Estampa em sua edição de hoje o semanário Planeta News, matéria cujo título “Rede cresce 1,69% mas merenda custa 53% mais”, é revelador de uma situação no mínimo intrigante. Não se sabe qual matemática dá suporte a um reajuste tão brutal no serviço terceirizado para a Starbene, pelo município. Leia, abaixo, o texto publicado pelo jornal:

“A merenda escolar servida na Rede Municipal de Ensino pela Starbene, conforme o Planeta apurou computando os valores referentes aos quatro primeiros meses do ano passado e o mesmo período deste ano, sofreu um aumento brutal em seus valores – 53%, para um aumento ínfimo no número de alunos do ano passado para cá – 1,69%. Um detalhe são os pagamentos feitos nos meses de fevereiro do ano passado e fevereiro deste ano. Em 2013, o mês dois custou 81 vezes mais que em 2012.

Olímpia conta em sua Rede Municipal de Ensino este ano, nas 25 escolas municipais – sendo três filantrópicas-, com 4.948 alunos matriculados, sendo 743 em creches, 1.023 na Educação Infantil, 3.046 no Ensino Fundamental, 136 no EJA (alfabetização de adultos), além de 92 alunos com tratamento especial, segundo o próprio prefeito publicou ontem na sua página do Facebook.

No ano passado, este contingente foi de 4.866 alunos, ou seja, número 1,69% somente abaixo do matriculado este ano. Mas, conforme números apurados pelo Planeta, este ínfimo aumento do alunado provocou um reajuste de 53% nos valores pagos pelo município à Starbene, o que subentende-se ter havido aumento no número de refeições servidas. Caso contrário não há como justificar tamanho reajuste.

Nos quatro primeiros meses do ano passado foram pagos à empresa R$ 1.463.518,57. No mesmo período, este ano, já foram pagos R$ 2.242.973,64, ou seja, 53% mais. A empresa começou a servir merenda nas escolas em 2011, há exatos dois anos. Na ocasião da contratação, falou-se em 6.437 alunos, o que a Secretaria Municipal da Educação não confirma.

Este valor corresponderia a uma média mensal de R$ 560,74 mil, ou pouco mais de R$ 113 por aluno/ mês, ou cerca de R$ 5,60 por aluno/dia. No ano passado, estes valores foram respectivamente, de R$ 365,87 mil/mês, ou cerca de R$ 75 por aluno/mês, ou ainda, R$ 3,75 aproximadamente por aluno/dia. Caso prevaleçam os 6.437 alunos citados em 2011, cada um deles estaria custando R$ 87 por mês, ou R$ 4,35 por dia. Mas, para isso, o município teria que estar alimentando, também, todos os alunos do Estado.

A Starbene recebeu da prefeitura, em 2012, R$ 410.894,62 em janeiro; R$ 8.340,50 em fevereiro; R$ 313.502,48 em março, e R$ 730.780,97 em abril. Em 2013, os valores foram, respectivamente, R$ 400.000,01; R$ 674.872,55; R$ 741.761,96, e R$ 426.339,12.

A Starbene é uma empresa do ramo de alimentação coletiva que atua há 14 anos no mercado. Com capacidade para produzir 100 mil refeições diárias, presta serviços a hospitais, escolas e empresas privadas. Seu proprietário consta ser Antonio Milan Filho. A empresa tem sede em São Paulo e atendia, quando chegou a Olímpia, as prefeituras de Tanabi, Castro, no Parará, e Votuporanga.

Até.