Amigos do blog, cumprindo o calendário dos acomodados, venho a este post me reportar aos primeiros 100 dias de Governo Geninho Zuliani. Desnecessário dizer que este prazo de “carência” exigido para todos os iniciantes no cargo de mandatário, seja em que nível for, para mim continua sendo uma rematada bobagem.
Tanto, que aqueles que acompanham este espaço democrático, de livre manifestação de idéias e pensamentos, sabe que ao longo dos últimos meses venho apontando os detalhes de um início de administração temeroso.
Na verdade, um início, um meio e um fim dos “cem dias” temerosos. Foram dias de ira os que passaram. Foram dias de fortes emoções e de aniquilamento da Grande Esperança que se anunciava. Morreu no nascedouro, ao que nos parece.
E não por iniciativa consciente do cidadão que paga seus impostos, vota e elege aquele que, depois, torna-se seu algoz. Foi mais por culpa das decisões imediatistas e impopulares tomadas pelo prefeito, um ato típico dentro do que se convencionou chamar de “maquiavelismo” (homenagem ao bardo Nicolau).
Para ele, as injúrias (nos tempos modernos traduzidas como o “mal”) devem ser feitas todas de uma só vez, para que, durando pouco tempo, marquem menos. Já os benefícios (nos tempos modernos traduzidos como o “bem”) ao povo devem ser proporcionados pouco a pouco, para serem melhor saboreados.
Esta a máxima maquiaveliana usada à exaustão por políticos populistas – aqueles que falseiam suas reais intenções. Assim agiu o prefeito Geninho Zuliani, que não escondeu de ninguém sua crença na fraca memória do povo, que a tudo esquece.
Assim, seguiu ao longo de cem dias impingindo à população reajuste escorchante na taxa de coleta de lixo – 128.57%; reajuste na CIP, a contribuição de iluminação pública em 25%; mais 6.39% sobre o IPTU, e 10% sobre a tarifa de água.
Ou seja, um aumento médio no custo de vida do cidadão olimpiense da ordem de 42.49%. Não é para qualquer um, começar o ano com um “rombo” de quase 50% no orçamento doméstico.
A ira, um dos sete pecados capitais – cujo ser sobrenatural que a rege é Satã – é o que salta da alma até dos mais virtuosos.
Porque a contrapartida (o “bem”) não veio com esta mesma volúpia, com esta mesma urgência (nem pouco a pouco, como reza a cartilha). Ao contrário, acabam-se os primeiros três meses e dez dias de Governo Municipal e fica o vazio absoluto de ações, embora a enxurrada de propostas e intenções.
Mas, de intenções – sejam elas boas, sejam elas más -, o inferno está cheio. Enquanto isso o prefeito tem se comportado feito um zumbi, fugidio, arredio, só encontrável pelos mais chegados, os “luas-pretas”, aqueles que o isolam da realidade, tiram seus pés do chão, pintam as coisas ao seu redor em tons róseos.
Portanto, vencidos os 100 dias deste Governo, é imperioso que o prefeito pare para respirar, meditar, e verdadeiramente passar do discurso à prática. Tirar suas idéias do papel e do pensamento, transformá-las de apenas vontades, em realizações.
Porque é sabido que o cidadão olimpiense não vai ter paciência para mais 100 dias de incertezas.
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