Depois de publicada a reportagem sobre mais uma empresa com endereço registrado na Jucesp que não confere com a realidade, chegou à redação informação de que o endereço, na verdade, estava errado na Junta Comercial do Estado de São Paulo-Jucesp. Não sem antes a trupe genista incitar os proprietários a elaborarem boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia, com vistas a embasar possível ação judicial pela revelação do erro feita pelo “Planeta”, em sua edição de hoje.
Em contato mantido com a redação do jornal, na tarde de hoje, foi dito que a matéria estava errada, que o endereço físico da empresa, na verdade, é Rua Washington Luiz, 516, e não 916, conforme estampado na matéria, e que por isso, “medidas seriam tomadas contra o jornal”. Confrotado com o endereço registrado na Jucesp, porém, o proprietário da empresa constatou que, realmente, o número do prédio estava errado, por falha do escritório de contabilidade que o assiste ou mesmo da Jucesp. Imediatamente, foi feito o pedido de revisão, o que deve ser registrado em algumas horas na ficha que foi consultada pelo “Planeta”.
A Jucesp é a fonte mais confiável para se obter este tipo de informação, por isso é sempre dado como oficial os dados que nela constam. O proprietário não tinha conhecimento do erro, o escritório de contabilidade também não tomou ciência do erro, e muito menos os responsáveis por selecionar, contratar, assinar documentos e fazer os pagamentos para a Lucimar Regina Damion Louzada, nome da empresa.
A empresa foi registrada inicialmente com endereço na Avenida do Folclore, 450, Jardim Santa Ifigênia, com objeto social “comércio varejista de ferragens e ferramentas, manutenção e reparação de portões e instalação e manutenção elétrica”. Como sócio-titular e diretor, a própria Lucimar Louzada, que tem endereço residencial à Rua Joaquim A. Pereira, nº 8, Jardim Santa Ifigênia.
No ano passado houve alteração da atividade econômica e do objeto social da sede, para “comércio varejista de ferragens e ferramentas e instalação e manutenção elétrica”. Foi em 1º de janeiro do ano passado que a empresa “mudou-se” para a Washington Luiz, 916, casa onde, coincidentemente, mora a jovem também chamada Lucimar. Na verdade, esta mudança foi para a mesma rua, só que no número 516.
Para a editoria do jornal, não está caracterizada nenhuma denúncia vazia ou erro grotesco de jornalismo. Se falha houve, esta é de informação com base no que está registrado no órgão mais confiável e oficial quando o assunto é regularidade jurídica de uma empresa. No mais, diz a editoria do “Planeta”, as demais informações estão mantidas e ratificadas, uma vez que representam a mais pura verdade. O que está publicado são dados oficiais, e resta ao MP, se for o caso, e se assim entender, apenas investigar se os gastos são ou não exorbitantes – mais de R$ 605 mil, para confecção de esquadrias metálicas.
Segundo dados obtidos no Portal da prefeitura, por meio do aplicativo “Gestão Transparente”, o pagamento total feito à empresa a partir de 1º de abril de 2009 supera a casa dos R$ 605.706 (foram desprezados os centavos para arredondar a conta), divididos em 177 empenhos e emissão de cheques. Foram somados valor por valor constantes em doze páginas. A primeira soma resultou em R$ 19.661, a segunda em R$ 14.223, a terceira em R$ 23.311,50 e a quarta, em R$ 24.776. A partir da quinta página os valores começam a subir vertiginosamente – R$ 46.500, R$ 89.869, R$ 82.099, R$ 113.645, 92.756, R$ 64.204, respectivamente -, para cair depois para R$ 34.373, e R$ 289 em 15 de junho.
E dois anos e seis meses de atividade, a empresa faturou junto ao município mais de 20 vezes o valor do seu próprio patrimônio. Os 177 pagamentos feitos neste período, representam média de 5.9, e média em dinheiro de R$ 20.190 por mês. Veja, abaixo, a ficha cadstral da empresa na Jucesp, não alterada até o momento da postagem deste texto.
Até.
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