Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: julho 2017 (Página 2 de 2)

CEI DE CONCURSO PÚBLICO, UMA ‘CUMBICA’ FUNDA E DELICADA

Lá vem bomba! E para ambos os lados. Da administração passada, caso se confirme algum tipo de ilícito em relação ao concurso público 02/2014, realizado em meados de dezembro daquele ano. E do Legislativo, mais especificamente dos quatro vereadores que assinaram o Requerimento 447, de 6 de janeiro, caso ao final ocorra o cancelamento do certame, se chegar a esse estágio.

Os vereadores Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho (PSD), Helio Lisse Júnior (PSD) e Tarcísio Cândido de Aguiar, o Sargento Tarcísio (PRB), que assinaram o documento solicitando uma Comissão Especial de Inquérito-CEI, visando apurar suspeita de fraude (funcionários comissionados, inclusive organizador do concurso, aprovados), devem ter a exata noção da proporção da “cumbuca” na qual estão metendo a mão.

No texto onde solicitam a abertura da CEI, os vereadores citam “relevantes indícios de ilegalidades na aprovação de candidatos e irregularidades na realização do concurso público 01 e 02 de 2014, realizado pela prefeitura Municipal de Olímpia, que teria beneficiado servidores comissionados”. E com base no artigo 76 do Regimento Interno, solicitam a “Constituição de Comissão Especial de Inquérito, para apurar suspeita de irregularidade na realização e aprovação de candidatos do concurso público 01 e 02 de 2014 (…)”.

No quesito “Finalidade e os fatos determinados”, elencam: “Apurar irregularidades na realização do concurso público 01 e 02 de 2014; Irregularidades na composição da comissão do concurso; Aprovação indevida de membros da comissão do concurso; Aprovação fraudulenta de servidores comissionados; Favorecimento e abuso do poder político; Inobservância dos princípios administrativos e prática de atos de improbidade administrativa.

A CEI terá prazo de funcionamento de 90 dias, prorrogável regimentalmente. Terá quatro integrantes, sendo presidente, relator, membro e suplente. Poderá indicar testemunhas conforme o transcorrer e necessidade da investigação.

Pois bem, este concurso 02/2014, é o mesmo 01/2014, que foi renumerado devido ao fato de que, de acordo com edital publicado pela prefeitura, o município já havia realizado concurso cm numeração 01, que tinha data de 15 de setembro. Na mudança numérica, também ocorreu a mudança de responsável pelo gerenciamento do certame, saindo Sandro de Campos Magalhães, entrando Sandra Regina de Lima.

Como aquele edital não explicava as razões da mudança, os vereadores encaminharam requerimento ao Executivo, questionando isso, mas a resposta ainda não chegou.

E o que pode acontecer, caso sejam constatadas irregularidades, mormente fraude no concurso? Tudo indica que o caminho seria o cancelamento do certame, já que outra medida não caberia, uma vez que, em havendo fraude, estaria o processo todo contaminado. Mas, quantas pessoas teriam sido beneficiadas por estas supostas fraudes de facilitação, digamos?

Este concurso foi feito contemplando 35 cargos, com certeza para dezenas de vagas, principalmente na área médica, com várias funções, também para jornalista, turismólogo, fiscal de Tributação, administrador público, assistente social, engenheiro, escriturário, etc.

Há que se presumir que a imensa maioria destes concursados prestaram as provas de maneira séria e, se aprovados, ocupam a vaga de forma legal. Mas, se houve fraude, é legítimo pressupor a “contaminação” do todo, por razões legais e, também na presunção, isso levaria ao cancelamento do certame.

Tudo isso só ficará explicitado quando os trabalhos forem concluídos lá para o fim do ano. Isto, claro, se a CEI passar em plenário, onde necessita de sete votos (dois terços) para ser instaurada.

