Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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O ‘trevão’ da discórdia

Novo trevo de Olímpia vai receber o nome de ‘Dr. Nilton Roberto Martines’’.

Esta foi a manchete de um release encaminhado pela assessoria de imprensa do ex-deputado federal Geninho Zuliani esta semana. Assim mesmo, grafado com “S”, embora o filho, vice-prefeito, assine seu Martinez com “Z”, e a comunidade olimpiense como um todo sempre conheceu o Martinez médico com “Z”.

Mas, isso é o de menos, quando se desconta que quem cuida destas questões de divulgação do pré-candidato a prefeito não é da cidade e por aqui não conviveu com figura tão impar quanto o médico.

O ponto principal da questão é a própria informação espalhada aos quatro ventos pelo ex-prefeito. E ela dá conta de que a Assembleia Legislativa de São Paulo publicou nesta quinta-feira, dia 4 de abril, o autógrafo 33.748, que trata sobre a aprovação do projeto de Lei 1.464, denominando o novo trevo que está sendo finalizado na entrada de Olímpia, fazendo interligação com a Avenida Benatti, na rodovia Assis Chateaubriand, de “Dr. Nilton Roberto Martines”, assim mesmo, com “S”.

E prossegue o texto: Aprovado pelos deputados, o projeto agora segue para sanção do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nos próximos dias.

Bom, a justificativa, curta e enviesada, vem no final: A homenagem, um pedido pessoal do ex-prefeito e ex-deputado federal Geninho Zuliani, secretário-geral do União Brasil, foi feita em reconhecimento aos préstimos de Martines (assim mesmo, com “S”!) à (assim mesmo, com crase!) Olímpia. Um dos co-autores do projeto foi o deputado Itamar Borges (MDB), que é de Rio Preto (isso mesmo, “que é de Rio Preto”!).

Mas, lá atrás, quando o ex-deputado trouxe a novidade para Olímpia, o atual mandatário estrilou. Porque sua intenção era dar o nome do benemérito Renato Augusto Costa Neves, o Renatinho como era conhecido entre os olimpienses. Pelo simples fato de ele ter sido o doador (isso mesmo, “doador”!) de dois alqueires de terras para que o Clube Termas dos Laranjais pudesse ser “plantado” em solo seguro.

Evitando, também, que logo de cara fosse necessário alto investimento para que isso fosse possível. Analisando a fundo talvez o projeto do empresário Benito Benatti só tenha ganhado força e se tornado realidade a partir do compromisso de doação das terras.

O prefeito Fernando Cunha mostrou-se chocado com o anúncio feito com estardalhaço pelo ex-deputado, lá atrás quando, segundo ele, já havia protocolado junto ao então presidente da ALESP, Carlão Pignatari, um pedido de nominação do “trevão” como “Dr. Renato Augusto Costa Neves”.

A proposta de denominação, inclusive, já havia sido comunicada à família do homenageado, segundo nota divulgada em outubro do ano passado, após a manifestação pública do ex-deputado. O ofício a Pignatari datava de setembro de 2022, portanto no apagar das luzes do mandato legislativo de Geninho que, aliás, àquela altura já corria o mundo como candidato a vice-governador de Rodrigo Garcia.

O prefeito disse que havia reiterado a solicitação no início de outubro do ano passado, durante uma agenda em São Paulo. Era dia 4 de outubro. Porém, no dia 5, ato contínuo, logo pela manhã a imprensa local divulgou que o deputado estadual Itamar Borges, a pedido de Geninho, havia protocolado um projeto de Lei na Assembleia Legislativa, para que o trevo recebesse o nome do dr. Nilton Roberto Martinez.

Em nota, a Prefeitura observava que “apesar de considerar Dr. Nilton digno de homenagens, já que seu nome é atribuído ao Centro Cirúrgico da Santa Casa de Olímpia e há planos para futuras homenagens em grandes obras de saúde, expressa seu desconforto diante da situação criada pelo conflito de informações e da proposição feita sem alinhamento com as indicações previamente estabelecidas e comunicadas pelas autoridades municipais”.

E reforçava dizendo que a prefeitura “continuará comprometida com sua proposta inicial de homenagear Renato Augusto Costa Neves e permanece trabalhando em projetos e obras que beneficiem os cidadãos olimpienses”. Não sabemos a esta altura, o que é possível fazer ou desfazer.

Mas tudo cheira a golpe baixo do ex-deputado, inexplicavelmente apressado na reivindicação de nome para o “trevão”. Nos parece pouco racional de sua parte, uma vez que sem a benevolência de Costa Neves, ouso arriscar dizer que o surgimento do clube que transformou Olímpia teria, pelo menos, uma maior dificuldade para ser implantado. Costa Neves foi um facilitador e peça primordial na engrenagem do pensamento do empresário Benito Benatti.

Faço essa defesa de Costa Neves desinteressadamente, por reconhecer e conhecer os fatos. Quando do início de tudo, diga-se de passagem, Geninho era um garotinho de apenas oito anos ou pouca coisa acima ou abaixo disso. Dez anos depois, quando o clube se consolidou, ele ainda cuidava das suas questões adolescentes.

E os adultos já reconheciam naquilo tudo o futuro da cidade. E quem era quem naquele gigantesco projeto.

