Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: setembro 2019 (Página 1 de 2)

Eleições 2020: A verdade soprando com o vento

Todo mundo quer, mas ninguém ousa dizer que quer. Todo mundo sabe que todo mundo quer, mas ninguém aposta no querer de ninguém. E, por último, todo mundo já sabe o que quer, em tese, mas não tem coragem de firmar posição naquilo que quer. Exatamente porque não sabe se aquele que ele quer, quer mesmo concretizar o que diz querer.

Perece-lhe confuso? E é. Assim está o momento pré-eleitoral na cidade. Há muitos quereres, e poucas iniciativas claras neste aspecto. Sim, há movimentos de bastidores. Mas também estes são temperados a expectativas, ao “vamos ver mais adiante como ficam as coisas” ou “estou aguardando este ou aquele posicionamento”.

Na realidade todos esperam para saber por quem os sinos do deputado federal olimpiense Geninho Zuliani (DEM) irão dobrar. Trata-se, esta, de uma espera angustiante, uma vez que, parece, nem o próprio deputado saberia ainda que rédeas tomar, que posição assumir.

Vê-se por aí também que o grupo de Cunha e o próprio alcaide andam espalhando que Zuliani estaria “quase 100%” abraçado à campanha pela reeleição do mandante de turno. No seio do grupo genista, as negativas são veementes. Mas, também entre eles, genistas, a dúvida é persistente.

O deputado já teria acenado com a possibilidade da neutralidade no pleito, caso não encontre um nome viável até o momento de lançamento da campanha.

Bom, mas até as formigas sabem que o nome em evidência dentro do grupo genista é de Flávio Olmos, demista que tem despontado não só nas redes sociais, onde é sempre lembrado espontaneamente para o cargo majoritário, como também, segundo informações privilegiadas do blog, em pesquisas de opinião.

E quem está enfronhado nos bastidores políticos atuais sabe bem que não estamos inventando um candidato. Numa entrevista que concedeu ao jornal D’Hoje, de São José do Rio Preto, edição deste domingo, o vereador nega que pretenda ser candidato. Mas a pergunta da repórter fala por si. Ela não seria feita se não houvesse fortes rumores neste sentido.

E um diferencial a ser destacado é que Flávio Olmos desde o momento em que assumiu a vereança, vem dando mostras de certa força política e até de pendor para liderança. Com suas atitudes faz lembrar o hoje deputado, pelo arrojo e destemor.

E, mais que isso, traz o frescor de nova e jovem liderança, do que esta Estância anda tão carente, depois que a mais recente consumou-se em autoridade de nível federal.

O mais correto, a nosso ver, seria agora o nobre legislador dar uma nova configuração à política olimpiense, banindo dela as velhas e carcomidas figuras, com suas ultrapassadas formas de governar.

Não é segredo para ninguém que os interesses econômicos hoje, falam mais alto por estas bandas, com o “boom” turístico e de investimentos, pelos quais ambos, deputado e prefeito de turno, têm grande apreço.

Mas é exatamente este apego ao que é “turístico” que tem custado a popularidade e gerado a péssima avaliação do mandante de turno, junto ao populacho.

Este, que nada mais quer do que sua cidade de volta. Que quer a atenção dos administradores e legisladores mais voltada para a parte “não-turística”, qual seja, aquela que contempla a imensa maioria dos moradores locais.

Quer também o bem estar que, hoje, a olhos vistos, está concentrado no que se pode chamar de “golden valley” (Vale de Ouro), ou seja, num trecho de pouco mais de um quilômetro partindo do principal clube da cidade, sentido centro, que aliás, à noite, parece um verdadeiro cemitério.

No mais, faltam três meses para as definições desta que será a mais aguerrida campanha eleitoral com vistas à Câmara de Vereadores e, por conseguinte, à cadeira principal do Palacete da Praça Rui Barbosa.

Cada um sabe de si, mas há um momento em que as decisões devem convergir para o interesse público, da maioria, de forma a ouvir o que o vento diz. Porque nele está soprando a verdade.