DE VOLTA AO FRACASSO: FEFOL TERÁ DESFILE NA MENINA-MOÇA

Enquanto isso, é incerta a reconstrução do Curral na Vila Brasil, bem como o Galpão Crioulo, Gaúcho, ambos desmontados sob o argumento de que podiam desabar

A secretária municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Tina Riscali, anuncia que irá adotar o receituário abandonado há 10 anos atrás, de fazer o desfile de encerramento do Festival do Folclore, na Avenida Menina-Moça, que nos seis anos em que lá foi realizado, caracterizou-se como um fracasso em termos de público e infraestrutura. Este ano, no dia 13 de agosto, os grupos irão desfilar a partir das 9 horas da manhã. Trata-se, naturalmente, de mais num “ponto fora da curva” do Festival, que vem se juntar à descaracterização da “Vila Brasil”, com a derrubada do Galpão Crioulo e do Curral.

O fim do desfile de encerramento do Fefol na Avenida Menina-Moça foi anunciado como a novidade do 43º Festival do Folclore, realizado em agosto de 2007. Naquele ano a Apoteose da festa voltava à Avenida Aurora Forti Neves, a partir das 8 horas da manhã de domingo, ao contrário do local anterior, onde era realizado sempre à tarde, a partir das 15 horas.

Na ocasião, os organizadores da festa informaram que a medida havia sido tomada como resultado de uma pesquisa feita junto à população e aos grupos participantes, que disseram preferir a Aurora Forti Neves. A intenção era também a de atrair um público maior e, principalmente, atender reivindicação dos grupos que pediam um tempo maior para se apresentarem, e em horário quando o sol e o calor não atrapalhassem tanto. Ou seja, tudo isso está sendo desconsiderado agora pela secretária.

PROGRAMAÇÃO

A organização do evento, este ano, concluiu a programação com um mês de antecedência

Enquanto isso, a Comissão Organizadora do 53º Festival do Folclore divulgou ontem, quinta-feira, 6 de julho, a programação completa do evento, garantindo que em sua 53ª edição o Fefol terá a participação de 51 grupos, de 13 estados brasileiros.

A relação das festividades inclui a programação do Mini-festival, Gincana, Peregrinação e apresentação nos dois palcos. Nesta edição, além do palco na arena, haverá outro, próximo à entrada principal do Recinto, denominado “Iseh Bueno de Camargo”. Uma homenagem à folclorista e professora da cidade de Pirangi, que trabalhou por mais de 20 anos e colaborou com o Festival de Olímpia. Iseh faleceu em janeiro deste ano.

OS GRUPOS
O Festival terá a participação de 51 grupos folclóricos e parafolclóricos de 13 estados brasileiros, sendo 24 de outros estados, oito do Estado de São Paulo e 19 de Olímpia. Todas as regiões do Brasil estarão presentes no evento que será realizado de 5 a 13 de agosto.

Do Rio Grande do Sul virão dois grupos inéditos – o Centro de Pesquisa e Folclore (CPF) Piá do Sul, de Santa Maria, e o Grupo de Arte e Tradição Estampa Galdéria, de Xangri-lá. O Paraná será representado pelo Grupo Parafolclórico Pôr do Sol, de Quinta do Sol.

Poucos dos grupos contratados são de folclore autêntico; maioria deles virá para o desfile somente

Do Estado de São Paulo estão confirmados grupos de oito cidades. Esses, em sua maioria, não vêm para ficar a semana toda. Chegam no segundo sábado da festa e retornam após o desfile

do domingo. São os grupos: Associação Folclórica Reisado Sergipano e Bumba Meu Boi, de Guarujá; Grupo de Fandango de Tamanco Cuitelo, de Capão Bonito; União Folclorista São Benedito do Belém, de Taubaté; Congada Terno de Sainha Irmãos Paiva, de Santo Antonio da Alegria; Grupo Moçambique de São Benedito Azul e Branco, de Guaratinguetá; Grupo Samba Lenço, de Mauá; Congada Três Colinas, de Franca; e Grupo Folclórico e Religioso Moçambique de São Benedito, de Lorena.

