Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: novembro 2017 (Página 2 de 2)

MENOS CENTRALISMO É O QUE A UPA PRECISARÁ AGORA

Há muita insegurança deste governo municipal em relação à área da Saúde. Insegurança ou desorganização, mesmo. Talvez desorientação. Vai terminar o ano primeiro do governo Cunha e até agora ele não conseguiu “ajustar” o setor. As críticas continuam muitas, os elogios raros e, ainda assim, pontuais.

E a Unidade de Pronto Antedimento-UPA 24 Horas é o epicentro desta catástrofe anunciada. No início de sua gestão, Cunha partiu pra cima daquela Unidade como se fosse, de uma vez por todas, torna-la a tábua de salvação para os pobres mortais olimpienses. Fez discurso, montou força-tarefa para proceder uma “limpeza básica”, ânimos reavivados…. e só.

O que se viu depois foi uma atuação errática sobre como administrar, um “desmonte” precoce, afoito que é Cunha em apagar os vestígios do governo passado, e muita turbulência causada até mesmo, pelo chamado “fogo-amigo”, ou seja, um gestor da confiança do governo cravando a espada da traição nas costas de quem para lá o nomeou.

Logo de cara, o gestor escolhido protagonizou um atrito tão ruidoso com a Casa de Leis que acabou por envolver o Executivo e por gerar um atrito, já superado, entre este e o Legislativo, até de forma mais direta, com um bate-boca telefônico entre prefeito e presidente da Câmara, segundo se informa.

Mas, o gestor-primeiro sobreviveu a este embate, até mesmo para dar fôlego ao governo, que não dispunha de outro nome para seu lugar -sim, o prefeito Cunha tem dificuldade em encontrar nomes para cargos estratégicos, o que seria mais um dos ineditismos desta administração!

Bom, agora, ao que tudo indica, pelo menos no setor administrativo, o prefeito está lançando mão de alguém que chega recalibrando as esperanças do cidadão comum desta Estância, embora só ser um excelente administrador não basta.

Marco Aurélio Spegiorim é profissional olimpiense e chega precedido de um currículo, uma folha de trabalho respeitabilíssimos. Porém, é preciso que suas diretrizes, suas propostas, sejam amparadas pelo chefe de turno e, dizem, aí é que reside grande parte do problema nos “enes” setores da administração: o centralismo de Cunha.

Mas, enfim, desde quinta-feira, 9, o olimpiense Marco Aurélio Spegiorin, médico especializado em terapia intensiva, está à frente da UPA. Ele substitui Lúcio Flávio Barbour Fernandes, gestor que havia assumido a função há cerca de sete meses, e que fez muito barulho, conforme já referido acima.

Mas muito do que ele pretende fazer, antes elaborar, projetar, depois executar, vai depender muito da boa vontade e desprendimento do prefeito que, já passou da hora, precisa soltar as rédeas de seus auxiliares para, no mínimo, tornar mais ágil seu governo.

BRIGA FEIA
Para quem, não se lembra, Barbour Fernandes vinha sob estado de vigilância e suspeição por parte da Câmara de vereadores praticamente desde que assumiu o cargo, cerca de sete meses atrás, a partir de um incidente aparentemente sem importância, que envolveu o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB) e um vigia de portaria não identificado na denúncia.

O entrevero acabou respingando no próprio prefeito Fernando Cunha, no presidente da Câmara, Gustavo Pimenta, colocando os dois poderes em confronto, e fazendo com que o então novo diretor da Unidade, Barbour Fernandes, fosse colocado sob suspeição pela edilidade.

A maioria absoluta da Casa de Leis ratificou apoio a Niquinha, que disse ainda que o vigia agia a mando do diretor da Unidade. Por essa razão, outro preito feito ao Executivo foi o de tomar medidas contra o profissional.

Já o presidente da Casa, Gustavo Pimenta, disse da Tribuna que estava elaborando “uma obra literária” para o médico. “Esta situação precisa ser dirimida entre esta Casa e o Executivo”, sugeriu então. Mas, Barbour Fernandes “caiu” somente agora.

O novo administrador da UPA é formado desde 1989 e fez residência médica na Famerp, em São José do Rio Preto. Desde sua formação, atua no Hospital de Base, na Unidade de Terapia Intensiva-UTI, e na clínica médica. Já trabalhou também como chefe da UTI do HB por dois anos e foi diretor de plano de saúde.

