Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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HÁ MESMO UM ‘PLANO DIABÓLICO’ DE CUNHA CONTRA GENINHO?

Não são poucos aqueles que, versados nas coisas da política olimpiense e seus personagens, atestam que o prefeito Fernando Cunha (PR) “detesta” o ex-prefeito Geninho. Alguns usam até expressões mais fortes para denominar o sentimento que o nobre alcaide estaria nutrindo pelo seu antecessor.

Estes mesmos versados, no entanto, não encontram explicações para tanto. Tem até quem arrisque dizer que “alguma coisa de muito grave” aconteceu lá atrás entre os dois para que Cunha, vira e mexe, “solte os cachorros” para cima de Geninho.

Como não havia provas cabais de tal comportamento, sempre levávamos a coisa como diz-que-diz, impressões, o “ouvi dizer”, o “parece que é assim mesmo”, etc.

No entanto, quando um vereador, que até pouco tempo atrás era detentor de uma das mais, se não a mais importante Secretaria do Governo, vem a público e faz uma denúncia da gravidade da que foi feita na sessão de segunda-feira passada, 4 de setembro, da Câmara, conclui-se que as conversas dos cafés fazem sentido e pelo menos “raspam” a verdade.

Salata (PP) vem de acusar o prefeito de articular um “plano diabólico” contra Geninho. O ex-secretário vai mais fundo ainda, e revela que o prefeito teria oferecido cargos aos vereadores para que votassem contra a prestação de contas do ex-prefeito, que está em vias de ser votada na Casa de Leis, com parecer pela aprovação do Tribunal de Contas do Estado.

Mas, como o julgamento de tais contas é político, Cunha estaria tentando fazer a maioria da Câmara, conforme Salata, votar pela rejeição destas contas, o que no final traria problemas para a ascensão política do ex-mandatário.

O que viria a ser um resquício do ódio cunhista por Geninho, a bem da verdade. Mas que não explicaria, como de resto o prefeito não explica, prefere tergiversar, declarando uma indiferença em relação a seu antecessor que, estamos vendo a cada dia que passa, não existe.

O ex-secretário de Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Fernando Cunha e agora vereador Luiz Antônio Moreira Salata fez na Câmara o que chamou de “desagravo” contra o chefe do Executivo, que disse em entrevista, entre outras coisas, ter sido obrigado a “engoli-lo” na Secretaria, para “ajustar a eleição da Mesa da Câmara”, o que em si já estende uma névoa de mácula sobre o poder Legislativo.

O vereador disse ainda que Cunha teria tentado “golpeá-lo de forma violenta”, por meio da Abecao. E na seara política fez a grave acusação contra o prefeito: a de que ele estaria “articulando um plano diabólico no sentido de rejeitar as contas de Geninho” na Câmara de Vereadores.

Disse Salata que, em abril passado, foi consultado por pessoas do Gabinete do prefeito, e teria se manifestado solidário ao ex-prefeito Geninho, com relação às suas contas.

“Em abril, de forma articulada, ele determinou ao meu suplente (Tarcísio Cândido de Aguiar, atualmente secretário de Agricultura) que viesse a esta Casa e consultasse alguns vereadores, e oferecesse cargos, para votarem contrários às contas do ex-prefeito. É um absurdo”, denunciou.

E o mais interessante a notar é que, mesmo diante de tão grave acusação, nenhum representante da bancada do prefeito levantou-se para defendê-lo, nem mesmo seu líder, João Magalhães (PMDB). Fizeram “ouvidos moucos”.

Salata pediu até que Cunha “pare de viver na sombra do ex-prefeito Geninho e comece a trabalhar”.

Pano rápido.

O CONTRA-ATAQUE TARDIO E EQUIVOCADO DE CUNHA

Não somos versados no Direito, por isso não há a menor possibilidade de estarmos aqui advogando qualquer causa que seja. Mas são tão óbvias certas coisas que chegam a gritar para nosso senso de razão, o que evita fazermos papel de idiotas. Ou, a partir de então, que faça o referido papel quem assim o quiser.

Faço tal introdução a propósito da tão comentada entrevista do prefeito Fernando Cunha (PR) na semana passada, na qual tratou, não sem uma dose de profundo rancor, da saída do secretário Salata, de Turismo, seu retorno à Câmara, e as consequências já sentidas.

Não contente com a espetacular inconfidência cometida, na tentativa clara de atingir o seu ex-aliado, mas fazendo a centelha do vexame se espalhar por outros poderes, o alcaide, ainda, partiu para o revide explícito.

E de que forma? Apoderando-se de um pedido de instauração de uma ação civil pública por improbidade administrativa contra a Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olímpia-Abecao, seu principal representante, não por coincidência, Salata e, por extensão, o ex-prefeito Geninho (DEM), explicitando sua animosidade contra o ex-mandatário.

Usou deste expediente durante entrevista radiofônica, visando rebater a acusação de que seu governo seria “uma pornografia política”, como afirmou Salata, e depois acionou aquele semanário que, antes, um leão, rugia, mas que, hoje, um gatinho, mia, para contra-atacar seus desafetos.

Neste ingrato ofício chamado jornalismo, é sempre necessário colocar-se de corpo, alma e coração. O corpo terá que suportar os trancos e barrancos dos tortuosos caminhos e descaminhos; a alma terá que armazenar todas as sensações, todos os momentos vividos, bons e ruins, o que trará o crescimento dentro do universo do conhecimento, enquanto o coração cumprirá a função de depurar ambos.

Estes três elementos sensoriais, juntos, formam um corpo denso chamado senso crítico, por meio do qual o homem aprende a buscar a verdade questionando e refletindo profundamente sobre cada assunto.

