O deputado estadual do PMDB Itamar Borges irá receber título de Cidadão Honorário de Olímpia, mas não será por unanimidade da Câmara de Vereadores. Aprovado na sessão ordinária de segunda-feira, 28, o projeto de Decreto Legislativo 377/2014, de autoria do vereador-suplente Luiz Antônio Ribeiro, o “Luiz do Ovo”, não contou com o voto de Jesus Ferezin (PTN). Inicialmente, o vereador anunciou à Mesa que se absteria do voto e, depois, que era contra o projeto.
Mas, se engana quem, em princípio, imagina que a postura de Ferezin tenha a ver com a suspeita de envolvimento do deputado com a “Máfia do Asfalto”, desbaratada na “Operação Fratelli”, em abril do ano passado. Borges, o deputado mais votado em Olímpia nas eleições de 2010 – obteve 2.896 votos -, caiu em desgraça com o vereador por causa de uma promessa de campanha não cumprida.
Ao ser perguntado sobre se a razão do voto contrário ao título a Itamar seria em função de sua situação frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, Ferezin descartou. “Ele havia se comprometido em liberar verba de R$ 150 mil para construirmos mais seis alojamentos no Teresa Breda – Ferezin era presidente do Olímpia FC em 2010 -, e não cumpriu com a palavra”, explicou Ferezin após a votação.
“Foi por isso”, encerrou. Ferezin disse que pouco tempo depois o deputado anunciou a liberação de R$ 30 mil para esta finalidade, “mas nós não aceitamos”, completou. O TJ-SP pediu à Procuradoria Geral de Justiça, que investigue um suposto envolvimento do deputado estadual no episódio do Grupo Scamatti, de Votuporanga.
Em grampos autorizados pela Justiça, Itamar Borges foi flagrado em conversas que podem indicar sua intermediação na liberação de um loteamento no município de Palestina, beneficiando negociações do Grupo Scamatti, segundo o jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto.
Recebendo oito votos a favor e um contrário, a aprovação deste título de Cidadão Honorário a Itamar Borges rompe um protocolo nunca quebrado na Câmara de Vereadores há décadas: o de sempre que houver um projeto neste sentido, que seja aprovado por unanimidade. Alega a Casa que isso evita constrangimentos ao homenageado.
DEUS E IPTU
Além deste, outros seis projetos de Lei e de Decreto Legislativo foram aprovados na segunda-feira, porém, nenhum que chegasse a gerar polêmica. A sessão teve um tempo regimental de 44 minutos (das 19h02 às 19H46), mas a sessão foi oficialmente encerrada às 20h15, após cerimônia da Igreja Adventista do 7º Dia, do Jardim Alvorada, relativa à “IV Semana Ercídio Manzoli”.
Foi também esta cerimônia que impediu protestos veementes dos descontentes com as novas tarifas do IPTU na cidade, que mantiveram um clima de respeito aos visitantes religiosos. Cerca de 60 pessoas estavam nas galerias com a finalidade de cobrar novamente um posicionamento dos vereadores no tocante ao assunto. Mas, terminada a sessão, todos os vereadores se retiraram da sala sem dar a mínima atenção aos queixosos.
Até.