E vejam bem, não se quer aqui desmerecer o nome de tão imponente figura que era Dr. Nilton, pois ele é merecedor de tantas quantas homenagens a cidade quiser lhe prestar. Ele mora no coração de cada olimpiense que esteve ou teve algum entequerido em suas mãos cuidadosas. Mas, como dizia a nota da prefeitura, sua estatura estava mais moldada para ser homenageada em um grande empreendimento na área da saúde.

Por exemplo, arriscamos dizer, no anexo da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, obra de alto quilate que está por sair, ou mesmo no ARE, o Postão, após a reforma e readequação pretendidas de suas instalações. No complexo médico da Zona Leste. Com certeza a autoridade política da cidade avaliava com carinho estas possibilidades.

Não sendo assim, tudo não deixa de parecer uma queda-de-braço entre as duas forças políticas ora no embate na cidade. De um lado um ex-prefeito que sim, deu o empurrão para que a cidade abraçasse o turismo e seus investimentos, e do outro o prefeito que ampliou e não mediu esforços para que a cidade tivesse meios e equipamentos para suportar a avalanche turística que se anunciava. É tipo, um terraplanou e o outro plantou, com sucesso.

Portanto, não se trata de diminuir em nada a figura de Martinez (que vou grafar com “Z”!), que mudou-se para Olímpia na década de 70, quando a cidade ainda patinava em suas monoculturas e parecia não ter um caminho econômico e de desenvolvimento promissor.

Ele acreditou na cidade. E para cá veio com a família para atuar pela medicina. A Santa Casa de Misericórdia foi o seu xodó, e dela cuidava com alma e coração, pela qual brigava por seu bem estar material e financeiro, sempre.

Além da medicina, Martinez atuou também na vida pública da cidade, tendo sido vice-prefeito e por duas vezes o vereador mais votado de Olímpia (1989 a 1992 e 1993 a 1996). E um adendo: sempre convidado a ser prefeito de Olímpia, nunca aceitou. Priorizava a medicina, mas não se furtava em ajudar os companheiros políticos, por exemplo, sendo vereador ou vice-prefeito.

“O dr. Nilton, por várias décadas cuidou da população de Olímpia, sempre foi muito atencioso, é uma homenagem justa”. Assim Geninho fechou o material de divulgação.

Já o prefeito deu o seguinte desfecho à sua manifestação: “Apesar de considerar Dr. Nilton digno de homenagens, já que seu nome é atribuído ao Centro Cirúrgico da Santa Casa de Olímpia e há planos para futuras homenagens em grandes obras de saúde, continuaremos comprometidos com a proposta inicial de homenagear Renato Augusto Costa Neves”.

E assim declaramos aberta a temporada eleitoral de 2024 na Estância Turística de Olímpia.

Olímpia seria ‘prêmio de consolação’ para Geninho? Cunha acha que sim

O prefeito Fernando Augusto Cunha não economizou farpas ao analisar o quadro eleitoral que se anuncia, mirando mais claramente, sem dúvidas, no seu oponente mais forte, Geninho Zuliani. E foi contundente. Disse, entre outras coisas, que o ex-deputado federal e ex-prefeito da Estância por dois mandatos, “não tem prestígio, não arrumou nada (em nível estadual)” e só lhe teria sobrado Olímpia. Ou seja, teria vindo buscar o seu “prêmio de consolação”, é o que dá a entender o alcaide.

Fazendo um retrospecto das andanças de Geninho, facilmente chegamos à especulação de Cunha, uma vez que até se insinuar candidato a prefeito de São José do Rio Preto Geninho teve a audácia. Tanto, que mudara seu domicílio eleitoral para aquela cidade, tão logo se elegeu deputado federal. E sempre procurou manter isso na surdina.

Depois de fazer a bobagem de abdicar da candidatura à reeleição à Câmara Federal (opinião do blog), acreditando na aventura Rodrigo Garcia, que ao final negligenciou a campanha se fiando eleito antes de estar eleito, Geninho ficou sem nada, politicamente falando.

De imediato perdeu prestígio e espaço em Rio Preto, perdeu prestígio e espaço no Estado, quando esperava a vitória de Garcia e uma secretaria de bônus, e veio então, aos poucos, se achegando à Estância, como todo mundo sabe. E já comete outro erro: o de alardear por aí que já está eleito, como a turma de Garcia fazia, antes mesmo do candidato decolar.

A propósito, Geninho está bem, mas não está eleito. Ele tem uma campanha pela frente, um adversário com campo para crescer, e seu natural desgaste a enfrentar. Ignorar tudo isso quando ainda nem foi deflagrada a disputa propriamente dita, é mergulhar na presunção de que é melhor do que o atual prefeito, mentor do seu oponente.

“Não ‘arrumei’ nada, então quero ser prefeito de Olímpia”, resumiu o prefeito em entrevista à Rádio Espaço Livre na quarta-feira passada, referindo-se a Geninho.

Sobre ter decidido pela candidatura a prefeito de Luiz Alberto Zaccarelli, provedor da Santa Casa, Cunha observou que tem “obrigação de ter um candidato”, porque “apoiar o Geninho até acomodaria, mas assim não apresento uma alternativa para a população, e grande parte da população não gostaria que eu fizesse isso”.

“Tenho obrigação de apresentar um nome que represente uma forma de trabalhar, que é aquilo que eu fiz em sete anos”, observa o chefe de turno. Ele diz que os “canais” em Brasília e São Paulo “vão estar ‘arejado'” para seu candidato uma vez eleito, quando então ele poderá “conseguir as coisas como eu consegui, por isso tenho obrigação de apresentar um nome”.

