Em termos de apoio entre a prefeitaiada da Região Metropolitana de São José do Rio Preto, o governador candidato à reeleição pelo PSDB, Rodrigo Garcia, “é o bicho”, como se diz. Estes são os cabos eleitorais sempre cobiçados por postulantes aos governos estadual e federal. E seriam, em tese, os donos de mais de 750 mil votos que a região comporta.
E desta vez, como pontua reportagem do jornal “Diário da Região”, de Rio Preto, esta trupe de gestores foi colocada à prova na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Porém, quando o comando da campanha de Garcia “enche a boca” para falar que o tucano conta com apoio da maioria esmagadora dos prefeitos paulistas, cria um contrassenso: porque ao mesmo tempo, este mesmo comando manifesta a preocupação com o fato dele ser “pouco conhecido” neste mesmo estado, a ponto de estar, neste início de campanha eleitoral via TV e rádio, fazendo sua apresentações, no estilho “olá, sou Rodrigo Garcia”.
Não é segredo para ninguém que Garcia gastou os tubos na pré-campanha, liberando dinheiro a torto e a direito para a prefeitaiada. Porém, até o momento ainda não se pode sentir o peso deste apoio na posição do governador na corrida pelos votos.
Porque, com apenas um apoio de prefeito, no caso a “entusiasmada” prefeita de Potirendaba, Gi Franzotti, do PTB, que também defende a reeleição de Jair Bolsonaro, do PL, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, está na segunda posição, e Fernando Haddad, do PT, que tem apoio zero de prefeitos deste mesma vasta região, está disparado na frente.
Então, será que é algo para se comemorar, ou para se preocupar? Última pesquisa Datafolha divulgada no dia 18 de agosto mostra o ex-prefeito Fernando Haddad com 38% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas com 16%, e o governador candidato à reeleição com 11%.
Este resultado já abarca a repercussão e o trabalho de apoio maciço dos prefeitos ou tudo vai começar agora? Os prefeitos ainda não se empenharam na campanha, não arregaçaram as mangas, ou se empenharam e se empenham, mas precisam trabalhar mais efetivamente se querem a reeleição do chefe-em-turno?
Porque já disse aqui e repito. No momento, o adversário de Garcia é Tarcísio. Ele precisa galgar o degrau que o levará ao segundo turno. A menos que Haddad dê sinais de fraqueza, de definhamento na preferência do eleitor, assim facilitando uma artilharia mais pesada, possibilitando ir ao segundo turno com Tarcísio, Garcia tem endereço certo para seus ataques.
Há outras pesquisas que a assessoria do candidato distribui nas redes sociais para seguidores e incautos, onde o governador é colocado em situação de empate, e com 20% das intenções de votos, por exemplo, mas com certeza esta trupe reconhece que o Datafolha é o que inspira maior confiança.
E terá uma nova rodada na semana que vem, com o Horário Eleitoral já bombando. E faltando 32 dias para o eleitor digitar os números de sua preferência nas revolucionárias urnas eletrônicas. Se a situação não tiver mudado nada em favor de Garcia, ou se mudada, Tarcísio apresentar uma melhora, mantendo o distanciamento, e Haddad der sinais de consolidação, haverá tempo para uma disparada?
Talvez uma das maiores dificuldades de Garcia no PSDB até então hegemônico no Estado, seja a falta de “aderência” ao tucanato. Ou seja, o governador não conseguiu introjetar em si o espirito tucano, os trejeitos, a mensagem que fale direto ao coração tucano de modo geral. Ainda é tido como “um estranho no ninho”. Talvez até mesmo como um “usurpador” desta simbologia. E sabemos que não é fácil esta tarefa da conquista de tão diversificada fauna.
Mas, talvez Garcia tenha já abocanhado os “tucanos possíveis” e agora precise “caçar” em outras paragens onde tucanos não habitam. E aí que estaria o nó górdio da questão. Ou ainda faltem tucanos a conquistar e estes poderão fazer a diferença em seu favor (uma hipótese).
Lembrando que fazemos aqui um retrato do momento, do visto até aqui. Amanhã será outro dia, e os outros amanhãs, dias seguidos de trabalho. Garcia não é bobo. Seu vice, Geninho (União Brasil), o mais improvável dos políticos de nossa região (numa remissão ao passado nada remoto), de ascensão meteórica, muito menos. Ambos se entendem perfeitamente, e ambos sabem como jogar nos campos do interior.
E a bola está em jogo. O campeonato é curto, na verdade um torneio onde o adversário mais ferrenho de Garcia e Geninho está posto, jogando o jogo de seu treinador, o presidente Jair Bolsonaro. Lembrando que Garcia não tem um treinador de peso na área reservada, a “puxar” a equipe. Todos os caciques tucanos o abandonaram.
E ele atualmente representa o mais demista dos tucanos em plena campanha. Ou seria o mais uniãobrasilista dos tucanos. Aí está. Pode ser apenas uma questão de falta de identidade. Fazendo o tucanato-raiz manter um pé atrás. Veremos no correr dos dias…