A Diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia divulgou oficialmente na noite de quarta-feira, 21, o balanço relativo a 2011, no qual consta ter o hospital reduzido seu déficit em 97% em relação a 2010, fazendo-o cair dos R$ 397 mil, para pouco mais de R$ 11,8 mil agora.

No entanto, aparentemente há números inflados neste balanço. Por exemplo, com relação à prefeitura, que consta ter repassado R$ 1,326 milhão, quando seria, na realidade, R$ 876 mil.

Há também outro detalhe: o hospital teria faturado mais em 2011, segundo os números apresentados – 17,4% em relação a 2010, mas também gastado mais – 11,5% acima do ano retrasado. Foram arrecadados R$ 9,096 milhões, para um gasto de R$ 9,080 milhões, ficando um déficit de R$ 11.893,08, ou 97% menor que o registrado em 2010, segundo o balanço.

Naquele ano foram arrecadados R$ 7,746 milhões, para gastos de R$ 8,143 milhões, com déficit de R$ 397 mil, apenas 31% abaixo de 2009, segundo ainda a diretoria. Já em 2009 haviam sido arrecadados R$ 6,928 milhões, e gastos R$ 7,502 milhões, com déficit de R$ 574 mil.

No entanto, o que chama a atenção e o que pode estar fazendo a grande diferença seriam os valores relativos à prefeitura, que consta ter repassado ao hospital R$ 1,326 milhão em 2011, o que daria R$ 110,5 mil por mês. Acontece que, oficialmente, os valores repassados pelo município ao hospital, por conta do Pronto Socorro, seriam de R$ 73 mil mensais, o que daria R$ 876 mil no ano.

Por este cálculo, antão, há um “inchaço” de R$ 450 mil, que somados ao déficit anunciado, na verdade este seria de R$ 461,893 mil, ficando até acima do resultado de 2010.

Os valores da prefeitura podem ter sido “inflados” com os pagamentos feitos pelo município aos médicos Nilton e Fábio Martinez, por serviços cirúrgicos prestados ao hospital, bem como ao oftalmologista Guilherme Kiil Júnior, responsável pelo Hospital do Olho. Ou seja, não é “faturamento” do hospital, mas, sim, apenas um “serviço” de transferência dos valores para aqueles profissionais. (Do Planeta News)

ESPECIALISTAS
Uma tese que, até por instinto, vimos defendendo a tempos no tocante ao atendimento em urgência e emergência no pronto Socorro da Santa Casa ou onde quer que seja, o médico Nilton Roberto Martinez vem de confirmar agora: não se pode entregar nas mãos de profissionais inexperientes o atendimento de pessoas nestes setores, porque o resultado vai ser sempre este que temos visto, quando não pior, no PS da Santa Casa.

O médico entende que deveria haver especialização para atendimento em urgência e emergência, por se tratar do tipo mais delicado de atenção em saúde. “Raramente chega alguém em estado de emergência no meu consultório. No máximo com dores aqui ou ali. Uma conversa, um remédio ou até mesmo um exame e pronto”, relata. “Mas, num PS a situação é diferente. A pessoa chega com problemas graves, infartada, acidentada, e você geralmente tem alguns poucos minutos, até segundos, para decidir o que fazer.” Por isso, o médico entende que este profissional tem que ser especializado, para poder tomar decisões certas e rápidas.

O que temos visto em Olímpia, infelizmente, é exatamente o contrário disso. E piorou muito nos últimos dias, com a introdução da tal Gepron, Oscip contratada pelo prefeito Geninho para gerir a UPA por R$ 2,78 milhões, e está “treinando” seus profissionais no PS da Santa Casa.

A Unidade de Pronto Atendimento tem a proposta de ser muito mais que um simples PS. No caso de Olímpia terá a incumbência, como querem o prefeito e a secretária de Saúde, de resolver o “gargalo” da Santa Casa, absorver todo tipo de atendimento em caráter emergencial e de urgência. Mas, a julgar pelo “aperitivo” que estão servindo ao cidadão olimpiense, podemos estar diante de uma tragédia anunciada.

Até.