Faltou, ao que parece, uma simples calculadora nas mãos dos sindicalistas na noite de ontem, sexta-feira, 8, na Casa de Cultura, durante assembléia dos funcionários públicos municipais. Ao mesmo tempo que faltou bom senso ou melhor orientação à categoria. Porque ela perdeu com a escolha do índice de 8.41% não retroativo a janeiro. E perdeu dinheiro vivo. Que não recuperará jamais. Ou foram mal explicados os termos da decisão, ou houve precipitação até mesmo por parte dos responsáveis por conduzir a negociação. Bem fez aquela turma que não aceitou os 7% retrativos a janeiro, nem o índice aceito pelos presentes.

Porque quem assim o fez, demonstrou que entendeu tudo o que estava sendo discutido ali. Outro tanto, aceitou por entender que para o ano que vem, em nova rodada de negociações, eles já entrariam com a vantagem de 1.41% sobre os 7%. Cálculo mal feito, porque este ínfimo índice não reporá o que está se perdendo agora, referente aos meses de janeiro, fevereiro e março. No caso do trabalhador que ganha o piso de R$ 567,52 hoje, a perda será de R$ 143,16. Parece pouco, mas garantiria uma boa compra em supermercado. E no caso de um hipotético salário de R$ 1 mil redondos, a perda com a não retroatividade será de R$ 252.30, ou meio supermercado, pelo menos.

 O que significam, nestes mesmos exemplos salariais, o 1.41% de “vantagem”? No primeiro caso, R$ 8,67, sobre o novo piso, que será de R$ 615,24 (R$ 623,91). E no segundo caso, R$ 15,29, sobre o novo salário, que seria de R$ 1.084,10 (R$ 1.099,33). A diferença entre os 7% e o índice aceito, em valores, é de R$ 8 a mais para quem ganha o piso. Na negociação do ano que vem ele já entraria com a “vantagem” de R$ 8,67, que juntos somarão R$ 16,67. Para quem ganha o salário hipotético de R$ 1 mil, a diferença de um índice para o outro foi de R$ 14,10. Para o ano que vem, chegaria com R$ 15.29, que juntos somariam R$ 29,39.

O valor do reajuste com o índice aceito é de R$ 47,72, e se fossem os 7% seriam R$ 39,70. No primeiro caso, o que vai vigorar, o piso vai a R$ 615,24, e no segundo caso, iria a R$ 607,24. No primeiro caso, também, o trabalhador vai perder, sem a retroatividade, R$ 143,16; e no segundo caso, a perda será de R$ R$ 252,30, como já frisei acima. O novo piso da categoria ficará, a partir deste mês, R$ 70,24 acima do mínimo nacional de R$ 545, ou pouco mais de 11%.

Quanto ao abono assiduidade, de onde tiraram que ele estaria reajustado em 154,16%? Se passou de R$ 40 para R$ 42,36, teve apenas os meros 5.91% de reajuste (R$ 2,36). O fato de agora não mais serem descontadas as abonadas e as férias não pode ser computado como vantagem pecuniária, porque trata-se de um direito do funcionalismo que o Executivo estava vilipendiando. Para se considerar reajustado o abono, teria que se ter dado os 80% de reajuste pedido, quando então seria elevado para R$ 72.

Agora, o presidente do Sindicato, Jesus Buzzo, levará a decisão da assembleia para o prefeito Geninho (DEM), na segunda-feira, 11, para que seja encaminhado à votação na Câmara, provavelmente já na segunda mesmo. Foram à Casa de Cultura, cerca de 90 servidores, de todos os setores.

Mas, na briga do rochedo com o mar quem se deu mal foram os municipais.

Até