Para o prefeito seria “uma covardia perante a população” não ter um nome viável. Ele demonstrou ainda preocupação com os vereadores que ao longo do tempo estiveram ao seu lado. “Aqueles vereadores que trabalharam comigo, não vou deixá-los na mão”.

Depois, observou: “Espero que compreendam, não quero simplesmente derrotar o Geninho, o Tarcísio, é que me sinto na obrigação de apresentar um nome, exatamente para trabalhar diferente de Geninho e de Tarcísio. Por isso que estou apresentando o Luiz Zaccarelli”. Ao mesmo tempo, Cunha taxa Geninho como “profissional da política”.

“Agora que começa o jogo político, a gente vê que tem muito profissional da política nele. Nós estamos ainda organizando a campanha e é a população que vai avaliar o que é melhor para a cidade”.

Ainda sobre os vereadores, reforçou que “até 5 de abril vamos saber quem são os vereadores que ficaram comigo nestes sete anos e são coerentes, que têm a postura honesta e correta que tive com a população. Porque ficar sete anos ‘grudado’ e depois desembarcar porque quer levar vantagem, nós vamos saber quem são eles, quem estava com o prefeito só para se beneficiar, pessoas de pouca confiança”, avalia.

E complementa: “Este (vereador) que trai uma administração de sete anos, pode trair qualquer um. E pode enganar o eleitor também. No dia 6 de outubro vamos saber quem é sério e quem tem coerência. (Luiz Zaccarelli) que eu espero que ganhe, seria o melhor para Olímpia”.

Ele reconhece que os vereadores que estiveram ao seu lado, o ajudaram a construir uma nova Olímpia. “Não fui eu sozinho quem fiz, todo mundo ajudou, e eu espero que continuem filiados, mantendo a coerência, e não montando em outra canoa por algum tipo de vantagem”.

Cunha diz confiar no julgamento da população de Olímpia, assim que conhecer as ideias de Zaccarelli e de quem está com ele. “Temos R$ 500 milhões para serem investidos nos próximos cinco anos. Na mão de quem vou colocar? São R$ 300 milhões da prefeitura e R$ 200 milhões você tem que buscar fora. E eu vou estar do lado dele, ajudando, como fui buscar o aeroporto”, reforçou.

“Tenho acesso (aos órgãos governamentais superiores), ao contrário de outros que estão aí, um que não tem mandato. Aquele que disse que ia ser secretário, ia ser ministro, e não arrumou nada, e agora diz ‘vou ser prefeito de Olímpia'”.

“O aeroporto ficou aí parado, só saiu comigo, foram quatro anos de pouco aproveitamento (de Geninho enquanto deputado federal), e agora que está sem mandato vem para cá mas, se tivesse prestígio, não viria ser prefeito de Olímpia”, atacou.

“Cuidado com as espertezas”, alfinetou, para finalizar, quanto a Geninho: “Preciso de um mandato, não consegui nada, vou ser prefeito de Olímpia. É o que está acontecendo, não tenho nada que fazer, vou ser candidato em Olímpia”, debochou.

Déficit da Santa Casa cresceu quase 10 vezes desde 2019

A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia divulgou no final do mês passado, seu balanço anual de 2021, no qual aponta um déficit do exercício da ordem de R$ 2.300.059, montante 25% acima daquele registrado em 2020, que foi de R$ 1.839.626, que por sua vez ficara mais de 7,5 vezes acima do déficit de 2019, que foi de R$ 243.648. Agora, a comparação entre 2021 e 2019 eleva a distância do déficit para quase 10 vezes mais.

A entidade divulgou simultaneamente os balanços do ano passado e de 2020, de forma a possibilitar comparações, e saber, por exemplo, que as receitas brutas de serviços em 2021 foram de R$ 8.506.070, enquanto as de 2020 foram de R$ 8.137,119, diferença de R$ 368.951 a maior no ano passado.

Estas receitas são formadas com recursos oriundos de pacientes SUS, de convênios e particulares. As duas maiores são de pacientes SUS, que no ano passado ficaram em R$ 3.525.293 e convênios, que resultaram em 2021 num total de R$ 4.455.835, e em receitas de pacientes particulares, alcançando R$ 524,942.

Ao final, deduzidas as glosas de convênios, respectivamente R$ 232.111 e R$ 123.480, as receitas liquidas dos dois anos passados ficam em R$ 8.273.959 e R$ 8.013.638. Diferença de 3.2% a mais de receita em 2021.

Porém, quando analisados os custos dos serviços prestados, os valores sobem vertiginosamente. Por exemplo, em 2021, eles foram de R$ 38.814,525, e em 2020, de R$ 27.745,438.

No final, 2021 teve déficit operacional bruto de R$ 30.540,566, enquanto em 2020, este foi de R$ 19.731,799. Lembrando que falando de 2020, já estamos falando do ano em que a pandemia chegou em Olímpia para ficar.

Como é praxe em sua história, o que supriu o caixa da entidade ao longo dos dois anos passados, foram as subvenções Estadual, Municipal e Federal, destaque para os dois últimos níveis, que despenderam em 2021, respectivamente, R$ 6.902,649 e R$ 15.025,380, contra R$ 7.077,727 e R$ 7.065,634 em 2020.