Dito isso, passamos aos fatos: o prefeito Fernando Cunha foi ao contra-ataque usando não só a emissora que lhe dá sustentação, mas também o semanário que cumpre a mesma função, embora os tantos malabarismos para parecer o contrário, afim de atingir Salata, o ex-prefeito, e “abafar” a rumorosa saída do agora vereador de fato, de sua Secretaria.

Manda estampar ali uma inusitada foto de capa inteira do vereador e do ex-prefeito, juntos em uma cerimônia do 9 de Julho, com manchete escandalosa em três linhas, com tipo negrito talvez 70 ou 100, e assim promover um barulho maior ainda, para se resguardar e amenizar o profundo desgaste sofrido. Aliás, tática primária e passadista, diga-se de passagem.

Além disso tudo, há uma questão de fundo que precisa ser trazida à luz. Ao semanário em questão bastou a acusação da Promotoria para embasar textos que ocuparam nada menos que duas páginas, com quatro títulos, enfocando o que a promotora Valéria Andréa Ferreira de Lima relatou em sua peça acusatória.

Porém, não deu sequer um parágrafo para o que a juíza da causa, Andressa Maria Tavares Marquiori, disse a respeito do pedido, o que seria o chamado contraditório, o “outro lado” ou, no mínimo, a consequência das acusações e a postura da Justiça frente ao pedido. Isso não interessa ao leitor quando a intenção é a de macular o oponente.

Portanto, para não nos estendermos muito, reproduzo, abaixo, o que disse a juíza do caso, e o semanário que mia ocultou de seus leitores:

Trata-se de uma Ação Civil Pública de Dano ao Erário, que tramita na 1ª Vara de Justiça, movida pelo Ministério Público contra a Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olímpia-Abecao, o ex-prefeito Geninho e o advogado Henrique José da Silva, que recebeu despacho da juíza Andressa Maria Tavares Marchiori, tratando de uma contratação de funcionário em comissão, que o denunciante afirma que recebia sem trabalhar, mas que a própria juíza coloca em suspeição tal afirmativa.

A promotora do caso entendeu que o advogado em questão fazia serviços com viés político eleitoral para Salata, mas o próprio Salata nega, dizendo que Henrique da Silva estava cedido à Abecao com a finalidade de acompanhar formalizações de convênios entre a entidade e outras partes interessadas.

Salata disse também que sequer foi ouvido pela promotoria, bem como, também não foi ouvido o prefeito Geninho. E que a promotora concluiu seu trabalho sem dar o direito à outra parte, ouvindo apenas o próprio denunciante. Tanto, que foi a juíza quem mandou intima-los para depor.

“Recebida a manifestação (do Ministério Público), o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita”, manifestou-se a magistrada. De pronto, a juíza indeferiu o pedido de liminar, de bloqueio de valores e contas dos réus, pedido pela promotora “a fim de garantir o ressarcimento ao erário”.

“Nesse momento processual, não vejo a probabilidade do direito, por não vislumbrar o dano ao erário nessa cessão (do funcionário), mesmo que infringisse a moralidade, eis que os servidores receberiam pelos serviços prestados onde lotados”, prosseguiu a juíza Andressa Marchiori. “Aquele dano ocorreria somente se o município tivesse pago esse tanto a outras pessoas para fazerem às vezes dos cedidos”, complementou.

Quanto ao pedido do Ministério Público da devolução do que entende ter sido ilicitamente acrescido ao patrimônio da entidade, disse a magistrada que “também não se tem a probabilidade suficiente para medida tão drástica, pois ela pode provar que a cessão serviu para propósitos abrangidos pela discricionariedade do administrador municipal, ou que não tenha havido desvio de finalidade”.

A manifestação da juíza Andressa Marchiori data do dia 24 de agosto passado. Bom, vá lá que o jornal não teve tempo de acessar o texto. Embora estivesse com o teor das acusações da promotora desde o início da semana.

Não se está aqui, dizendo que a situação para os lados dos acusados terá um final feliz. Como não se está afirmando que terá um final infeliz. Diz-se, apenas, que há um outro lado desta questão não abordado pelos defensores do Governo e pelo próprio. Nada além.

Porque, como dissemos na introdução a este tema, não advogamos causa alguma. A não ser a do jornalismo, digamos, pelo menos bem intencionado. Pelo menos no que diz respeito ao básico nesta profissão. Qual seja, ouvir os dois lados, garantir o equilíbrio da informação, blá,blá, blá…

COMO ASSIM, TEVE QUE ‘ENGOLIR’ SALATA, PREFEITO?

Do folclorário político olimpiense, sem dúvidas nenhuma a declaração do alcaide que gerou o título “‘Tive que engolir Salata na Secretaria’, disse Cunha”, vai figurar no topo.

Fernando Cunha (PR), pouco afeito que é ao universo onde ora está imerso, disse o que disse – numa das mais fantásticas inconfidências a serem cometidas por um político – em resposta às críticas do ex-secretário Salata, aliás 20 dias depois de sua saída da Pasta e retorno à Câmara.

O que vem demonstrar que até agora o chefe do Executivo não digeriu bem tudo o que foi dito pelo seu ex-auxiliar. E, considerando o que disse ainda Cunha, que “não tem que dar satisfação a secretários”, pois afinal “quem manda é o prefeito”, muito menos ainda dá para entender a razão pela qual ele teve que “engolir” Salata.

Aliás, dizendo o que disse, para muito além de revelar que o prefeito joga o jogo quando este precisa ser jogado, e assim se iguala, na pior das atitudes, àqueles dos quais se diz diferente, também demonstra comportamento tão antigo e arraigado quanto àquele que quer fazer crer à opinião pública, não faria parte do seu metiê.

