa se dá exatamente em um momento em que este governo decide “minimizar” a merenda de Olímpia, considerada ao longo dos anos a melhor da região, com prêmios em níveis estadual e federal. Mas para o governo de turno isso não conta. O que conta são os míseros tostões a serem economizados dentro daquilo que precisa gastar com a alimentação dos pequeninos alunos.

O governo municipal culpa o “significante desperdício” que teria sido apurado, pela decisão de tirar a comida da boca do pobre e dos nem tanto. Não seria o caso de “trabalhar” a questão do desperdício ao invés de tirar a comida, o que nos parece um gesto por demais cruel?

O governo tenta abrandar sua decisão apontando que “a alteração atinge apenas 538 crianças da pré-escola (4 e 5 anos), dos quase seis mil alunos da rede”. Pode-se presumir que há desperdício somente nas três escolas alcançadas? Seria o caso, então, de se identificar quem são os “desperdiçadores” e chama-los à razão. Que culpa têm os aluninhos?

Diz o texto da assessoria de imprensa que “antes da adequação, as unidades escolares serviam fruta às 7h e almoço às 9h, para os alunos da manhã, e, para as crianças da tarde, almoço às 14h30 e fruta às 17h. Esse é o desperdício alegado? O que se está desperdiçando, exatamente?

Agora, com a chamada “adequação”, estas escolas estão servindo fruta às 7h e lanche às 9h30 e, à tarde, lanche às 14h50 e fruta às 17h. Pobres crianças que, doravante, vão passar a pão de leite com carne moída, frango ou salsicha e suco.

Ou seja, um “doguinho” bem ao gosto da molecada, embora pobre em conteúdo. Nos perdoem as nutricionistas que acompanharam esta “adequação”: mas em que um  pão de leite com carne moída colabora para a excelência nutricional de uma criança?

É muita pobreza. De espírito. De ideais. De propostas. De visão de futuro. Áh, uma vez por semana tem bolo com leite e achocolatado (Uau!). Isso é a vanguarda do atraso. E a culpa por isso é dos alunos. Vejam:

“Devido ao horário das refeições, que respeitam o período de aula, muitos alunos não consumiam totalmente os alimentos servidos, o que gerava grande desperdício. Por isso, fizemos a alteração para o lanche e o novo cardápio tem sido muito mais aprovado pelos alunos”, explica Maristela Meniti, secretária de Educação.

“Muito mais aprovado pelos alunos”. Claro. Qual moleque não gosta de um “dog”, que pode comer rapidinho e, como se diz, “vazar” dali e fazer outras coisas? Reza a lenda que criança tem preguiça de comer.

E onde fica a educação alimentar destas crianças? Vão aprender a comer lanche e achar que é o melhor alimento. Nestes tempos de obesidade mórbida.

Olha, este (ainda) novo governo pode ser chamado de qualquer coisa, menos, nunca, nunquinha, de moderno. Porque cheira a mofo.

PS: Aliás, faltam 15 dias para se completarem os “100 primeiros dias” e, ao que parece, o Governo Cunha vai sair deles como tragédia.

‘SAÚDE OPERACIONAL’ É O QUE A SAÚDE PRECISA

O setor da Saúde em Olímpia peca na base de tudo: falta de informação, de comunicação e de intersecção entre os setores. Isso não é novo para tantos quantos são useiros e vezeiros do Sistema em Olímpia, alguns já habituados à rotina do ir e vir, outros sempre se atrapalhando quando precisam dos serviços burocráticos em saúde.

Falta informação ao próprio funcionário, que muitas das vezes dá a impressão de não saber o que exatamente está fazendo ali (e aí não há crítica ao próprio, mas ao sistema como um todo). Se disse acima que isso não é novo, digo agora que a atual administração pode imprimir um foco mais incisivo sobre o tema.

A começar por modernizar o sistema de atendimento. É anacrônico, com máquinas, aliás, fora de uso há tempos. No que diz respeito à relação paciente/funcionário, há muito o que fazer. Porém, nada que cursos de especialização, palestras focadas, orientações técnicas não possam resolver.

