Como a grande maioria, se não todos vocês sabem, o vereador João Magalhães (PMDB) reuniu cerca de 200 pessoas num encontro, no domingo 29, no salão de festas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olímpia, para anunciar que aceitava, a partir daquele momento, a indicação de seu nome como pré-candidato do partido nas eleições municipais de 7 de outubro.
Prestigiando o encontro estavam o ex-deputado estadual Uebe Rezek, o ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro, os vereadores Zé das Pedras (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB), e outras figuras do métier político local, como o médico pediatra José Roberto Bijoti, o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Otacílio de Oliveira Neto e outras figuras de menor envergadura, além de filiados do PMDB.
É claro que, como não podia deixar de ser, o movimeto causou “frisson” nas hostes governistas, e não tardaram os “mensageiros” a começarem a espalhar isso e aquilo, e principalmente a “demonizarem” dois dos principais apoiadores, Rezeck e Carneiro. Um destes “mensageiros” adora reiterar que Rezeck e o ex-prefeito são “fichas sujas”, por questões relacionadas às gestões junto ao TCE e Carneiro, basicamente, por causa do “fantasma” que rondou seu governo por imposição de certa autoridade política que hoje se cala.
Logo em seguida, começaram a especular sobre o vice de Magalhães, com aquele “mensageiro” colocando em texto que poderia ser Zé das Pedras, do mesmo partido do pré-candidato, portanto uma chapa-pura. Mas, em princípio, o vereador João Magalhães é pré-cadidato e ponto. Ainda não se sabe o que se dará em futuro próximo. Esta afoiteza que emana do Palácio 9 de Julho tem a ver, talvez, com a ânsia do situacionismo em saber quem será a “vítima” de sua máquina de triturar adversários.
E por que alardear que Zé das Pedras seria o vice de Magalhães? Quando se sabe tratar-se de um nonsense total, já que Das Pedras jamais vai deixar o “filé” que degusta hoje nas hostes genistas, para morder “carne de pescoço” de uma candidatura que sequer amadureceu? Desanima-o, também, o medo de uma derrota e as consequentes retaliações em sua “Casinha”, que não sobrevive por si, eis que seu “maná”, há décadas vem dos cofres da 9 de Julho, não importando quem lá esteja.
Ademais, uma candidatura em chapa pura é suicídio eleitoral. Sabedores de tudo isso, então a candidatura a vice de Das Pedras é só para tumultuar o processo. Ou talvez porque imaginem que juntando os dois nas especulações, haveria forte desgaste político – por quê não sei, nem perguntei.
Bom, e Rezeck nisso tudo? Talvez não tenha função alguma. Nem para mais, nem para menos. O ex-deputado já foi uma liderança regional. Já prestou inúmeros benefícios para a cidade. Já passou por vários governos locais. Já deixou uma “marca” até mesmo nesta administração, via secretária municipal de Saúde, Silvia Forti Storti, que por muitos anos foi sua pupila, na DIR de Barretos. Bem como seu pai, ex-vereador e presidente da Câmara Wanderley Dario Forti, que tinha no deputado a sua principal base de apoio.
Tem lá seu “nicho” eleitoral na cidade – vide eleições de 2010, quando com seus mais de 2,5 mil votos, foi o segundo estadual mais votado na cidade, atrás apenas do “queridinho” da cúpula Genista – que pôs a máquina a seu favor -, Itamar Borges. São votos de Uebe na cidade? A conferir. E quanto ao ex-prefeito Carneiro, “demonizá-lo” é a regra situacionista porque é sabido que, embora muitos possam contestar, ele ainda é o maior cabo eleitoral da oposição.
Teve mais de 10,7 mil votos em sua reeleição em 2004, seu candidato, Dr. Pituca, recebeu mais de 9,2 mil votos em 2008, num pleito em que quase seis mil eleitores se abstiveram de votar, e hoje ainda desponta, quando inserido nas tais pesquisas de fundo, como o nome mais forte para encarar Geninho. Claro que a ninguém interessa espalhar isso. Lembrando que não é ele nem Rezeck os pré ou mesmo candidatos, de nada adianta ficarem gritando seus apoios a Magalhães.
Para clarear mais um pouco, nos voltemos para o fenômeno José Rizzatti, hoje secretário municipal de Agricultura. Perdeu a eleição em 2000 para Carneiro, voltou em 2004 e recebeu quase 5,1 mil votos, e ninguém há de negar sua contribuição positiva à candidatura Geninho em 2008. Talvez tenha sido o mais forte cabo eleitoral dele. E Rizzatti, como Carneiro, divide corações, provoca sentimentos extremos: ou se os ama, ou se os odeia. Não há meio termo.
Mas, cada qual, à sua maneira, tem lá seus redutos, seus admiradores políticos e até mesmo, porque não dizer, seus seguidores. Há rizzattistas e carneiristas na cidade, com certeza, só se sabendo em que número, quando se contar. É bom que se tenha em mente que um político tradicional fora do poder maior, não é indicativo de que ele está morto. Pode não ter votos suficientes para alçar vôos maiores, mas pode tê-los na medida em que ajude seu escolhido a se eleger. O resto será mera cortina de fumaça.
Até.
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