Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: maio 2017 (Página 2 de 2)

CADÊ A SEGURANÇA? NINGUÉM SABE, NINGUÉM VIU?

Já não é de agora, mas a situação ganhou força nos últimos dias, mediante acontecimentos graves ou não registrados contra o comércio e comerciantes da região central da cidade e até mesmo das regiões mais afastadas. Há muita apreensão por parte destes proprietários e seus funcionários, com a série de furtos, roubos e assaltos registrados, recentemente quase culminando em morte.

A categoria pede providências. Nenhum deles mais tem coragem de manter suas portas abertas depois que escurece, mormente aqueles instalados no “miolo” do centro da cidade.

Além da falta de um efetivo policial e suas rondas que lhes dê segurança, ou pelo menos que garanta os malfeitores longe de seus negócios, há outro inconveniente, mesmo no centro: a escuridão.

O olimpiense que passar pela região central da cidade, se não no quadrilátero das praças, observem bem. Falta iluminação adequada nos quarterões que rodeiam as praças. E uma ótima oportunidade para corrigir isso é esta investida que o prefeito Cunha (PR) projeta para as praças da Matriz e Rui Barbosa, bem como o quadrilátero central, que deve virar calçadão.

Que venham estes projetos acompanhados de outro, o da iluminação, que nem precisa ser feérica, mas suficiente, no centro, compreendidos, aí, aqueles quarteirões partindo da Rua Síria, Andrade e Silva, Floriano Peixoto, Aurora Forti Neves, ou mais acima, a partir da Senador Rodrigues Alves.

Depois, há que dar atenção ao pleito do vereador Hélio Lisse Júnior (PSD) da implantação da Guarda Municipal olimpiense, conforme autoriza a Lei Orgânica do Município, em seu Artigo 234. Aliás, desde 2015 e até antes mesmo desta data, o tema vem sendo sempre debatido na Casa de Leis, sem que uma medida efetiva seja tomada.

Por exemplo, em janeiro de 2015, o então vereador Marco Santos apresentou projeto de Lei (4.790) neste sentido. Mas ele sequer foi pautado. E agora Lisse Júnior quer levar a proposta adiante, claro, com projeto de sua autoria. O argumento contrário à implantação da Guarda Municipal é o investimento necessário. Contam-se milhares de reais, ainda não precisados, mas não é segredo para ninguém que é bastante custosa uma GCM.

Mas seria mais custoso do que proporcionar um estado de segurança para quem investe em negócios na cidade, gera emprego e renda, além de recolher impostos e taxas municipais, ajudando a engordar o orçamento municipal?

Além do que, o município viria a economizar numa outra ponta, aquela referente à segurança privada, que segundo o vereador Lisse Júnior, no governo passado consumiu R$ 3 milhões, e que neste governo, até o mês passado, já haviam sido gastos R$ 270 mil com este tipo de serviço.

“Se nós não demonstrarmos força aos bandidos, eles crescem”, é o principal mote do vereador, delegado de polícia aposentado, que já se manifestou preocupado com os “episódios de crime” na cidade.

Outra de suas ideias visando coibir a ação de bandidos é o monitoramento das entradas e saídas que, na sua opinião, “não resolve (a violência), mas melhora consideravelmente (a segurança)”. Para o vereador, este é “o momento ideal” para implantação da Guarda Civil Municipal.

A Lei Orgânica do Município-LOM, em seu Artigo 234, diz que “Mediante lei poderá ser criada a Guarda Municipal, destinada à proteção das instalações, bens e serviços municipais”.

No seu Parágrafo 1º, complementa: “Caberá, ainda, à Guarda Municipal: I – atuar em perfeita harmonia e entrosamento com a Polícia Militar, sediada no Município; II – colaborar, inclusive mediante convênio, com os serviços da Polícia Civil do Município; III – apoiar os serviços e as atividades da administração municipal.”

No Parágrafo 2º, prossegue: “Lei complementar disporá sobre a criação e estrutura da Guarda Municipal, dispondo, ainda, sobre seu quadro de pessoal, plano de carreira, deveres, vantagens e regime de trabalho, com base na hierarquia e na disciplina.”

E no Parágrafo 3º: “A investidura nos cargos da Guarda Municipal dar-se-á mediante concurso público de provas ou de provas e títulos.”

Já no seu Artigo 235, a LOM diz: “O Poder Executivo poderá firmar convênio com a Polícia Militar, objetivando a colaboração do Município para a manutenção das viaturas policiais de operação local.”

Ou seja, as condições e parâmetros estão dados. Agora depende da ação firme do Legislativo, e da coragem do Executivo em acatar o que a Câmara decidir neste aspecto.

Ambos poderes devem agir em consonância o mais depressa possível, pois mais importante que qualquer dispêndio é a segurança dos munícipes como um todo, e dos comerciantes em geral em particular.

Afinal, trabalhar de sol-a-sol, de chuva-a-chuva, de inverno a verão, sustentar sua família, gerar empregos, pagar impostos e taxas e num dia qualquer ver sua féria diária ou mensal ser levada por um vagabundo qualquer não é só dolorido, é injusto, e revelador do quanto o sistema tem falhado em garantir o básico: o bem estar da segurança aos seus cidadãos.

QUEM EXPLICA O TB? MARCO SANTOS E O SENÃO JORNALÍSTICO; E MAIS…

O que aconteceu na manhã/tarde deste domingo, 14, no Tereza Breda, é inexplicável. Teorias futebolísticas, avaliações extra-campo, conclusões filosóficas não serão suficientes para aclarar o resultado que se abateu sobre o Alviceleste diante de seu mais fantástico público dos últimos tempos.

