Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: janeiro 2022

‘Forças ocultas’ ditarão a troca na Secretaria de Assistência?

Na nossa última postagem, em 8 de janeiro passado (perdoem, fui acometido pela covid, de cujas sequelas ainda não me livrei totalmente), tratamos aqui da questão relacionada à “nova cara” que eventualmente a Câmara de Vereadores possa vir a ter a partir deste 2022.

Citamos alguns prováveis novos integrantes da Casa de Leis, citamos aqueles prováveis nomes que poderiam deixar a Casa, por sua vez. Apenas um, no entanto, demos como certo: Hélio Lisse Júnior, vereador do PSD, como secretário de Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana. Abrindo vaga para o suplente João Luis Stelari.

Que aliás assumirá a suplência na Câmara pela segunda vez. Ele já havia substituído Júlio César Faria, o “Julião Pitbull”, que renunciou ao cargo na gestão 2001/2004. (Curiosidade: na gestão 1997/2000, “Pitbull” havia assumido como suplente em lugar de Celso Teixeira, o primeiro vereador cassado na história do Legislativo olimpiense, por obra e graça do então prefeito José Fernando Rizzatti)

Provocamos os nobre leitores com a pergunta: “O que esperar da Câmara de Vereadores em 2022”? E a especulação, como se lembram, começou pela própria Mesa. “Quem virá na sucessão de José Roberto Pimenta, o Zé Kokão (Podemos)? E os demais membros, quem serão?”

Houve um tempo em que as coisas neste aspecto eram resolvidas na base do compadrio. No entendimento prévio sobre quem presidiria, e quem assumiriam os outros três cargos. O rodizio poderia acontecer até mesmo entre os integrantes da Mesa. Só trocando as cadeiras. E toma-lhe encenação de votação! Ainda nos tempos do “papelzinho”.

Fuçando aqui em meus alfarrábios, detecto exatamente a partir de quando a Mesa da Câmara passou a ser disputada verdadeiramente, com componentes ora folclóricos, ora vexatórios, ora amorais. E, por que não dizer, ora com viés nitidamente político-eleitorais.

(Este adendum ocorreu por força dos fatos passados. Perdoem).

Voltando ao tema motivo desta postagem, o ponto que mais repercutiu ao longo dos últimos dias foi a especulação de mudanças na pasta de Assistência Social. Observamos que na Casa de Leis há duas vereadoras com currículos que as credenciam a ocupar a vaga: Edna Marques, do DEM, e Cristina Reale, do PSD, ambas assistentes sociais.

Mas, o nome que rolou mais forte foi o de Reale. Não, claro, sem provocar grande burburinho entre os funcionários. Inquietos, estes tinham reações que iam do contentamento -sendo sincero em menor número, ao desassossego, conforme cada um tenha vivenciado a gestão de Cristina.

Ela que já foi titular do cargo na primeira gestão de Cunha e nas duas gestões de Luiz Fernando Carneiro (2001-2004/2005-2008). Na gestão Carneiro, gozou da inteira confiança do poderoso de turno, pelos oito anos que ficou à frente da pasta.

Mas, na gestão Cunha -e este é o ponto, não gozava da mesma simpatia e confiança. É lenda entre os próximos as imprecações do Chefe do Executivo contra sua gestão. Ressaltando ainda que quando anunciou seu secretariado, na posse da primeira gestão, Cunha não foi nada sutil ao explicitar a razão pela qual a estava nomeando: “Se eu não nomear a Cristina, ela morre”, disse ele ao público presente.

É claro que todos riram, aplaudiram mas, com certeza, foram todos para casa com uma pulga atrás da orelha. “Que diabos foi aquilo”? Sucumbia o futuro alcaide a pressões externas, a forças ocultas? Sim, porque pelo menos nos dois últimos anos de sua primeira gestão, contam os bastidores, a relação com a titular da Assistência era, de certa forma, beligerante.

Daí que se ela de fato retornar à pasta da Assistência, restará um mistério a ser desvendado. Restará ao chefe do Executivo dar à opinião pública uma convincente explicação da razão pela qual tornará à função, de resto estratégica num governo que se pretende populista, de figura que, no mínimo não gozaria de nenhuma empatia política ou pessoal do alcaide.

Lembrando que usar o setor como comitê eleitoral é a principal competência de Reale, conforme todos assistiram ao logo dos 12 anos em que esteve à frente no cargo. O problema é seu individualismo, seu personalismo, que na gestão Carneiro foram absorvidos mas que, na gestão Cunha, tiveram que ser “engolidos”, não sem momentos de fortes reações, porém apenas verbais, conforme os próximos relatam.

Sendo assim, para muito além de se tratar meramente de quem vai ou deixa de ir para seu lugar (no caso Rodrigo Ruiz, o terceiro suplente do PSD, hoje assessor em Olímpia do deputado estadual Delegado Olim, do PPS), se tratará de entendermos qual terá sido a “jogada”, se de mestre ou de “pião”, e ainda, se há forças ocultas, tão ocultas e fortes a ponto de quebrar a rigidez da personalidade política de Cunha.