MAGALHÃES NÃO CONSIDERA A HONRADEZ DOS SERVIDORES APROVADOS NO CONCURSO?

O vereador João Magalhães (PMDB), é líder do prefeito na Câmara, mas parece não falar a mesma língua que o chefe do Executivo. São vários os exemplos, mas o mais recente diz respeito a uma ação de improbidade administrativa tentada pela promotora Valéria Andréa Ferreira de Lima, da 2ª Promotoria de Justiça de Olímpia, com consequente pedido de anulação do edital 02/2014, por meio do qual foi realizado concurso público que empregou dezenas de pessoas, nos mais variados cargos do serviço público municipal.

A divergência está em que, enquanto Magalhães tece loas à promotora por essa medida, o próprio prefeito que ele representa na Casa de Leis faz uso deste mesmo edital para contratar mão de obra técnica. Esta semana, por exemplo, foram publicados nada menos que cinco portarias de nomeação, até quinta-feira. Do começo de sua gestão até agora, seguramente cerca de 12 a 15 concursados por este edital foram convocados por Cunha.

Mas, se esquecendo de que se irregularidade há neste edital, o prefeito também a está convalidando, Magalhães usou da Tribuna, na segunda-feira, 6, para festejar a iniciativa da promotora, que já protocolou a ação que agora está nas mãos da juíza da 1ª Vara, Marina de Almeida Gama Matioli. E mais: sugeriu que os concursados, aprovados ou não, recebam de volta o dinheiro gasto com o concurso.

“Vou me adentrar um pouco mais a respeito da penúltima edição do jornal Folha da Região, que noticiou que a nossa promotora de Justiça, está apurando um concurso público, onde houve direcionamentos de servidores, e há indicativos que a mesma, certamente estará anulando o concurso. Ora, se vai haver anulação do concurso, é necessário que nos preocupemos com algo que parece que está um pouco assim, não muito claro, que é a devolução do dinheiro de quem foi que pagou para fazer o concurso. Se o concurso tem vícios e vai caminhar para uma nulidade, é justo que pelo menos a população ou as pessoas que foram enganadas, tenham seu dinheiro de volta, e não são poucos”, discursou o vereador.

“Vou fazer um trabalho nisso e vou precisar dos meus pares, para que o requerimento que estarei passando por essa Casa de Leis, ganhe também o reforço de vossas excelências”, complementou. Depois, misturando assuntos sem o perceber, Magalhães acrescentou: “Mas, tem um destaque maior ainda naquele concurso, que foi criado um cargo de fofoqueiro, ou um cargo de vigilante da imprensa, e eu gostaria de saber quem é que exerceu esse cargo na prefeitura, que foi um cargo de confiança”, provocou.

No entanto, o cargo citado de forma pejorativa pelo vereador, ainda que existisse, nada teria a ver com este edital, uma vez que se trataria de um cargo de confiança e, portanto, não poderia ser objeto de concurso, mas parece que o vereador não soube distinguir uma coisa da outra.

O presidente da Câmara, Gustavo Pimenta (PSDB), que pouco usa da Tribuna, desta vez sentiu a necessidade de chamar Magalhães à razão e comentou: “Durante a semana que circularam notícias do ex-prefeito (Geninho), na sexta-feira seguinte (o prefeito Cunha) nomeou o genro do dono do jornal (Folha da Região). Então, eu não entendo. Vai ser uma imprensa que vai trabalhar para a prefeitura?”, perguntou.

“Então, temos que atentar a isso, e não jogar contra o patrimônio também, porque se houver novamente essa questão de concurso, de gerar uma insegurança total, quem vai ter que devolver dinheiro vai ser a prefeitura, porque ela ficou responsável. Então, vamos tomar cuidado com esse assunto novamente, problemas de desvio, conduta, improbidade, nós temos o Ministério Público para isso” orientou Pimenta.

