Ainda repercute fortemente na cidade o caso envolvendo o secretário de Turismo, Esporte, Cultura e Lazer, Beto Puttini, acusado de usar conta não-oficial para movimentar dinheiro do 46º Festival do Folclore. A denúncia foi publicada no jornal “Tribuna Regional”, de pouca credibilidade jornalística e usado para atender aos interesses excusos de seu proprietário, mas que contém alguns ingredientes que, independentemente disso, leva à necessidade de explicações oficiais. E explicações convincentes, sob documentos, para tranquilizar a opinião pública.

Como já disse aqui em post anterior, não havia que se fazer “carnaval” em torno do assunto. Mas o próprio Governo Municipal e seus acólitos trataram de fazê-lo, no afã de “blindar” o secretário, inocentá-lo da acusação que, numa leitura mais atenta feita ao exemplar de sábado passado do jornal, percebe-se que, embora mal redigida, se sustenta. Inclusive na declaração da própria estagária, que consta ter dado entrevista ao jornal confirmando o fato. Mas, ao mesmo tempo, colocando uma dúvida no ar: “Acho que ela (conta) nem foi usada”, disse, à certa altura.

A matéria diz ainda que esta estagiária foi ouvida enquanto trabalhava em um “comitê eleitoral”. Portanto, a menos que, como já disse, pelos lados da Adhemar todo mundo ficou maluco beleza, a denúncia de cessão da conta, pelo menos, é verdadeira. E aí o secretário já cometeu um erro administrativo. Pode se redimir assumindo-o perante a opinião pública. Não tendo havido uso ou malversação do dinheiro público, bastará este “chacoalhão” moral de ter que se desculpar de público.

Se houve o uso da conta, o secretário terá que se explicar de maneira mais detalhada, aí talvez até com quebra de sigilo bancário seu e da secretária executiva do prefeito Geninho (DEM). E mais: neste caso o secretário terá que explicar por que fez o que fez, por que não usou a conta oficial da festa, como sempre fora feito e ainda, por que razão era a secretária do prefeito que tinha sob sua guarda o cartão da conta da estagiária, que embora sugira não haver uso, há a informação na matéria de que, sim, foram feitos depósitos na conta pelos barraqueiros, conforme atesta pelo menos um entrevista feita.

Quem leu o post anterior sobre este assunto aqui no blog sabe o que penso deste veículo, de credibilidade duvidosa e instrumento de “achaque” às vezes. Mas, para muito além de pensar isso ou aquilo do veículo em questão, está a denúncia em si. Para muito além dos comentários neste e no “chapa-branca” hipotecando solidariedade ao secretário (como também fizemos), está a necessidade de explicações claras e objetivas sobre o assunto. Porque atinge diretamente duas altas autoridades políticas do município, o secretário Puttini e o prefeito Geninho, porque o cartão da movimentação da conta ficava a poucos metros de seu Gabinete.

O jornal não mostrou documentos para embasar a denúncia, mas a “estagiária”, tudo indica, não foi inventada. Repito, seria o cúmulo da idiotice jornalística. Por isso, o assunto ainda ferve. Puttini, segundo informações, viaja, mas está no Brasil. E só ele, quando voltar, poderá esclarecer tudo isso. Se não, pior para ele, que ainda é uma das reservas morais deste Governo Municipal.

Até.