Este Olímpia 0 (2) x (4) 1 Nacional, vai ficar entalado na garganta não só dos quase 5,5 mil torcedores presentes nas arquibancadas do TB, mas da cidade inteira. Foi um daqueles momentos de total convergência emocional em torno de um só objetivo: a subida do Galo para a A2. Sonho interrompido por uma agremiação que já havia sentido o “peso” dentro de casa, de uma equipe que fizera tudo certo até ali.

O Olímpia FC errou quando não podia errar. Assim, fica para trás também as emoções de uma nova partida no TB, que seria contra o Inter, esta para decidir quem seria o campeão da A3 com acesso já garantido. Seria, este sim, o “jogo da festa”. Que agora ficará restrito à capital e à distante Limeira, já que nosso co-irmão, o Monte Azul, também foi derrotado e está fora.

Muitas teorias ainda vão surgir nas próximas horas e dias. Muitas “visões” do jogo e do resultado ainda vão pulular nos meios de informação locais e quiçá, regionais. Mas, na prática, quando se trata de futebol é a emoção que conta para quem está do outro lado, apenas torcendo, esperando pelo melhor, a coroação de um trabalho sem reparos de todos os envolvidos com o time. Viu-se dedicação total, interação total.

Até mesmo dos olimpienses que, surpreendentemente, se tornaram torcedores de uma hora para outra. Aquilo que se viu ontem no TB entra para a história como o dia em que, tradicionalmente “espectadores”, a massa alviceleste ali concentrada, torceu, o tempo todo, agitou-se, cantou, gritou, como nunca antes fora visto. Pena o resultado. Merecíamos a coroação pelo que foi apresentado ao longo da temporada.

Mas, como se diz no meio, “futebol é jogado, lambari é pescado”. Que o bom trabalho continue.

DA CONDENAÇÃO E SOLTURA
DO EX-VEREADOR MARCO SANTOS
Não sei vocês, mas achei chocante a chamada de capa garrafal da edição de sábado passado do semanário Folha da Região. Trata-se da notícia de que o juiz de Olímpia, Eduardo Luiz de Abreu Costa, condenou o ex-vereador (*)Marco Antônio dos Santos, pelos crimes de corrupção e concussão que resultaram nas penas de dois anos, oito meses e 20 dias de reclusão e dois anos, nove meses e 18 dias de reclusão, respectivamente. No total, cinco anos, cinco meses e 38 dias.

Bom, primeiro o jornal joga este petardo com a escandalosa manchete ilustrada com uma foto indecifrável, que só prestando muita atenção para talvez distinguir a cena, coisa que uma simples legenda resolveria.

Feito isso, com o leitor já em choque dado o contexto de maldade contido ali, o editor então conta a novidade que deveria estar pelo menos incutida no título principal, a fim de fazer jus à situação fática, afinal: “(…) Mas, que, no entanto, por se tratar de um julgamento em primeira instância, o ex-vereador tem direito a recorrer em liberdade”.

Julgo que houve tremenda má-fé do editor que, ao que parece, faz jornalismo catártico. Tudo bem que a notícia é, sim, de interesse geral, haja vista a expectativa pública em torno da situação do vereador, o primeiro na história política de Olímpia a ser punido por ações condenáveis quando no cargo, quais sejam, a corrupção passiva, a concussão, o crime continuado e o concurso material, conforme descreve a matéria, com base na decisão do magistrado, datada do dia 11 passado.

Santos foi condenado ainda a indenizar a parte ofendida, considerando os prejuízos sofridos, no valor mínimo de R$ 6,66 mil, fora as medidas cautelares.

É preciso sempre ter um cuidado enorme quando se trata de temas assim, pois facilmente o leitor é levado a pensar que está-se fazendo a defesa de uma das partes, para a qual não temos procuração nem intenção, velada que seja. Outro perigo é o leitor julgar que se está imbuído de algum sentimento pouco nobre, ou meramente buscando a repercussão com a crítica adversa. Nada disso.

Trata-se apenas de um cuidado que se deve ter com o enviesamento da informação. E um breviário do que entendemos seja um jornalismo pelo menos justo, do ponto de vista do leitor, mais que daquele que exerce a profissão por descaminhos.

Em nada a manchete perderia força se nela estivesse explícita a condição da condenação do vereador -que responderia e já estava em liberdade àquela altura, e uma simples e explicativa legenda, para não transmitir ao leitor do jornal que recebe seu exemplar em casa que, ao invés de estar sendo, de certa forma, “beneficiado” pela Justiça, o ex-vereador estava sob tortura (considerando a liberdade, neste caso, “o poder de agir, segundo a própria determinação, dentro dos limites impostos por normas definidas”).

“Tudo aquilo que o jornalista escreve, deve partir de uma noção de relevância: o que o público considera importante, o que a população precisa saber. (…) esse deve ser um dos pontos de maior atenção, (…) porque os veículos jornalísticos carregam, em si, a ‘missão’ de informar corretamente e levar, ao público, aquilo a que ele não tem acesso completo.” (Trecho de “Ética Jornalística”, extraído da Wikipédia)

*Marco Santos foi preso em flagrante no dia 6 de setembro de 2016, durante operação do Ministério Público e da Polícia Militar de Olímpia, acusado de exigir parte do salário de uma assessora, que deverá ser indenizada em R$ 6,6 mil, de acordo com a sentença.

De acordo com assessora Brenda Martins Pavani, o ex-vereador lhe ofereceu o emprego para ela receber oficialmente R$ 2,6 mil, desde que devolvesse R$ 1,6 mil. “Nos meses de maio e junho de 2016, entregou, para o acusado (Santos), diretamente, parte dos vencimentos (R$ 1.665,00), conforme previamente acordado, e, indagada por este magistrado, sabia da ilicitude”, escreveu o juiz na sua decisão.

