Esta semana a oposição ameaçou sair do casulo de silêncio em que se meteu neste ano eleitoral. Pelo menos duas manifestações no sentido de provável candidatura a prefeito já se ouviu, ambas via emissora de rádio. Numa delas até houve a declaração explícita de pré-candidatura, na outra uma  declaração velada, mas pelo menos já vão dando um norte ao eleitorado insatisfeito com a atual gestão e propenso a não colaborar para que Geninho (DEM) fique no cargo por mais quatro (ou dois?) anos. E aviso aos navegantes: não são poucos estes.

A advogada e ex-provedora da Santa Casa, Helena de Souza Pereira, disse que “existe um grupo de amigos que tem pedido que eu seja (candidata)”, e que ela está “estudando” esta possibilidade. “Estou ouvindo ainda as lideranças”, diz ela, entre as quais inclui também os amigos e a família. Disse que dia 6, domingo, estará participando  da convenção do seu partido, na Capital, onde espera já alinhavar a pretensa candidatura.

O vereador e presidente do Diretório Municipal do PMDB de OIímpia, o também advogado João Magalhães, participou de reunião ontem, 29, com centenas de cidadãos e lideranbças políticas locais, regionais e estaduais, ali pré lançando sua candidatura à principal cadeira da 9 de Julho.

Nestes tempos de paradeira geral pelos lados oposicionistas, já chega a ser um alento que se comece a falar. Há um terceiro nome a se manifestar, o de Walter Gonzalis, que seria o pré-candidato do PT ao mesmo cargo. Tudo bem que ele é um eterno candidato e inconscientemente grande parte do eleitorado já sempre espera que ele apareça, mas mandar um sinal antecipado e de forma ampla, é sempre bom. O eleitor gosta de atenção.

Hoje, como disse acima, não são poucos os que não querem a continuidade deste Governo atrabiliário. E são estes que, pelas ruas, vivem a indagar quais opções têm. E é esta a cobrança que se faz da oposição, por aqueles chamados formadores de opinião: que opções darão aos sem-candidato? Independentemente do juízo que se faça de cada um dos pretendentes, o nome tem que sair deste trio, ou os nomes, porque tem também a candidatura a vice. A menos que um nome-surpresa se sobreponha.

E se a oposição quiser pelo menos fazer um bom papel, tem que somar forças. Dividida, será abatida com enorme facilidade. Não por eventuais “qualidades incontestáveis” do grupo que aí está, mas pelo peso de sua representatividade, pelo poder da máquina e, pelo que dizem, os milhões que tem guardado. Já falei neste espaço e repito: Geninho não pode perder estas eleições de outubro. Nem nos seus mais tenebrosos pesadelos. E ele, e acredito que todos no seu entorno, sabem do que estou falando.

Uma das razões seria o enterro precoce de sua carreira política. Pois se o povo não o quiser por mais tempo no Palácio 9 de Julho, porque o quereria na Assembléia Legislativa? Indo mais além, porque o quereria de volta à prefeitura daí quatro anos? E como já disse aqui e repito, não está difícil a oposição ganhar de Geninho. A avaliação do alcaide, a menos que melhore muito doravante, com certeza não está lhe proporcionando noites tranquilas de sono.

E a intenção de voto, menos ainda, para quem se julga o todo-poderoso administrador de uma cidade que se desenvolve por seus méritos e pujança econômica, e muito distante dos esforços do poder público que, aliás, tem sido extremamente superficiais, com o administrador apenas se atirando na luz própria do setor econômico local, aproveitando-se de sua intrepidez. Nas rodas políticas circula à boca-pequena que o prefeito até estaria em busca de um candidato fake que tumultue um pouco o processo, no caso de uma junção de forças.

Para poder contar com um horizonte de melhoras tanto na avaliação de Governo quanto na intenção de voto, Geninho precisa mudar muita coisa, começando por si mesmo, pelas suas atitudes e decisões. Tem que olhar no seu redor e buscar dentro de sua própria engrenagem quais os “dentes” que estão impedindo que ela rode sem tropeços e senões. E, acima de tudo, melhorar, e muito, nas coisas que administra, na forma como o faz, lembrando-se, principalmente, de que não são só os jovens que votam – e estes, em grande maioria vivem embevecidos pelo circo que o alcaide lhes proporciona.

Mas, não são eles que pagam a água que a Daemo lhes fornece, e que vai subir a partir de amanhã, feriado do Trabalho, em quase 5%; não são eles que pagam o IPTU que a Finanças aumenta todos os anos, a começar por uma “cacetada” logo no início, de quase 130%; não são eles, via de regra, que precisam de atendimento médico e não obtêm na medida; que precisam de um remédio contínuo e não encontram; que precisam de um exame com especialista e não há disponiblidade na rede. Não são eles que pugnam pela sensação de bem estar, conforto e segurança, até mesmo para sua própria proteção. Enfim, não são eles que votam com a consciência.

Doravante está nas mãos, corações e mentes da oposição o que fazer no futuro próximo, no curto espaço de tempo havido entre suas decisões e a colocação da campanha efetivamente nas ruas. Porque, não se enganem, a máquina de triturar adversários e inimigos políticos de Geninho está bem azeitada e com os motores sendo aquecidos. Sem contar a dianteira que o candidato oficial ostenta, dadas as facilidades de ser detentor do poder político-mor da cidade.

Até.