Ele fez menção ao projeto de Lei na pauta pedindo autorização para o Executivo contrair empréstimo junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 1,112 milhão para compra de ambulâncias, classificando a decisão como “uma judiação”, porque “nós não demos conta de trazer uma ambulância para Olímpia, e precisamos financiar agora para trazer, porque nós ficamos atrás de caça às bruxas. E o governo federal deu duas mil (aos municípios), e nós com as cabeças no ar, não conseguimos trazer uma sequer. Então, vamos maneirar”, cobrou. (Do Planeta News)

PREFEITO QUER CALAR A IMPRENSA (ALIÁS, ESTAVA DEMORANDO!)

Daqueles que ainda se dão ao trabalho de acompanhar as sessões ordinárias da Câmara de Vereadores, todas as primeira, segunda e quartas segundas-feiras do mês, impossível que pelo menos um não se espante com certas atitudes e posturas de determinados edis, mormente aqueles com ligação mais direta com o prefeito Cunha (PR).

Falamos aqui de um, mais especificamente, que não se sabe orientado por quem, está sempre a dizer coisas desconectadas da realidade do município, desta Estância Turística de Olímpia. E, pior, além de desconectado, João Magalhães (PMDB), líder do prefeito na Casa, dá mostras de que está fora da realidade da cidade, no que ela tem de pujante ainda, apesar do entrave governamental atual.

Ser a favor da anulação de um concurso público que elevou dezenas de cidadãos honestos à condição de funcionário público municipal na gestão passada, prejudicando famílias aos montes, ou ser contra o município receber remédios em doação feita por um empresário do ramo local, não é postura de quem preza pela sua função.

E, pior: a anulação do concurso se daria pela simples gana de perseguição a apenas UM funcionário, desafeto político dele, do prefeito, e mais alguns edis.

EMPRÉSTIMOS?
O prefeito Fernando Cunha irá contratar empréstimos junto à Caixa Federal e ao Banco do Brasil, da ordem de R$ 4,612 milhões, para compra de ambulâncias (R$ 1,112 milhão) e equipamentos de monitoramento, serviços de recape em trechos da cidade e construção de uma ponte na Aurora Forti Neves, altura do Iquegami (R$ 3,5 milhões).

Os projetos de Lei 5.298 e 5.299 fora aprovados em regime de urgência na Câmara na noite de ontem, segunda-feira, 6 de novembro, pela unanimidade dos membros da Casa.

Apesar do silêncio reinante em torno do assunto quando de sua discussão e votação, causa estranheza tal investida do alcaide, que assumiu falando em economizar cada tostão para investimentos nos setores mais carentes da administração e em obras.

Causa estranheza, também, o fato de que o dinheiro será usado em equipamentos que até o governo passado eram recebidos a fundo perdido ou repasses dos governos do Estado e da União, via deputados.

Estranha-se porque Cunha se elegeu usando em sua propaganda, inclusive, fotos onde figurava entre três altas autoridades políticas do país, a saber: senador e hoje ministro de Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira, governador Geraldo Alckmin e presidente Michel Temer.

LÁ VEM CENSURA

O editor daquele semanário que mia devia prestar atenção nisso. Ele, que disse ter tido Geninho em sua gestão um “ouvidor de rádio” com intuito de “censurar a imprensa da cidade”, devia perguntar, já que é próximo do governante de turno, por que Cunha usa de meios jurídicos para intimidar e tentar censurar o semanário Planeta News?

Aguardem os desdobramentos.

OLHA QUEM ESTÁ FALANDO

É tão chato isso tudo, tão óbvio, afinal, acreditamos que ele não faz jornais para meros “homers simpsons”, e seu leitorado já percebeu que apito o senhor editor do semanário que mia está tocando ultimamente.

Mas não se pode deixar passar em branco uma coisa como a que vem estampada na coluna que leva a sua assinatura, nada menos que um preito em favor do atual governo, que ele insiste em dizer que não apoia incondicionalmente, mas não deixa de demonstrar tal apoio a cada linha, a cada texto, a cada edição do semanário.

A ponto, vejam os senhores, de retornar à cátedra jornalística, na verdade ao “A,B,C,D,” do ofício, quando busca o contraditório, o outro lado, junto ao governo de turno, quando o assunto em pauta é de teor negativo. Coisa que nunca teve a preocupação de fazer no governo passado. Neste caso, só valia um lado. O seu lado.