Há grupos que, embora não sejam folclóricos, fazem o chamado aproveitamento do fato (como o Aruanda, retratado acima); outros apenas o espetacularizam

Da Estância Turística de Olímpia, três parafoclóricos e 16 folclóricos, incluindo as companhias de Folia de Reis, estarão no palco do Fefol: Godap (Grupo Olimpiense de Danças Parafolcóricas), Frutos da Terra e Associação Cultural Anástasis; Grupo Folclórico de Danças Afro Brasileira e Capoeira, Cia de Reis Lapinha de Belém, Cia de Reis Os Filhos de Maria, Cia de Reis Magos do Oriente, Cia de Reis Fernandes, Os Catireiros de Olímpia – Grupo de Nossa Senhora, Terno de Moçambique de São Benedito, Grupo Dança de São Gonçalo, Cia de Santos Reis Os Visitantes de Belém, Cia de Reis Caminho de Belém, Cia de Reis Os Viajantes de Belém, Terno de Congada Chapéu de Fitas, Guarda de Moçambique Pé de Coroa Nossa Senhora do Rosário, Cia de Reis Estrela da Guia, Cia de Reis Mensageiros da Paz e Cia de Reis Estrela Guia do Oriente.

Ainda da região Sudeste, o Fefol terá quatro grupos de Minas Gerais – Terno de Moçambique Diamante, de São Sebastião do Paraíso; Grupo Folclórico Aruanda, de Belo Horizonte; FITAS – Grupo de Tradições Folclóricas, de Montes Claros, e Grêmio Cultural e Social Arraiá de São Matheus, de Belo Horizonte. E um do Espírito Santo – Reis de Boi Mestre Nilo Barbosa, de Conceição da Barra.

Do Centro-Oeste do País, Goiás será representado por duas agremiações, Grupo Folclórico Brasil Central, de Anápolis, e Catupé Cacunda Nossa Senhora das Mercês, de Catalão.

O Nordeste terá grande participação no Festival de Olímpia. Do Ceará, da capital Fortaleza, virão o Grupo Tradição Folclóricas Raízes Nordestina, a Associação Cultural Maracatu Az de Ouro e o Grupo Parafolclórico Terra da Luz. A Paraíba também marcará presença com o inédito Balé Folclórico SISAIS, de Pocinhos, e os já conhecidos do público, Reisado Zé de Moura, de Poço de José de Moura, e Tradições Populares Acauã da Serra, de Campina Grande. Da Paraíba para o Pernambuco, presença confirmada do inédito Grupo de Expressão Popular Flor e Barro, de Caruaru.

A cultura potiguar será destaque em Olímpia também, com mais uma participação inédita, desta vez da Orquestra Sanfônica Trupé do Sertão, de Major Sales, e Caboclos de Rei de Congo do Mestre Bebé, da mesma cidade, que volta a Olímpia pela terceira vez.

Do Estado do Maranhão outra estreia no Fefol – o Bumba Meu Boi Brilho da Ilha. E fechando a região Nordeste o Grupo Flor da Serra, de Chã-Preta, do Estado de Alagoas.

Do Norte, destaque para o Estado do Pará, que terá três agremiações: o Grupo Parafoclórico Frutos do Pará, de Belém; a Cia de Dança Folclórica Trilhas da Amazônia, também de Belém, e o Grupo de Tradições Culturais Xuatê de Carajás, da cidade de Parauapebas.

REDUÇÃO DO IPTU, UM ‘AGRADO’ AOS CONTRIBUINTES

Em resumo: a redução em 10,5% nos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano, o IPTU para 2018, é apenas “um agrado” do prefeito aos contribuintes. Pelo menos foi assim que a secretária municipal de Finanças, Mary Brito, definiu, na audiência pública de ontem à noite, na Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia.

No mais, ela simplesmente atirou o ônus da aprovação do projeto à Casa de Leis, que surfará nas ondas da popularidade, caso as medidas propostas surtam algum efeito prático na hora que o cidadão olhar para o seu carnê e ver os números, ou amargarão o fogo do inverno, caso tal redução se mostre inócua no seu todo.