Interessante notar que os donativos de populares, entidades e afins, nos dois anos balançados superaram os repasses do Estado para o hospital. Enquanto a sociedade contribuiu com R$ R$ 2.520,393 em 2021 e com R$ 1.263,472 em 2020, o Estado repassou, nesta mesma ordem, R$ 1.133,421 e R$ 699,255.

Assim, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia recebeu no total, misturando donativos e repasses estaduais, em 2020, R$ 16.106.088 e em 2021, R$ 25.781,841.

É plausível que consideremos estes valores à luz da pandemia de coronavírus, que atolou o hospital em gastos, mas temos que reconhecer, também, que os repasses municipais e federais neste período também cresceram vertiginosamente, conforme viram acima.

Agora, com a situação pandêmica se arrefecendo e o hospital praticamente sem internação pela doença, vem a fase da reestruturação financeira, vem a rotina comum a todos os dias.

Mas que uma luz amarela se acende quando há uma progressão deficitária igual a que estamos observando agora, se acende. É melhor ficarmos atentos.

Não nos esqueçamos de que a provedoria anterior caiu por muito menos. Aliás, caiu num momento em que o hospital não apresentava déficit de caixa, muito pelo contrário…

Santa Casa: pandemia a fez mergulhar fundo no déficit

Hospital teve prejuízo superior a R$ 1,8 milhão em 2020, resultado 7,5 vezes maior do que em 2019, ano em que também fechou no negativo

A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia divulgou esta semana seu balanço anual de 2020, no qual aponta um déficit do exercício da ordem de R$ 1.839.626, montante que fica mais de 7,5 vezes acima do déficit de 2019, que foi de R$ 243.648.

A entidade divulgou simultaneamente os balanços do ano passado e de 2019, de forma a possibilitar comparações, e saber, por exemplo, que as receitas brutas de serviços em 2020 foram de R$ 8.137.119, enquanto a de 2019 foram de R$ 8.514.497.

Estas receitas são formadas com recursos oriundos de pacientes SUS, de convênios e particulares. As duas maiores são de pacientes SUS, na ordem superior a R$ 4 milhões em ambos os anos, seguidas dos convênios, superando os R$ 3,5 milhões nos dois anos.

A renda com pacientes particulares não devem ser desprezadas, embora em 2020 o montante tenha sido menor, de R$ 428.200, em relação a 2019, que foi de R$ 659.089.

Ao final, deduzidas as glosas de convênios, respectivamente R$ 123.480 e R$ 124.461, as receitas liquidas dos dois anos passados ficam em R$ 8.013.638 e R$ 8.390.037. Diferença de 4.7% a mais de receita em 2019.

Porém, quando analisados os custos dos serviços prestados, os valores sobem vertiginosamente. Por exemplo, em 2020, eles foram de R$ 27.745.438, e em 2019, de R$ 20.824.751.

No final, 2020 teve déficit operacional bruto de R$ 19.731.799, enquanto em 2019, este foi de R$ 12.434.714.Lembrando que falando de 2020, já estamos falando do ano em que a pandemia chegou em Olímpia para ficar.

Como é praxe em sua história, o que supriu o caixa da entidade ao longo dos dois anos passados, foram as subvenções Estadual, Municipal e Federal, destaque para os dois últimos níveis, que despenderam praticamente os mesmos valores, R$ 7.077.727 e R$ 7.065.634 respectivamente em 2020 e R$ 4.923.914 e R$ 3.596.175 em 2019.

Interessante notar que os donativos de populares, entidades e afins, nos dois anos balançados superaram os repasses do Estado para o hospital. Enquanto a sociedade contribuiu com R$ 1.263.472 em 2020 e com R$ 1.076.892 em 2019, o Estado repassou, nesta mesma ordem, R$ 699.255 e R$ 713.304.

Assim, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia recebeu no total, neste âmbito, R$ 16.106.088 ano passado, e R$ 10.310.284 em 2019.

Que deduzidas as despesas (receitas) operacionais, de mais de R$ 1,786 milhão e R$ 1,880 milhão, e os déficits operacionais brutos, resultam nos valores negativos já citados, repetindo, prejuízo que em 2020 foi 7,5 vezes maior em relação a 2019.

Nossos mortos são também vítimas de atitudes políticas

Quase 240 mortos na Capital Nacional do Folclore, Estância Turística de Olímpia. Acredita-se que até o início da semana tenhamos ultrapassado este número. Sendo que em maior parte, são mortes improváveis registradas nestes cinco meses e 19 dias de 2021.

Descontem 78 mortes registradas no ano passado inteiro e terão o quanto de famílias perderam pelo menos um ente-querido neste fatídico 20º ano do século 21 em Olímpia.

Outro dado é que no geral, em torno de 15.8% da população olimpiense já teve a doença (8.706 até sexta-feira) e atualmente 201 estão doentes, dos quais 44 internados. E, pior, 21 em UTIs.

Na Santa Casa de Misericórdia, eram 15 em UTIs até esta sexta-feira, 18, e outros 17 na enfermaria. Isso significa dizer que o hospital está com 100% de ocupação em UTI e 85% de seus leitos de enfermaria também com doentes de covid.

Fora aqueles na “fila” aguardando vaga para internação aqui ou alhures, na UPA, conforme se tem notícias.

A vacinação segue em ritmo lentíssimo. Temos cerca de 51% dos olimpienses com pelo menos uma dose de imunizante, o que não garante segurança 100%.