Com as contas aprovadas, deputado soltará as ‘garras’?

Logo no início da Ordem do Dia da sessão ordinária da Câmara de Vereadores, na segunda-feira passada, 23, foi colocado em discussão e votação única, o projeto de Decreto Legislativo nº 512/2019, de autoria da Comissão de Finanças e Orçamento, que aprova as Contas da Prefeitura Municipal de Olímpia, relativas ao Exercício Financeiro de 2016.

Ao contrário do que se poderia esperar, ou mesmo do que o próprio ex-prefeito, hoje deputado federal Geninho Zunliani (DEM), imaginava, a proposição obteve a aprovação unânime dos vereadores, sendo que o primeiro secretário da Mesa, Luiz Gustavo Pimenta (PSDB) se absteve de votar, por ter sido o vice de Geninho,e assim ter interesse no resultado da votação.

Foram nove votos tranquilos, até mesmo de dois ferrenhos desafetos do deputado Geninho, quais sejam, o presidente da Câmara, Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante [nos casos de dois terços, o presidente também vota]) e Hélio Lisse Júnior (PSD), autor de denúncias contra o ex-prefeito junto ao Ministério Público.

E este mesmo vereador, embora tenha votado contrário nos pareceres das comissões a que pertence, deu voto a favor na votação das contas em si, porém observando que irá “pinçar” os apontamentos havidos e entregá-los ao Ministério Público.

Na sua opinião, o Parecer do Tribunal de Contas do Estado-TCE, “é simplesmente uma matemática de débito e crédito, o que foi gasto e o que foi arrecadado, e faz a equalização de despesas”.

Porém, o vereador aponta que nas contas dos exercícios anteriores -2013, 2014 e 2015, houve apontamentos do TCE, por exemplo “na falta de contratação e dispensa de licitação na Prodem”.

Naquelas ocasiões, disse ter votado favorável, ainda assim, “em homenagem ao Luis Gustavo Pimenta”. Porém, diz ser sempre “temerário”, pois se acaba fazendo apenas a análise da matemática de débito e crédito. Por fim, observou que votaria favorável às contas de 2016, “mas o pormenor dos apontamentos, encaminharei para o Ministério Público”.

Mas, o que chamou mesmo a atenção de observadores foi a platitude com que a Casa de Leis tratou as contas do ex-prefeito, sendo uma Casa de maioria cunhista. Até então, dava-se como certos, apenas três votos, com a iminente abstenção de Pimenta.

Dado o clima reinante e o resultado da votação, sem maiores questionamentos, a impressão que ficou é que a ordem veio “de cima” para aprovação do projeto sem delongas. Mais exatamente, do Palacete da Praça Rui Barbosa, 54.

Um afago com vistas ao futuro próximo? Ou, ao contrário, uma vez solto das amarras institucionais de suas contas, o deputado irá botar “as garras” de fora? É o que veremos.

Pagliuco bota ‘torniquete’ na equipe odontológica e ignora forte assédio moral na Pasta

Tudo indica que o “Marquinhos da Farmácia”, como é “carinhosamente” chamado pelos seus desafetos o secretário municipal de Saúde, Marcos Pagliuco, decidiu fazer um “caça às bruxas” em sua Pasta, colocando sob suspeição quase toda sua equipe da área odontológica, mais especificamente do Centro Especializado em Odontologia, o CEO.

Por meio do Decreto nº 7.556, de 20 de setembro de 2019, e assinado pelo prefeito Fernando Cunha, está sendo determinada a constituição de Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, integrada por três funcionários de carreira do município, sendo dois da administração direta e uma da própria Pasta da Saúde, para apurar possível prática de infração disciplinar praticada por nada menos que oito servidores públicos municipais, coincidentemente ou não, todos lotados na área odontológica.

São eles I.M., J.C.S., A.R.A., C.A.L, C.R.A.B., H.L.L., I.G.S.G., todos cirurgiões dentistas, e F.R.L., técnico em prótese dentária. O processo administrativo se dá “em face do não cumprimento de suas respectivas jornadas de trabalho”.

