O grande dilema dos nossos festivais de Folclore continua e será sempre um divisor entre “ser grande ou ser essência”, conforme já abordado neste blog tempos atrás. Vê-se que, de lá até então, nada mudou em relação a esta questão.

Entra governo e sai governo, entra ano e sai ano, entra festival e sai festival, todos no seu entorno se gaba de estar fazendo “o melhor isso e aquilo, disso e daquilo” pelo evento e coisa e tal. Ledo engano.

Nós, da comunicação olimpiense, estamos sempre fazendo a mesma crítica e cobrando de quem de direito as mesmas coisas, basicamente respeito e reverência ao fato. Mas a gente acaba percebendo que, salvo uma coisinha e outra, tudo sempre muda para pior. Ou no mínimo tende a ser uma mudança para pior.

Sempre após uma edição da festa, o que deve permanecer na memória e na alma das pessoas é a saudade dos sons, as canções, as danças, as cores, os ritmos. Embora algumas destas canções, em alguns momentos, soem como lamento.

Sempre se diz, também, que a partir daquele momento do encerramento da festa, já se começa a pensar na festa do ano que vem. Mas, se tudo não estiver na alma, na mente e no coração das pessoas, nada em torno do Festival poderá ser feito além.

Neste mesmo fim de festa, inclusive, os discursos mudam de rumo, passam a ser no sentido de reafirmar o compromisso da cidade, de seu povo e, principalmente, de suas autoridades políticas com a realização desta que é a maior homenagem do país ao povo brasileiro e suas raízes.

Aqueles que veem no Fefol fonte de cultura e conhecimento, aqueles que têm no Fefol os seus momentos de recordações, de feliz melancolia, aqueles que bebem a cada edição na fonte do saber, querem realmente isso.

Mas, infelizmente, percebe-se, a cada ano, que o público vem caindo vertiginosamente. Neste terceiro ano do atual governo espera-se que haja reação, o que duvidamos.

Enquanto isso, permanecem bastante atuais os dilemas postos aqui: o Fefol quer ser grande, ou quer ser essencial? E para ser grande implicaria, necessariamente, perder a essência? E, ao contrário, ser essencial implicaria em ser para poucos? Quem irá responder?

Por ora é preciso que os poderosos de plantão na cidade entendam que o Festival do Folclore tem uma função histórico-social, uma responsabilidade cultural que não se tem como medir em relação ao país e seu povo.

Um valor imaterial inominável. Falta esta gente compreender isso. Afinal, repetindo a mim mesmo, só se pode amar e respeitar aquilo que se compreende. Se não, a alma não reage.