Porque, além de todos os senões em torno desta questão, há o fato de que não se está discutindo a taxa de lixo, que é cobrada mediante a testada do imóvel, conforme o tamanho em metros quadrados.

Aliás, na gestão passada, o prefeito Geninho provocou uma redução no valor do metro quadrado, e modificou a sistemática de classificação dos geradores de lixo, um benefício que agora tornará o IPTU de Cunha um pouco menos “salgado”. No tocante à Taxa de Lixo, a redução na tarifa, que seria de R$ 2,08 por metro quadrado (m²) do imóvel, passa a ser de R$ 1,76 por m², o que representa redução de 18% no valor total do serviço.

Mas, para o ano que vem, a taxa de lixo não poderá sofrer renúncia da inflação e todos sabem que ela tem um peso muito grande no valor final do IPTU. Resta saber como o prefeito vai lidar com isso, e como o cidadão vai reagir a isso.

Na noite de ontem, quinta-feira, 6, foi realizada a audiência pública sobre o projeto de lei protocolado pelo prefeito, de revisão do Código Tributário do município, que estabelece a cobrança do IPTU, dentre outras. O evento contou com a participação da secretária de Finanças do município, Mary Brito, que fez uma exposição do projeto e respondeu aos questionamentos dos presentes.

Após meses de estudos, o projeto propõe uma redução linear de 15% no imposto (na verdade 10,5% mais a renúncia da inflação, estimada em 4,5%), que beneficiará todos os imóveis do município e dos distritos, sem comprometer o equilíbrio fiscal nas contas públicas e atendendo a lei de responsabilidade fiscal.

O que não se sabe, é se os vereadores poderão apresentar emendas, uma vez que o projeto está “fechado”, sem abertura para modificações, ainda que ligeiras. Ou seja, aos vereadores caberá apenas votar favorável ou contrário. Os debates, se houver, serão apenas para marcar posições. Serão dias difíceis para o Legislativo.

J. MAGALHÃES
O vereador líder do prefeito na Câmara, J. Magalhães, não gostou de ler que seu discurso na Câmara atacando a imprensa livre, teria sido “encomendado” pelo prefeito Cunha (PR). Disse que falou em seu nome e por iniciativa própria, porque não é “moleque de recados” de ninguém.

Agora, o que há para se perguntar é: por que cargas d’água Magalhães, o independente, cismou com a matéria do jornal se, em tese, ele não teria nada a ver com isso? Que, em tese, seria problema do prefeito e sua secretária?

Ambos preferiram o silêncio. E Magalhães, o confronto. E é isso que não dá para entender.

 

A ‘VILA BRASIL’ RETOMARÁ SEU LUGAR DE DESTAQUE NO FEFOL?

Os vereadores Antonio Delomodarme, o Niquinha, e Helio Lisse Júnior, trataram na sessão da Câmara de segunda-feira passada, 3 de julho, entre outras coisas, do “desmonte” da Vila Brasil no Recinto do Folclore, solicitando à secretária Tina Riscali que restitua a ela o Galpão Crioulo e o Curral, ambos derrubados, sob a alegação de má conservação e perigo a terceiros.

Sem estes dois componentes, a Vila Brasil – cujo objetivo é resgatar as memórias do “Brasil caboclo”, tão afeitas ao Festival do Folclore – fica descaracterizada naquilo que representou ao longo dos últimos 10 anos, pelo menos.

É para lá que vão, nas noites de festa, aqueles que gostam de uma boa música raiz, um tocar de viola, um cantar acaipirado. Também aqueles que buscam um sabor da memória com suas comidas comuns no passado remoto e até o cafezinho feito à moda antiga, no fogão a lenha.

Os vereadores, como a totalidade daqueles que amam o Festival, não estão conformados com esta medida de força da secretária, que simplesmente desconsidera o legado, descaracteriza uma memória, em desfavor às culturas popular e folclórica.