E, pior ainda, revela que a Casa de Leis, cujo princípio básico tem que ser o da independência, embora a necessária harmonia, estaria atrelada ao Executivo. Pior que isso, teria as rédeas de todas as coisas e seres dali. Ou não soa estranho o governante de turno afirmar de público que teve que fazer “arranjos” para garantir a eleição de quem quer que seja para a Mesa Diretora?

O prefeito não só se compromete na lisura política como compromete também a Casa de Leis e seus representantes. Deixa antever que aquele Poder não seria outra coisa senão um joguete em suas mãos, do qual faz e desfaz a bel-prazer.

São simplesmente inqualificáveis as afirmações de Cunha em direção à Casa de Leis. Ofende, ou pelo menos deveria ofender os brios de quem lá está a fim de desempenhar seriamente seu papel de legislador e fiscalizador dos atos e decisões que emanam do Poder Executivo, ou seja, dele próprio.

E nesse “angú” todo se configura uma situação de dualidade, caso nenhuma das partes se posicione à frente: o prefeito foi fraco ou desesperado a ponto de “engolir” o que ele não gosta para garantir a Mesa, ou a Câmara foi forte e determinada a ponto de fazer o prefeito “engolir” o que não gostaria? Esse “dilema tostines” fica a critério do leitor.

Mas, para quem ainda não teve acesso ao assunto em questão, reproduzo abaixo a matéria veiculada na edição de hoje, sexta-feira, 1º de setembro, do semanário Planeta News:

O prefeito Fernando Cunha (PR) disse em entrevista à Rádio Espaço Livre AM esta semana, que teve que “engolir” o vereador Luiz Antônio Moreira Salata (PP) como secretário municipal de Turismo, Agricultura, Indústria e Comércio, por causa de “arranjos políticos” visando a eleição da Mesa da Câmara. Para ele, Salata não tinha o perfil executivo que ele procurava. Disse até que orientou seu ex-secretário a não assumir a Pasta, mas no fim acabou nomeando-o. Hoje diz se sentir traído porque Salata saiu da Secretaria “atirando”.

A resposta de Cunha às graves acusações feitas por Salata quando deixou a Pasta, entre elas a de que sua administração era uma “pornografia política” chega 20 dias depois da fala do ex-secretário. E chega também cheia de rancor e mágoa. Para começar, disse à emissora que nomeou Salata secretário para “acertar a eleição da Mesa, com a eleição de (Gustavo)Pimenta (PSDB)”. “Não achava que Salata tinha perfil (para o cargo de secretário). Ele nunca teve cargo no Executivo. É um legislador, aguerrido e crítico. Eu falei para ele que achava que não deveria ir (para o cargo), mas tive que engolir”, justificou.

“Mas, quando se comprovou que não funcionava, que não deu resultado –as outras secretarias iam a 160 e a dele a 40 por hora, decidi trocar”, disse Cunha, para quem “as feirinhas eram muito pouco”. Quanto à separação do Turismo de Agricultura, recriando a secretaria, disse que a intenção era deixa-la para Salata, na esperança de que “ficando com a parte menor, talvez ele fosse melhor”. Disse isso, visando rebater as críticas de que estava provocando as mudanças à revelia do então secretário, que disse ter ficado sabendo pela imprensa.

“Então, ele saiu atirando. Mas eu não tenho que dar satisfações a ele. Acho que não concordava com o que penso. Mas, quem manda é o prefeito”, enfatizou Cunha. “E sua nomeação foi uma tentativa de acomodação política”, reiterou. Cunha se arvora até em responsável pela eleição de Salata para a Câmara, porque estava em sua chapa. Desdenhando do esforço eleitoral do ex-secretário declarou que “eu me elegeria sem os votos dele, mas ele não se elegeria sem os meus”.

Sobre a acusação de que seu governo é uma “pornografia política”, Cunha disse que “pornografia política” é a dele, por causa de uma ação civil pública que está na Justiça, contra a Abecao, ação esta que, segundo se comenta nos meios políticos, Cunha teria trazido à tona como forma de vingança política contra o vereador e visando atingir também o ex-prefeito Geninho, de quem é desafeto declarado.

CUNHA NÃO SE INCOMODA COM A OPOSIÇÃO PORQUE ELA NÃO EXISTE!

O prefeito Cunha (PR) vem de anunciar, por meio de entrevista exclusiva concedida ao semanário Planeta News, que a oposição não o incomoda, e que não vai, em outras palavras, perder tempo com ela. Mas, se bem observado, o prefeito está dizendo não se incomodar com algo que não existe. Olhe para sua direita, olhe para sua esquerda. Agora olhe para cima e para baixo. Encontrou a oposição ao governo municipal?

A reportagem do jornal informa que esteve no Gabinete a convite do próprio prefeito, para receber informações “sobre o momento atual e os passos da administração no sentido de viabilizar obras com possibilidade de início em curto prazo”.

“Em poucas palavras, o chefe do Executivo falou sobre seu relacionamento com o Legislativo, referindo-se, ‘en passant’, ao posicionamento da oposição”, diz outro trecho do trabalho jornalístico. Sobre seu relacionamento com os integrantes da Casa de Leis, disse:

Se eu pudesse resumir diria que trabalhei para resgatar a dignidade do mandato dos vereadores. Eles são independentes, mas a maioria trabalha pela cidade, sem nenhuma conotação pessoal. Todos têm liberdade de atuação, sem qualquer compromisso comigo nem troca de favores para votar projetos. Tem sido da maior qualidade a relação entre a Prefeitura e a Câmara Municipal.

Não está totalmente errado o alcaide ao fazer esta análise. Sim, ele conta com uma Câmara dócil a seus interesses e proposituras, postura observada até em quem se elegeu sob a pecha de oposicionista ou por partido tido como de oposição. Cunha não tem tido dificuldade alguma para aprovar projetos ou obter o quer que seja que dependa dos nobres edis. Exceto por um desde o início, exceto agora por dois.

