Circulou na cidade esta semana mais uma informação do tipo surpresa inesperada pela opinião pública, que apostava numa mudança de cadeiras, mas envolvendo outros nomes e outro setor da Administração Pública. No caso, a Assistência Social, que não rolou.

Assim, sem mais nem menos, de repente o prefeito Fernando Augusto Cunha decide provocar mais uma mudança em seu secretariado e, mais uma vez, provavelmente mudar também, por conta disso, uma cadeira na Câmara, pela quarta vez nesta gestão.

Na quarta-feira passada, dia 13, por meio das portarias 8.407 e 8.408, publicadas no Diário Oficial Eletrônico, respectivamente foi exonerado do cargo o secretário de Zeladoria e Meio Ambiente* e nomeado em seu lugar, interinamente, o atual secretário de Obras, Engenharia e Infra-Estrutura, Leandro Pierin Gallina.

Até quando vai esta interinidade ainda é uma incógnita. Mas, há quem acredite que não durará muitos dias. E há quem garanta que esta mudança deverá provocar mais uma troca de titular em cadeira na Câmara de Vereadores.

Em que pese a nota oficial da prefeitura, dando conta da exoneração do então Secretário Municipal, de que a decisão tenha se dado “por motivos internos da Administração, levando em conta o aumento de demandas relacionadas às atribuições da pasta, que exigem outro perfil de comando neste momento”, tudo leva a crer ter sido uma decisão de foro político do senhor prefeito.

E considerando ainda que a prefeitura o dispensa reconhecendo sua “aptidão administrativa”, e até mesmo considerando o fato de que, não sendo funcionário de carreira, foi mantido nos quadros do município, como Assessor Executivo, cargo para o qual foi nomeado na quinta-feira passada, dia 14, por meio da Portaria 52.379, de 13 de abril, torna-se pertinente acreditar que a exoneração foi política.

Não pode ser técnica uma exoneração envolvendo uma figura com um currículo desse: Graduado em Relações Internacionais pela Escola Superior de Propaganda e Marketing-SP, pós-graduado em Economia Urbana e Gestão Pública pela Pontifícia Universidade Católica-PUC-SP e mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas–FGV-SP.

A menos que tenha cometido uma falta muito grave, o que não seria o caso, uma vez que nada veio à tona, nem houve tal justificativa por parte do Executivo, que teria obrigação de levar fato grave à opinião pública, sob pena de prevaricação. O jovem seria um nome da cota do vice-prefeito Fábio Martinez.

Os bastidores sussurram, no entanto, que havia um certo descontentamento do chefe de turno com o desempenho do qualificado jovem, no âmbito político. “Era técnico demais e lerdo demais”, comentou uma maldosa figura das sombras. Havia queixas várias dos vereadores, que sempre têm pressa em ver seus pleitos atendidos, principalmente em áreas tão visíveis quanto estas.

“Ele não conhecia a cidade, tinha muita dificuldade em identificar locais e problemas”, acrescentou esta mesma figura sombria. E qual seria, então, o personagem mais talhado para esta função, dentre os parcos nomes à disposição do alcaide? Alguém que, mesmo sem o vasto currículo do ora exonerado pudesse empreender velocidade na solução das questões atinentes aos setores de zeladoria e meio-ambiente?

Bom, tem alguém recém-chegado aos meios políticos vindo do lugarejo quase rural chamado Ribeiro dos Santos, distrito da Estância. Este que já assumiu na Câmara a cadeira que era então de Fernando Roberto da Silva, que nem chegou a verear e foi ser secretário de Esporte, Lazer e Juventude. A pensar. A pensar.

Enquanto isso, o jovem engenheiro civil Leandro Pierin Gallina, que no início desta gestão, tão logo a Secretaria foi criada, foi interino por algum tempo, volta a exercer a função-tampão, “para não prejudicar a continuidade dos trabalhos”. Até quando? Dizem que até o mais tardar esta semana que entra.

O atual vereador-suplente João Paulo Morelli, do PSD, seria a aposta para preencher o lugar do ocupante exonerado da pasta. E para a Câmara de Vereadores, neste caso, subiria o terceiro suplente do PSD, Rodrigo Flávio da Silva, o Rodrigo Ruiz, conforme seu registro de campanha.

Ele recebeu 552 votos nas eleições passadas e ficou na terceira suplência na coligação do então candidato, hoje prefeito reeleito, Fernando Augusto Cunha. Assim, o Partido da Social Democracia manteria seus três vereadores na Câmara, dos quais dois suplentes – João Luiz Stellari e até então João Paulo Moreli, e uma titular, Cristina Reale. Seria esta, então, a quarta substituição de nomes na Casa de Leis, em um ano e quatro meses.

Uma situação tão peculiar, a registar a troca de um suplente por outro suplente. O troca-troca do PSD, partido ao qual Fernando Augusto Cunha se filiou em 2020, vindo do PR. A outra troca foi no MDB, saindo Tarcísio Cândido de Aguiar, para assumir a Secretaria de Agricultura, Comércio e Industria, entrando em seu lugar Lúcio Cláudio Pereira, o Amaral, primeiro suplente.

O que nos resta de momento é aguardar o desenrolar dos acontecimentos na semana que entra. Pode acontecer tudo isso, como pode não acontecer nada disso. Talvez trazer à tona o projeto que seria mantido em segredo, pode obrigar o chefe de turno a mudar todo o roteiro, em prejuízo das figuras citadas.

Mas a nossa obrigação enquanto meio de informação opinativa, entre outras, é a de nos anteciparmos aos fatos políticos. E depois narrar suas consequências.

*Torna-se importante destacar que a secretaria de zeladoria e meio ambiente é responsável , dentre outras coisas,  por executar os serviços de limpeza pública de vias e logradouros, coleta, transporte e destinação de resíduos domiciliares, de construção e de poda ; promover serviços de manutenção da limpeza urbana; fiscalização de posturas de serviços gerais e meio ambiente; implantar gestões de coleta e destinação de todos os resíduos gerados no município; promover o licenciamento ambiental ; desenvolver políticas de reflorestamento e conservação ambiental e promover políticas públicas voltadas aos animais.