O ponto é o fato de este blog ter feito duas análises pontuais do governo Cunha na semana passada, onde foi dado como encerrado este ano de 2017, com zero realizações e total falta de caminhos administrativos ou um conceito administrativo que o alcaide pudesse chamar de seu.

Considerando nossas postagens verdadeiras diatribes, o senhor editor diz que não é “a favor nem contra ninguém” (não riam), acrescentando depois que “não dá pra nenhum prefeito fazer milagres no primeiro ano de governo”.

Bom, quanto a ser “nem a favor nem contra”, há sérias controvérsias, nem preciso especifica-las aqui. E sobre o “milagre”, primeiro só observando que não foi essa a sua tônica pelo menos com os dois últimos governantes, já que após seis meses de administração ele estava, como se diz, “descendo a lenha” (os pormenores, sonego-os). Mudou a política, ou mudou o senhor editor?

Segundo, ninguém que eu saiba está esperando um milagre de Cunha, afinal ele não foi eleito “santo”, mas, prefeito. Sendo assim, está desobrigado de cometer milagres administrativos, mas está obrigado a realizar, pelo menos.

Leiam, abaixo, uma das pérolas de sua coluna de sábado passado:

MESMO ASSIM, …

… como ainda não existem máculas administrativas para se denunciar, os penas compradas e os rancorosos, por terem deixado de mamar na teta da vaca, ou simplesmente por terem sido preteridos de alguma forma, se apegam em picuinhas para tentar destruir o atual governo que ainda não teve tempo para cometer os seus pecados, nem imprimir direito a sua marca.

Como seria bom saber, então, o que foi feito do “rancor” que ele sempre destilou sobre os políticos que antecederam Cunha. Cujas “máculas” denunciadas nem sempre tinham o peso que ele dava em suas letras garrafais. Depois, se aqueles deixaram de “mamar na teta da vaca”, ele então começou a fazê-lo?

Sobre não ter tido tempo para “imprimir direito a sua marca”, há divergência séria. Ele “imprimiu” sim, uma marca: a da lentidão e falta de norte administrativo.

Outra pérola da tal coluna:

ATÉ PARA …

… puxar o saco ou advogar para terceiros é preciso fazer isso direito, com elegância no linguajar, conhecimento do que se está comentando. E isso se atinge através de pesquisas na história, na filosofia e em outras áreas que o tema se encaixe, para, aí sim, não cair no ridículo de defender o indefensável, de se criar fatos e situações difíceis de se fazer crer.

Pelo que estamos vendo, o nobre editor não está seguindo à risca a própria cartilha, conforme todo mundo já entendeu. A partir do “cair no ridículo..” e adiante, vou usar para rir um pouco.

CUNHA PRECISA DE UM CONCEITO DE GOVERNO PARA CHAMAR DE SEU

Como resquício das reflexões a propósito daquilo que postamos aqui na quarta-feira, Dia de Todos os Santos, véspera de Finados, o que nos remete àqueles que estão mortos e enterrados, e nos remete, por analogia, ao ano “finado” de 2017, nos veio à mente que Cunha não fez a lição de casa em dez meses, e que nada fará nestes dois meses restantes.

Na postagem anterior falamos sobre a celeridade com que o alcaide trocou quatro secretários, por exemplo, (incluindo o superintendente da Daemo Ambiental, cuja função é equivalente à de secretário), e só depois nos veio à mente algo similar a isso: o governo de José Carlos Moreira (1993-1996), onde trocar secretários e assessores do alto escalão era todo dia, praticamente.

Embora por questões bem diversas daquelas anotadas em Cunha, já que Moreira era político conciliador, afável e respeitoso aos seus subordinados. Porém, o seu quadro era uma verdadeira roda-viva. O atual mandatário caminha para isso, também, se não tomar as devidas precauções, os devidos cuidados e serenar os ânimos no trato com aqueles que o rodeiam.

Quando se conversa com esse ou aquele próximo ao prefeito, o que ressalta, sempre, é o comportamento irascível deste, a provocar fissuras desnecessárias. Afinal, toda forma de administração deve obedecer a uma dinâmica colegiada, não a um culto à personalidade.

Por mais que Cunha apregoe ser um gestor na função de prefeito, e não um político a ocupar a cadeira principal da Praça Rui Barbosa, este gestor deve deixar aflorar o necessário pendor político, quando em vez, se quiser chegar a algum lugar, a algum porto seguro.