EXEMPLO ANTERIOR
No caso citado acima, tratamos da falta de legenda explicativa na foto de Santos na capa e na página interna do jornal, e nos ocorreu que outro semanário, o Planeta News, recebeu críticas veementes de um vereador da Câmara de Olímpia, que se insurgiu contra uma foto em que aparecia ao lado da hoje secretária municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, numa situação em que não havia datação, local e evento em questão.

Até agora ainda não ficou clara a razão da queixa do vereador, embora o detalhe da legenda fosse significante, mas a imagem em si é autoexplicativa. Das Pedras é onipresente em todos os eventos da cidade, até batismo de cachorro.

Não há um acontecimento oficial ou que eventualmente renda politicamente, que ele não está lá, sempre postado estrategicamente para ser “clicado”. Isso, quando ele próprio não pede para algum incauto fotógrafo fazê-lo, estando ele em pose, digamos, oficial.

No caso da foto criticada, o que o incomodou, decerto, foi o assunto tratado, qual seja, o “imbróglio” entre a faculdade locatária do imóvel onde antes funcionara a Faer, e esta, enquanto proprietária do imóvel.

Porque a foto, em si, talvez Das Pedras não se lembre, retrata um daqueles momentos que ele tanto prezava estar ao lado da então mantenedora da Faer, hoje secretária: o anúncio de um novo curso chegando à faculdade.

Mas, agora, com notícia adversa, estar ao lado dela, ao que parece, “mancharia” sua imagem pública. Mas, um jornal não tem a obrigação de saber o que vai no íntimo de cada político que surge em suas páginas. Ainda que seja em uma posição secundária e, às vezes, como foi o caso, sem importância nenhuma.

EPISÓDIO DE VEREADOR E VIGIA PODE ‘AZEDAR’ DE VEZ RELAÇÃO CÂMARA-EXECUTIVO

Está na edição de hoje do semanário Planeta News: “Câmara põe diretor da UPA sob suspeição”. O que significa isso? Para simplificar, basta explicar que, a partir de agora, e a menos que o prefeito Cunha (PR) tome as rédeas da coisa e evite o leite derramar, o confronto está declarado. Estar sob suspeição significa estar sob dúvida, desconfiança, suspeita.

O incidente já foi narrado aqui na quarta-feira assim, por alto, mas o texto do jornal trás os pormenores, contados pelo próprio vereador envolvido no “imbróglio” e os seus desdobramentos. Vale a pena ler o texto que segue publicado abaixo.

. Um incidente aparentemente sem importância registrado na semana passada na Unidade de Pronto Atendimento-UPA, entre o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB) e um vigia de portaria não identificado na denúncia, acaba de respingar no próprio prefeito Fernando Cunha (PR), no presidente da Câmara de Vereadores, Gustavo Pimenta (PSDB), colocando os dois poderes em confronto ainda não declarado, e fez com que o novo diretor da Unidade, médico Lúcio Flávio Barbour Fernandes, fosse colocado, a princípio, sob suspeição pela Casa de Leis.

O que Niquinha quer, e para isso pediu e recebeu o apoio dos colegas na sessão de segunda-feira, 8, é que aquele vigia que, segundo ele, o “peitou”, seja transferido de lá e passe por uma reciclagem, “para aprender a lidar com o ser humano”.

A maioria absoluta da Casa de Leis ratificou a intenção de Niquinha, que disse ainda que o vigia agiu a mando do diretor da Unidade. Por essa razão, outro pleito a ser feito ao Executivo é o de tomar medidas contra o profissional, ameaçado de ter revelados problemas vividos em outros municípios onde atuou.

Barbour Fernandes, que consta ter vindo para Olímpia a convite do vice-prefeito, Fábio Martinez, teria sido o responsável pelo acirramento dos ânimos da Câmara Municipal contra ele. Segundo a assessoria da presidência, houve um contato preliminar com o médico no dia seguinte ao episódio do vereador com o vigia, mas dissociado do fato.

O assessor de Cerimonial, Márcio Matheus Gonçales, junto com o chefe de Gabinete da presidência, Rui Rodrigues de Castro Filho, foram à UPA em visita de cortesia, onde foram recebidos pelo médico. Conversaram, os dois funcionários, com a anuência do presidente, colocou a Câmara e as bancadas de vereadores à disposição dos interesses da direção da UPA, mas houve divergência quando o assunto chegou à vereança.

Gonçales propunha tratamento diferenciado a vereadores, quando não em visita formal, mas o médico não concordou, dizendo, segundo ele, que vereador tinha que ter o mesmo tratamento de cidadãos comuns. E quando tocou no assunto do vigia, Barbour Fernandes teria se negado a admitir qualquer possibilidade de transferência.

Não bastasse isso, ainda segundo a narrativa de Gonçales e Castro Filho, o diretor da UPA teria procurado em seguida o prefeito e dito que o assessor cerimonialista havia “metido o dedo em sua cara”, o que o assessor nega. Isso fez com que Cunha ligasse para o presidente Pimenta em tons pouco amistosos, de acordo com a narrativa do próprio presidente.

“Foi um fato lamentável”, disse Niquinha da Tribuna na segunda-feira. Sua sogra estava internada na UPA com problemas de pressão alta desde a noite anterior, contou, e de manhã foi visita-la. Como a esposa entrava e saía a cada 20 minutos somente, ele teria ido até o vigia da portaria e solicitado permissão para entrar “rapidinho”, o que foi negado. O vigia o teria mandado “aguardar lá fora”, nas duas vezes em que pediu a permissão, segundo ele, de “forma imponente”, ao que ele teria obedecido.

Depois, decidiu se identificar como vereador. “Ele disse que sabia que eu era vereador e que, por isso mesmo, aguardasse lá fora”. Da Tribuna da Câmara, Niquinha, que conforme disse “foi eleito para ser agente fiscalizador”, disse que o vigia “ignorou isso”. Disse ainda que à tarde, quando foi buscar sua esposa, este mesmo vigia que conversava com uma das atendentes, “me olhou e riu”, o que considerou “um desrespeito ao vereador”. Além disso, disse, “o assessor e o chefe de Gabinete foram maltratados pelo médico” durante a visita posterior a este fato.

