Surgiu nas últimas horas a novidade de que Olímpia terá quatro escolas de samba desfilando nas ruas das praças da Matriz e Rui Barbosa, no Carnaval de março vindouro. Eram três nos últimos dois anos, com a desistência de duas delas. Um bom tamanho para a cidade, cujos recursos despendidos têm a dimensão de uma “raspa de cofre”.
Este ano, pouco mais de R$ 74 mil, pouco mais de R$ 24,6 mil para cada uma, sendo três. Sendo quatro, este montante cai para R$ 18,5 mil para cada uma. Dispensável dizer que a pulverização da verba dá menos possibilidades às escolas de desenvolverem seus projetos carnavalescos, e nem sempre acabamos vendo nas noites de domingo e terça-feira, sinceramente, aquilo que gostaríamos de ver.
A surpresa do surgimento de uma quarta escola de samba para este carnaval vem misturada ao questionamento sobre quais são os critérios adotados pela Comissão responsável para aglutinar agremiações carnavalescas e, acima de tudo, qual a cobrança feita a estas agremiações de última hora, que simplesmente basta querer e pronto, está na lista.
Nada se pede, nada se questiona, por exemplo sobre a estrutura que se tem pronta, a organização necessária, número de componentes, diretoria regularmente constituída, enfim, deveria registrar a vontade daquela agremiação e fazer uma série de exigências, para o ano seguinte.
Não basta a alegação de que a escola fez o pedido de inscrição “no prazo” e por isso participará. Há tempos que os carnavais de Olímpia carecem de mais qualidade e menos quantidade. Parecia-nos que as três escolas restantes e participantes com brilho nos dois últimos carnavais eram bastantes. Mas, para a Comissão do Carnaval e, por extensão, para a Secretaria de Turismo e Lazer, parece bastar a vontade e tudo o mais se resolve.
O que se espera é que não haja apenas interesses eleitorais por trás disso. Porque a falta de melhor acuidade com esta forma de lazer popular por parte de quem de direito ficou escancarada. O dinheiro público jogado ao vento. Mal distribuído ou, pior, distribuído irresponsavelmente. Sem que tenhamos, no âmbito da festa, o retorno em qualidade, salvo as exceções de praxe.
Até.