Uma única voz se erguia até então, pelo menos para questionar sobre detalhes dúbios de projetos e por apresentar outros, polêmicos, sempre rechaçados pela bancada cunhista. Mas, Flávio Olmos (DEM) nunca se furtou a aprovar projetos que sejam do real interesse coletivo.

Agora voltou Salata (PP), como se diz, com “sangue nos olhos”, devido ao episódio que todos já conhecem. Vai ser uma voz dissonante? Sem sombra de dúvidas que vai. Mas, até onde poderá chegar? E outra certeza é a de que não se furtará, também, a aprovar projetos de real interesse público, porém não sem antes proporcionar desgastes à base governista.

E, por enquanto, só isso.

À pergunta sobre se a oposição incomoda, Cunha assim respondeu:

A oposição tem sido desprovida de fatos relevantes. Então, ela não me incomoda e não vou ficar respondendo a cada ato porque eles tentam criar fatos do tipo ‘está economizando na merenda’. Não, na merenda estamos eliminando desperdício (…).  Aí criam factoides e crises onde não existem. Nós estamos fazendo economia onde havia desperdício, onde é necessário estamos alocando recursos que a cidade precisa. Só ficarei incomodado com oposição que venha prejudicar a cidade. Serei o primeiro a denunciar se isso ocorrer.

Bom, difícil detectar aqui a que oposição o prefeito se refere. Fazer críticas à nova sistemática da merenda não são poucos os que estão fazendo. Mas ele não pode carimbar em pais de crianças da rede municipal de ensino a pecha de “oposição”, pois que são cidadãos pagadores de impostos, estes mesmos impostos que pagam a merenda que em certas situações, estes pais veem sonegada a seus filhos.

Se estiver se referindo à Câmara, a situação é a que retratamos acima. Refere-se o prefeito, à imprensa local? Mas qual? Se até “audiência” ele concedeu ao editor do semanário já citado, e tem as portas abertas nos “modernosos” meios de comunicação locais, para entrevistas ao vivo, onde fala o que quer, e do jeito que quer?

Onde conseguiu a alquimia de transformar um outro semanário, outrora leão que rugia, hoje gatinho que mia? E do seu editor processou um baba-ovo inimaginável?

Pode até ser possível que este estado de coisas seja a chamada “lua-de-mel” de que goza todo mandatário de turno nos primórdios de sua gestão. Amanhã o quadro pode mudar, embora não se vislumbre esta possibilidade. Mas, como política é como a nuvem…

Por ora, Cunha falar em oposição é mimimi. Mas talvez tenha apenas respondido à pergunta que lhe fora feita. Porque vislumbrar sanhas oposicionistas ao seu governo é surreal. Independentemente do milagre que eventualmente tenha operado.

Mas, se vislumbra faíscas de oposição aqui e ali, espera-se que ele, pelo menos, a ouça mais que a seus apaniguados. Porque, no final das contas, “não existe ninguém mais situacionista do que um oposicionista racional”, reza a filosofia.

Os primeiros vão dizer, sempre, que está tudo lindo, para garantir seu pão de cada dia. A “oposição” dirá sempre que há senões. Quando não erros crassos ou decisões equivocadas.

Enfim, oposição? Cunha precisa de uma para governar!

COM MUDANÇAS À VISTA, CUNHA PODE DAR UM ‘SACODE’ EM SEU GOVERNO; OU NÃO?

E o pré-roteiro elaborado neste espaço em publicação do dia 4 de agosto, começa a se definir exatamente como foi tratado aqui. Alguém poderá imaginar que foi o próprio prefeito Cunha (PR) quem nos deu as linhas mestras do que viria a fazer dias depois, como é praxe sua comunicação com o semanário “gatinho-que mia” e seu poderoso editor, mas não.

Isso tudo é resultado do nosso incansável labor diário na busca pela informação em primeira mão, aquela que ainda está fervilhando nos bastidores. Bom, como se sabe (ou não?), Cunha está recriando a Secretaria de Agricultura, desmembrando a de Turismo, blá,blá, blá…

E assim, confirmando roteiro traçado neste blog, sem por nem tirar. A menos que resolva contrariar e mude tudo, embora a esta altura seja um tanto quanto difícil, uma vez que as peças no tabuleiro de xadrez já foram mexidas, e uma delas, pelo menos, já tenha mudado de lugar. Mas, vamos aos fatos.

O prefeito Cunha encaminhou à Câmara de Vereadores na sessão de segunda-feira da semana passada, dia 14, o projeto de Lei 5.262/2017, recriando a Secretaria Municipal de Agricultura, Comércio e Indústria, que no início do ano havia desativado alegando economia de recursos.

Com esta nova Secretaria, já aprovada em primeira discussão e votação de primeiro turno em Urgência, o prefeito teve que recriar também três novos cargos, o do próprio secretário e de dois assessores de Secretaria (Divisão de Agricultura e de Comércio e Indústria). Os três consumirão mais de R$ 17,2 mil por mês (o assessor percebe R$ 4.122,30 mensais e o secretário, R$ 9.005,79).

A medida foi necessária, entre outras coisas, para acomodar Tarcísio Cândido de Aguiar, o Sargento Tarcísio, que até a semana retrasada era suplente de vereador, exatamente em lugar de Luiz Antonio Moreira Salata (PP), que se desentendeu com o prefeito, a quem chamou de “neurótico”, e cujo governo tachou de “pornografia política”, e voltou para a Câmara.

Por enquanto, Aguiar ocupa o lugar de Salata em Turismo, mas deverá ceder a Pasta a outro vereador, Selim Jamil Murad (PTB), tão logo a Agricultura, Comércio e Indústria estiver consolidada.

