Antes, um adendo: Se tem uma afirmação com a qual nunca concordei, seja aqui ou alhures, é a que aponta, nos casos de autuação no trânsito, a “indústria da multa”. Não acredito nela por uma simples razão, a meu ver: quem segue rigidamente as normas e leis do trânsito, nunca é multado.

Porém, nos casos em que multas são aplicadas indevidamente, erroneamente e por reiteradas vezes, como tem denunciado motoristas olimpienses, onde há até casos de multas em veículos que não se encontravam naquele local naquela hora, é preciso por a antena na sintonia correta.

Não são raros os casos, por exemplo, de infrações básicas ao trânsito em Olímpia -deve sê-lo também nas demais cidades do país, mas falo de nossa urbe. Uso do celular ao dirigir -desculpem aqui as intransigentes defensoras do gênero-, principalmente por mulheres, é uma grandeza.

E, no entanto, dentre as muitas reclamações, não vi nenhuma delas ser por uso do celular. Se houve multas por uso do aparelho na cidade, não se sabe e ninguém reclamou.

De qualquer modo, a “bronca” dos motoristas locais é quanto às muitas multas aplicadas na Área Azul, pelos agentes de trânsito. É esta a “indústria” que, especificamente, tem incomodado a cidade.

E não é para menos. Os valores falam por si. De acordo com levantamento feito pelo vereador Flávio Augusto Olmos, do DEM, a arrecadação, a partir de 2017, cresceu de forma estrondosa, a ponto de, em 2018, ela ser mais de oito vezes superior a 2016, último ano do governo Geninho Zuliani.

De 2016 para 2017, um ano apenas, o crescimento da arrecadação com multas foi de quase 5.8 vezes. Imaginem os senhores. E, parece que até este início de mês, estes números já somariam cerca de R$ 600 mil, restando ainda quatro meses para acabar 2019.

Dadas as circunstâncias, parece que na Estância Turística de Olímpia têm-se usado o “sistema Dilmês” de arrecadação. Aquele que determina: “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”.

Para ilustrar o tema, vamos aos valores, segundo Olmos: em 2016 a Prodem arrecadou R$ 126 mil em multas. Em 2017, primeiro ano do governo Cunha, este valor saltou para R$ 730 mil. Em 2018, ele deu um triplo mortal carpado e alcançou a cifra de R$ 1.034.000.

As razões desta subida vertiginosa? Ninguém sabe, ninguém viu.