O decreto prevê ainda que a Comissão constituída deverá elaborar e apresentar relatório circunstanciado ao Executivo, dentro do prazo de 60 dias, a contar de sua citação, prorrogável por igual período.

Pois é, o secretário Pagliuco, por meio do governo municipal bota um “torniquete” no pescoço deste grupo de profissionais, com fins de fazê-los mais dedicados ao serviço.

Não é a primeira “queda-de-braço” deste gênero no município, e os finais sempre sabemos como são: sempre vence o lado mais forte (Os entendidos entenderão).

ASSEDIO MORAL

Bem faria também Pagliuco se desse curso a um processo administrativo disciplinar visando apurar o comportamento de certos funcionários de sua Pasta, que têm transformado a vida dos funcionários um verdadeiro inferno.

Alguns contam coisas horripilantes, outros relatam total falta de respeito, outros ainda dizem sofrer truculências e outros mais, palavras profissionalmente ofensivas e desmerecedoras.

Se Pagliuco quer melhorar o desempenho das equipes da Saúde, não é por este caminho que deve trilhar. O tempo dos feitores e senhores de fazenda já passou faz tempo.

Sabemos que é do feitio do governo de turno este tipo de atitude, mas os responsáveis pelo comprovado assédio moral, nem moral têm para tanto.

Mais de 14 mil sem biometria prenuncia pleito conturbado

Se nada for feito a esse respeito -e o quê, exatamente, precisa-se pensar de forma urgente-, as eleições de 2020 poderão ser fortemente afetadas por, digamos, ausência de contingente eleitoral.

É que ainda faltam 34,02% dos eleitores da Estância Turística, fazerem o cadastro biométrico. O prazo para tanto é até o dia 19 de dezembro. São mais de 14 mil eleitores que ainda não procuraram o Cartório Eleitoral ou os pontos de cadastramento, de modo a evitar esta tragédia anunciada.

Todos os eleitores do município devem fazer a biometria, que é o registro eletrônico das impressões digitais, sob pena de não poderem votar em 2020. Este percentual de faltosos indica que um terço do eleitorado olimpiense poderá ter o título cancelado.

Atualmente, o município conta com 41.477 eleitores e somente 65,98% deles realizaram o cadastramento biométrico, ou seja, menos de 28 mil. É claro que até o prazo fatal, e devemos acreditar fortemente nisso, esta situação será resolvida ou ao menos amenizada.

Mas é bom que nos lembremos de que, para zerar este déficit, são necessários 3,5 mil eleitores indo fazer suas biometrias a cada mês, até o prazo fatal, dezembro.

Mas, só um lembrete: em julho eram 18 mil os eleitores faltosos. Ou seja, no espaço de três meses, apenas quatro mil cidadãos e cidadãs procuraram se habilitar ao pleito de 2020. Nessa toada, restarão 10 mil votantes sem biometria até o fim do ano.

O reflexo no pleito de 2020 será catastrófico. Porque 10 mil eleitores, dentro da nova configuração eleitoral, significaria eleger pelo três edis, à base de três mil votos por cadeira, e outros nas sobras. Se ninguém mais fizer a biometria, 14 mil eleitores elegeriam quatro, e outros na sobra.

Especulando, com 30 mil eleitores, menos 20% de abstenção, brancos e nulos, como é a praxe em Olímpia, teríamos apenas 24 mil votos válidos, ou seja, cada 1,6 mil votos elegeria um vereador, na conta de 14 mil.

Se 10 mil, menos de 700 votos. Mas há que se ver se não estaria criada aí uma inconstitucionalidade eleitoral.

Para os candidatos, seria, digamos, “melzinho na chupeta”, mas para o estado legal eleitoral, uma tragédia sem precedentes. E com consequências inimagináveis a tantos quantos seriam responsáveis por solucionar esta questão.

Assim, o eleitor ter seu título cancelado, não poder obter empréstimos em bancos públicos, nem renovar matrícula em estabelecimento oficial de ensino, ou fazer inscrição em concursos públicos, obter passaporte, etc., torna-se o menor dos males.