A Secretaria de Agricultura estava atrelada a Turismo, e tinha se transformado em uma Diretoria. Agora volta a ter status de Secretaria e Turismo volta a ficar independente. Assim, Olímpia passará a ter 11 secretarias, não computando a Controladoria Geral do Município, cujo titular tem nível hierárquico de secretário.

A mudança obrigou também o encaminhamento do projeto de Lei Complementar 238/2017, este criando o cargo de secretário de Agricultura, Comércio e Indústria, revogando a LC 189, que em dezembro de 2016 extinguiu-a. Ambas as proposituras tiveram os votos contrários de Flávio Olmos (DEM) e Salata. Os projetos voltam para segunda discussão e votação na sessão do dia 28 de agosto.

O blog relatou tudo isso em primeira mão no dia 4 de agosto, especulando sobre a saída iminente de Salata, a volta dele à Câmara, a ida de Tarcísio Aguiar para Agricultura e a de Selim Murad para Turismo, abrindo vaga para Marcão Coca (PPS) na Casa de Leis.

Até este exato momento é este o desenho político para os próximos dias se concretizar. Se houver a mudança de alguma peça neste tabuleiro, terá sido meramente para contradizer o que aqui vem sendo narrado há dias. Ou por ter o alcaide vislumbrado um diferente ponto de “costura”.

Mas, dada a sua pouca habilidade política, talvez até por comodismo, ou para não correr o risco de apostar ainda mais em mediocridades, o que aqui foi dado, assim será cumprido. Oxalá!

‘NUNCA FUI FANTOCHE DE NINGUÉM’. ASSIM FALOU SALATA.

“Eu nunca fui fantoche de ninguém, e eu espero que o prefeito e o próximo secretário não sejam fantoches de uma secretária que não pode se responsabilizar pelos destinos da cidade”.

Esta foi uma das mais amenas declarações do secretário exonerado de Turismo, Luiz Antonio Moreira Salata (PP), que voltou à Câmara de Vereadores na quarta-feira passada, 9, pela manhã.

O agora vereador usou palavras duras contra o Governo Cunha (PR) e o tempo todo criticou uma “secretária” que não nominou, mas que deu a entender ser ela uma iminência parda do Governo. Além disso, disse que Olímpia está sendo administrada por “três burgueses”, dos quais também não disse os nomes.

“Eu espero que esses últimos acontecimentos sirvam de exemplo para o prefeito instalar no seu Gabinete, uma balança ética, no sentido de respeitar as pessoas. Precisa se curar da sua neurose”, sugeriu. Leia, abaixo, a íntegra da entrevista.

O senhor assume que não estava afinado com o Thermas? Ou mesmo com o Executivo?

Salata: O que eu não vou admitir por parte do prefeito ou do Thermas é que venham fazer um monitoramento ideológico da minha conduta. Eu não sou dono da verdade absoluta, mas evidentemente que eu não posso admitir que venham criticar as amizades que eu tenho há mais de 50 anos, e essas amizades, nesses últimos seis meses, têm sido conflitantes com a diretoria do parque ou com o prefeito. Os meus amigos são uma reserva moral que eu tenho, e eu não admito movimento ideológico e partidário de ninguém, inclusive do seu chefe do Executivo. Por isso que eu saí e hoje estou assumindo meu mandado.

O senhor acredita ter sofrido boicote por parte do Executivo nesse momento que o senhor tentava implantar um trabalho na Secretaria?

Salata: Total, inclusive os setores mais próximos do Gabinete, de Comunicação e outros setores, faziam boicote. A palavra-chave era “rifar o Salata”. Eu procurei o prefeito várias vezes, pedindo que ele cumprisse, no sentindo de melhorar a estrutura dos recursos humanos, e ele falou que podia contratar quantos estagiários quisesse, mas o servidor não iria liberar. E o consultor que foi contratado pelo Thermas não tinha nenhuma resposta, aí são várias contradições que eu quero virar a página. Da minha parte, eu coloquei todo o meu trabalho, minha energia dentro da Secretaria, e prova disso, são os vários projetos que eu deixo, evidentemente é claro que eu adiei vários.

Qual será seu posicionamento na Câmara?

Salata: O meu projeto agora é um projeto dentro do Parlamento, dentro daquelas atribuições que eu já mencionei, de fiscalizar os atos da Administração Pública como um todo, contribuir com essa Casa legislando, enviando projetos de Lei ao Plenário. Digo mais, o prefeito, enquanto eu estiver aqui, vai contar comigo, não ele, mas a população, como captador de recursos.

Qual é o encaminhamento que o senhor acredita que o prefeito quer dar à Secretaria de Turismo, uma vez que o desempenho que o senhor narra aqui parecia não ser do agrado dele. Com a saída do senhor, que seguimento o senhor acredita que ele dará à Secretaria do Turismo?

Salata: Bom, você sabe que eu nunca fui fantoche de ninguém, e eu espero que o prefeito e o próximo secretário não sejam fantoches de uma secretária que não pode se responsabilizar pelos destinos da cidade, os destinos da Estância Turística, têm uma grandeza, não se pode governar com duas ou três pessoas, decidir situações ligadas ao desenvolvimento do Turismo. Eu espero que esses últimos acontecimentos sirvam de exemplo para o prefeito instalar no seu Gabinete uma balança ética, no sentido de respeitar as pessoas. Precisa se curar da sua neurose, e evidentemente tratar as pessoas com respeito e educação.

Vai ser oposição na Câmara?
Salata: A minha conduta aqui vai ser independente. Quando chegarem projetos de Lei nessa Casa, de interesse da população, vai ter meu voto, aqueles que forem mais complexos, vou me debruçar sobre deles.

…E SALATA SAIU….

