O secretário municipal de Saúde, Marcos Pagliuco, esteve esta manhã-início de tarde no estúdio do Diário de Olímpia, do colega Leonardo Concon, para falar sobre seu trabalho à frente da Pasta, a qual é vítima de um dos mais fantásticos bombardeios públicos de que se tem notícia.

Marquinhos da Farmácia, como também é chamado pelos seus desafetos, falou sobre seu trabalho, suas diretrizes e, claro, não titubeou em garantir que tudo está indo, se não às mil maravilhas, pelo menos está no caminho para se chegar lá.

Falou em números, e números, quando se trata de setor tão sensível de um governo, que lida com a vida e com a morte das pessoas, não têm nenhum valor humano. Questões administrativas à parte, o que Pagliuco não falou foi sobre o bombardeio que sofre à frente desta Secretaria, que no mais das vezes sempre foi barulhenta.

Mas o que se vê agora é um trabalho específico de um veículo de comunicação da cidade que não esconde querer sua cabeça, e de muitos e muitos internautas que sofrem no dia-a-dia as incongruências do setor.

Mas o veículo, especificamente, quer não só a cabeça do mandatário da Pasta, mas de quebra as cabeças de todos no seu entorno, já que há um grupo político à frente da Secretaria, cujo operador-mor seria o ex-vereador e ex-petista Hilário Ruiz, hoje no PSD.

Estariam também neste “pacote” os vereadores Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, e Hélio Lisse Júnior, ambos também do PSD.

Não restam dúvidas que a contenda alimentada por aquele jornal e seu editor tem fundo eminentemente político, embora não se possa discordar de tantos quantos classificam a Saúde local como algo próximo do caos.

Mas, também, não podemos nos furtar em observar que os ataques, como sempre foram à Saúde, é feito no que eu chamo de “pontas”, aí entendidas as situações da UPA e da Santa Casa.

O editor que ataca ensandecidamente o secretário, tem se esquecido do “meio”, que são os exames médicos, as marcações de consultas, os exames laboratoriais, o fornecimento de remédio, o atendimento em si dos cidadãos nesse emaranhado de desgastes.

Vê-se o veículo de comunicação fazer tremendo barulho com base nestas “pontas”, e vê-se este mesmo veículo de comunicação sem nenhuma sugestão prática que pelo menos venha embasar suas contundentes críticas, que no frigir dos ovos acaba por se revelar meramente políticas.

Seu intento, está claro, e sabe-se lá por que cargas d’água, é “derrubar” Marquinhos, Hilário, os vereadores e toda gama de parceiros no entorno da Saúde.

O prefeito já disse a este mesmo editor que “está satisfeito” com o trabalho de Pagliuco. Isso foi há mais de mês atrás e não se sabe como as coisas evoluíram até então, na visão do alcaide: se positivamente, se negativamente.

Mas, se o prefeito disse o que disse para prestigiar somente seu secretário, e estaria pensando, na verdade, em uma troca, um aviso: pode dar um tiro não no pé, já vitimado por tantos disparos, mas, sim, bem no coração da sua já ferida de morte pretensão à reeleição.

A estas alturas trocar mais um secretário da Saúde é assinar atestado de total incompetência para gerir conflitos. E, por consequência, para gerir uma prefeitura. O que resta a Cunha doravante é fazer Marquinhos dar certo, tão certo como secretário nenhum desta Pasta deu até hoje.

Estamos a um ano e meio praticamente das próximas eleições. Trocar o secretário da Saúde implica em começar tudo de novo. Implica em colocar em seu lugar alguém que não se sabe se dará certo, melhorará ou piorará o setor, na medida em que as eleições se aproximam.

Pode ser até que Cunha cometa mais este desatino nas próximas horas ou dias. Ele é imprevisível e irascível como já se disse. Mas, por hora, o trem eleitoral apitando na curva à distância deve garantir Marquinhos no cargo. O mesmo trem apitando na curva deve acalmar os ânimos de Cunha, caso não esteja, na verdade, satisfeito com o secretário.

Bom para ambas as partes, mas com o adendo de que, nas atuais circunstâncias, ruim com Pagliuco, muito pior sem ele. Ainda que seu substituto realmente consiga botar ordem na casa. Mas aí será uma solução que se revelará intempestiva. O trem pode já ter estacionado.