Olímpia terá dois feriados pela frente. Um deles é Nacional, o da Proclamação da República, sábado, dia 15. O segundo virá cinco dias depois, em comemoração a Zumbi, no dia 20 de novembro, uma quinta-feira. Pelo sétimo ano consecutivo, Olímpia comemorará o “Dia da Consciência Negra” com um feriado municipal.

A data foi tornada oficial por meio de indicação de autoria do então vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha, que se transformou no projeto de Lei 4.073, do Executivo, aprovado em 10 de novembro de 2008, e depois transformado na Lei 3.328, de 12 de novembro daquele ano, e já colocada em prática naquele 20 de novembro.

A partir dali ficou criado o terceiro feriado municipal – os outros dois são 2 de Março, aniversário da cidade, e 24 de junho, Dia do Padroeiro, São João Batista.

Em 2014, dos 5.564 municípios brasileiros, 1.044 adotaram o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, como feriado, segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Além dos que decretaram feriado, outros municípios transformaram a data em ponto facultativo.

Não há uma lei estadual que determine o feriado de 20 de novembro no Estado. Entretanto, a data está no calendário oficial de 101 cidades por leis municipais, incluindo a capital, São Paulo.

No Estado de São Paulo, além de Olímpia, outras 100 cidades ficarão sem atividade. São Paulo é o Estado com a maior população negra do País, em termos absolutos. A data do feriado foi escolhida porque em 20 de novembro de 1695 aconteceu o assassinato de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares.

Na nossa região, têm feriado decretado no 20 de novembro também Barretos e Cajobí. A presidenta Dilma Rousseff sancionou, em 2011, a Lei 12.519/2011, que cria o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, porém, não considera a data feriado.

ACIO QUER ‘PONTO FACULTATIVO’
Porém, o feriado da Consciência Negra, dedicado à memória de Zumbi dos Palmares, corre o risco de ser “derrubado” por ação do presidente da Associação Comercial e Industrial de Olímpia-ACIO, Flávio Vedovato Arantes. Para ele, neste dia o ideal seria um “feriado facultativo”, ou seja, o comerciante que quisesse poderia abrir suas portas.

O presidente da entidade olimpiense está se pautando nas discussões levadas em nível regional e nas queixas que diz ouvir dos comerciantes quanto aos prejuízos que teriam com esta paralisação.

Segundo o presidente da ACIO e Diretor de Comércio e Indústria de Olímpia, o interesse econômico do comerciante é o ponto principal das ações realizadas. “Não só neste feriado, como em outros que podem ser facultativos e não são. Precisamos ter a consciência de que com a nossa economia atual não precisamos de mais um feriado municipal”, diz.

Quando da criação do feriado, Flávio informou que os representantes classistas do comércio olimpiense não foram procurados e consultados quanto à viabilização e o que isso afetaria o comércio e indústria locais. “Ora, para se instituir um feriado municipal a sociedade civil tem que ser ouvida, imagino que neste caso deveria ter sido realizada uma audiência pública, por exemplo, para posteriormente ser outorgado”.

“Na opinião, da ACIO , eu como presidente, penso que este feriado deveria ser facultativo. E aquele comerciante e industrial que queira funcionar, o faça. Pois 2014 é um ano atípico, temos as festividades da Copa, encerrando expedientes de forma antecipada e o prejuízo não é repassado para o funcionário, apenas custo pro empresário”, ressaltou.

“O que escutamos, e o comerciante está certo, é que precisamos fazer algo. Imagino que tenha que ser avaliado pelos vereadores e pelo prefeito, e a voz da ACIO reforça o que o vereador rio-pretense e a ACIRP estão fazendo”, ressaltou Flávio.

“Nada contra o teor do feriado e da comemoração” ele diz. “Apenas queremos que a economia flua independente das datas sagradas para cada etnia e religião”. Ele também apontou feriados como o Dia do Padroeiro de São João Batista, Corpus Christi e Revolução de 32, que atrapalham a economia.

Até.