Sexta-feira ele estava lá. Mas, desde ontem à tarde, não está mais. O vereador Luiz Antonio Moreira Salata, que ocupava a Pasta do Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico, pediu exoneração do cargo na tarde de ontem, e agora pela manhã já deverá voltar à Casa de Leis.

Como sabem nossos leitores, esta decisão de Salata, ou mesmo este afastamento das hostes cunhistas, já era favas contadas, embora aqui e ali tentassem disfarçadamente dizerem que não era bem assim.

O blog já adiantou todo o roteiro (leiam as publicações da última sexta-feira, 4, “Afinal, Salata Sai, ou Salata fica?”, e segunda-feira, 7, “Secretário Salata leva ‘bola nas costas’ de Cunha”, para entenderem o que se prenunciava e o que ainda tem por acontecer nas próximas horas).

Havia, é certo, uma insatisfação de ambos os lados, que se diziam contrariados um com as atitudes do outro, e o prefeito Cunha saiu-se com um “ato de desobediência” de Salata para endurecer a relação. Mas Salata já vinha reclamando de falta de apoio ao seu trabalho há muito mais tempo, até externa-lo em declarações ao semanário Planeta News na sexta-feira da semana passada.

A partir daí, Cunha apressou-se em colocar para fora, também, suas intenções quanto àquela Secretaria, e quanto a Salata. Mas, como de praxe, o fez de forma estabanada, antecipando e tumultuando as coisas, uma vez que, aqueles que lhe prestam assessoria disfarçada de jornalismo não concatenam situações, expressões e narrativas. Tornam pior a emenda que o soneto. Entornam o caldo.

Agora, resta saber como a situação se desenrolará com Salata e seu “sangue nos olhos” na Câmara. Como a própria Câmara se comportará doravante. E se o alcaide estará sujeito a ventos e tempestades oriundos da Casa de Leis.

Casa esta que, também em função desta exoneração, sofrerá profundas mudanças. Sai o suplente Tarcísio Aguiar, do PRTB, fiel defensor de Cunha, para entrar Salata. E deve sair Selim Jamil Murad, do PTB, para a entrada de Marcão Coca, do PPS, já que tudo indica ser o vereador petebista o nome a ser escolhido para ocupar a vaga de Salata em seu estafe. Não sendo ele, teremos surpresas. E, espera-se, não seja mais uma decepção.

Para Tarcísio, talvez esteja reservada a Secretaria de Agricultura, que Cunha deverá recriar, aquela mesma que nunca deveria ter desativado, embora pareça não ter lá muitos amores pelo setor. Se não for ele, nova surpresa teremos. E, da mesma forma, espera-se não ser mais uma decepção.

Sim, os dados estavam rolando. Aliás, ainda continuam rolando. Aguardemos.

SECRETÁRIO SALATA LEVA ‘BOLA NAS COSTAS’ DE CUNHA

Se outras razões não houvessem para que o ainda secretário municipal de Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico, Luis Antônio Moreira Salata, vereador licenciado do PP, pegasse seu “boné” e fosse para casa, ou melhor, para a Câmara, a deselegância, para dizer o mínimo, cometida pelo prefeito Fernando Cunha (PR) neste final de semana, seria motivo mais que suficiente.

Em meio aos burburinhos, e ao “furo” inconteste deste blog no tocante à solução do embate velado entre o alcaide e o secretário, o chefe do Executivo fez circular por meio daquele semanário – que, surpreendentemente não ruge mais feito leão contra as coisas como fazia no governo passado, e mia constrangedoramente neste governo – que estava propenso a promover mudanças na Secretaria de Turismo, e reativar a de Agricultura.

Exatamente como narrado aqui na sexta-ferira pela manhã. O jornal-amigo, como vem fazendo nos últimos tempos quando o assunto é governo municipal de turno, tratou de colocar uma “cereja” no bolo, na tentativa de fazer passar por uma ação administrativa corriqueira, mas provocando uma saia justa e desmoralizando o titular da Pasta que, assim, acabava de ser destituído do Turismo, via imprensa.

Se isso não for um ato de profunda deselegância, que nome se poderia dar a esta atitude do prefeito? Já se sabia do desfecho, que mais cedo ou mais tarde Salata seria “rifado”, mas não passava pela cabeça de ninguém que fosse enxovalhado publicamente, desmerecido em sua capacidade administrativa e tido seu nome citado como “virtual” secretário de uma secretaria  a ser criada e, pior, sem ser consultado antes.

A propósito, o próprio Salata havia dito, na quinta-feira à tarde, ao semanário Planeta News, ter mantido reunião com o prefeito Cunha, na quarta-feira de manhã, e o assunto mudanças na sua Secretaria sequer foi ventilado.

Difícil imaginar que Cunha tenha tido esta ideia de quarta para quinta-feira e, ainda assim, não chamou de volta seu secretário para informa-lo primeiro de tudo e consulta-lo sobre a possibilidade. Ou seja, naquela reunião o óleo para a “fritura” de Salata já estava fervendo. Talvez ele até tenha sentido o mormaço, dadas suas manifestações.

Quanto ao jornal pró-Cunha, leia abaixo parte dos comentários publicados na “Coluna do Arantes”, com os devidos adendos:

EM SÃO PAULO, …
… na quinta-feira desta semana, onde foi, junto com seu vice, o médico Fábio Martinez, em busca de verbas para a área da saúde, após refletir e chegar a tal constatação, Cunha tomou a decisão de desmembrar as secretarias que havia fundido.

Ou seja, foi somente durante a viagem, decerto sem ter no que pensar, que Cunha refletiu e…”plim!, vou mudar a secretaria”. Será que ele comentou com seu vice sobre o “insight”?