Para o vereador, “é questão de honra” o vigia ser transferido. “Um vigia tem que ter educação para tratar o ser humano”. Quanto ao médico ter dito aos assessores que “se um vereador falar alto aqui nós vamos falar mais alto ainda”, avaliou que ele está “partindo para o lado errado”. Que está há pouco tempo na cidade “e quer ‘peitar’ vereadores? Eu não aceito”, contestou. Niquinha disse ainda que está “levantando a ficha” do médico, que o levará ao “espinhaço” dele, sem especificar a que se referia.

PRESIDENTE
Já o presidente da Casa, Gustavo Pimenta, disse da Tribuna que está elaborando “uma obra literária” para o médico, mas que falaria sobre o assunto somente na próxima sessão, dia 22. “Esta situação precisa ser dirimida entre esta Casa e o Executivo”, sugeriu. “Vou me limitar a estas palavras, mas volto para fazer comentários sobre o que aconteceu”, prometeu.

“O vereadores têm, sim, o direito de fiscalizar. Mas, se numa visita informal é tratado desta forma, imaginem em situação formal. Vai ter que ser escoltado?”, perguntou. “Este vigia precisa passar por uma reciclagem, ele não está preparado”, finalizou.

SEM RESPOSTA
A reportagem do Planeta News encaminhou à assessoria de imprensa do prefeito Fernando Cunha, via e-mail, pedido de manifestação sobre o assunto, tanto dele quanto do médico citado, ou de um dos dois, com o seguinte teor:
“Prezados senhores(as) da assessoria de imprensa: Tem este a finalidade de saber se o prefeito Fernando Cunha, ou o médico Lúcio Flávio Barbour Fernandes têm interesse em se manifestar a respeito do entrevero havido com o vereador Antonio Delomodarme e um vigia não identificado da UPA, na semana passada, já que o caso chegou até o prefeito, ele se manifestou em privado com o presidente da Câmara, e a Casa de Leis está exigindo que o vigia seja transferido. O prefeito tem algum posicionamento a respeito? O médico quer se manifestar, de preferência por escrito?”

No entanto, até às 18h30 de ontem, prazo máximo para o início da paginação eletrônica do jornal, a assessoria não havia dado qualquer satisfação à redação.

NÃO FOSSE O OLÍMPIA FC…

Por que Cunha (PR) rejeita tanto o ex-prefeito Geninho (DEM), não se sabe. Mas é um fato, a julgar pelas atitudes e decisões após ter assumido o cargo que o outro deteve por oito anos, sediado no Palácio da Rui Barbosa, 54.

Engraçado que antes da posse, Cunha não o demonstrava tanto, haja vista que a relação de ambos, no período de transição, era das mais amistosas, com direito até a elogios pelo legado feitos por Cunha.

Que tão logo tomou posse passou a destilar sua ojeriza com relação ao governo passado. De público ele tece críticas a determinadas coisas relacionadas àquele governo. Mas, na intimidade, dizem interlocutores, destila críticas ácidas a ele, e a tudo e todos que o lembram, enquanto ex-prefeito. Bom, vá lá, são coisas da mente, coração e alma. Sim, políticos também as têm.

Porém, o que pode estar havendo aí, na verdade, é a intenção de se distanciar do que foi ou representou o governo passado, frente àquilo que já se cristaliza no imaginário popular: que a atual gestão pode não sair do lugar a continuar com esta dinâmica que se tem visto.

Porque, se bem observado, já estamos quase na metade do quinto mês de governo, e nada de concreto, nenhuma ideia nova, nenhum projeto arrojado ou nem tão arrojado, que seja, emanou até agora da gestão Cunha.

Observem que as ações do prefeito tem se pautado em tentar dar continuidade ou iniciar obras e projetos a ele legados pelo governo passado. E olha que nem isso tem dado conta de fazer, quando observado de perto e atentamente. Ou segue a passos de tartaruga.

Tão lenta é esta administração que a única obra de peso – e o próprio prefeito não esconde que o projeto é da gestão passada – a do prolongamento da Aurora Forti Neves, por mais cerca de 1,5 quilômetro, teve aporte do Termas dos Laranjais, claro que num “escambo” com impostos e taxas, para poder ser levada a efeito. Ainda assim, para salvaguardar a urgência-urgentíssima do próprio clube.

Outra grande obra, no entanto, da qual depende apenas a capacidade de articulação do prefeito, a estação de tratamento de esgoto, do outro lado da SP-425, está parada já há quase quatro meses e meio neste governo, e esteve parada por outros tantos meses no governo passado. Mas competiria a este resolver a situação, por mais complexa que seja.

Foi anunciado recentemente que a urbanização da Aurora Forti Neves, no trecho entre a Benjamin Constant e Constitucionalistas de 32 seria retomada. E lá se vão pelo menos quinze dias e nada. Sem contar a “obrinha” desta mesma avenida, para conter inundações na região baixa do São Benedito, que parece estar sendo feita para esperar o segundo centenário olimpiense.

A estação de captação e tratamento de água do Jardim Luiza, a “ETA seca”, Cunha já anunciou que não levará adiante, propondo para aquela região um poço profundo e suas interligações. Mas, cadê o movimento por aquelas bandas?

Anunciou a aprovação do projeto de revitalização e transformação da Estação Ferroviária em um centro cultural, mas trata-se de ideia e projeto modificados do governo passado. O mesmo se pode dizer da transformação da Avenida dos Olimpienses (e não “Brasil” como ele mesmo a chamava até pouco tempo), que teve projeto herdado da gestão passada, também modificado.