Ainda há sempre um clima de beligerância no ar, uma expectativa que a qualquer momento, um dos lados do balcão vai explodir. O paciente, em sua razão, pois está doente ou tem alguém da família necessitando de atenção médica. O mínimo que lhe devem é atendimento educado, atencioso, carinhoso até, que carinho e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

O funcionário, às vezes mal chegado à função, às vezes mal preparado para tal e às vezes eivado de má vontade pura e simples, vive de entrechoques com este ou aquele, às vezes se sai bem pela conduta apropriada no atendimento. Mas, via de regra, atendimento carente de uma ou outra informação.

Por exemplo, um paciente se consulta com um profissional médico. Recebe um pedido de exame ou RX. Sai da sala sem saber exatamente o que tem que fazer em seguida. Porque o próprio médico não o informa corretamente. Apenas “passa a bola” pra frente. “Isso aqui você faz em tal lugar, isso em tal lugar”.

Aí vai o paciente a estes tais lugares e lá é informado de que, antes, precisa passar em tal outro lugar para preencher a papelada. E lá se foram uma, duas horas da manhã do trabalhador, quando não mais. Neste caso, uma orientação do tipo “passe pelo balcão tal antes de ir embora”. E lá o paciente é informado para onde deve ir ou o que deve fazer.

Ou, melhor ainda, neste mesmo balcão já se providencia o preenchimento da papelada. Quanto este simples gesto economiza em tempo e  burocracia? Nas UBS’s, por exemplo, por que já não se faz o agendamento definitivo, com data e horário para atendimento pelo médico tal? Evitando que o paciente receba ali um papel, mas tenha ainda que percorrer a “babel” burocrática?

Também ajudaria bastante o sistema de senhas com chamada via tela de led, como nos centros mais avançados em atendimento em Saúde. Seja  no “Postão” (aliás, este é um capítulo à parte), seja na UPA ou qualquer das Unidades Básicas de Saúde. Diminuiria, já de cara, a gritaria, que não se houve mais em nenhum centro.

Acreditamos ser isto o básico, mas já traria uma melhora considerável ao setor, mais conforto ao cidadão, menos desgastes físico e emocional para quem já está debilitado ou abalado emocionalmente por um ente querido.

Como já se disse antes, não dá para dizer se o sistema de atendimento em saúde propriamente dito em Olímpia melhorou ou está igual. Não dá para dizer se o sistema burocrático melhorou ou está igual. Mas dá para dizer, seguramente, que estão ruins ainda. Que há um longo caminho a ser percorrido, e que por isso deve ser começado a trilhar o mais rápido possível.

E modernizar é a chave.

E neste aspecto, comecem-se pelo básico do básico. Definitivamente, o Centro de Saúde, ou “Postão” para os íntimos, não tem a mínima condição estrutural para abrigar uma Secretaria de Saúde e seus “penduricalhos”. O prédio é sujo, mal conservado, acanhado, mal ventilado (o que o banheiro fede!, dizem), enfim, impróprio.

Claro, os asseclas cunhistas vão dizer: “Ora, por que ele não diz que estes problemas foram nossa herança?” Respondemos: pelo simples fato de que, o que passou, passou, e que se este governo quer ser o “novo”, conforme discursos de campanha, e ainda priorizar a saúde, como prometeram à farta, estas são singelas sugestões deste blog.

(Vejam que nem mexemos na questão dos médicos em si, porque esta é uma situação de “guerrilha” interna difícil de solucionar, mas espera-se algo novo aí também)

Já que não é porque é assim, que tem que ser assim. Ou: Mesmo que sempre tenha sido assim, não precisa ser assim para sempre.

Porém, dada a dificuldade aparente deste governo em caminhar para a frente, tenho a impressão que preferirão negacear o sugerido, como de alguém que não sabe o que está dizendo a respeito. Não conhece os meandros. Talvez. Mas boa vontade não faltou em colaborar.

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