EM CONTATO …

… telefônico com este jornalista, no final da tarde de quinta-feira, confirmou o que já se comentava nos bastidores. Vai mandar para a Câmara, no decorrer da semana, projeto de lei para recriar uma secretaria exclusivamente para o Turismo e outra para a Agricultura, Indústria e Comércio.

Presume-se, pois, que Cunha, ao tomar a decisão, pegou seu celular e ligou para o primeiro nome que lhe veio à cabeça, sem antes, talvez, comunicar sequer seu vice: o colega Antonio Arantes. Deu-lhe a informação que este blog antecipou na sexta-feira de manhã, mesmo sem ter recebido telefonema nenhum.

 PARA O TURISMO …
… Cunha ainda não tem o nome certo para levar adiante os projetos que tem para o setor. Mas garante que o novo membro de seu governo terá que estar afinado com a importância do Parque Aquático Thermas dos Laranjais para o desenvolvimento econômico da cidade.

Bom, quanto a ter “o nome certo”, não é crível que Cunha, tão diligente com o colega, não lhe tenha dito que o primeiro nome da lista é o vereador Selim Jamil Murad, do PTB, que, entre outras coisas desejadas pelo prefeito, está, sim, “afinado” com a importância do Thermas.

NA OUTRA, …
… a que englobará a agricultura, a indústria e o comércio, secretaria que cuidará do desenvolvimento destes setores, pretende que continue o vereador Salata que, na área, tem mostrado desenvoltura.

“Na área tem demonstrado desenvoltura”, enquanto “espalhador” de feiras livres pela cidade, eis a ação mais visível de Salata nos últimos tempos. É também uma maneira pouco sutil de dizer que, para o Turismo, ele não serve.

Não acreditamos que Salata aceite, haja vista que lhe viria como “prêmio de consolação”, uma vez que Cunha já demonstrou pouco interesse nesta área, e estaria recriando a Secretaria de Agricultura por pressão do setor, haja vista ter sido um erro colossal sua desativação, embora o alcaide talvez pense diferente.

Mas, sem problemas aí também. Salata voltando à Câmara, quem sai é Tarcísio Aguiar, o Sargento Tarcísio, suplente do PRTB, que não se furtaria em aceitar o convite de Cunha para preencher aquela Pasta. Afinal, ele merece um espaço maior no Governo, depois de tamanha ênfase na defesa dos interesses do Executivo naquela Casa de Leis.

É este o roteiro a ser seguido nas próximas horas. A menos que Cunha tire das mangas de seu paletó nomes-surpresa para assessora-lo nestas duas pastas. Mas, pelo que temos visto até agora neste Governo, é melhor Cunha lançar mão do certo, para que não amargue, mais ainda, o desgaste que tem vivido de apostar no duvidoso.

A propósito, prefeito, nosso celular é 9.9220.3894, para o caso do senhor ter um novo “insight” qualquer. O blog também tem grande interesse nas novidades administrativas.

PS: em se confirmando o roteiro, Marco Antonio Parolim de Carvalho, do PPS, o Marcão Coca, será o novo nome na Câmara de Vereadores.

AFINAL, SALATA FICA, OU SALATA SAI?

“Hoje estou aqui!”

Foi assim que o secretário municipal de Turismo, Luis Antônio Moreira Salata, vereador licenciado do PP se manifestou a respeito do intenso zum-zum-zum que correu pelos bastidores esta semana. Chegou-se a dar como favas contadas a sua volta para a Câmara, desalojando de lá seu suplente, Tarcísio Cândido de Aguiar, o Sargento Tarcísio (PRB).

Sabe-se que o secretário conversou na tarde de ontem com a reportagem do semanário Planeta News, quado foi questionado sobre tais rumores. Salata classificou de “fofoquinha” o que tem circulado sobre sua saída da Pasta, observando que “ela vem de muito tempo”. Diz estar lá “cumprindo agenda, apesar das dificuldades de pessoal”, pois foi uma Secretaria fundida, juntando três outras pastas.

No início de seu Governo, o prefeito Fernando Cunha (PR) extinguiu a Secretaria de Agricultura, formando assim uma Secretaria conjunta: Turismo, Agricultura e Indústria e Comércio. Agricultura tornou-se apenas um Departamento, malgrada a importância do setor para a cidade. E aí está um ponto a ser ponderado já, já.

Salata não demonstra estar preocupado com sua permanência ou saída da Secretaria. Pelo menos não deixa transparecer, se de fato estiver. “Não tenho apego a cargo, aliás, tenho uma vida simples, quase Franciscana, e estou aqui a convite do prefeito. Mas, se for da vontade dele e tiver que voltar para a Câmara, o farei também, pois estou a serviço de Olímpia”, discursa.

Mas, não é segredo para os mais próximos e os da política, a insatisfação latente do vereador-secretário frente à Pasta, conforme deixa antever na frase: “Só preciso de instrumentos para trabalhar cada vez mais por Olímpia”. Ou seja, faltam-lhe instrumentos, ainda, após sete meses? Estes instrumentos podem ser traduzidos por recursos humanos, estrutura, apoio político e, sobretudo, financeiros.

 

TABULEIRO DE XADREZ
A saída ou permanência de Salata e sua consequente volta para a Câmara, mexe inteiramente no tabuleiro do Legislativo e na composição da base política do prefeito Fernando Cunha (PR).

Sim, porque Salata, uma vez retornando à vereança, dada as circunstâncias relatadas acima, não estará, como se diz, enquanto vereador, de bons amores com o Executivo, eis que estaria deixando a Pasta por excesso de contrariedades e falta de apoio ao seu trabalho.

Sua volta implicaria na saída de Tarcísio Aguiar, hoje ferrenho defensor de Cunha na Casa. Este, por sua vez, poderia vir a ser “premiado” com um cargo talvez de secretário, ou diretor. Mas, os rumores dão conta de que Cunha estaria propenso a recriar a Secretaria de Agricultura e lá acomodar seu “soldado”.

