Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Tag: Guto Gianotto

QUASE 140 MIL PARA BUSCAR A ÁGUA MAIS A FUNDO (ALERTA AMARELO?)

Diretor da Daemo Ambiental negou recentemente que aprofundamento dos poços seria devido à queda do nível do lençol freático que serve o município

 

De acordo com a Tomada de Preços 01/2017, publicada na edição de quarta-feira passada, 6 de dezembro, do Diário Oficial Eletrônico, o município, por meio da Daemo Ambiental, irá gastar mais de R$ 139,5 mil para aprofundar três poços tubulares profundos existentes no município e perfurar um novo, para garantir o abastecimento regular de água em vários bairros, hoje bastante deficiente.

O diretor-superintendente do Demo Ambiental, Guto Gianotto, negou recentemente em declaração à imprensa que estes serviços tenham relação com a queda do nível do lençol freático do município, embora haja fortes suspeitas a embasar tal questionamento.

De acordo com o Edital, foi adjudicado para a empresa Unipar– Hidrogeologia e Perfurações Eireli pelo valor de R$ 139.524,68, e homologado o procedimento relativo à contratação de empresa para prestação de serviços de aprofundamento de três poços tubulares profundos e perfuração de um poço tubular profundo, “visando à melhoria e a garantia do Sistema de Abastecimento de água no setor leste do município”.

Quando questionado, em meados de novembro, o superintendente não confirmou que a razão seja a baixa do nível do lençol freático, onde esta água é captada, mas também não negou taxativamente.

De acordo com Guto Gianotto, “essa é a primeira etapa de medidas anti-racionamento. “Vamos fazer o aprofundamento dos poços na COHAB II, CDHU III e Vida Nova Olímpia (ou Quinta da Colina). Além disso, vamos perfurar um poço nas adjacências da Viva Olímpia para suprir as necessidades hídricas e de vazão dos bairros da região”, afirmou. “Acredito que no início de janeiro daremos início às obras”, estimou Gianotto.

Uma das explicações do diretor foi a de que o aprofundamento dos poços P-03 e P-23 se faz necessário, “pois são poços antigos que abastecem bairros consolidados cuja ocupação habitacional atualmente é próxima de 90%, e com o tempo tal medida se faz necessária para ampliar a capacidade de fornecimento de água destes poços”.

Quanto ao lençol freático, respondeu que “não se trata do ‘nosso lençol’, mas de uma questão regional, da quantidade de captações nas adjacências. Não obstante o tema de uso racional da água é uma temática estadual e nacional”. Sobre os motivos da possível queda do nível do lençol, disse que são “diversos”, e de “esfera mais local e também regional”, sendo “a falta de chuvas, dentre eles, o mais impactante”.

Finalizando, Gianotto garantiu que “a vazão dos poços a serem aprofundados não são ‘parametrados’ pelo consumo propriamente dito, mas, sim, pela densidade demográfica dos bairros”.

 

E LÁ SE FOI MAIS UM NA ‘CANETADA VINGADORA’ DE CUNHA

Bom, é importante começar dizendo que este blog não possui nenhuma bola de cristal chinesa mas, sim, informações, quando antecipa fatos ou provoca modificações em certas estratégias para não receber a láurea sobre este ou aquele acontecimento.

Mas, mais uma vez, antecipamos aos nossos leitores decisão que o prefeito Cunha (PR) tomaria momentos depois quanto ao superintendente da Daemo Ambiental, Otávio Lamana Sarti, o gestor, não administrador. Cunha, assim, põe toda culpa sobre ele nessa trapalhada do protesto contra a Santa Casa, questão que era de fácil solução, sem necessidade de medida extrema.

Aliás, o governo Cunha tem se revelado o de maior sanha “exoneracionista” já visto na prefeitura de Olímpia. Mete a caneta, sem dó nem piedade. E assim vai aprofundando o caos administrativo em que está irremediavelmente mergulhado seu governo -já são três os secretários que deixaram o governo em apenas oito meses.

Não se sabe se era para tanto. Nem se está, aqui, advogando sobre causa nenhuma, uma vez que sequer conhecemos de quem se trata Lamana no âmbito pessoal e profissional. Mas medida extremada como essa coloca em xeque até mesmo a firmeza da palavra do próprio alcaide, que tem sempre a guilhotina armada para incautos subalternos.