Aliás, mudanças neste governo, só naquilo que não precisava. Pelo menos nos primeiros momentos. Cunha parou a máquina por pelo menos este período inicial de governo, para “apagar” todas as  digitais do governo passado. Um “capricho” político que lhe custou caro, porque despertou o sentimento crítico em relação a seu governo precocemente, até entre seus eleitores.

Trocou pessoas, e nem sempre por outras mais conhecedoras dos setores a que foram destinadas, implantou metodologias desnecessárias num primeiro momento, permitiu que gente de sua confiança implantasse o terror contra funcionários altamente capacitados herdados da gestão passada, trocados por outros, salvo raras exceções, medíocres; não solucionou as prioridades prometidas, ao contrário, em alguns muitos casos, as piorou, exemplo da saúde.

E assim segue o barco cunhista, que apenas deu uma respirada em termos de apelo popular, ao facilitar o ingresso de torcedores ao estádio em partida decisiva do Olímpia FC, e agora novamente, no jogo final, concretamente suas duas tiradas marquetológicas que resultaram positivas.

Mas, observem que o Olímpia FC não é obra dele, já existia antes de sua chegada a Olímpia, de muito tempo, e apenas lhe foi uma “escora”, uma “tábua de salvação” temporária.

O problema é que, até agora, quando não tem uma manchete e um texto raivoso contra o ex-prefeito, Cunha também não tem uma manchete e um texto consistente de seu governo, a detalhar alguma medida de cunho próprio.

Tudo vem dos outros. Tudo vem “de fora para dentro”. Tudo vem da gestão passada. Assim fica difícil de emplacar o governo. Que, aliás, politicamente começa também a dar sinais de isolamento. Em suma: se não fosse o Olímpia FC…

 

MOMENTO DE DECISÃO: A CÂMARA OU O VIGIA DA UPA

A Câmara de Vereadores continua a enviar sinais ao Executivo. Sinais de que tem uma maioria disposta a, se a situação pedir, criar embaraços para o chefe do Executivo de turno. Ontem voltou a se repetir aquilo que já falamos dias atrás neste espaço.

Embora possa parecer que não, mas derrubar parecer de Comissão em que dois membros efetivos são figuras de proa do Executivo, e aprovar projetos cujas três figuras de proa do Executivo são contra, é um claro indicativo de que os dois poderes estão dessintonizados, pelo menos.

Como já dissemos, pode ser que tenham sido posturas de momento, pode ser que seja um ensaio sobre o futuro da Casa de Leis, mas é importante ressaltar que o prefeito Cunha viveu noites de derrotas seguidas na Câmara de Vereadores, nestes últimos dias, culminadas com a derrubada de pareceres e aprovação de projetos, sempre por seis votos a três.

São derrotas indiretas, repetimos, já que os temas tratados foram, a princípio, do interesse do Legislativo -quatro projetos de Lei com pareceres contrários da Comissão de Justiça e Redação derrubados por maioria absoluta. Lembrando que as proposituras encaminhas pelo Executivo, têm sempre encontrado guarida na Casa, e sempre aprovadas por unanimidade. Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Agora, surge um episódio novo: o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), quer medir força com o novo diretor da UPA, que por sua vez, desafia o edil a obter sucesso, que por sua vez respinga tal entrevero no prefeito Cunha (PR), que por sua respinga no vice, Fábio Martinez, já que o médico em questão teria sido trazido a Olímpia pelo próprio.

Mas, não se trata do médico, propriamente dito. O pivô deste embate é um prosaico vigia de portaria da Unidade de Pronto Atendimento-UPA, não identificado. Este vigia ousou ser, segundo o vereador, arrogante, no contato mantido entre ambos. Niquinha tentava visitar familiar em estado de observação na UPA, e o tal vigia não permitiu sua entrada.

Nem quando ele se identificou como vereador, o que teria gerado um comentário do vigia no sentido de que por isso mesmo é que não entraria. Houve um ligeiro bate-boca entre ambos. O caso chegou ao conhecimento do tal médico diretor recém-chegado a Olímpia.

E o que ele faz? Endossa a postura do vigia, rechaça qualquer interferência política no dia-a-dia da Unidade e, pior, leva o caso ao prefeito, segundo dizem, com “pitadas” pessoais.

E o entrevero ganha ares “oficiais”, já que provoca uma interlocução entre Cunha e o presidente da Câmara, via telefone, em termos não muito amistosos, segundo se ouvia ontem pelos corredores da Casa de Leis.

Na sessão, Niquinha clamou os companheiros a lhe emprestarem apoio nesta empreitada, pois ele não abre mão da troca do vigia. Diz não querer que o funcionário seja dispensado, mas que apenas seja transferido de lá para outro lugar.

E, claro, recebeu o apoio incondicional dos colegas, com o presidente Pimenta (PSDB) reforçando seu posicionamento diante da situação. Assim, está armada a queda de braço. Resta saber quão capaz de resolver situação política crítica como essa é o alcaide. Já que tudo, em última análise, estará em suas mãos.

Pode mandar Niquinha e a Casa de Leis com sua maioria às favas e fortalecer a posição do tal médico, não ferindo suscetibilidades do vice, ou pode jogar com vistas ao seu futuro administrativo, e autorizar a simples troca. Simples assim(?).

Só para lembrar: por que quatro pareceres contrários da CJR em quatro projetos que não emanaram do Executivo seria indicativo de derrota a Cunha na Casa de Leis?

Porque quem defendeu os arquivamentos foram João Magalhães (PMDB), líder do prefeito, e José Elias de Morais (PR), sempre do lado do poder, ambos integrantes da tal Comissão, presidida por Flavinho Olmos (DEM), que sempre vota favorável aos projetos, ainda que com viés de inconstitucionalidade ou de vicio de iniciativa, respeitando o conceito de que “vereador tem que fazer leis”.

