Terminado o 49º Festival do Folclore, no domingo passado, 28, a “central de boatos” entrou em ação imediatamente. Correu pelas esquinas, becos, cafés, botecos e quintais, a onda de que a presidente da Associação Olimpiense de Defesa do Folclore Brasileiro-AODFB, Maria Aparecida de Araújo Manzolli, tinha sido orientada – e não dizem estas bocas por quem -, a “pedir o boné” sob qualquer argumento, durante seu discurso no encerramento da festa.

A tese é a de que, agindo assim, ela evitaria maiores desgastes para si e para outrem. Porém, não foi isso o que se viu. Ao invés das despedidas, ouviu-se uma reafirmação de que tudo teria prosseguimento da forma como estava, ou seja, com ela à testa da comissão organizadora, embora como braço auxiliar do presidente. Porém, com plenos poderes.

Na primeira oportunidade que o blog teve, questionou o secretário de Cultura do município, Gustavo Zanette, sobre a verdade inserida nestes boatos – porque todo boato nem sempre é só um boato. Às vezes tem um fundo de verdade, como se diz.

“Não tem essa conversa”, rechaçou o secretário. “Pelo menos nos bastidores nossos não tem”, complementou. “O que vamos fazer é mudar alguma coisa para o 50º Fefol, em termos de comissão, vamos montar uma forma diferente de convites a grupos, porque tivemos problemas”, continuou.

Zanette fala em “corte de alguns grupos” e revela a intenção de cobrar um pouco mais daqueles que vierem. “Vamos fazer com que venham também com um pouco de recursos. Se já está vindo, vem com recursos próprios, também”, propõe.

Pelo que deu a entender na conversa informal, o secretário acha que há uma relação desvantajosa da organização da festa com os grupos que para cá veem. Algo como receber verba no município de origem, e ainda assim cobrar da comissão outro tanto, geralmente escondendo que receberam verba para vir.

“Apertamos um grupo de cuja Câmara de Vereadores da cidade chegou um ofício informando que tinha sido liberada uma verba de R$ 25 mil para poderem participar do Fefol, mas estavam cobrando também de nós para a viagem. Então, vamos tentar ter o controle mais na mão. Tem coisas com as quais gastamos, que não seria necessário, que poderia ser gasto com grupos da cidade.”

As despesas com a festa ultrapassaram os R$ 700 mil estimados para a receita. “A prefeitura, que ia colocar R$ 100 mil, vai ter que colocar um pouco mais”, adianta. “Mas é pouca coisa”, observa. Para Zanette, no entanto, “a prefeitura tem que dar mais dinheiro para o evento”, por ser a Capital Nacional do Folclore. Porque “quando não tinha o Proac*, como fazia?”, pergunta. Ele disse que já deixou o Executivo de sobreaviso sobre o Orçamento de sua Pasta para 2014. “Quero R$ 300 mil de dotação para o Folclore na minha Secretaria.”

A lógica do dinheiro em caixa, explica, é para facilitar negociações. “Com dinheiro em caixa você pode negociar, forçar a barra e economizar. Pode reduzir despesas e investir nos grupos locais. Tem que ter dinheiro”, enfatizou.

Voltando ao cerne desta postagem, o secretário não descartou Manzolli para o ano que vem. Disse que a partir de 2014, tudo o que for feito, “será feito de forma mais compartilhada com ela”. Ele pretende “fiscalizar de perto os grupos, porque há duplicidade de pagamentos. Recebem verba para vir e ainda pedem a nossa verba”, afirma. “E no final temos que fazer conta para pagar o Folclore”.

Sendo assim, mudanças deverão sem implementadas ano que vem, no Jubileu de Ouro do Festival. Mas Manzolli estará, sim, até prova em contrário, ajudando a remar o barco. “Vamos rever essa questão de grupos, de contratações”, diz, observando que “(a mudança pretendida) É algo melhor para o Festival ficar melhor ainda”.

Até.