Olímpia é uma cidade pródiga em criações próprias acerca de comportamentos, sejam eles de que espécies forem. Mas nenhuma destas criações supera a mais contundente delas, que é a chamada picuinha jornalística.

Esta situação se revela quando você se depara com um veículo de comunicação que, ao invés de dar a informação o mais abrangente possível a respeito de determinados assuntos, parte para o ataque e a contestação do que diz uma fonte ou o que dizem várias, já que o dito não coaduna com o pensamento do redator e, pior ainda, quando do editor do veículo.

Estamos vendo isso agora, no tocante às cadeiras da Câmara de Vereadores. Enquanto um dos veículos impressos local, que aliás foi o que levantou o tema, empresta a razão e dá ampla margem para o entendimento do que se passa neste aspecto a seus leitores, o outro entra na guerra sangrenta da não-verdade, do escamoteamento dos fatos, enfim, da picuinha.

Tudo isso por ver naquela Casa de Leis um ambiente que não lhe agrada, e seus ocupantes serem tidos como inimigos públicos, eis que sempre lhes reputou má-índole em tudo que pensam, formulam, projetam ou fazem.

A Câmara de Vereadores não é uma casa de santos. Não é o melhor exemplo de instituição política a zelar pelas questões do cidadão. Reconheçamos. Não é. Porém, o jornalismo não pode jamais ser a caixa de ressonância de ódios introjetados em almas perdidas sabe-se lá por quais razões.

Então, quando se coloca uma discussão delicada como é a das cadeiras na Casa de Leis, é preciso ter cuidado, muito cuidado no trato do tema. O principal e incontestável a ser dito sobre o assunto já o fora feito por aquele primeiro jornal: a discussão terá que ser feita. Ponto.

O que vai derivar desta discussão, só a própria discussão revelará. Vai aumentar cadeiras? Não vai? Vai aumentar salários? Não vai? Essa resposta só poderá vir quando a Casa e seus integrantes eleitos para serem representantes do povo junto ao poder, tiverem um consenso, após debate maduro e consequente.

O que não pode é os nobres edis tentarem “tapar o sol com a peneira” da problemática nos próximos dias, fazerem reuniões às escondidas até mesmo para decidirem pelo não, e certo veículo de imprensa e seus responsáveis “baterem o bumbo” para a falta de cognição dos senhores edís, em termos fracionários, e, basicamente, de grande parcela de cidadãos-leitores do próprio meio, que assim é levada a achar que estão ali dez demônios diuturnamente praticando o pecado capital da preguiça, e por isso são assacados por outro pecador, o senhor editor, com seu pecadinho-mor, a soberba, quando não a inveja.

Ruim. Porque isso provoca uma espécie de guerra infinita.