Por outro lado, o prefeito deve vetar pelo menos estes quatro projetos aprovados por maioria com derrubada de pareceres. Resta saber como isso se dará: na força, ou no convencimento. No tocante à transferência do vigia: Cunha preferirá atender um pleito do vereador que disse ser “questão de honra” a transferência do vigia, ou preferirá fortalecer o profissional, que não quer a troca, por conseguinte não ferir os brios do vice?

Que tal aguardarmos os próximos capítulos?

 

OLÍMPIA RECEBE ‘SELO INTERNACIONAL INÉDITO’. E DAÍ?

Olímpia acaba de receber, de acordo com texto emanado pela assessoria do prefeito Cunha (PR), “selo internacional inédito” de Turismo Sustentável da ONU.

Diz o texto que a cidade “foi certificada, neste fim de semana, como o primeiro destino brasileiro a receber o selo do ano internacional do Turismo Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com a OMT (Organização Mundial do Turismo)”.

Diz ainda o release, que “a certificação foi concedida pela Revista Ecoturismo, o primeiro veículo de Turismo Sustentável do Brasil, que trouxe o município de Olímpia como capa da edição de abril, com o subtítulo Uma Cidade em Destaque e Desenvolvimento.

E daí?

Primeiro, a que se questionar o valor a se dar a este selo. Com que base foi escolhida Olímpia para receber tal selo? Que tipos de pesquisas foram feitas? Que especialistas foram encaminhados para cá a fim de levantar as potencialidades eco-sustentável-turísticas da cidade?

Sim, o blog “gugou” e obteve a confirmação de que a Organização das Nações Unidas de fato proclamou 2017 como o “Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento”, em reconhecimento ao grande potencial da indústria do turismo, que responde por cerca de 10% da atividade econômica mundial, em contribuir para a luta contra a pobreza e promover a compreensão mútua e o diálogo intercultural, temas centrais da missão da UNESCO.

Perfeito. Todos sabemos o quão sérios e preocupados com a habitabilidade do mundo são estes órgãos internacionais.

O presidente da revista diz que “a escolha de Olímpia se deu pela forte ação empreendedora do município, que é um ‘case’ de sucesso do turismo mundial”. Onde está o “sustentável”?

A que se perguntar se isso não é muito pouco para se obter um selo desta envergadura. E a revista, em si, dá a impressão de focar seu trabalho mais em cima da divulgação de municípios turísticos e exploração de suas potencialidades comerciais, do que propriamente um veículo de bases, digamos, “científicas”.

Exemplo de ferramenta científica, neste aspecto, é uma revista eletrônica com nome similar ao desta, a Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), uma publicação eletrônica trimestral produzida pela Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBEcotur), criada em 2008.

A revista que ora premia Olímpia com o selo da ONU, está indo para o seu 26º ano de existência, com circulação mensal, e cerca de 30 mil exemplares a cada edição, com circulação em todas as regiões do país e, diz seu expediente, internacional também (Europa, Mercosul e Estados Unidos).

O release da prefeitura, infelizmente não traz nenhum outro dado que não seja a noticia em si de que a cidade fora agraciada com este selo. Pesquisando, descobre-se que o principal objetivo do selo é destacar o potencial do turismo para o desenvolvimento econômico sustentável, a geração de empregos, redução da pobreza, proteção ambiental, defesa do patrimônio cultural, entre outras estratégias.

Daí surge a outra pergunta: tudo isso foi levantado em Olímpia? Por quem? Quando? Com que critérios? A revista eletrônica similar que citamos acima, por exemplo, tem como eixos temáticos o Ecoturismo e Educação Ambiental; Planejamento e Gestão do Ecoturismo; Manejo e Conservação dos Recursos Naturais através do Turismo Sustentável; Ensino, Pesquisa e Extensão em Ecoturismo no Brasil e Ecoturismo de Base Comunitária.

São exemplos. Não quer dizer que a revista que nos agraciou com o selo da ONU tenha que seguir esta receita. Pode, claro, ter a sua própria. Mas apenas mostramos aos leitores que uma conclusão a que diz ter chegado a revista Ecoturismo, não tem lá um caminho muito fácil e rápido a ser trilhado.

E quando chega com a chancela da ONU e da Unesco, então, é de se dar valor incontestável. Mas, infelizmente, repetimos, o anúncio de tão distinta honraria, não se fez acompanhar das explicações, dos detalhamentos necessários sobre que critérios foram utilizados, que metodologias, o que constou do levantamento, o que foi levado em conta ou não. Antes disso tudo, quando foi feita tal pesquisa?

A leitura do texto publicado em sua edição 285, de abril de 2017, não nos leva sequer a entender um pouco mais sobre o que temos vivenciado na cidade ao longo destes anos de fortalecimento turístico do município, nem dá pistas de que algo diferente, seja jornalisticamente, seja “cientificamente”, foi feito.

O texto está muito mais para peça publicitária da cidade e sua pujança turística, com o necessário aporte comercial em cada página, do que propriamente um trabalho de análise profunda e independente. Cheio de lugares comuns, o texto repete aquilo tudo que já temos lido, visto e ouvido à exaustão.

A crítica aqui não cabe diretamente à atual gestão, nem à gestão passada. Seja Geninho (DEM), seja Cunha (PR), aquele que “endossou” tal trabalho da revista, com certeza estava imbuído da melhor das intenções.

Se não foi o município, mas, sim, as partes interessadas, quais sejam, Thermas e outros empreendimentos econômicos, também, da mesma forma, prezavam pelos seus interesses.

Ou, na pior das hipóteses, todos podem ter caído no canto da sereia, afinal não é todo dia que alguém surge “plantando” uma ideia com a chancela da ONU e da Unesco juntas. Ou, se foi uma iniciativa da própria revista, à revelia das instituições, com vistas ao comercial somente, tanto mais pior ainda.