Assim, conforme a expectativa antecipada pelo blog, por meio do Decreto 6.935, de 9 de outubro de 2017, Cunha acaba de exonerar o superintendente geral da DAEMO Ambiental, Otávio Lamana Sarti, a partir de 10 de outubro de 2017, ele que havia sido nomeado pelo Decreto 6.673, de 1º de janeiro de 2017.

Na mesma edição do Diário Oficial Eletrônico, de hoje, 10 de outubro, Cunha já nomeia, por meio do Decreto 6.936, datado de ontem, o novo superintendente geral, que vem a ser José Augusto Gianotto, ele que era, até então, funcionário comissionado no cargo de Assessor Especial, nomeado pela Portaria 47.349, de 29 de junho passado.

Não restam dúvidas de que é mais um nome-surpresa tão típico do poderoso de turno. Não há maiores referências a Gianotto, a não ser que é oriundo de família tradicional da cidade. Também não se sabe qual seu quilate de experiência ou conhecimento do setor, embora isso pouco tem importado a Cunha, desde que haja inteira submissão às suas vontades e determinações.

PS: Se com essa canetada o prefeito acredita fazer as pazes com a opinião pública após o “bombardeio Hemocentro”, pelo contrário, só incutirá no imaginário popular que, além de pouco afeto à administração pública, seria, também, extremamente truculento com seus auxiliares.

PS II: É melhor que a Provedoria da Santa Casa sempre ponha um pé e depois outro fora do hospital a cada dia. Nunca os dois juntos. As bolsas de apostas tiveram alta esta manhã.

AS CONTAS DE GENINHO:
SURPRESA FOI O PLACAR

Muitos que estavam no aguardo do debate em plenário sobre as contas de 2015 do ex-prefeito Geninho (DEM) podem ter se surpreendido com a aprovação delas sem maiores discussões ou acaloradas acusações. Mas, surpresa mesmo foi o placar de oito votos a favor contra apenas um em desfavor, este do líder do prefeito na Casa, João Magalhães (PMDB).

Havia nos bastidores a forte impressão de que o prefeito Cunha estaria movendo céus e terra para que estas contas fossem rejeitadas, a fim de tornar o ex-alcaide inelegível, frustrando suas pretensões de galgar uma cadeira na Câmara Federal.

E como sempre, onde há fumaça, há fogo, não se pode atribuir ao folclorário político tal zum-zum-zum que descia à Praça João Fossalussa e subia à praça Rui Barbosa e vice e versa e versa e vice, tendo como mensageiros os mais diferentes e até insuspeitos interlocutores.

De qualquer maneira, se havia o tal “complô”, ele não se consumou e as contas foram aprovadas por quase unanimidade, não fosse a turrice de Magalhães, que já defendeu e aprovou contas em situação bem piores que esta de Geninho, por exemplo a do ex-prefeito Carneiro de 2007, de quem era líder, vinda com parecer pela reprovação do Tribunal de Contas, por não pagamento de precatórios.

Aliás, não só isso, havia também anotações do TCE quanto a irregularidades relacionadas ao planejamento e execução física de repasses a terceiros, dívida ativa, aplicação na educação, outras despesas, licitações, execução contratual, ordem cronológica de pagamentos, atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), transparência da gestão pública e atendimento à Lei Orgânica do Município.

Mas, o mais importante era livrar o “chefe” de então das garras da improbidade. E é bom lembrar que em 2004 e 2006 Carneiro também teve problemas com suas contas.

No caso de Geninho, e aqui também não pretendendo advogar em causa outrem, havia apenas três anotações, conforme o próprio vereador Hélio Lisse (PSD) frisou, mas que em nada comprometia a lisura do trabalho administrativo do ex-prefeito referente àquele ano, o penúltimo de sua segunda gestão. São cobranças de ordem técnica, que Magalhães ainda tentou contestar, mas foi soterrado pela avalanche do bom senso.

Parece que só ele incorporou o dito “complô”, que Niquinha (PTdoB) negou com veemência, e prova disso era seu voto “e do Zé das Pedras”, de quem “cantou” o voto por antecipação, favoráveis às contas.

E la nave vá.

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