Haja vista que apenas pouco mais de 14% estão duplamente vacinados. Ou seja, pouco menos de 20 mil estão com primeira dose, e pouco menos de nove mil estão com as duas doses ministradas. Soma geral, 28.159 vacinados até sexta-feira.

Acredito até que nem seja novidade tudo o que está acima. Haja avidez nos cidadãos para conhecer os números de covid na cidade, para criticar a falta de leitos de UTI, da demora na UPA para atendimentos e internações.

Mas haja também, e aí está o cerne da questão, falta da mesma avidez para vigiar seus próprios movimentos, seus comportamentos frente a esta situação de “guerra” em que estamos mergulhados.

Para muitos dos olimpiense, a vida segue sem percalços, sem tragédias de mortes seguidas de mortes, sem perdas de familiares, sem que nada tivesse acontecendo.

E ainda fazendo pouco das orientações, dos pedidos de cuidados preventivos e tomem-lhes aglomerações, não uso de máscaras, descuidos com as mãos, principal vetor do malfadado vírus.

Quase 500 mil mortos no país até às últimas horas. Se este não for o saldo de sangrenta guerra não se sabe o que é. É mais que toda a população de São José do Rio Preto, por exemplo, morta vítima de um mal invisível.

Para se ter uma ideia de seu minúsculo tamanho e sua eficácia na destruição do organismo humano, certa vez um especialista fez a seguinte analogia:

“Imaginem um caminhão destes modernos, que são enormes. Ele representa o tamanho da célula a ser atacada pelo coronavírus. E o vírus, em relação a esta célula, seria um dos parafusos da roda deste caminhão”.

Poderoso, não é? Demais, para tanta gente ignorá-lo. E, assim, seguimos contando nossos mortos, tentando mitigar nossas dores. Pois cada morte, até dos desconhecidos, distantes, faz doer o coração.

Pois sabemos serem mortes improváveis. Mortes daqueles que, com todas as suas comorbidades eventuais -sempre usadas como esteio de conformidade e justificativas-, estariam entre nós, no seio de suas famílias, nos braços das pessoas amadas.

Algumas autoridades precisam parar de “passar pano” na situação, querendo impor a imagem de uma tranquilidade que, absolutamente, existe. Por favor, só façam isso.

Nossos mortos são também vítimas de certas atitudes políticas travestidas de preocupações e cuidados. Com toda certeza do mundo.

Ação do poder público pode (e deve) ir além dos decretos

Quase 9% da população olimpiense já foi acometida pela Covid-19 desde abril do ano passado, quando foi registrado o primeiro caso da doença por aqui. Este número está contado até a sexta-feira da semana passada, quando foi expedido o último boletim pela Saúde da Estância. De abril para cá, 111 olimpienses morreram.

A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, por sua vez informa que até ontem, primeiro de março, na UTI haviam 13 pacientes, todos positivos para covid-19.

O hospital olimpiense possui 15 leitos de UTI, cinco dos quais conseguidos junto ao governo do Estado na semana retrasada, para que Olímpia não sucumbisse a um lockdown, ao invés da fase vermelha na qual estamos, flexibilizada ao máximo pelo Executivo Municipal.

Mas, lembremo-nos que ter 13 dos 15 leitos ocupados, representa quase 87% dos leitos ocupados. Ou seja, estamos na mesma situação de antes de termos os 15 leitos.

Assim, até quando a cidade vai suportar esta situação? O povo se contaminando como se não houvesse amanhã? E a cidade tendo que correr atrás de leitos para acomodá-los?

Queremos crer que a obrigação do poder público não se esgota na providência de acomodações para os doentes mas, sim, e principalmente, na atuação estratégica e acima de tudo enérgica, para estancar a disseminação do vírus, para evitar que tantos adoeçam.

O Poder Público não pode simplesmente cruzar os braços por dotar a cidade de mecanismos de acolhimento de doentes, pois estrá lidando apenas com os efeitos colaterais de uma situação de ampla irresponsabilidade popular, resultante de sua própria inércia no tocante à obrigação de fazer e agir.

Não há decretação oficial de um estado de emergência municipal, mas vivemos em um estado de emergência na prática, o que demanda medidas extraordinárias em nível local.

Mas, o que a população temerosa recebe do ente público é o silêncio, a inércia, a falta de estratégia para combater os que não têm consciência de que não se trata apenas deles, mas do outro, pois a Covid não é uma doença individual, ela é coletiva. Se um não se cuida, não está cuidando de vários.

Então, cadê por exemplo um mapeamento das regiões da cidade onde a incidência seja maior, onde e por que razões determinadas regiões têm mais doentes registrados; cadê planos de ações para conter os irracionais das baladas, festas em casas de temporadas, sítios, e até debaixo dos narizes dos invisíveis fiscais em aglomerações em praças, ruas e avenidas?

Cadê o braço forte do poder público, que em situações emergenciais como essas pode lançar mão de medidas extremas, claro, dentro de legalidades constitucionais?

Não se ouve a palavra das autoridades locais. Não se vê comunicação de espécie alguma, alertas, avisos e até ameaças -por que não?, já que a linguagem dos lúcidos de nada está valendo.

Vimos de saber da exoneração do secretário municipal de Saúde que há três anos praticamente ocupava a pasta e que, a bem da verdade, havia desaparecido nestes tempos de pandemia.

Não fez uso de sua autoridade sanitária em nenhum momento. E se o fez, foi em nível de bastidores, o que resultou em nada.