E, ainda no âmbito dos rumores, o seu “ungido” para ocupar a Secretaria de Turismo, em lugar de Salata, seria o vereador Selim Jamil Murad, do PTB, partido do candidato a prefeito derrotado em outubro, Beto Puttini, de cuja coligação fez parte, mas, digamos, sem lá muita convicção.

Sendo assim, voltaria para ocupar uma cadeira na Casa, o vereador-suplente Marco Antônio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, do PPS, outro que integrou a coligação de Puttini, e continua muito próximo do ex-prefeito Geninho Zuliani, do DEM. Neste caso, Coca terá que fazer a opção: vereador ou prestador de serviços para o município, onde tem contratos com a prefeitura.

Mas, percebam a linha fina que Cunha estaria tecendo, o que lhe exigiria habilidade política e visão macro de futuro administrativo. Porque perderia, em tese, dois fortes componentes de sua base, Tarcísio mais ainda, porque está sempre na defesa incondicional do prefeito.

Coca voltando, como se comportará? Será sempre o suplente à mercê dos humores de Cunha? Terá independência a ponto de garantir espaço político? Ou apenas “cumprirá tabela”, conforme o jargão futebolístico. Mas o alcaide estaria sempre “pagando pra ver” (observem as aspas, portanto não se trata do sentido estrito do termo, certo?).

Brincadeiras à parte, a Casa de Leis, com esta “virada na mexida” ficaria, digamos, um pouco mais agitada? Um pouco mais turbulenta? Um pouco mais problemática para o prefeito? A resposta para todas estas pergunta é: sim.

Basta nos lembrarmos que Salata estaria de volta, defenestrado de um cargo importante, por questões de não afinidades político-administrativas. Basta dizer, ainda, para usar um termo chulo, que ele estaria voltando “com sangue nos olhos”. A Casa de Leis passaria a contar com um debatedor e questionador experiente e que sabe provocar, incendiar, quando preciso.

Seria um inimigo e tanto do governo que, ao mesmo tempo, estaria perdendo uma voz considerável lá dentro, a de Tarcísio, sabedores que somos que seu atual líder, João Magalhães (PMDB), não é dos melhores oradores, embora sua experiência legislativa, nem tampouco forte nos embates. Mormente com Salata, de quem ele perdeu todas, até hoje.

A ver. Estão rolando os dados. (Estão?)

CÂMARA PODE DAR UM PASSO HISTÓRICO: PROIBIR VEREADOR DE ASSUMIR SECRETARIA

Vem mudanças drásticas por aí? Pelo menos é o que deixa antever uma proposição do vereador Flávio Augusto Olmos, do DEM. Ele quer, nada mais, nada menos, que os vereadores, a partir de então, uma vez diplomado, além das proibições normais previstas até mesmo na Constituição Brasileira, também fiquem proibidos de assumir cargos de secretários municipais, presidente de empresa pública ou superintendência de autarquia.

Ou seja, nada de deixar a cadeira na Casa de Leis, para a qual foi eleito e se bandear para o lado do Executivo, como secretário, presidente (no caso seria a Daemo Ambiental?) ou diretor (no caso seria a Prodem?).

A tentativa de mudança proposta pelo vereador está contida em dois projetos de Resolução, o 255 e o 256, o primeiro dando nova redação ao artigo 3º da Resolução 159/2008, que cria o código de Ética e Decoro da Câmara, e o segundo dando nova redação aos artigos 90 e 100 da Resolução 118/90, que dispõe sobre o Regimento Interno da Câmara-RI.

E detalhe: o projeto de Olmos tem nada menos que seis assinaturas, incluindo a do vereador-autor, o que indica ser uma propositura praticamente consensual, já com a maioria absoluta garantida.

Os seis vereadores que assinam as proposituras são os mesmos que sempre votam em conjunto naqueles projetos cuja Comissão de Justiça e Redação “da pau” e, curiosamente, sempre por dois votos a um, já que Olmos, presidente, não aprecia muito rejeita-las, e depois ainda derrubam os tais pareceres. E, ato contínuo, aprovam o tal projeto.

O que resta saber é como irão se comportar os três “mosqueteiros” de Cunha na Câmara, diante de uma proposta como essa, que tem grande apelo popular e ainda por cima, não atinge aqueles edis que hoje gozam do status de secretários -apenas dois, Cristina Reale (PR) e Salata (PP). Estes ficam, caso aprouver ao prefeito Cunha (PR), até o final desta gestão (embora as más línguas…).

A bem da verdade, não haveria porquê projetos desta natureza não serem aprovados, já que acabaria com a promiscuidade na política local, onde vereador, no mais das vezes, se elege de olho em uma secretaria, ou mesmo com o cargo já prometido pelo candidato de turno, de certa forma traindo seu eleitor, que o queria legislando, fiscalizando, não “secretariando” o Executivo.

E mais: caso seja aprovado, o que fatalmente deverá acontecer, salvo “tsunamis” inesperados, não haveria necessidade da sanção do prefeito, uma vez que se trata de assunto interno da Casa de Leis. Também, presume-se, não haveria interesse da Comissão de Justiça e Redação em emitir parecer contrário.

Em troca de quê? Até porque este seria derrubado e o projeto aprovado da mesma forma. E quem tentou barra-lo, ficaria mal com a opinião pública. Então, dá para apostar em unanimidade? O certo é esperar porque, como se sabe, a alma do homem não é perfeita.

E o detalhe final é que a lei, uma vez aprovada e promulgada pelo presidente da Câmara, deverá entrar em vigor somente a partir de 1º de janeiro de 2021.

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