Porque é o estado democrático de direito que estará em risco. E a Estância, tão cantada e verso e prosa, não estará dando um bom exemplo. Mesmo.

SERVIÇO
Para fazer a biometria, basta agendar o atendimento no site www.tre-sp.jus.br ou ir até o Cartório Eleitoral com o título de eleitor, documento de identificação com foto e comprovante de residência emitido nos últimos três meses. Devem ser apresentados os documentos originais. O Cartório Eleitoral em Olímpia fica na Rua Dr. Antônio Olímpio, 902, no Centro, e o horário de atendimento é das 8h30 às 18 horas.
Além do Cartório Eleitoral, também há postos de atendimento itinerantes para facilitar o acesso da população. Um deles está montado no Iquegami Supermercados, localizado na Rua Francisco Luciano Zanetti, 44, Residencial Harmonia. O posto funciona das 12 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.
ATENDIMENTO ESPECIAL
Neste sábado, dia 21 de setembro, os cartórios eleitorais de todo o Estado de São Paulo estarão abertos nas cidades que ainda não finalizaram o cadastramento biométrico. Em Olímpia, o atendimento será das 8 às 13 horas, no Cartório Eleitoral, e das 9 às 13 horas, no CRAS I – Santa Ifigênia. Em caso de dúvidas ou para mais informações, o cidadão pode entrar em contato pelo telefone (17) 3280-6046.
Outro local para cadastro da biometria é o CRAS I–Centro de Referência de Assistência Social do Jardim Santa Ifigênia (Avenida Constitucionalistas de 32, s/nº). No espaço, o serviço estará disponível até a próxima semana, de segunda a sexta, das 9 às 15 horas.

Agora, a Daemo contratou propaganda por R$ 250 mil

A administração municipal -embora tenha usado do subterfúgio de colocar o nome do prefeito de turno em cada peça publicitária, o que contraria a Constituição Federal- ao que parece, está se esmerando e se preparando para dar maior visibilidade ao alcaide, na tentativa de mudar sua imagem -péssima, aliás-, junto ao eleitorado nativo.

Se não, para que a Daemo Ambiental contratar, por R$ 250 mil, tudo indica que só até o final do ano, pois não consta prazo de validade do contrato na Homologação publicada na edição de hoje do Diário Oficial Eletrônico da Prefeitura Municipal, uma agência de propaganda?

Leia, abaixo, a íntegra do documento:

HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
TOMADA DE PREÇOS Nº 01/2019
PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 22/2019
OBJETO: Contratação de empresa especializada
para realização de serviços de publicidade o conjunto
de atividades realizadas integradamente que tenham
por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a
concepção, a criação, a execução interna, a intermediação
e a supervisão da execução externa e a distribuição de
publicidade aos veículos e demais meios de divulgação,
com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços
de qualquer natureza, difundir ideias ou informar o público
em geral.
Tendo transcorrido regularmente o processo licitatório
em referência, depois de cumpridas todas as suas fases
legais e administrativas com Fundamentação Legal na
Lei Federal n° 8.666/93, HOMOLOGO o procedimento e
ADJUDICO o objeto desta Tomada de Preços, constantes
na ata da Comissão Permanente de Licitações,
declarando vencedora do certame a empresa SINFOR
– ASSESSORIA, COMUNICAÇÃO E MARKETING
ITURAMA LTDA, no valor de R$ 250.000,00 (duzentos
e cinquenta mil reais), tendo a empresa oferecido o
desconto de 70% (setenta por cento) sobre os custos
internos da agência, baseados na tabela de preços do
Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São
Paulo – SINAPRO/SP.
Além da remuneração acima prevista, a CONTRATADA
fará jus ao desconto-padrão de agência concedido pelos
veículos de comunicação, em conformidade com o
art. 11 da Lei nº 4.680/65 e honorários fixados em 1%
(um por cento) incidentes sobre os custos dos serviços
de fornecedores e terceiros sob a supervisão da
CONTRATANTE, conforme estabelecido nos itens 3.6.1
das Normas-Padrão da Atividade Publicitária -CENP.
Olímpia, 17 de setembro de 2019. Maria Justina Boitar
Riscali. Superintendente Geral – DAEMO Ambiental
.