Mas, nem por isso vamos concluir que sua exoneração tenha a ver com sua possível falta de disposição para a luta. Porque esta mesma falta, ao que parece, também acometeria o poder central da cidade.

Que se quedou silente, escorando-se apenas nos decretos disso e daquilo, sem coragem de chamar a população à razão, com base em sua autoridade administrativa outorgada pelo mesmo povo que ora o tripudia.

Momento delicado para se defenestrar um auxiliar de primeiro escalão exatamente numa pasta de valor absoluto dentro da situação que atravessamos. A falta deve ter sido muito grave. A saber no passar das horas.

O que se pergunta agora é: a substituta do secretário posto fora, está à altura do cargo que ora assume? Tem estratégias pré-definidas para tratar a situação de caos iminente para a qual caminhamos?

Ou tudo emana do chefe de turno, que sabemos bem, é centralista ao máximo e pode querer ter nas mãos as rédeas deste comboio já quase destrambelhado.

Se exonerou o secretário por causa disso, ou seja, para poder assumir uma missão à qual ele não estava dando conta e um novo nome para a pasta é só um detalhe, então teremos boas novidades no porvir.

Porém, se cortou a cabeça de Pagliuco por este querer agir em desconformidade de suas vontades e visão de mundo pandêmico, aí então teremos sérios problemas.

Porque se assim o for, a letargia só se aprofundará, eis que a nova detentora da pasta não nos parece alguém com autoridade a implementar medidas que contrariem as vontades do dirigente-mor.

Por estes dados e passados, tudo o mais que advier deste catastrófico momento, poderá ser então imputado ao chefe de turno olimpiense. Sem medo de errar.

Se, ao contrário, medidas saneadoras com bons resultados advierem, isso também será imputado ao chefe de turno.

Resta saber em qual das situações ele preferirá transitar.

Incidência da Covid-19 pede uma estratégia urgentíssima!

No início da tarde de ontem Olímpia foi sacudida por mais um retrocesso na linha de classificação da incidência da Covid-19.

Caímos do laranja para o vermelho, devido às condições hospitalares da região de Saúde de Barretos, que abrange a Estância Turística.

Barretos está com 82,2% dos seus leitos de UTI ocupados. Olímpia, há dias vem com sua capacidade esgotada em 100%. Há rodízios por vaga na Unidade de Tratamento Intensivo, e infelizmente os substituídos são os mortos.

Agora, o prefeito Fernando Augusto Cunha vem de anunciar a instalação na Santa Casa, de mais cinco leitos de UTI, para buscar junto ao Estado a volta para o faseamento amarelo, onde estávamos, e assim evitar o fechamento da cidade novamente, por tempo indeterminado.

Porém, qual a real capacidade do Executivo Municipal, juntando forças com o deputado federal Geninho Zuliani (DEM), em conseguir aumentar leitos cada vez que a situação recrudesce na cidade, cada vez que regredimos no faseamento? E até quando isso será possível?

Sendo assim, não se está buscando solução paliativa (embora saibamos das dificuldades inerentes a se conseguir leitos de UTI para hospitais, fora outras coisas, a necessidade de influência política) para uma situação que a cada dia vai se tornando mais grave?

E num momento em que estamos todos sob a iminência da chegada -se é que já não chegou, das novas cepas do vírus que está arrasando com a vizinha Araraquara?

Para muito além da capacidade – esgotável – de se conseguir leitos quando a situação aperta, é preciso urgentemente um plano efetivo de combate à incidência da doença na cidade, que cresce desesperadamente neste início de ano.

Contando desde o ano passado, já são 105 óbitos. Atualmente, 34 olimpienses estão internados em hospitais de Olímpia e região (14 em UTI e 20 em Enfermaria). É recorde absoluto de internados, desde o início da pandemia.

Lembrando que a Santa Casa possui apenas 10 leitos de UTI. Tivéssemos os 15, eles já estariam lotados também ontem.

No mês de janeiro Olímpia contabilizou 828 casos de covid-19. Isso deu uma média de 27.6 casos por dia. No mês passado morreram 18 pessoas, sete homens e 11 mulheres.

Fevereiro segue até agora este ritmo frenético de contaminação, já que em 19 dias, contados até ontem, já são mais de 400 os infectados. Nove já morreram só este mês.

Estes números indicam que apenas correr atrás de UTIs a cada mudança de fase, é louvável, mas não é a única e melhor maneira de se lidar com o caos visível que se avoluma.

É preciso uma estratégia já!

É preciso que o Executivo comece a “pensar” a incidência da doença: Como ela se processa de fato, onde estão os maiores núcleos de espalhamento do vírus, como conter os desobedientes, enfim, como frear o vírus, mantê-lo em um nível seguro, para que ninguém tenha mais que ser sacrificado?

Verdade seja dita, a Saúde local manteve-se inerte ao longo destes dias passados, como que assistindo de camarote a coisa ficar neste estado deplorável.

É preciso que o governo municipal lance mão de alternativas de ação para proteger os olimpienses. É preciso que medidas duras e até radicais, num certo sentido, sejam tomadas, contra os irresponsáveis. É preciso mais rigidez nas “fronteiras” e acessos principais da cidade. É preciso ação efetiva.

É preciso evitar que os cidadãos conscientes paguem pela horda bárbara que acha que a doença é uma “gripezinha”, que segue em festas, baladas, raves, aglomerações domésticas, em ranchos, etc., como se nada tivesse acontecendo.

