A Superintendência da Caixa Econômica Federal-CEF isentou-se, por meio da assessoria de Imprensa e Marketing, agora há pouco, de qualquer responsabilidade caso haja no conjunto “Village Morada Verde”, do “Minha Casa, Minha Vida”, mais casas além daquelas que foram originalmente contratadas. “A Caixa tem contrato firmado com 786 casas”, disse a assessora Márcia Ishi Viana de Castro. “Não existem outras unidades” para a instituição.

Segundo Márcio Castro, áreas comercial ou institucional não fazem parte do empreendimento, por ser da modalidade até 10 salários mínimos, e não de zero a três salários mínimos. “Não há esta exigência de estrutura comercial e institucional para essa modalidade de conjunto”. Segundo a assessoria, “naquela área foram construídas 786 casas, e todos os contratos delas já estão formalizados”. Caso haja mais imóveis além destes, “não tem nada a ver com o empreendimento”.

O conjunto habitacional “Village Morada Verde”, implantado em Olímpia dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal, tem 69 imóveis (lotes?) em nome de apenas 16 proprietários. Eles constam de documentos oficiais como lotes comerciais e com esta classificação foram transferidos pelos ex-proprietários na verdade à Atlanta, Construções, Comércio e Emprendimentos Ltda., que pertence ao mesmo grupo da construtora responsável pela obra, a Pacaembu Empreendimentos.

Caso tenham sido transformados em casas, o conjunto contaria, na realidade, com 855 imóveis. Há informações de que no começo da tarde de hoje autoridade ligada ao governo municipal teria confirmado 800 imóveis construídos no “Morada Verde”.

Estas casas (lotes?) estão espalhadas por seis, das 25 quadras existentes no conjunto, que têm de 15 a até 48 imóveis cada. A família ex-proprietária da área garante não ter nada mais a ver com o assunto, porque os lotes já foram transferidos para seus donos atuais. Luiz César de Carvalho disse que há mais de um mês passou as escrituras em cartório para a construtora Pacaembu, e a partir daí não tem idéia do que fizeram ou farão lá.

No Cartório de Registro de Imóveis foi possível ao jornal Planeta News solicitar e obter os nomes dos atuais proprietários, e da relação constam 16 nomes, sendo um deles o da empresa. Presume-pois, que ainda restem 54 lotes (casas?) para serem comercializados(as) pela Atlanta, na hipótese de que nenhum dos 15 nomes relacionados tenha mais de uma casa (lote?). A propósito, a Atlanta é a empresa que foi inicialmente anunciada como a que seria responsável pelas obras do “Minha Casa, Minha Vida”, e que sem maiores explicações acabou sendo a Pacaembu.

Além da Atlanta, constam como donos destas 69 moradias extras, Ana Cláudia de Souza, Renato Trindade Lopes, Ana Patrícia Silva Sá, Edson Carraro, Anderson Luiz Barbarelli da Silva, Emerson Rodrigo Costa, Francisco José Rodrigues de Almeida, Cheirla Civedares Genarcki Brandt, Francisco José das Neves, Renato Montoan Sabadin, Fábio Garcia Sartori, Geraldo Antonio Pimenta, Paulo Afonso Baraldi de Oliveira, José Teodoro da Silva Júnior e Maristela Sanches Garcia Sartori.

Na lista em questão, as casas (lotes?) estão distribuídas pela quadra 2, com 33 casas. Depois, teria outras duas casas na quadra 3. E mais oito casas na quadra 6. Na quadra seguinte, a 7, há outros 4 imóveis que estariam nestes nomes, que vão se somar a mais 3 na quadra oito, além de outros 12 na quadra 16. Procurada, a Pacaembu preferiu não se manifestar, por “questões internas” da empresa.

Até.