A propósito, a contratação da Sinfor é mais do mesmo, pois consta já ser esta mesma agência a prestadora de serviços para a prefeitura.

Trata-se de uma empresa de Iturama, também especializada em pesquisas de opinião, que consta pertencer aos sócios Ângelo Gonçalves dos Santos e Renides Reis Urzedo Gonçalves, ambos moradores daquela cidade.

Cunha fere o Artigo 37, Parágrafo único, da CF?

Ta certo que o nobre alcaide está deveras empenhado em sua tentativa de reeleição para mais quatro anos de fomento ao (exclusivamente) turismo que lhe interessa sobremaneira, mas daí começar a afrouxar as amarras da legalidade vai uma longa distância.

E não é outra a impressão que fica, quando em nome de Fernando Cunha, e não do Governo Municipal, sua assessoria usa toda a estrutura do governo para divulgar um vídeo bem longo, relatando os feitos (duvidosos) na área da Saúde.

O artigo 37 da Constituição Federal afirma em seu parágrafo único que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

O parágrafo primeiro do mesmo artigo ainda detalha que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

É justamente o princípio da impessoalidade que está sendo ferido por Fernando Cunha ao usar seu nome nas ações oficiais do governo.

Se não uma penalização por improbidade administrativa, quem sabe uma por campanha eleitoral antecipada por meio da estrutura governamental e com os custos disso jogado nas costas dos contribuintes.

Se não, vejam com seus próprios olhos o nomezinho do alcaide. Os feitos são “dele”, não da Administração?

Saúde: problematização e não simplificação. Por quê?

Para aqueles que não se importam com a longa distância havida entre as medidas que tomam e as reais necessidades do cidadão comum, a Saúde de Olímpia caminha às mil maravilhas.

Para aqueles que pouco importa o que o cidadão dependente do sistema público de atendimento em Saúde realmente busca, a Saúde na Estância Turística de Olímpia está merecedora de aplausos!

Mas, se a tola ilusão de que digitalizar isso e aquilo, tornar este ou aquele serviço on-line, implantar cartão isso ou aquilo, mudar setores de endereços, tornar prédios bonitinhos, porém fora de mão totalmente, pode deixar uns e outros felizes, mormente aqueles para quem vale a imagem, não o efetivo serviço, a recíproca não é verdadeira.

O que se tem visto ultimamente no entorno da Saúde pública local é isso: maquiagens e mais maquiagens, jogos de cena e mais jogos de cena, perfumarias e mais perfumarias, a título de modernidade, evolução, melhorias de serviços.

Mas, em última análise, sejamos sinceros, tudo o que se fez até agora no setor, serviu apenas para os “vendedores” hábeis de serviços faturarem suas comissões pelos embustes tecnológicos que enfiaram na gestão pública olimpiense, por sua vez ávida por publicidade.

Já foi dito aqui, o que a Saúde olimpiense necessita são coisas simples, que não dependem de grandes investimentos e que uma vez implantadas, serão para sempre, independentemente de quem esteja no comando da cidade ou da Pasta mais sensível de qualquer governo.

É atendimento, resolutividade, relação funcionário-cidadão, médico-paciente. São consultas com mais brevidade, exames com menor tempo de espera, especialistas em todas as áreas, facilidades muitas para o usuário solucionar seu problema no mesmo dia em que sai de casa, sem ter que retornar a setor distante de onde está por causa de um simples papel e por aí vai.

Embora a propaganda do governo municipal insista em que tudo o que se está fazendo em termos de tecnologia é para facilitar a vida dos olimpienses sem alternativa quando precisa da Saúde, na verdade está lhe trazendo dificuldades aos montes.

Embora os “illuminattis” do governo de turno achem que a informatização é a solução, entendemos ser este sistema ainda bastante distante da população média, mesmo que se considere a evolução de costumes e hábitos.