Lembrando que um selo deste porte é sempre importante para quem depende da boa imagem alhures para se sustentar turisticamente. Mas, importante também é cobrar o tanto de seriedade necessária para se chegar a este fim. O cidadão, seja de onde for, que receber uma informação desta, precisará de imediato do material que a embasa.

Não bastasse isso, o conteúdo do tal Certificado, se bem observado, é bastante sofrível, com ausência de vírgulas, espaçamentos indevidos e extremamente sucinto e simplório para um prêmio desta envergadura.

No frigir destes ovos todos, alguém ficou devendo alguma coisa a alguém:  Ou a revista, que não forneceu seus estudos na íntegra, ou forneceu, e a assessoria de Cunha não viu importância em divulgá-los, ou não existe estudo nenhum. E aí surge a terceira pergunta: o tal selo tem o valor de face que os nomes a ele emprestados suscitam?

Aguardamos e deixamos espaço aberto a manifestações das partes interessadas.

 

A FUNÇÃO SOCIAL DA ASSISTÊNCIA X A FUNÇÃO POLÍTICA DO ASSISTENCIALISMO

Inacreditável que o governo municipal mande disparar uma notícia como essa:

Social remaneja moradores que viviam
debaixo 
da ponte para novos lares

E com este conteúdo:

A prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da secretaria de Assistência Social, em uma ação conjunta com a secretaria de Obras, Engenharia e Serviços e a Prodem, realizou a realocação de dois cidadãos que estavam vivendo debaixo de uma ponte na Avenida Aurora Forti Neves.

A ação iniciou com a equipe da Casa de Passagem, que durante diversos dias, efetuou trabalhos de convencimento com os dois moradores sobre os riscos de viver em condições sub-humanas.

De acordo com a secretária de Assistência Social, o trabalho da equipe, que culminou com o remanejamento dos moradores, teve como intuito convencê-los de que as precárias condições eram prejudiciais à saúde e coibia a interação social.

‘Nós não poderíamos ser coniventes com a situação de ambos. Sabemos que a constituição preza o princípio de ir e vir, mas o modo de vida dos dois senhores era inaceitável. Desta forma apresentamos soluções para eles, e durante este processo, eles cederam e concordaram em estabelecer um novo padrão de vida (?)’, explica a secretária.

Os dois cidadãos foram levados para novas moradias. Um deles, beneficiário de aposentadoria, foi convidado a morar em um rancho. O outro, aceitou as condições de vivência da Casa de Passagem e está no local. Os pertences de ambos foram entregues nas respectivas residências.

Etc, etc., etc….

Mais inacreditável ainda, é ver que a secretária Cristina Reale não perdeu a oportunidade de um “clic”, pasmem, senhores e senhoras, ao lado de um dos moradores da ponte. Com que intuito?, é a pergunta que não quer calar. E este “clic” foi distribuído à imprensa, junto com o texto.

Cometem-se erros crassos: o primeiro deles, ao fazer a abordagem, e esta nem sempre é calorosa e acolhedora, como se quer fazer crer; a segunda, distribuir release contando o feito, quando o que se pede é discrição máxima em situações como essas, por se tratar de pessoas já fragilizadas pela própria condição social; e, a mais execrável, expor este cidadão, com o fim único de “faturar” politicamente.

Mas, partindo da atual secretária, que trocou a função social da Assistência, pela função política do assistencialismo, não deveria surpreender ninguém. Mas surpreende àqueles cidadãos de bom senso e consciência social.

O profissional dessa área, chamado de Assistente Social, deve atuar no combate às desigualdades da sociedade, analisando, acompanhando e propondo soluções para melhorar as condições de vida tanto de crianças e adolescentes, quanto de adultos.

Observem bem acima: Analisando, acompanhando e propondo soluções.

Análises se fazem por meio de estudos técnicos embasados; acompanhamento se faz por técnicos comprometidos com a ética profissional e a isenção necessária para que não se “contamine” o resultado, e propor soluções não significa arrancar pessoas daqui ou de lá, enfiá-las em qualquer lugar, com certeza a contragosto, mas, sim, usar da inteligência cognitiva intrínseca à atividade para tratar de questões como essas ou outras mais complexas.

Se atirar como piloto suicida num universo existencial tendo como base norteadora das ações, a política pela política, qual seja, a politicagem, e não a política pública imune às interferências dos interesses imediatos e mesquinhos, é dar razão às críticas daqueles que têm, por princípio, a defesa da profissão, sua luta pela imunização ante às máculas dos antiprofissionais.

PS: o blog não vai reproduzir a foto feita pela secretária com o morador de rua, por respeito à pessoa deste sem-teto.

PS 2: Espera-se que a próxima atitude da secretária não seja instalar sob as pontes, cercas de tela ou mesmo arame farpado, para evitar que sinais do fracasso da investida venham à tona.

FUNDO DO MUSEU VAI VIRAR CASA PAROQUIAL?

De acordo com matéria inserida na edição de sexta-feira passada, 28 de abril no semanário Planeta News, o prefeito Fernando Cunha (PR), negou que irá, de fato, permutar a área já reservada do Campo do Olimpinha para construção de uma creche, com outra, localizada entre o Educandário e o a Creche da Imaculada, no Jardim Boa Esperança, na mesma região. Esta possibilidade foi ventilada, pela Câmara de Vereadores.

Mas, ao negar esta possibilidade, o prefeito não foi taxativo nem definitivo, no entanto, quanto à questão relativa à permuta da área do Museu onde, estas mesmas informações dão conta, seria construída a Casa Paroquial da Comunidade de Nossa Senhora Aparecida.

