A exoneração da secretária municipal de Assistência Social, Carmem Bordalho, efetivada por publicação na edição de ontem da Imprensa Oficial do Município pode não ser um ato isolado. Lembrando que Bordalho já é a segunda figura de primeiro escalão do Governo Geninho (DEM) que salta fora de sua administração. Em  agosto passado, o rio-pretense Amaury Hernandes já havia “pegado o boné” e se retirado da prefeitura.

Alegou, então, ter outras propostas mais vantajosas financeiramente – o que pode ser aceito como verdade – e que ia continuar prestando assessoria em projetos iniciados por ele aqui na cidade.

Até onde se sabe Hernandes não tinha nenhuma área de atrito no seio do Governo, mas não escondia seu desconforto com  a falta de estrutura para sua Pasta, o Planejamento. Faltavam profissionais técnicos, equipamentos, estrutura física e até local para poder trabalhar como dizia que pretendia. Mas, parece que foi o aspecto financeiro que pesou mais. Em sua cidade natal, seu padrão de vida era incompatível com o que percebia em Olímpia, seguramente.

Já o mesmo não se pode dizer de Bordalho que, embora o prefeito tente “dourar a pílula”, foi exonerada por incompatibilidades no seio do Governo, pouca produção, infidelidade profissional na relação com o quadro da Assistência e, também de grande relevância, sua atritada relação com a primeira-dama, Fernanda Zuliani, que tempos atrás, diz a lenda, teria “enquadrado” o marido e prefeito quanto ao tempo que ainda restaria de permanência dela no cargo.

Mas, a lista pode crescer mais, até o final do ano ou começo de 2011. Dois nomes já são conhecidos nesta lista, um deles por vontade própria – e aqui não há por que duvidar – e o outro se dizendo decidido a sair por questões pessoais, mas há suspeitas de que poderia, na verdade, ser exonerado pelo prefeito. Falamos de Valter José Trindade, atual secretário de Planejamento e “faz-tudo” prefeitural, a quem chamam na cidade de “prefeito de fato”, e de Vivaldo Mendes Alves, diretor-presidente da Prodem, respectivamente.

Trindade diz que já passou da hora de parar de trabalhar e cuidar de suas terras (tem plantação de laranjas em Votuporanga, em área de terras considerável) e é aposentado como funcionário público estadual, bem como sua esposa. “Preciso cuidar de minhas terras, viajar, não quero e não preciso trabalhar mais”, disse certa vez em conversa informal. E que entregaria ao prefeito a “casa em ordem”, toda organizada em compartimentos diferentes para que as coisas fluam organizadamente e não da forma atabalhoada que vinha seguindo. “Meu trabalho vou fazer, depois é com eles (que ficarem)”, disse nesta mesma conversa.

Trindade, que não esconde que veio para Olímpia a pedido do deputado Rodrigo Garcia, “para dar uma mão” para Geninho, disse também que já comunicou o prefeito de sua decisão, ou vontade. E que era para ter ido embora em dezembro do ano passado, mas foi convencido pelo mesmo Garcia a dar mais tempo por aqui. Parece até que o deputado conhece o alacaide melhor que os olimpienses. Sabia que Trindade podia ser de primordial importância para o Governo Municipal.

Já Vivaldo Mendes confirmou para o blog, na semana passada, que sim, estava prestes a deixar o Governo, já em dezembro, caso o prefeito atendesse seu pedido de exoneração. Disse que colocou o cargo à disposição, sob o argumento de que já teria feito o que lhe competia fazer, já deu sua parcela de contribuição à sociedade. “Está nas mãos do prefeito a decisão”, disse ele. Pelo sim, pelo não, é de se desconfiar se, neste caso, Mendes já não teria recebido um sinal neste sentido do prefeito, e estaria apenas se “auto-blindando”, para que possa “sair por cima”, como foi o caso de Bordalho, e como gosta de passar à opinião pública, o prefeito. Para não evidenciar, ou negar, “crise de gerenciamento no Governo”.

O que os “passarinhos vadios” trazem, no entanto, são outros nomes para a lista que, se de fato se confirmarem, ensejarão, aí sim, grave crise governamental. Porque são figuras que gerem Pastas estratégicas, com mais ou menos desenvoltura, mas de forma bastante visíveis. Falam em mudanças na Educação, Saúde, Finanças e até Jurídico. Por se tratar de uma reestruturação muito grande e de altíssimo impacto, o blog se reserva o direito de não apostar que isso de fato vá acontecer.

Porque, aí sim, não teria o prefeito como negar crise alguma. E os “a pedido” que sempre abrem os decretos de exoneração vão ficar totalmente sem sentido, já que Geninho, então, estaria passando recibo de “fuga” de notáveis. E o resto seria solidão.

Até.