Há que se esperar e aguardar os próximos capítulos desta novela de suspense. Eu só tentei dar um “spoiler” imaginário, porque imaginação neste campo fértil brota com facilidade. Como também pode ser desmistificada com a mesma rapidez.

Às vezes de forma clara, às vezes de formas obscuras. Seja uma, seja a outra, o alcaide ficará a nos dever.

(PS: Segundo consta, a mudança na Assistência Social não se trataria apenas de uma decisão política de Cunha. O titular, ex-vereador João Baptista Dias Magalhães, já teria oficiado ao prefeito que não seguirá no cargo. Portanto, seria uma mudança obrigatória. O componente político é por nossa conta)

Que cara terá a Câmara da Estância em 2022?

O que esperar da Câmara de Vereadores em 2022? Será o último ano da atual Mesa Diretora. Quem virá na sucessão de José Roberto Pimenta, o Zé Kokão (Podemos)? Aliás, como ficará a Casa de Leis no tocante ao quadro de vereadores?

Sabe-se, a princípio, que o prefeito Fernando Cunha (PSD) irá mexer em uma das cadeiras. Vai sacar Hélio Lisse Júnior (PSD) para a secretaria de Segurança e Trânsito a ser criada tão logo a Câmara volte à ativa, entrando em seu lugar o suplente João Luiz Stelari, também do PSD.

Mas pode não ser esta a única cadeira a ter um novo titular. Há especulações de mudanças na pasta de Assistência Social, e na Casa de Leis há duas vereadoras com currículos que as credenciam a ocupar a vaga: Edna Marques, do DEM, e Cristina Reale, do PSD.

Esta última já foi titular do cargo na primeira gestão de Cunha e nas duas gestões de Luiz Fernando Carneiro (2001-2004/2005-2008), mas não goza de total simpatia e confiança junto ao alcaide.

No caso do prefeito sacar Edna Marques, outra mulher demista seria a titular da cadeira, não fosse pelo detalhe de ser a atual secretária de Turismo e Cultura da Estância, Priscila Foresti, a Guegué. Com sua renúncia à cadeira, subiria então Luiz Antonio Moreira Salata, o segundo suplente do partido.

Subindo Cristina Reale, passaria a ser titular da cadeira Rodrigo Ruiz, o terceiro suplente do PSD, hoje assessor em Olímpia do deputado Estadual Delegado Olim, do PPS.

Mas, não se pode descartar também, mudanças em secretarias como Saúde e Educação, embora o prefeito tenha ressaltado que admira o profissionalismo da atual ocupante da pasta da Educação. Nada disse, porém, sobre a da Saúde.

Mas, são duas áreas estratégicas e de altíssimo valor político, em mãos de pessoas técnicas. E políticos costumam torcer o nariz quando se deparam com situações tais. Estas, há de se aguardar que desfechos terão com o correr do tempo.

Na área da Educação, não há nomes do meio na Câmara, não há educadores lá. Portanto, a jogada seria com algum cacique político local, se for o caso.

Na área da Saúde, pode-se até considerar Márcio Iquegami, que é do ramo da medicina, como ortopedista. Opção distante que elevaria ao cargo o suplente Flávio Roberto Bachega.

Indo mais a fundo, existe a possibilidade da cassação do mandato de Alessandra Bueno, tucana irrequieta que vive tecendo armadilhas para si mesma.

Ela, que tem sido, até então, sua pior inimiga, entrou em atrito via redes sociais com certa figura da sociedade e advogada integrante da OAB/Olímpia, gerando um pedido de quebra de decoro já aceito pelo presidente Kokão.

Caso prospere o processo e ela de fato venha a ser cassada, sua cadeira será ocupada por Marcelo da Branca, primeiro suplente do PSDB.

Portanto, atentem para isso: em 2022 tudo pode mudar na Casa de Leis, ou tudo pode ficar como está. Embora seja certa a saída de Lisse e a entrada de Stellari, o resto é pura especulação (?).

E o prefeito também há de medir, cirurgicamente, as operações a serem feitas ali, uma vez que hoje navega em mar aberto, sobre águas tranquilas, nenhum solavanco, nenhuma onda mais ameaçadora.

E a Câmara ganhando este formato narrado acima, com os novos nomes, não restam dúvidas que ela se tornará mais ruidosa, pelo menos, fazendo sacudir o barco cunhista.

Lembrando que pode nem ser para agora. Este ano o alcaide tem grandes e polêmicos projetos a serem aprovados, como a desestatização da Daemo Ambiental, por exemplo.

Precisará da Câmara dócil da qual desfruta atualmente. Mas, em 2023 estaremos em vésperas eleitorais. Aí terá chegado o momento das “alquimias” político-eleitorais…

Daí que, exceto por Lisse, o resto não passaria de especulações políticas. Que caso se concretizem, tudo terá sido por manobra do prefeito Fernando Cunha, ou por pressão das bases políticas?

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