Humanização, principalmente no que diz respeito ao trato com pessoas geralmente enfermas, problemáticas, sensíveis ainda é a palavra-chave. O distanciamento via internet não cabe assim, de forma brusca, neste meio.

Porque se temos um governo municipal engessado em todas as demais questões, o temos extremamente ágil e resoluto quando o assunto é problematização de questões onde melhor e menos dispendioso seria a simplificação.

Por quê?

Como ficam alunos da Faculdade Brasil com prisões do proprietário e seu filho?

Até que ponto os alunos e ex-alunos da Faculdade Brasil-Campus de Olímpia podem ser prejudicados com a prisão do proprietário da instituição, seu filho e reitores de campos espalhados por aí?

O vereador e 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal desta Estância, Gustavo Pimenta (PSDB), manifestou-se preocupado com esta questão esta semana, na sessão ordinária de segunda-feira passada, 9 de setembro, embora ressaltando que o problema maior estaria nos cursos de medicina, que Olímpia não dispõe.

Mas, segundo o vereador, o curso que os alunos locais fizeram -notadamente Direito, mas também Administração, Letras, etc., foi financiado pelo FIES.

No contrato de financiamento, consta que o aluno teria que cumprir horas de trabalho voluntário em entidades de assistência, sem fins lucrativos, após concluir o curso com notas acima da média, para poder contar com o “pacote de benefícios”.

Porém, houve aqueles que não terminaram o curso por conta disso, por desconhecerem esta cláusula do contrato firmado com a instituição e a CAIXA, mantenedora do FIES. “A fatura chegará no ano que vem”, avisa o vereador. “Muitos já estão formados e trabalhando, mas com débito junto ao FIES”, complementa.

Para Pimenta, com o “imbróglio” criado com estas prisões, “isso tudo virá à tona”, de forma que é melhor os alunos em questão começarem a pagar as mensalidades.

Pimenta ainda ressaltou estar “assustado com documentos que vi de alunos que não concluíram o curso, mas vão ter que pagar uma ‘conta gorda’ para a CAIXA, que subsidia o FIES”.

“A Faculdade deveria orientar os alunos e correr atrás para que eles possam fazer as aulas nas entidades do terceiro setor e não querer fazer uma Semana Jurídica, quando o dono da faculdade está preso”, cobrou.

Prodem usa ‘Sistema Dilmês’ na cobrança de multas?

Antes, um adendo: Se tem uma afirmação com a qual nunca concordei, seja aqui ou alhures, é a que aponta, nos casos de autuação no trânsito, a “indústria da multa”. Não acredito nela por uma simples razão, a meu ver: quem segue rigidamente as normas e leis do trânsito, nunca é multado.

Porém, nos casos em que multas são aplicadas indevidamente, erroneamente e por reiteradas vezes, como tem denunciado motoristas olimpienses, onde há até casos de multas em veículos que não se encontravam naquele local naquela hora, é preciso por a antena na sintonia correta.

Não são raros os casos, por exemplo, de infrações básicas ao trânsito em Olímpia -deve sê-lo também nas demais cidades do país, mas falo de nossa urbe. Uso do celular ao dirigir -desculpem aqui as intransigentes defensoras do gênero-, principalmente por mulheres, é uma grandeza.

E, no entanto, dentre as muitas reclamações, não vi nenhuma delas ser por uso do celular. Se houve multas por uso do aparelho na cidade, não se sabe e ninguém reclamou.

De qualquer modo, a “bronca” dos motoristas locais é quanto às muitas multas aplicadas na Área Azul, pelos agentes de trânsito. É esta a “indústria” que, especificamente, tem incomodado a cidade.

E não é para menos. Os valores falam por si. De acordo com levantamento feito pelo vereador Flávio Augusto Olmos, do DEM, a arrecadação, a partir de 2017, cresceu de forma estrondosa, a ponto de, em 2018, ela ser mais de oito vezes superior a 2016, último ano do governo Geninho Zuliani.

