O que pode explicar o número abaixo de 50 mil habitantes encontrado pelo IBGE no Censo que está no final, se explicaria por uma palavra: desconhecimento. Pelas naarrativas que temos ouvido pelas ruas, será necessária uma revisão, se não por inteiro, pelo menos em parcela considerável das planilhas preenchidas pelos recenseadores (as). Aliás, este parece ser o Censo que nunca termina. Os dados com data de hoje, 22 de outubro, apontam 97.32% do trabalho feito.

Mas, indicam que todas as residências, é bom que se frise, já foram recenseadas, pelos números demonstrados pelo órgão. Em Olímpia, foram visitadas 15.758 casas, o que representa índice de 102.77%. Ou seja, os recenseadores visitaram até casas a mais.

Porém, quando disse lá em cima que o problema do resultado aquém para Olímpia pode ser traduzido como desconhecimento, quis dizer desconhecimento sobre o próprio trabalho, de alguns contratados. O que gera preenchimento errado das planilhas e, consequentemente, “furos” no resultado final. Tem gente sem ser recenseada em Olímpia. E, pelo que tudo indica, não são poucas pessoas. Essa possibilidade chegou até a ser aventada, não de forma assertiva, mas indicativa, pelo responsável pelo escritório do órgão em Olímpia.

Principalmente depois que ele ouviu o que foi narrado por um cidadão olimpiense, cuja família de parentes não teve um de seus membros anotado como morador daquela casa, porque simplesmente estuda e mora na cidade onde estuda. Na visita, a recenseadora disse que não podia constá-lo como morador de Olímpia, porque ele tinha que se declarar morador lá na cidade onde está estudando. Quando ouvi esta estória estarreci. Disse ao interlocutor que algo estava errado, porque o mais lógico é ele ser considerado “flutuante” na cidade onde estuda, e morador fixo em Olímpia, já que trata-se de rapaz solteiro, com mãe, pai e todos os irmãos residindo aqui em Olímpia.

Não foi outro o entendimento do diretor do escritório do IBGE em Olímpia. Para ele, a recenseadora errou. Tinha que anotar sim, o nome do jovem. Porque ele é “flutuante” na cidade onde estuda. Bateu em cima do que disse ao amigo antes que ele falasse com o IBGE. Ato contínuo, o diretor do escritório manteve contato telefônico com a família, preencheu os dados que faltavam relativos ao jovem e este passou a “morar” em Olímpia de novo. Assim deve ter ocorrido com muitas outras famílias. Assim pode ter acontecido a redução de nossa população a partir deste Censo.

Faltariam cerca de 700 pessoas ou um pouquinho mais para que cheguemos aos 50 mil habitantes. Um número que pode perfeitamente estar “enterrado” no desconhecimento de quem executou o trabalho. Seriam olimpienses que se “mudaram” de Olímpia somente na planilha do IBGE. Pois tem suas raízes, famílias, amigos e, não raro, até seu grande amor por aqui ainda a esperá-lo (a). Mas, para o recenseador, ele se “mudou”. E mesmo que volte depois de formado, não será um morador da cidade. Ao menos no papel.