Portanto, vem em boa hora a cobrança dos vereadores que, por extensão, é também da Câmara Municipal, exceto por um ou outro sabujo, entre eles aquele responsável pela nomeação de Tina Riscali. Os vereadores acreditam que ainda há tempo de reconstituir a Vila Brasil. Só não sabem se há boa vontade, disposição e, acima de tudo, propensão ao respeito às coisas “sagradas” do Festival.

Enquanto isso, a Comissão Organizadora do 53º Festival do Folclore de Olímpia, a ser realizado de 5 a 13 de agosto, na Praça de Atividades Folclóricas e Turísticas “Professor José Sant´anna”, já anunciou a contratação de nove grupos parafolclóricos das regiões Norte, Nordeste e Sul.

O problema, talvez, seja a falta de diversidade, o que poderá ocasionar um festival de redundâncias. Norte e Nordeste vêm com sete grupos, porém três do Pará e três do Ceará, respectivamente.

Das regiões Norte e Nordeste do país, diferente só o grupo da Paraíba, o Acauã da Serra, de universitários paraibanos. Estão confirmados, também, dois grupos gaúchos que, em síntese, acabam sendo iguais em tudo.

De nada adianta dizer que virão dois grupos gaúchos “inéditos”, porque não existe ineditismo em grupos daquela região, pois são iguais em suas manifestações, com pequenas diferenças em trejeitos e indumentárias, no que diz respeito, no entanto, às cores.

Quanto ao Norte e Nordeste, há ali, possibilidades de se encontrar inúmeras manifestações folclóricas, com certeza até muitas que o olimpiense não conhece, mas a Comissão optou por trazer grupos que, em síntese, acabam sempre apresentando variações de um mesmo tema.

Não adianta propagar a “diversidade” de Norte e Nordeste, se ela não está contemplada no rol de grupos que de lá virão.

A CULPA, COMO SEMPRE, É DA IMPRENSA?

O vereador, líder do prefeito na Câmara, João Magalhães (PMDB), recebeu a incumbência de Cunha (PR) e de sua secretária de Finanças, Mary Brito Silveira, para atacar a imprensa, mais exatamente aquela que, como já foi dito aqui, não está na “carteira” do governo municipal, por causa do projeto do IPTU.

Diz o vereador que o jornal “mentiu” ao divulgar dados sobre o conteúdo do projeto, principalmente quando relatou que o imposto iria aumentar de valor quanto ao quesito “padrão de construção”.

O vereador se queixou também do fato de o jornal ter insistido em que a matéria estava mal explicada e mal elaborada em seus detalhes. Classificou o resultado de tudo como “mau jornalismo”.

Também o vereador Zé das Pedras (PR), que sempre está a postos para defender o governo, haja vista seus interesses políticos de grande monta incrustados lá, tentou ser irônico em sua fala no tocante ao assunto, mas conseguiu apenas ser ridículo, quando chamou ao tema a memória do jornalista já falecido Nelito Santos, que com seu semanário Tabloide da Nova Paulista lhe era servil, e dele Das Pedras usufruia sem dó nem piedade.

Sobre a insistência em chamar aos debates o assessor rio-pretense trazido por Cunha para seu setor de imprensa, nem vamos descer a detalhes para não ferir suscetibilidades.

Antes deles, no final da tarde de ontem, o vereador Fernando Roberto da Silva, do PSD, também veio cobrar “retratação” por causa das publicações acerca do assunto IPTU. O vereador é um dos mais entusiastas defensores do “novo IPTU” e até vídeo lançou se posicionando como o “pai da matéria” quando, na verdade, tratou-se de um compromisso de campanha de Cunha, vamos começar por aí.

Depois, ele saiu em defesa do projeto sem sequer conhecer seus detalhes, louvando-o como se fosse a salvação da humanidade, embora seu pífio desconto de 15% na base do “malabarismo”. Mas Silva quer cravar seu nome como o provocador deste desconto, no que apenas demonstra sua pouca visão legislativa.