De 2016 para 2017, um ano apenas, o crescimento da arrecadação com multas foi de quase 5.8 vezes. Imaginem os senhores. E, parece que até este início de mês, estes números já somariam cerca de R$ 600 mil, restando ainda quatro meses para acabar 2019.

Dadas as circunstâncias, parece que na Estância Turística de Olímpia têm-se usado o “sistema Dilmês” de arrecadação. Aquele que determina: “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”.

Para ilustrar o tema, vamos aos valores, segundo Olmos: em 2016 a Prodem arrecadou R$ 126 mil em multas. Em 2017, primeiro ano do governo Cunha, este valor saltou para R$ 730 mil. Em 2018, ele deu um triplo mortal carpado e alcançou a cifra de R$ 1.034.000.

As razões desta subida vertiginosa? Ninguém sabe, ninguém viu.

Cunha nomeia cerca de 60 novos ‘lambões’ para o serviço público -R$ 1 milhão

Pode até ser que o nobre alcaide tenha mudado sua percepção acerca do servidor público, se não não estaria “inchando” ainda mais o quadro com aqueles que para si são “lambões”

É certo que são funcionários concursados estes novos chegados à Administração Pública. São cerca de 50 olimpienses, de nível médio, que já foram chamados e vão prestar serviços na burocracia da prefeitura, como escriturários, ou nas escolas, como monitores e/ou inspetores de alunos.

Esta contratação do prefeito Fernando Cunha (sem partido), salvo melhor juízo, deverá custar aos cofres públicos até o fim do mandato, perto ou deve superar a casa de um milhão de reais, contando os quatro meses que faltam para terminar este ano, e os 12 meses do próximo ano.

Lembrando que deste montante não fazem parte o 13º salário e outros encargos. E é bom frisar, também, que são cargos de baixa remuneração, de baixas referências na tabela, razão pela qual o montante poderia até se considerar razoavelmente pequeno diante do número de contratados.

Tais funcionários foram aprovados no Concurso Público nº 01/2019. Já há pelo menos umas quatro semanas seguidas que o Diário Oficial Eletrônico traz uma lista de chamada de concursados.

No dia da “reunião de integração” havida na Secretaria de Educação (evento sem precedentes nos governos municipais e, espera-se, desinteressado eleitoralmente), estiveram presentes 19 escriturários, 13 monitores de creches e 11 inspetores de alunos.

Dentre os 43 servidores, oito escriturários foram designados para a Secretaria de Administração, quatro escriturários para a Secretaria de Finanças e os demais 31 servidores para a Secretaria de Educação.

Porém, conforme publicações feitas no Diário Oficial Eletrônico semana passada e esta semana, além do grupo que participou da “reunião de integração”, foram chamados depois mais cerca de 18 novos funcionários, 12 dos quais com portarias assinadas pelo prefeito interino Fábio Martinez, nas férias de Fernando Cunha, e seis portarias foram assinadas pelo próprio Cunha.

O que se espera, é que não seja uma medida de desespero do alcaide, com vistas às eleições do ano que vem, haja vista que vagas para comissionados estariam todas preenchidas, e a contratação junto às terceirizadas tenha que ser levada com o máximo de cuidado.

De qualquer forma, para quem reclamou o tempo todo da categoria dos municipais, e até chegou a dizer que a prefeitura tinha funcionários demais e eram, em sua maioria, “lambões”, conforme afirmou em comentário feito em junho do ano passado, ele se mostra muito “bonzinho”.

Para rememorar: “Pro meu gosto eles (servidores) não trabalham bem, é mal planejado, serviços mal feitos, obras sujas. Eles aprenderam a fazer assim e eu não gosto. Vou mudar isso. Não aceito, também, que essas coisas, como se diz na linguagem popular, ‘lambão’ para fazer os serviços”, e por aí vai.

Pode até ser que o nobre alcaide tenha mudado sua percepção acerca do serviço público, se não não estaria “inchando” ainda mais o quadro daqueles que para si são meros “lambões”.

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