O todo poderoso superintendente da Daemo Ambiental, Walter José Trindade, acaba de adotar o conceito Pilatos no caso da M. Martins Obras ME. Fazendo valer a máxima de que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, vem de exonerar o funcionário comissionado no cargo de Assistente Setorial na autarquia, André Renato Galvão, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM de ontem, 23, da Portaria 737, de 14 de julho, à página 14. Tal exoneração vem ao encontro dos temores manifestados por pessoa próxima a Galvão, de que “tudo seria jogado em suas costas”. Tudo o quê? A pessoa não disse.

Galvão está levando toda a culpa por denúncia publicada pelo jornal Planeta News, edição do dia 8 de julho, dando conta de que a empresa M. Martins Obras ME tinha contratos de mais de R$ 819 mil com prefeitura e Daemo, mas seu endereço de escritório era falso, bem como da residência do declarado proprietário, Marlo Martins. Ele constava morar em uma rua da Cohab I que a reportagem constatou, não era verdade. A empresa constava ter sede em uma rua do Jardim São José, mas também não era verdade. Por fim, confirmou-se que a tal empresa estava localizada, “pró-forma”, na casa do funcionário.

Mas, parece que bancar o Pilatos nesta estória não será tão fácil assim. As implicações do município e da autarquia com a estória são mais sérias do que se pode pensar. E vai gerar desdobramentos tão mais sérios ainda, com as novas informações que estão surgindo, e devem vir à tona nesta semana que se inicia. Não está descartada, no imbróglio, a tal da improbidade administrativa. Portanto, mesmo com Galvão exonerado, ninguém ainda pode dormir sossegado.

Enquanto isso, Galvão pode recorrer a um santo que poderia ser o de sua devoção, não só pela coincidência de sobrenomes. São Frei Galvão é o patrono, no Brasil, dos profissionais da construção civil. Com a canonização de Frei Galvão, o primeiro religioso brasileiro a alcançar tal condição perante o Vaticano, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) decidiu, por unanimidade em Plenário, instituir como Dia dos Profissionais da Construção Civil a mesma data em que se comemora o Dia da Construção Civil, 25 de outubro, em homenagem ao frei franciscano nascido em Guaratinguetá (SP), considerado desde o ano 2000 o Patrono da Construção Civil.

NÃO RIA. É SÉRIO!
Enquanto isso me deparo, no sábado pela manhã, com publicação de material claramente preparado pela assessoria do prefeito Geninho (DEM) – lembram-se do texto-premonitório publicado aqui na quinta-feira? -, dando conta de que o Departamento Jurídico da prefeitura e “os envolvidos no caso da empresa Lucimar Regina Damion Louzada” vão ingressar com ação civil e criminal contra o jornal Planeta News, contra seu editor, contra este miserável blogueiro, radialista e dublê de jornalista, e contra o repórter estagiário Cleber Luis. Eu até riria desbragadamente dessa notícia, se a troupe genista não a estivesse levando tão a sério.

Como se sabe, esta semana o delegado de polícia João Brocanello Neto, mandou para o arquivo o boletim de ocorrência acusando o editor do Planeta, Silvio Roberto Bibi Mathias Netto, de ter caluniado as duas Lucimar – a Sacarano, onde consta na Juscesp estar a firma de serralheria, e a Louzada, em nome de quem está a emrpresa que consta ser de seu marido. Claro que forçados pela turma do poder, porque são gente simples, com interesses estreitos junto ao Poder Público – o pai de Scarano é garçom na Câmara Municipal dominada pelo Executivo e a própria Lucimar é professora da rede municipal -, portanto facilmente manipuláveis.

O que não se explica é a insistência do prefeito Geninho em manter esta saga em relação ao caso. Tudo o que está publicado no jornal não foge uma linha à verdade. A interpretação inviesada para o fato quem está dando é o próprio Governo Municipal. As suspeitas alegadas, vêm do imaginário do próprio Governo Municipal. Da mesma forma as alegadas calúnia, difamação, crime contra sabe-se-lá-o-quê, tudo isso é produto da imaginação fértil do séquito de lambe-botas prefeiturais. A menos que estejamos vendo apenas o  cristalino das águas de um rio barrento a esconder as mais diferentes espécimes nas suas profundezas…

E COMEÇOU…
O 47º Festival do Folclore começou oficialmente ontem. Com um público igual ao de aberturas anteriores. Nada que surpreenda. E felizmente começou com o público de todas as aberturas. Daqui há pouco os bate-paus vão começar a inflar a presença de gente no Recinto do Folclore. Embora ontem o local tenha tido um afluxo de pessoas que ficou muito, mas muito acima daqueles observados nos dois primeiros festivais da “era Geninho”. Mas, não que no aspecto do evento, em si, as coisas tenham melhorado. A administração, ao que parece, deu muito mais valor ao aspecto visual do recinto que ao aspecto folclórico em si. Aos poucos, nosso Festival do Folclore, o maior legado da história desta cidade, vai se transformando numa festa qualquer.

É como bem disse o amigo-leitor deste blog em terras distantes, mas olimpiense a toda prova, José Bento Souza Vasconcellos dos Santos: “A impressão que me causa, é que: ao invés de ser um ‘Legado do Prof. José Sant’anna’, o Festival parece ter se transformado em um ‘fardo’ para os governantes”. Me parece a mais exata tradução do momento em que vivemos no tocante à festa.

PS: A abertura oficial no palanque e na arena ontem à noite só teve início depois de intensas vaias do público presente nas arquibancadas, e aos gritos de “começa, começa, começa!”. A ordem da cerimônia teve até que ser alterada. Porque um discurso político com aquele clima não ia mesmo acabar bem. Anunciada para às 20 horas, a  cerimônia só começou às 21 horas, e às pressas, para abafar a manifestação de descontentamento do público. Tinha gente que estava ali sentada desde às 19h30. Sem contar as crianças, que devem ter chegado ao recinto bem mais cedo. Que lhes sirva de lição. O público merece respeito.

Até.