Bom ressaltar que ele tem mantido a Câmara de Vereadores a rédeas curtas, tem recebido elogios até gratuitos da maioria dos senhores edis, mas também há que se ressaltar, o alcaide nunca precisou colocar a Casa à prova, com projetos polêmicos, e aqueles que geraram algum debate foram aprovados, ou não, mediante decisões equivocadas, se não dos edis, do próprio governo.

Findo 2017, há que se aguardar o que trará 2018 em nível governamental no município, pois há projetos esboçados, embora nenhum que seja do interesse coletivo, para serem executados, então.

Espera-se que também aqueles que foram anunciados com pompas e circunstâncias este ano saiam do papel. E que Cunha resolva a questão da coleta do esgoto, porque está muito feio aquela obra da ETE à beira da rodovia, parada, uma obra gigantesca à soldo do Estado, e cujo governador o prefeito desta urbe reputa como seu grande parceiro político.

Olímpia precisa, e urgente, daquela ETE. Não foi Cunha quem disse durante a campanha que poderia entrar no Gabinete do governador “sem bater à porta”, tal a afinidade entre ambos? Na verdade, Cunha, até hoje, sequer foi ao corredor do Bandeirantes, pelo que se sabe.

Nenhuma autoridade de peso esteve por aqui nestes dez meses. Havia uma que viria, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, anunciado com alarde pelo semanário que mia, para a entrega do último lote do “pacote habitacional” de Geninho, mas deu o cano. Melhor para Cunha, porque o homem acaba de se meter até o pescoço na Lava-Jato.

Falta ainda conceito ao governo Cunha. Pelo menos não é possível distingui-lo nesta salada indigesta que é a atual administração. Na verdade, não há conceito de governo, porque nem governo há, ainda.

Todos os olimpienses, com  certeza, esperam que a fase da mediocridade administrativa de Fernando Cunha encerre-se com 2017, enterre-se com ele. E que para 2018, o Instituto Áquila já tenha elaborado uma “apostila de governança” detalhando o “A,B,C,D” administrativo, o que é preciso fazer para ser um bom prefeito.

E nem precisa ser melhor que o antecessor, que nesta toada vai ser mesmo impossível, mas que passe ao cidadão a sensação de que há um conceito administrativo estabelecido. Ou simplesmente uma conceituação de governo que ele possa chamar de sua.

NESSA TOADA, ENGRENAGEM DO GOVERNO CUNHA PODE ENFERRUJAR

E lá se vão dez meses. Hoje é o primeiro dos últimos sessenta dias do primeiro ano do Governo Cunha. Sem nada de novo no front. Cunha não inovou, Cunha não transformou ou mesmo deu mostras de pujança, desprendimento ou simples vontade de fazer. Bom, vontade de fazer ele até deve ter, mas não deve estar sabendo como, o que é bem pior.

Engraçado notar que as atribulações de seu governo começaram antes mesmo que ele tivesse tomado posse. Sua obstinação em “enxugar” o quadro da administração pública o fez reduzir cargos em comissão e até extinguir secretaria (a de Agricultura), com um discurso economicista.

Bom, não durou muito esta pretensão, porque logo em seguida teve que modificar o que havia modificado. Lembrando que ainda dentro desta proposta, ele recolocou em atividade a secretaria então desativada, para possibilitar rearranjos políticos sem o menor pudor.

Logo em seguida o governo já empossado se atrapalhou com a proposta de redução do IPTU para o ano que vem, apresentando, de forma atabalhoada, uma peça confusa e cheia de detalhes cujos vereadores só foram perceber mais tarde, pois não conheciam o inteiro teor do que estavam recebendo, e nova mudança foi necessária.

O Orçamento-2018 não ficou fora da sessão de trapalhadas deste Governo. Foi e voltou, foi e voltou à Câmara para correção de imperfeições e erros técnicos, que a assessoria de Cunha não assumiu como seus. Bom, neste aspecto, são muitos e variados os exemplos de como começar um governo sem noção das coisas.