Enfim, é preciso pensar em nível local a pandemia. E o que fazer contra sua incidência nefasta.

Há méritos em se conseguir atrair para a Santa Casa cinco novas UTIs? Indiscutivelmente, sim. Mas, enquanto isso, quantos novos infectados surgiram? Em quanto a necessidade de leitos aumentou nas últimas horas?

Estes leitos, promete o prefeito, entrarão em atividade na segunda-feira, dia 22. Mas, e se até lá já forem ocupados por novos doentes?

“Ok.”, alguém dirá, “é pelo número de leitos de UTI que o governo do estado classifica as cidades”. Mas, de que adiantará irmos para a amarela ou mesmo laranja, se a cada dia perdemos um pouco mais para a doença?

Assim, roga-se aos dirigentes em saúde e aos operadores políticos da cidade, Câmara Municipal incluída, que se debrucem sobre um plano urgente para conter a disseminação do vírus em nível local. É possível.

Pois diante de tamanha gravidade, conseguir-se leitos de UTIs a cada regressão no faseamento, chegará em um momento, a ser um paliativo apenas.

Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão

Bastante controversa esta necessidade de adotar medidas drásticas visando conter a pandemia de coronavírus em Olímpia, como de resto em todo Estado.

Nos Facebook’s dos locais pululam as opiniões diversas, a favor e contra, por exemplo, o fechamento do comércio. Pululam as expressões de desconsolo quando ouvem dizer que os clubes fecharão suas portas por tempo indeterminado.

Mães lamentam o adiamento por tempo indeterminado da volta às aulas presenciais. Donos de restaurantes, lanchonetes e bares se queixam.

A juventude e até os mais velhinhos reclamam o tolhimento parcial de suas liberdades de irem e virem a qualquer tempo, a qualquer lugar.

Ou seja, há muito mais reclamações que reconhecimento da parcela de culpa que cada um de nós tem sobre a situação.

Pior ainda, é a falta de entendimento quanto à situação em que a Estância Turística está mergulhada, uma vez que não há mais dúvidas de que estamos mergulhados numa segunda onda de Covid-19.

Vivemos momento extremamente crítico em relação à incidência da doença, pois até ontem, dia 22 de janeiro, já tinham sido confirmados 632 casos da doença, sendo 27 novos infectados no dia de ontem.

Isso faz de janeiro de 2021, o segundo mês em registros de doentes durante toda a pandemia, já que agora só agosto de 2020 tem registro de maior número de doentes que janeiro.

O índice per capta de infestação, aliás, está em 28.3 pessoas infectadas por dia na Estância. Agosto, em 30 dias, com seus 1.183 casos, bateu na média diária de 39.4 infectados.

Nessa toada, no final de janeiro chegaremos bem perto deste número, que é representativo do pico da pandemia em Olímpia, quando tudo estava fechado, como agora estará.

E não é só isso. A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia está com seus leitos de UTI esgotados, com 10 pacientes, todos positivos para Covid-19, sendo oito de Olímpia, um de Cajobi e um de Altair.

Além disso, há nos leitos de Enfermaria, três pacientes, dois positivos para covid, um de Olímpia e um de Severínia, mais um com suspeita, de Olímpia.

Não há como ser condescendente com a parcela que reclama. Da mesma forma que não há como condená-la por reclamar. Estamos vivendo uma situação típica do provérbio “em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”.

Somos fantoches dos poderes constituídos nesta situação de pandemia, sofremos medidas de exceção, mas importante frisar que não há lógica em querermos viver normalmente, numa situação que não é normal.

Atos radicais e palavras de protesto contra tal e qual medida são aceitáveis dentro de uma democracia, mas não são plausíveis dentro de uma estrutura anômala. A ordem natural das coisas está naturalmente anormal.

Este mês de janeiro já tivemos oito mortos em decorrência da COVID-19. No ano passado, 79 olimpienses deixaram forçadamente o convívio de seus entes-queridos, e estes foram privados do convívio das pessoas amadas.

E não há como atribuir tal ocorrência a “obra” ou “desejo” de Deus. Cada um de nós tem um pouco de responsabilidade sobre ela. e este “nós” recebam na forma de gênero, não na comportamental.

Porque aí há que se fazer distinções, pois nem todo mundo, felizmente, tem ignorado os perigos que representam atitudes de menosprezo à ação do vírus, menosprezo às normativas das autoridades médicas e sanitárias, sobretudo, menosprezo pela própria vida e, pior, à vida alheia.

PS: A partir da segunda-feira, 25, a prática de comércio considerado não essencial como lojas, restaurantes, bares, lanchonetes, entre outros, estão permitidos somente serviço de entrega (Delivery) ou sistema Drive-Thru (retirada).

Ainda de acordo com o decreto municipal, as demais atividades não mencionadas terão o funcionamento suspenso, como é o caso de academias, salões de beleza, parques, estabelecimentos de eventos culturais, entre outros.

Os meios de hospedagem do município poderão operar com ocupação de 50%, sendo que as atividades internas de lazer e alimentação devem seguir as regras de seus respectivos setores.

Vale ressaltar ainda que continuam proibidos o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, a realização de festas e atividades que gerem aglomeração, além do aluguel de imóveis para eventos festivos.

Porém, não está proibida a realização de atividades religiosas. As igrejas podem funcionar seguindo as regras de cada fase, com horário reduzido, protocolos sanitários padrões, uso obrigatório de máscaras, distanciamento social mínimo de 1,5 metro, e limite máximo da ocupação de assentos para evitar aglomerações.