Magalhães, por sua vez, diz esperar “no mínimo”, também, que o jornal se retrate. No que apenas revela seu caráter pouco dado ao contraditório e, mais que isso, sua visão precária sobre o ato e o ofício do jornalismo. Sabendo-se bem o quanto o político fica incomodado quando um veículo de informação se porta destemido.

Mas soa farsesco quando esta indignação não é legitima, eis que Magalhães apenas segue um “script” elaborado pelo Executivo. Conhecemos bem o vereador, quando está verdadeiramente indignado. Naquele instante apenas representava seu papel de bedel cunhista. E mal.

Enfim, o que o governo cobra do jornal é que desdiga o que disse, “despublique” o que foi publicado, volte atrás, peça desculpas, ponha-se de joelhos. Afinal, todo governo, na gênese de sua “persona”, prefere o silêncio dos questionadores.

Porque o que se buscou nestes últimos dias foram apenas esclarecimentos, já que na exposição feita inicialmente, nada havia ficado claro, nem os vereadores ou a imprensa teve condições de buscar melhores dados pois a ninguém foram dadas informações detalhadas e aprofundadas.

As dúvidas apontadas e cobradas pelo jornal eram as mesmas de alguns vereadores, aqueles mais cientes do papel do legislador. Quando foi possível ao jornal “desvendar” o projeto, um questionário com seis perguntas específicas e altamente esclarecedoras foi encaminhado à secretária Mary Brito, que se negou a respondê-lo, alegando que “já havia falado a respeito”.

Porém, se ela não quis responder ao jornal, assim colaborando para a qualidade da informação passada aos leitores, pelo menos as cobranças serviram para provocar a reação do governo que, imediatamente após, se mobilizou afim de colocar um ponto final nos questionamentos.

Elaborou um resumão do projeto, tornando-o bem didático e de fácil compreensão, o que deveria ter feito desde o princípio. Ou seja, foi preciso que o jornal fizesse marcação cerrada para que se preocupassem com isso, melhorassem a comunicação com os senhores edis e, por conseguinte, com a população pagadora do imposto.

Portanto, Magalhães, o “Bedel”, Das Pedras, o “Soldadinho”, e Fernandinho Silva, o “Afoito”, antes de pedirem “retratação” ou o que quer que seja ao jornal, deviam, isto sim, cumprimentar o único veículo na cidade que teve a coragem de se postar com isenção, sem oba-oba interesseiro ou remunerado diante da proposta para 2018.

Foi essa postura, com certeza, que mudou tudo dentro do universo confuso criado pela dificuldade de comunicação -insistimos!-, deste governo, além da morosidade em se obter respostas a questionamentos encaminhados pela via dolorosa do burocrático setor de imprensa.

As questões à secretária foram encaminhadas numa terça-feira, mas a resposta teve que ser cobrada na quinta-feira, dia de fechamento da edição, para que Mary Brito mandasse sua lacônica resposta, se negando a respondê-las.

Se o tivesse feito, ambos os lados estariam falando uma mesma linguagem, e a mensagem teria chegado ao leitor conforme julgam verdadeira. Portanto, a culpa não é da imprensa, senhores. E o ocorrido pede reflexão. Não ataques gratuitos.

GENINHO RIDES AGAIN?
A Imprensa Oficial Eletrônica de ontem, segunda-feira, 4 de junho, trouxe mudanças -mais uma!, na assessoria do Governo Cunha, que já vem se notabilizando pela “incontinência” de assessores.

O secretário municipal de Obras, Engenharia e Infraestrutura, nomeado em 1º de janeiro, engenheiro Luiz Martin Junqueira, pediu exoneração do cargo, o que obrigou o prefeito Cunha a fazer uma “virada na mexida” em seu estafe.

Tirou Luis Carlos Benites Biagi, engenheiro de carreira da prefeitura, do cargo de diretor-presidente da Prodem, e o nomeou para o lugar de Junqueira, onde, aliás, deveria estar desde o princípio, profundo conhecedor que é deste setor.