Anunciado com pompas e circunstâncias, o secretariado de Cunha até hoje não mostrou a que veio. Já com três escolhidos defenestrados, ainda que tivesse que “engolir” um deles, não se viu até agora resultado prático nenhum. Aliás, fato nunca visto no município um prefeito trocar três secretários em menos de dez meses de governo.

Mais escancarado ainda do viés abstracionista do atual mandatário foi a reativação da secretaria de Agricultura, aquela mesma que havia desativado para “economizar para os cofres públicos”. E ali acomodou um suplente de vereador que ocupava a cadeira do secretário defenestrado por ele, aquele mesmo que tivera que “engolir”.

Tirou da Câmara outro vereador para ocupar então a Pasta de Turismo, de onde saíra aquele, e para lá enviou um neocunhista, antes superintendente do governo passado. Raro também no município um governo de turno ter que “costurar” tanto em apenas dez meses. Vamos então considerar que isto lhe consumiu um pouco das energias?

Cunha se elegeu prometendo revoluções por minuto. Principalmente na área da Saúde. Elas não vieram na velocidade prometida. Nem em velocidade nenhuma, a não ser para pior, naquilo que não melhorou. É a opinião de tantos quantos necessitam dos serviços na cidade. Há lampejos aqui e ali, mas na essência o setor não apresentou nada digno de elogio.

Cunha havia trazido de São José do Rio Preto uma especialista conhecedora em administração para assumir esta espinhosa responsabilidade. Não durou muito, ela saiu atirando, atribuindo ao alcaide todas as impossibilidades de ações necessárias e este, por sua vez, responsabilizando-a por não deslanchar nas soluções.

Para suprir esta lacuna, lançou mão de um improviso, alçando à categoria de secretária, uma funcionária de carreira que pode ser expert em várias outras funções, menos, exatamente, na Saúde. Há relatos de um verdadeiro “desmonte”, e não por culpa dela, nesta área sensível que ainda sustenta o discurso cotidiano do alcaide.

Além disso, tem-se a Santa Casa, que Cunha assumiu para si de forma absoluta, mas onde também tem encontrado seus percalços, ao ter que lançar mão de um “nome-coringa” que, não considerando as rusgas entre ambos, até o momento mostrou-se uma gestão hospitalar atabalhoada e voltada mais para uma espécie de “sírio-libaneização” de seus serviços, do que preocupação com o público-alvo de toda e qualquer instituição filantrópica, propriamente.

Outro detalhe a ressaltar deste governo, a tônica daqueles que saem é a de atirar para os lados da Praça Rui Barbosa, e deste, se defender, alegando falta de tino para as coisas das áreas em que atuavam aqueles.

Mas são vários os que relatam as agruras vividas, vistas ou ouvidas dos subordinados de Cunha, ante a sua já conhecida, digamos, impulsividade emocional.

Portanto, até agora, dez meses passados, um governo que se propunha transformador, revela-se como grande blefe político-administrativo, com uma engrenagem que começa a produzir seu zinabre, primeiro passo até alcançar a ferrugem que a emperrará de vez. Cunha recebeu uma locomotiva em pleno movimento, mas a trocou por uma maria-fumaça.

Até agora, este governo corre atrás de seus próprios percalços, perscruta, ainda, seu eixo-motor não lapidado, improvisado que fora, a ponto de decidir contratar uma empresa gestora por quase 2 milhões de reais. Outro fato inédito num governo olimpiense.

E, para sintetizar, não fossem as obras inacabadas de seu antecessor, tão criticadas por seus “soldadinhos” na Câmara, o prefeito não teria o que mostrar nem do que falar ao longo destes dez sofridos meses.

Não fossem os projetos legados por Geninho, que Cunha modificou uma linha aqui, outra ali, só para ganhar sua chancela, o mandatário de turno não teria o que anunciar nestes dez sofridos meses.

Vem aí, com certeza, um balanço de seu primeiro ano à frente das coisas do município. Neste balanço, seguramente, serão relacionados isso e aquilo aos montes, mas que serão bastante reveladores de que este é um governo que se apresenta pequeno, não-realizador. Lerdo, não propositivo. Desencontrado, não objetivo.

Que nos perdoem os governistas, mas ao final deste primeiro ano de sua gestão, Cunha faria justiça se viesse a público agradecer Geninho por não permitir-lhe que estes primeiros 12 meses passasse em brancas nuvens.

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