O mesmo decreto municipal traz ainda que o retorno às aulas presenciais nas escolas particulares e públicas fica suspenso por prazo indeterminado, até nova reavaliação, permitindo apenas as atividades virtuais/remotas.

O CALVÁRIO DE NIQUINHA E A ‘CONVERSÃO À POBREZA’ DO PREFEITO ESTANCIEIRO

A política primária e selvagem que tem se praticado em Olímpia nos últimos tempos, só nos leva a concluir uma coisa: estão tratando o olimpiense como um cidadão de segunda classe, um sub-cidadão até, talvez. Há uma sintonia muito fina entre o deboche e a falta total de decoro dos nossos homens públicos.

Por exemplo, é inadmissível o que se viu na manhã de ontem na Câmara de Vereadores, em cuja sessão para a eleição de um vice-presidente e de um primeiro secretário, imperou a falta de respeito mútuo, a agressividade, a total falta de ética legislativa e, acima de tudo, o desrespeito básico aos preceitos democráticos.

Porque, entre outros fatores, foi uma eleição de cartas marcadas, onde os nomes já vieram “carimbados” pelo Executivo -isso mesmo, pelo Executivo!-, para que a Mesa pudesse ser formada, uma vez que o estado tirano implantado pelo presidente Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante), naquela Casa de Leis, o tornou um ditador enclausurado em si mesmo.

Vergonhoso até mesmo escrever tal coisa, mas foi preciso que houvesse a interveniência do Chefe do Executivo, para que o presidente formasse sua Mesa, sem a qual não poderia dar início aos trabalhos legislativos do dia 3 de fevereiro.

Isso, não considerando outras questões de ordem legal e jurídica, uma vez que Niquinha está, como se diz, “metido em camisa-de-onze-varas” (e não é uma analogia, se é que me entendem).

No mais, é extremamente constrangedor que um presidente de Legislativo precise recorrer sempre ao Executivo, quando tem problemas de ordem interna para resolver.

Porque isso denota fraqueza, subserviência, em suma, dependência extrema de um poder que seria, no máximo, harmônico à Casa de Leis, uma vez que, reza a Constituição, ambos têm que ser independentes entre si.

Ao que consta, esta é a terceira vez que o poderoso de turno faz ingerências na Mesa da Câmara, sendo a anterior em relação à eleição do próprio atual presidente, que por qual seja lá a lógica, foi eleito por arranjos destes que ora o hostilizam. Acreditem: a política também tem lá suas antinomias.

“AGORA GOSTO DE POBRES”

Quem, de alguma forma acompanhou a cerimônia de inauguração dos novos leitos da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, na tarde de ontem, não pode de forma alguma, dissociar o que estava acontecendo ali, de um convescote político-eleitoral. Com direito até a declarações de amor aos pobres.

Para um público composto de uma minoria de vereadores olimpienses, funcionários da Santa Casa e da própria prefeitura, entre eles apenas dois secretários foram vislumbrados, o prefeito da Estância fez um discurso autoindulgente e até mesmo eivado de comiseração por aqueles que se sentem preteridos pelo seu governo, que no inconsciente social é voltado “aos ricos” ou “aos turistas”.

Por duas ou três vezes o ocupante da cadeira principal do palácio da Praça Rui Barbosa usou a palavra “pobre”, ou a frase “eu gosto de pobre”, acusando aí uma carapuça que lhe serviu à medida e agora o incomoda muito, já que vivemos tempos pré-eleitorais.

Olímpia não é para principiantes.

SANTA CASA: BALANÇO RUIM NEM TÃO RUIM?

Um patrimônio líquido negativo de R$ 3.570,023 que uma auditoria independente apurou recentemente na Santa Casa de Misericórdia de Olímpia é um bom ou um mal resultado?

O blog arrisca dizer, salvo melhor juízo, que em vista dos números de passado recente, o ruim acaba sendo bom. Isso, se levarmos em conta que em meados de 2017, quando a nova provedora assumiu os destinos do hospital, a dívida apurada ficaria na casa dos R$ 9,8 milhões, a até R$ 12,8 milhões.

No começo deste ano, após uma homérica e escancarada briga entre o prefeito Fernando Cunha (Sem partido) e Luzia Cristina Contim, ela tornou público um balanço onde dava conta de um superávit, ao final de 2018, da ordem de R$ 258.163, que dizia ter sido apurado por uma “auditoria independente”.

Assim que ela deixou a provedoria, Cunha contratou outra empresa de auditoria, sabe-se agora, a Azevedo Auditoria e Soluções Empresariais, da capital paulista, que refez toda a contabilidade executada pela então provedora, e apontou outros números, estes negativos, “derrubando” o superávit de R$ 258.163, e apontando que, na verdade, o hospital havia registrado patrimônio líquido negativo de R$ 3.570,023.

Considerando, então, os números aventados em meados de 2017, pode-se dizer que a dívida da Santa Casa acabou reduzida em torno de 174,5% a 258,5%?

Porque no mais, tirante esta ressalva quanto ao resultado final, no caso de Contim apurado por critérios contábeis diferentes dos usados agora, a auditoria independente não mostrou muito mais números conflitantes dos que foram mostrados no balanço já divulgado pela ex-provedora no site da Santa Casa.

Ou seja, e de novo salvo melhor juízo, o resultado ruim não seria tão ruim assim?

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