Os vereadores Gustavo Pimenta (PSDB), presidente da Casa, e seu colega Selim Jamil Murad (PTB), vice-presidente da Mesa, tocaram superficialmente no assunto, em sessão passada, o primeiro dizendo que “a creche era para ser construída no antigo ‘Olimpinha’, mas parece que o prefeito está mudando a área”, e o segundo, quis saber se a creche estava “programada para o campo do ‘Olimpinha’, ou em terreno próximo a ser definido”.

A área citada nas informações ficaria a pouco mais de 200 a 300 metros do campo, no Jardim Boa Esperança, do outro lado da Constitucionalistas de 32, entre o Educandário “Frei Roque Biscioni” e a creche da Imaculada, ambos com ligações com a Paróquia de N.S. Aparecida. A área pertenceria à Paróquia.

O prefeito não negou que “chegou a cogitar esta ideia” da permuta de áreas com a Paróquia, mas “o projeto não foi viabilizado”. No entanto, quanto à cessão, seja por permuta ou qualquer outra modalidade de transação da área remanescente do Museu de História e Folclore “Maria Olímpia”, as respostas não foram taxativas no sentido de que isso não acontecerá.

“Toda permuta só ocorre após laudo técnico de valores. Em nenhum caso, a prefeitura ou a Paróquia podem ser lesadas”, foi a resposta.

Não se sabe até que ponto o alcaide diz a verdade com relação a esta questão. Ou até que ponto seu projeto tenha sido destruído a partir do momento em que se tornou público. Para muito além do aspecto econômico, já que uma área periférica precisa compensar pelo menos em tamanho o valor de outra, na região central da cidade, o que parece não ser o caso, o prefeito estaria incorrendo, ainda que este quesito seja atendido, em uma grave ameaça ao patrimônio histórico-cultural da cidade.

Muitos podem argumentar que aquela área remanescente do Museu está inservível, é inútil, etecetera e tal, mas ela pertence à cultura histórica do município e, como tal, é um capítulo da história.

E para ela se poderia dar mil e uma utilidades, menos a de se transformar em uma Casa Paroquial. E nada contra as casas paroquiais. O que se precisa é impedir este avanço sobre o que é caro ao município, e nem financeiramente, mas historicamente. Repetimos, há mil e uma maneiras de se utilizar aquela área. Basta que o poder público queira. Menos edificar ali algo nada a ver com seu propósito.

ENQUANTO ISSO…
Não-verdade, pós-verdade, fake news, ataques pessoais, revides e até desmentidos via rede social a matéria de jornal. Teve de tudo, até agora, embora hajam promessas de que mais coisas virão, neste “imbróglio” desagradável envolvendo os dois empreendimentos pioneiros no novo modelo econômico de Olímpia, o Tuti Resort, antes Thermas Olímpia Resort, e o clube Thermas dos Laranjais.

Não contando a briga pessoal que virou entre colegas de profissão, também o ex-prefeito Geninho Zuliani se manifestou via Facebook na noite de ontem, contra insinuações feitas pelo site do semanário que não desapega, no sentido de que ele estaria por trás de tudo.

“Muita maldade deste jornal usar meu nome na matéria abaixo (sobre o “imbróglio”), estava em Campos do Jordão no congresso de prefeitos, encontrei Caia ocasionalmente, ele ficou minutos na minha mesa e tirou uma foto. Não tenho a mínima intenção de me candidatar a presidente do clube. Fui eleito conselheiro do termas ao lado do Sr. Benito Benati e tenho o maior respeito e admiração por ele”, manifestou-se Geninho.

Outro que também se manifestou foi Pitta Polisello, ex-secretário de Governo de Geninho: “Não costumo dar opiniões acerca de fatos que ocorrem em Olímpia e que no meu ponto de vista não tem nada a ver com o ex prefeito. Gostaria de salientar minha indignação perante matéria maldosa sobre o ‘encontro’. De um jornal que sempre teve meu respeito, mas que vai desgastando sua imagem. Senhores, por favor parem de fazer política maldosa, não sei porque essa parcialidade perante as ações dando a impressão que o ex prefeito Geninho tem algo com isso. Vamos por favor virar a página. Ninguém quer nada de ninguém, ninguém quer perturbar ou ousar ter lado numa discussão que é de caráter privado e não público. Vamos torcer por uma Olimpia cada dia melhor, não remar pra trás, parem com isso, já deu, inclusive vamos lutar para fortalecer uma cidade que 10 torcem para crescer e 100 para cair. Entristecido”, relatou.

Até mesmo a ex-primeira-dama Ana Claudia Casseb Finato Zuliani pontuou: “Matéria não verdadeira… de um encontro casual uma capa de jornal. Me sinto entristecida”.

Pois é.

PITON & THERMAS: POR QUEM OS SINOS DOBRAM?

 

Bom, o que guarda os recônditos da alma de Caia Piton, só a ele diz respeito. Mas tais e tão graves, digamos, insinuações, já que ele diz não estar acusando, dizem respeito aos mais de três mil sócios-proprietários, diretamente, e indiretamente aos demais associados, usuários, turistas, à cidade como um todo e até à administração pública.

Trata-se de um confronto dos grandes, algo que talvez pudesse ser tratado, por pior que se sentissem as partes, de forma interna corporis, a fim de não macular aqueles que estão seriamente à frente de tal empreendimento.

E não fragilizar uma estrutura de tamanha envergadura, propulsora inconteste do desenvolvimento econômico do município, responsável por coloca-lo num patamar perante a região, ao Estado, ao país e até ao mundo, jamais imaginado pelo mais otimista e visionário dos investidores que para cá viesse 25, 30 anos atrás.

O olimpiense, já dissemos aqui, tem o viés egoísta que talvez fosse tempo dele se libertar. Cultiva, mais ainda, a vaidade pessoal. E diga-se mais: É assoberbado e fratricida. Espera-se não fazer parte, ou ser o fator gerador destes gravíssimos acontecimentos de agora, tais desvios de comportamento.

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