Ainda nesta “virada na mexida”, tirou o engenheiro Bruno Fréu Garcia do cargo de diretor de Engenharia e Obras da Prodem, para coloca-lo como diretor-presidente da autarquia. Em função disso, outras mudanças menores terão que ser feitas internamente naquela autarquia.

Mas, a impressão que fica é a de que, a cada dia que passa, Cunha vai tendo que colocar em cargos estratégicos, ex-assessores do governo passado. Se não por reconhecimento de suas capacidades operacionais e de gerenciamento, com certeza por inapetência do seu governo em aglutinar em torno de si nomes capazes de suprir suas carências de mão de obra especializada.

SECRETÁRIA FEZ UMA SEGUNDA REUNIÃO SOBRE IPTU COM VEREADORES

A secretária de Finanças do município, Mary Brito Silveira, esteve agora de manhã na Câmara de Vereadores a fim de, mais uma vez, fazer com que os vereadores entendam o que foi feito para possibilitar a redução do Imposto Predial, Territorial e Urbano-IPTU, para o ano que vem.

Como já dissemos aqui anteriormente, as explicações no primeiro encontro havido entre ela, o prefeito Cunha (PR) e os vereadores, pareceu a eles claras as explicações, mas nenhum deles conhecia a fundo o tal projeto.

Mas, com o passar dos dias, e a leitura do seu conteúdo, dúvidas foram surgindo, questionamentos foram feitos por este blog e pelo semanário Planeta News, ambos fora da “carteira” cunhista, fazendo com que o Governo se movimentasse no sentido de tornar claros os detalhes.

Consta que na tarde de quinta-feira da semana passada, o secretário de Governo de Cunha, Guto Zanette, ligou para a secretaria da Casa de Leis solicitando este novo encontro, realizado nesta manhã, somente com os vereadores, sem a presença da imprensa.

Desta vez a secretária levou aos vereadores, o que deveria ter levado já no primeiro encontro: um caderno-resumo do trabalho feito pela Comissão Municipal de Revisão da Planta Genérica de Valores, o que evitaria este “resserviço”.

São 14 folhas sulfites com o “enxugamento” de todo trabalho, o que deverá facilitar, sobremaneira, o entendimento do conteúdo do projeto. Inclusive, ao que parece, explicando todas aquelas questões expostas pelo semanário Planeta News e replicada por este blog na sexta-feira, 30, cuja secretária se negou a responder.

]Mas, com esta nova reunião com os senhores edis, ratifica que o jornal e este blog estavam corretos quanto às colocações, e quando insistiam em que as explanações haviam sido mal desenvolvidas.

Resta saber como os vereadores sairão deste encontro, agora. As manifestações da noite de hoje, durante a sessão ordinária, a partir das 19 horas, darão o tom.

Saberemos, finalmente, se os legisladores entenderam tudo e concordaram com o que lhes foi apresentado, ou se, entendendo tudo, discordarão de alguns ou vários pontos. Saberemos, enfim, se o resultado do trabalho da comissão alcançou, de fato, o objetivo a que se propôs.

E se possibilitará a Cunha, finalmente, marcar um gol nesta renhida contenda.

ORLANDO BOLÇONE
O blog cometeu uma falha de apuração na postagem do dia 26 de junho passado, sob o título “OLÍMPIA, 120º NACIONAL E 29º ESTADUAL EM ÍNDICE DE GOVERNANÇA”, onde em um subtítulo tratou da entrega das casas do residencial Vida Nova Olímpia, cobrando “fair-play” do prefeito Cunha (PR) em relação ao ex-prefeito Geninho (DEM), responsável pela vinda deste empreendimento.

No texto, a crítica quanto a não vinda de Geninho e a vinda de dois políticos de São José do Rio Preto, foi dito que Orlando Bolçone, candidato derrotado a prefeito daquela cidade, em 2016, não era mais deputado estadual. Mas, Bolçone é, sim, deputado, pelo PSB, reeleito em 2014 com 76.909 votos, ou 0,38% do total dos válidos.

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